sábado, 10 de maio de 2014

MADEIRA ILEGAL. OPERAÇÃO KALUPSIS.

Polícia Federal
Ao todo, 236 agentes participam da operação. Foto: Arquivo/Agência Brasil


OPERAÇÃO DA PF INVESTIGA A RETIRADA ILEGAL  DE MADEIRAS EM TERRAS INDÍGENAS EM MT.

Policiais federais participam desde as primeiras horas da manhã de ontem (7) de uma operação de combate à exploração ilegal de madeira em duas áreas indígenas do noroeste de Mato Grosso. Mandados judiciais também estão sendo cumpridos, pelos 236 agentes, nos estados de Rondônia, São Paulo, do Paraná e de Santa Catarina.
Ao todo, a Justiça Federal de Juína (MT) expediu 67 mandados de busca e apreensão; 28 de condução coercitiva e nove de prisão preventiva (sete deles em Mato Grosso e dois em Rondônia). A Operação Kalupsis (do grego acobertar, encobrir) também conta com a participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), cujos servidores estão fiscalizando algumas das madeireiras onde policiais cumprem os mandados judiciais.
Segundo as primeiras informações divulgadas pela assessoria da PF, a operação é resultado de investigações iniciadas pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente, em fevereiro de 2013. Durante a apuração, PF e Ibama identificaram que a madeira vinha sendo ilegalmente cortada e retirada do interior de duas áreas indígenas (Arara Rio Branco e Aripuanã) do noroeste mato-grossense. A operação criminosa era acobertada mediante a transferência de créditos florestais fictícios e fraudulentos.
De acordo com informações no site do Ibama, os créditos servem para acompanhar todo produto florestal desde a origem até o destino final, comprovando a origem lícita da madeira existente em um estabelecimento ou em transporte. Dessa forma, toda a madeira armazenada no pátio de uma serraria ou madeireira deve estar devidamente registrada nos sistemas de controle florestal do Ibama (Sisdof).
Fraudes ao sistema como a apurada pela Operação Kalupsis não são uma novidade. Em novembro de 2013, o Ibama e a Força Nacional apreenderam, também na cidade de Aripuanã (MT), quatro caminhões com madeira nativa retirada ilegalmente da mesma terra indígena, a Arara do Rio Branco. Em dezembro do ano passado, a PF deteve dezenas de pessoas no Maranhão, onde deflagrou a Operação Nuvem Negra. Na ocasião, o Ibama divulgou que, só em 2013, quase 500 mil metros cúbicos de madeira haviam entrado no Maranhão e no Pará com a apresentação de certidões “esquentadas”. O volume é suficiente para encher 14 mil caminhões de transporte desse tipo de material.
O diretor de Fiscalização do Ibama, Luciano Evaristo, explicou à Agência Brasil na época, que os criminosos entravam no sistema do órgão ambiental e simulavam transações comerciais usando a senha de empresas autoriazadas pelo governo para comercializar madeira. Feito isso, os fraudadores criavam uma situação fictícia de venda, passando o crédito de licença para uma empresa fantasma.
O departamento de comunicação social da PF em Mato Grosso informou que vai divulgar um balanço preliminar da operação nas próximas horas.
Reportagem de Alex Rodrigues, da Agência Brasil, no EcoDebate, 08/05/2014

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