sábado, 11 de fevereiro de 2012

ILHAS MALVINAS OU FALKLANDS


As Ilhas Malvinas (cujo nome em inglês é Falkland Islands) são um arquipélago sulamericano, situado no Atlântico Sul, a uma distância de 480 km da Patagônia, 772 km a Noroeste do Cabo de Hornos, 1080 km a Oeste das Ilhas Geórgia do Sul e a 940 km da Ilha Elefante, localizada na Antártida.
O arquipélago das Ilhas Malvinas possui um pouco mais de duzentas ilhas, onde se destacam duas ilhas principais: Ilha Grande Malvina, situada a oeste, tem superfície de 4377 km ² e Ilha Soledad, localizada a este, possui 6353 km².

Existe uma grande quantidade de pequenas ilhas satélites, a mais isolada é a pequena Ilha Beauchene a 55 km ao sul da Punta Del Toro, no extremo meridional da Ilha Soledad. Alguns destes grupos satélites formam verdadeiros arquipélagos, tais como os das Ilhas Sebaldes, situado a noroeste da Grande Malvina. Ao sul das Ilhas Malvinas está o banco Burdwood (planície submarina) encontrado a pouca profundidade e onde, depois de algumas análises, concluiu-se que é um local rico em jazidas de minérios e até petróleo.
A primeira ocupação da ilha foi feita por uma companhia privada francesa (que reconheceu, prontamente, a soberania da coroa espanhola) quase simultaneamente com um assentamento britânico. Depois de evacuadas pelos espanhóis (07/021811), as ilhas ficaram sem um povoamento fixo. As ilhas Malvinas tornaram-se moradia esporádica para caçadores de focas e baleeiros.

As ilhas foram domínio argentino no período compreendido entre seis de novembro de 1820 até três de janeiro de 1833, quando foram ocupadas pelo Reino Unido, que as administra desde então. Durante a Guerra das Malvinas (dois de abril até quatorze de junho de 1982), o controle das ilhas foi novamente argentino.

A criação de ovelhas e a fabricação de lã são as principais atividades econômicas das Malvinas. A lã é o artigo mais exportado, mas também couros e peles. Dentre os artigos mais importados estão alimentos, combustíveis, têxteis, máquinas e armamento.

A moeda das ilhas é a libra malvinense, que equivale à libra esterlina, com circulação de cédulas e moedas com desenhos semelhantes aos da moeda inglesa.

Desde a constituição de 1985, as ilhas são administradas por um governador britânico e um conselho de dez membros, dos quais oito são eleitos. Os outros dois membros, o diretor e o secretário financeiro, não têm direito ao voto e formam parte da junta diretiva junto com três legisladores e o governador, presidente da mesma.

Neste mês de abril completam-se 25 anos da Guerra das Malvinas, como ficou conhecido o conflito armado protagonizado pela Grã-Bretanha e pela Argentina a partir de invasão das ilhas por tropas deste último. Ilhas Malvinas para os argentinos e Falklands Islands para os britânicos, o arquipélago localiza-se na costa da Argentina e a cerca de 10 mil quilômetros da Grã-Bretanha.

Território britânico reclamado pela Argentina, as Ilhas Malvinas foram invadidas pelo exército e marinha argentinas em 02 de abril de 1982, época em que Margaret Thatcher exercia o cargo de Primeiro Ministro da Grã-Bretanha e o general Leopoldo Galtieri era membro da junta de governo da Argentina. A guerra, em síntese, foi resultado de uma disputa territorial entre a Grã-Bretanha e a Argentina pelo arquipélago das Malvinas. Os argentinos reivindicam a soberania da região desde o século 19. Negociações para resolver a disputa política começaram em 1965, mas não houve evolução, principalmente pelo fato de a população local ser contra a transferência da soberania para a Argentina. Ocorre que a maioria dos pouco mais de três mil habitantes do arquipélago descende de ingleses, daí a posição contrária à anexação territorial à Argentina.
A proximidade geográfica facilitou a estratégia da Argentina, que não resistiu à tecnologia de guerra britânica. Contudo, existem alguns dados muito importantes para se poder melhor entender os resultados do conflito e que em nenhum momento foram evidenciados. Contrariando ao direito internacional os Estados Unidos facilitaram continuamente aos britânicos o acesso a imagens de satélite relativas ao posicionamento da frota argentina. Desta maneira, os Estados Unidos, de fato, descumpriram o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), aplicável em casos de guerra, para favorecer a um membro da OTAN. A França foi o país, além dos Estados Unidos, que mais colaborou com a Grã-Bretanha fornecendo informações técnicas e tecnológicas relativas aos mísseis Exocet, dos quais é produtor, fornecendo códigos para desvio de alvo de cada míssil desta categoria vendido pela França à Argentina. Por este motivo técnico, nenhum míssil comprado da França pela Argentina pôde acertar o alvo, à exceção de um, que acertou e afundou o contratorpedeiro britânico HMS Sheffield por parte da frota argentina utilizando um míssil Exocet procedente de um país-membro do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, o Reino Unido pediu à França os códigos de desvio destes mísseis vendidos a todos os membros do acordo de defesa interamericano. Em razão das divergências com a Argentina em relação ao Canal de Beagle (ocorreu rusga em 1978), o Chile, à época governado por Augusto Pinochet, posicionou-se favoravelmente à Grã-Bretanha e, assim como os Estados Unidos, descumprindo o tratado interamericano (TIAR).

O resultado da Guerra das Malvinas, que durou 74 dias (de 02 de abril a 14 de junho de 1982), é conhecido: a Argentina foi derrotada e computou a morte de 649 soldados (dos quais 323 no afundamento do navio de guerra General Belgrano); da parte da Grã-Bretanha, foram 255 os mortos e 3 habitantes locais, conhecidos como kelpers. Ao fim, as ilhas continuaram sob domínio britânico. A vitória da Grã-Bretanha fortaleceu o regime conservador britânico, e a derrota da Argentina abalou a junta militar que governava a Argentina e abriu caminho para a redemocratização que aconteceria em 1983, com a eleição de Raúl Alfonsin. Com trinta anos do final da guerra, as manifestações ocorridas em Ushuaia (Terra do Fogo), Argentina, demonstram que continua seu interesse em relação à posse das Ilhas Malvinas.


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