sábado, 24 de outubro de 2015

PROVA E GABARITO DA PUC/PR 17/1015

49. A Agência Nacional das Águas (ANA) afirma que “as causas da crise hídrica não podem ser reduzidas apenas as menores taxas pluviométricas verificadas nos últimos anos, pois outros fatores relacionados à gestão da demanda e à garantia da oferta são importantes para agravar ou atenuar sua ocorrência.”
(ANA – Encarte especial sobre a crise hídrica, 2014).
Uso de água nas regiões hidrográficas brasileiras
Regiões         Humana urbana  Humana rural  Industrial  Irrigação  Animal*
Amazônica    30%                          7%                 6%          29%         27%
Tocantins-Araguaia     25%           4%                 4%           39%       28%
Parnaíba                       32%           7%                 3%           47%       12%
São Francisco              18%            3%                10%          64%       5%
Uruguai                        05%            1%                3%          86%         5%
Paraná                          33%            2%                33%         24%        7%
Paraguai                       28%            2%                3%           22%        46%
Brasil                           27%            3%                 18%         46%        7%
* Uso animal: inclui dessedentação, higiene e demais usos de água para permitir a atividade de criação.
Fonte: adaptado de Agência Nacional das Águas – ANA. GEO Brasil Recursos Hídricos. Componente da Série de Relatórios sobre o Estado e Perspectivas
do Meio Ambiente no Brasil. Brasília – DF, 2007. Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2015.

Uma reflexão sobre o uso da água nas principais bacias hidrográficas e a crise hídrica que afeta algumas
regiões brasileiras alerta que o uso racional da água exige
A) métodos mais eficientes para a utilização da água no cultivo agrícola e criação de animais, atividades
que, segundo a ANA, mais consomem água em cada uma das grandes regiões hidrográficas.
B) reeducação no consumo urbano da água, afinal, o desperdício das grandes cidades é o principal
responsável pela falta desse importante recurso natural.
C) uma valorização do recurso hídrico como bem público inesgotável e a conscientização de que a diminuição
do consumo de carne reduz a demanda por água para dessedentação.
D) redução no desperdício de alimentos e técnicas de irrigação mais eficientes, pois, no Brasil, o setor
agropecuário utiliza mais de 50% da água disponível para consumo.
E) políticas públicas que pressionem as propriedades agropecuárias para uma redução no consumo de
água, setor que não atingiu o equilíbrio entre oferta e demanda de água verificado nos demais setores
usuários.

50. Em seus trabalhos, Aziz Ab’Sáber (1924 – 2012) destaca a necessidade de um melhor conhecimento sobre a complexa realidade brasileira. O excerto abaixo é uma pequena amostra da lucidez de suas críticas e ideias.

“Para a infelicidade do destino da biodiversidade amazônica, o mais alto dignitário da nação, através de um ato falho verbal, acenou com uma liberação inoportuna para todos os especuladores devastadores. A frase dele foi ‘a Amazônia não pode ser intocável’. O problema é outro: em primeiro lugar há que se saber como ela vem sendo ‘tocada’. E, ao mesmo tempo, realizar um esforço imenso para planejar um desenvolvimento econômico e social com o máximo de florestas em pé”.
AB’SÁBER, Aziz Nacib. Escritos ecológicos. São Paulo: Lazuli, 2006.

O texto acima permite entender que Ab’Sáber, geógrafo e ambientalista sempre atento as grandes mazelas que assolam o país, insistia que a melhor maneira de se preservar a biodiversidade amazônica é por intermédio

A) de políticas públicas pautadas em estudos científicos que aliem a preservação da biodiversidade com os interesses socioeconômicos.
B) de uma série de estudos que priorizem a temática natural do bioma amazônico em detrimento do
custo social.
C) de uma discussão científica, em que a ausência de políticas públicas deixaria de comprometer a biodiversidade amazônica.
D) da criação de Unidades de Proteção Integral na Amazônia Legal, devido à fragilidade natural desse bioma, além da devastação provocada pelo homem nas últimas décadas.
E) da manutenção das atuais políticas públicas que, a priori, são suficientes para garantir o bem estar
das populações nativas e a biodiversidade da floresta.

51. Questionado sobre os significativos aumentos na tarifa de energia elétrica ao longo de 2015, o professor de Geografia respondeu que uma das principais justificativas é o custo energético da falta de água.
Além disso, apresentou a tabela abaixo.
MATRIZ ELÉTRICA BRASILEIRA (GWh)
Fonte                                  2012                 2013               2012/2013 %
Hidrelétrica                      415.342            390.992              - 5,9
Gás natural                       46.760              69.017                 47,6
Biomassa¹                        34.662              39.679                 14,5
Derivados do petróleo²    16.214              22.090                 36,2
Nuclear                            16.038             14.640                - 8,7
Carvão vapor                   8.422               14.801                  75,7
Eólica                               5.050               6.579                    30,3
Outras³                             10.010             12.241                  22,3
Geração Total                 552.498            570.025               3,2

¹ Inclui lenha, bagaço de cana e lixívia.
² Inclui óleo diesel e óleo combustível.
³ Inclui outras recuperações, gás de coqueria e outras secundárias.
Fonte: Adaptado do MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – MME. Balanço Energético Nacional 2014. Disponível em:
. Acesso em: 16 ago. 2015.

A justificativa apresentada pelo docente e os dados da tabela geraram um debate sobre a estrutura brasileira de geração de energia elétrica e a forte dependência dos fatores climáticos. Ao fim da aula, os alunos entenderam que
A) as termelétricas que utilizam carvão mineral e gás natural também são dependentes dos fatores climáticos, o que aumenta a vulnerabilidade no fornecimento de energia elétrica para a população.
B) o menor volume de água nos reservatórios das grandes hidrelétricas não possui relação com as
ações humanas, pois o impacto do desmatamento pouco interfere no volume hídrico e no risco de
assoreamento dos rios.
C) a falta de água e a necessidade de utilização de outras fontes de energia diminuem os impactos ambientais, pois as termelétricas utilizam, em sua totalidade, fontes de energia renováveis.
D) grande parte da comunidade científica alega que com as mudanças climáticas globais torna-se necessário o aumento da utilização de combustíveis fósseis para a geração de eletricidade.
E) o menor volume de chuvas diminui a geração de hidroeletricidade, o que impõe a utilização de termelétricas, que encarecem a produção de energia elétrica.

52. Analise o recorte da carta topográfica de Pinhais (PR), município integrante da Região Metropolitana de Curitiba – RMC, elaborada antes da efetiva implantação do Condomínio Alphaville.
imagem adaptada

A análise da topografia do terreno através das curvas de nível é um importante instrumento para o desenvolvimento das atividades humanas. As curvas de nível vão indicar se o terreno é plano, ondulado, montanhoso; liso, íngreme ou de declive suave. Além disso, as curvas de nível permitem diagnosticar onde estão os divisores de água e nascentes.
A área escolhida para a construção do loteamento
A) provocará a impermeabilização da superfície, o que diminui o volume de água que escoa na superfície, aumentando o volume de água que infiltra no solo.
B) afetará a dinâmica natural do conjunto de bacias hidrográficas da região, visto que a impermeabilização do solo aumentará o escoamento superficial.
C) não causará interferência na bacia hidrográfica da região, pois a impermeabilização do solo impedirá a contaminação dos rios da região.
D) não provocará mudanças na vegetação natural, visto que o condomínio situa-se distantes das matas ciliares.
E) não afetará as nascentes, pois condomínios de alto padrão construtivo não interferem na infiltração e escoamento de água das chuvas.

53. “Muitos aterros não têm tratamento adequado para o chorume derramado, que se infiltra no solo e, provavelmente, chega aos lençóis freáticos. Além disso, nem todo lixo coletado está sob o controle das autoridades públicas. Muitos aterros sanitários das cidades, quando existentes, estão no limite da sua capacidade operacional e nem toda a coleta está sob o controle das autoridades públicas. Os depósitos clandestinos representam um problema muito sério nas metrópoles.”
Adaptado de JACOBI, Pedro. Impactos socioambientais urbanos – do risco à busca de sustentabilidade. In: MENDONÇA, F. (org.).
Impactos Socioambientais Urbanos. Curitiba: UFPR, 2004.
A falta de espaços apropriados para o despejo do lixo
A) reeducou a população da maioria das cidades brasileiras que, atualmente, separa o lixo reciclável do lixo orgânico e consome conscientemente, acabando com a necessidade de novos aterros.
B) tem, como principal agravante, a poluição visual, em especial nos bairros onde vivem as populações de mais alta renda, das grandes metrópoles brasileiras.
C) reflete a negligência de boa parte da população em saber se o lixo gerado recebe destino adequado,
favorecendo, dessa forma, a contaminação das águas e do solo em muitas regiões do país.
D) é resultado da ausência de políticas públicas que determinem onde devem ser instalados novos aterros, o que independe da participação popular em todo o processo, pois os riscos de contaminação do solo são pequenos.
E) independe de campanhas que estimulem a redução do desperdício e a coleta seletiva
54. Em agosto de 2013, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a projeção de que a “população brasileira continuará crescendo até 2042, quando deverá chegar a 228,4 milhões de pessoas.
A partir do ano seguinte, ela diminuirá gradualmente e estará em torno de 218,2 milhões em 2060”.
Adaptado de IBGE – Sala de imprensa. População brasileira deve chegar ao máximo (228,4 milhões) em 2042. Disponível em:
. Acesso em: 15 ago. 2015.
A redução do ritmo de crescimento nas próximas três décadas e a diminuição da quantidade de brasileiros a partir de 2043 são reflexos principalmente
A) da queda da taxa de fecundidade da mulher brasileira.
B) do aumento da expectativa de vida.
C) da atual implantação de políticas de controle populacional.
D) da evasão de brasileiros em direção aos países desenvolvidos, devido à crise econômica iniciada a
partir de 2004.
E) da mudança do perfil da população brasileira de uma nação jovem para um país de idosos.
Gabarito:
49-D
50-A
51-E
52-B
53-C
54-A
Fonte : PUC_PR

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