sexta-feira, 27 de setembro de 2013

REDUÇÃO NA TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL

Um relatório do UNICEF sobre mortalidade infantil divulgado nesta sexta-feira mostra que o Brasil foi um dos países que mais conseguiu reduzir sua taxa de mortalidade infantil. Em 1990, a taxa de crianças que morriam com menos de cinco anos era de 62 a cada 1 mil nascimentos. Em 2012, para cada 1 mil, morreram 14, representando uma redução de 77%.

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"O Brasil se destaca no cenário internacional como um dos países que mais reduziram a mortalidade infantil nos últimos anos", disse a representante adjunta do UNICEF no Brasil, Antonella Scolamiero. Para ela, no entanto, mais do que comemorar, o resultado implica novos desafios para o País. "Ao conquistar esse resultado, (o Brasil) passa à responsabilidade de avançar mais e ajudar outros países a alcançarem resultados relevantes", afirmou.
Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos 22 anos, o Nordeste foi a região com maior percentual de queda dentro do Brasil, com 77,5%, passando de 87,3 crianças mortas a cada mil nascidas vivas para 19,6. Os Estados que se destacam são Alagoas (-83,9), Ceará (-82,3), Paraíba (-81), Pernambuco (-80,9) e Rio Grande do Norte (-79,3).
"É um número para que a gente aprenda o que fizemos de correto, possa transferir para outras regiões do Brasil. E aprender com os outros países do mundo o que podemos fazer a mais", avaliou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Dentre os fatores apresentados como decisivos, estão o foco na atenção primária de saúde, a melhoria no atendimento materno e ao recém-nascido, a promoção do aleitamento materno, a expansão da imunização e a criação de incentivos de proteção social, como os programas de transferência de renda. "Não é à toa que a maior parte dessa redução aconteceu nos últimos dez anos", disse Padilha.
Para que o ritmo continue, o ministro da Saúde promete que o programa Mais Médicos leve mais atenção profissional tanto a municípios isolados quanto a distritos indígenas. Ele também reconhece que é preciso voltar as atenções ao atendimento a recém-nascidos.
"O grande desafio que temos hoje na atenção primária é melhorar a qualidade dessa atenção, sobretudo a qualidade do neonatal, do parto, e poder expandir as UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) neonatais em todo o Brasil", afirmou Padilha.
Comparativo internacional
O relatório do UNICEF se baseou no monitoramento de 196 países ou territórios. A exemplo de 1990, o Brasil conseguiu ficar com índices superiores à média mundial. Há 22 anos, a média de crianças que morriam com menos de cinco anos era de 90 por mil, contra 62 por mil no Brasil. Hoje, a média mundial é de 48 por mil, contra a marca brasileira de 14 por mil.
Quando ranqueados os países que registraram quedas mais representativas, o Brasil aparece na sétima posição, atrás de Maldivas, Estônia, Arábia Saudita, Turquia, Macedônia e Peru. Com esse indicador, o País conseguiu bater com três anos de antecedência a meta de redução de mortalidade infantil estabelecida pelas Nações Unidas dentro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A meta brasileira era a de reduzir o número de óbitos para 17,9 por mil até 2015.
Fonte : Diogo Alcântara

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