INPE estima 7.900 km2 de desmatamento por corte raso na Amazônia em 2018, aumento de 13,72% em relação a 2017
A taxa estimada pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), corresponde a 7.900 km2 de corte raso no período de agosto de 2017 a julho de 2018.
A estimativa do PRODES 2018 indica um aumento de 13,72% em relação a 2017, quando foram apurados 6.947 km2. Este valor é 71,6% menor que a taxa registrada em 2004, ano em que o Governo Federal lançou o Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), atualmente coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O mapeamento utiliza imagens do satélite Landsat ou similares, para registrar e quantificar as áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares. O PRODES considera como desmatamento a remoção completa da cobertura florestal primária por corte raso, independentemente da futura utilização destas áreas.
Com o PRODES, o INPE realiza o mapeamento sistemático na Amazônia Legal e produz, desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região, que são usadas pelo governo brasileiro para avaliação e estabelecimento de políticas públicas relativas ao controle do desmatamento e ações voltadas a temática de REDD+. Os dados são importantes para toda a sociedade e embasam iniciativas bem-sucedidas como a Moratória da Soja e Termo de Ajuste de Conduta da cadeia produtiva de carne bovina.
A Tabela 1 mostra a distribuição do desmatamento para o ano de 2018 nos Estados que compõem a Amazônia Legal. A Tabela 2 mostra a comparação com as respectivas taxas consolidadas para o ano de 2016.
Tabela 1 – Distribuição do desmatamento por estado.
* Nesta estimativa não foram observados dados do estado do AP.
Tabela 2 – Comparação com as respectivas taxas consolidadas para o ano de 2017
Para gerar esta estimativa, o INPE analisou 93 imagens do satélite Landsat 8/OLI selecionadas considerando dois critérios: 1) cobrir regiões onde foram registrados aproximadamente 90% do desmatamento no período anterior (agosto/2016 a julho/2017) e 2) cobrir os 39 municípios prioritários para fiscalização referidos no Decreto Federal 6.321/2007 e atualizado em 2017 pela portaria no. 360 do Ministério do Meio Ambiente (MMA). A Figura 1 apresenta a localização das cenas Landsat utilizadas.
Figura 1 – Localização das imagens analisadas para cálculo da estimativa 2018. As áreas em amarelo indicam as 93 cenas Landsat selecionadas para a estimativa do PRODES 2018 e em azul os municípios prioritários.
A apresentação da taxa consolidada do PRODES 2018, a ser gerada após a análise das demais cenas que cobrem a Amazônia Legal, está prevista para o primeiro semestre de 2019. O resultado consolidado poderá variar em ±10% do valor estimado. A Tabela 3 apresenta as variações encontradas entre as taxas estimadas e as consolidadas desde 2005.
Tabela 3 – Variações encontradas entre as taxas estimadas e consolidadas desde 2005.
A Figura 2 mostra a série histórica do PRODES para a Amazônia Legal, enquanto a Figura 3 mostra a variação relativa anual das taxas de desmatamento.
Figura 2 – Série histórica do PRODES para a Amazônia Legal. Desmatamento anual em km2 (a) média entre 1977 e 1988, (b) média entre 1993 e 1994, (c) estimativa 2018.
Figura 3 – Variação relativa anual das taxas do PRODES no período 2001 a 2018
Mais informações: www.obt.inpe.br/prodes
Do INPE, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 26/11/2018
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