América Latina e Caribe têm até 90% menos pesquisadores do que países desenvolvidos, diz CEPAL
A América Latina e o Caribe têm apenas 520 pesquisadores por 1 milhão de habitantes, proporção bem inferior da verificada em países desenvolvidos — onde, em média, o número varia de 2 mil a 8 mil. Disparidades foram tema de palestra dada na quinta-feira (20) pela secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Alicia Bárcena, durante evento de abertura do ano letivo da Universidade do Chile.
A América Latina e o Caribe têm apenas 520 pesquisadores por 1 milhão de habitantes, proporção bem inferior da verificada em países desenvolvidos — onde, em média, o número varia de 2 mil a 8 mil. Disparidades foram tema de palestra dada na quinta-feira (20) pela secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Alicia Bárcena, durante evento de abertura do ano letivo da Universidade do Chile.
A dirigente do organismo regional elogiou o papel das instituições de ensino superior públicas na difusão do saber científico. “Universidades públicas são a demonstração palpável de que gratuidade e qualidade podem andar de mãos dadas, de que os serviços públicos não competem com a excelência”, afirmou.
Para Bárcena, regimes democráticos preveem a ampla difusão do saber científico. “A democracia pode e deve ser fundamento da convivência nas aventuras do conhecimento”, acrescentou a chefe da agência da ONU.
Durante o encontro com docentes, alunos e também com autoridades ministeriais e parlamentares do Chile, a secretária-executiva ressaltou que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento são ínfimos na região sob mandato da CEPAL. Isso se reflete não apenas no número de pesquisadores por habitante, mas também na inovação científica. Apenas 2% das solicitações das patentes feitas em todo o mundo vêm dos Estados-membros da CEPAL.
Segundo a autoridade máxima do organismo regional, a Agenda 2030 da ONU exigirá a formulação de uma “nova agenda acadêmica”. Bárcena lembrou que governos também têm um papel a desempenhar na inovação para a produção sustentável. Para ela, é necessário reforçar os vínculos entre as universidades e o setor produtivo, além de criar redes regionais de pesquisa.
Bárcena defendeu ainda o apoio estatal a projetos de Pesquisa e Desenvolvimento de caráter industrial, o uso de mecanismos de mercado — como patenteamento, licenciamento e transferência tecnológica — em instituições públicas de investigação científica, a criação de polos tecnológicos e a construção de redes de conhecimentos.
Fonte : ONUBR
Fonte : ONUBR
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