quarta-feira, 16 de setembro de 2020

ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS E NOVAS TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS PARA A PRODUÇÃO DE BANANA.

bananas
Foto: EBC

Estudo de Desenvolvimento de Novos Produtos e de Novas Tecnologias Sustentáveis para a Produção de Banana no Distrito de União Bandeirantes – Porto Velho (RO)

Por José Austerliano Rodrigues e Izabel Cristina da Silva
[EcoDebate] O desenvolvimento de produtos que possam satisfazer os desejos e as necessidades das pessoas sem que com isso transfira esse ônus para o planeta é algo importante dentro da proposta do marketing sustentável. Também é fundamental a estratégia de marketing sustentável nessa perspectiva que contemple a diversidade cultural, ambiental, social, econômica, ética e tecnológica da comunidade no Distrito de União Bandeirantes, Porto Velho, Rondônia (RO) onde a empresa de produção de banana atua e influencia.
Nessa linha de produtos social e ecologicamente corretos já é possível ter acesso a propostas que vão desde aqueles que utilizam materiais reciclados até os desenvolvidos e projetados para que impactem menos na natureza, bem como aqueles que levam em considerações as diferentes estruturas culturais do público-alvo da empresa (ZENONE; DIAS, 2015).
A banana é uma das frutas mais consumidas pelos brasileiros e está entre as preferidas dos produtores rurais. Este artigo tem como objetivo apresentar um estudo de um arranjo organizacional local orientado ao cliente para criar novos produtos e novas tecnologias sustentáveis para a produção de banana no Distrito de União Bandeirantes – Porto Velho (RO), incorporando as preferências dos clientes no projeto final. O estudo se classifica como uma pesquisa de estudo de caso. A entrevista foi por observações in loco, a partir do arranjo organizacional local da produção de banana pelos produtores e cooperados da comunidade. Foram entrevistados os produtores e cooperados da comunidade do Distrito de União Bandeirantes, Porto Velho (RO).
Os resultados da pesquisa revelam que o principal elemento do arranjo da produção de banana na região, é movido pela motivação dos produtores e cooperados diante de suas próprias possibilidades e dificuldades de produção. Nesta pesquisa, foi possível elucidar as dinâmica e etapas no processo de desenvolvimento de novos produtos e novas tecnologias para os subprodutos derivados da bananeira, como o doce, a geleia, a banana-passa, os bombons, as fibras de banana, a casca de banana para tecelagem e as embalagens sustentáveis.
As tecnologias de informação e Comunicação (TICs) estão presentes em todos os campos da atividade humana, fazendo com que as palavras TI/TIC verde, eco-TI, computação verde, Software verde, Sistemas de Informação ou SI verde sejam usadas por muita gente, devendo merecer uma grande preocupação não apenas em termos dos produtores de hardware e software, mas também dos usuários (RODRIGUES; RODRIGUES FILHO, 2018).
A relação entre estas tecnologias e o meio-ambiente é uma área relativamente nova, sendo o debate sobre a efetividade da computação verde e da TI sustentável uma questão aberta. Assim sendo, tanto a TI como os sistemas de informação (SI) podem ter impactos tanto negativos quanto positivos sobre o meio-ambiente. Os impactos ambientais negativos imediatos surgem da produção, utilização e descarte dos produtos de TI, enquanto os efeitos positivos podem surgir por conta de que os produtos e serviços de TI substituem outros produtos (RODRIGUES; RODRIGUES FILHO, 2018).
Os altos níveis crescentes do consumo de eletricidade na manufatura e operação dos produtos das TICs levam a um aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2), visto que, internacionalmente, energia é predominantemente gerada pelo carbono emitido pela combustão de carvão (GARTNER, 2007; GREENPEACE, 2005). Portanto, a ubiquidade das TICs leva ao aumento do consumo de energia e emissões de CO2, com consideráveis efeitos negativos em termos de desperdício eletrônico (e-waste). Observa-se, assim, que a relação entre as TICs e o meio ambiente é complexo.
Os produtos conceituados como sustentáveis devem garantir, o equilíbrio ecológico, econômico, social e mercadológico. Além do desenvolvimento de novos produtos e de novas tecnologias sustentáveis, é necessário também estimular o consumidor para o consumo e práticas sustentáveis de produtos derivados da bananeira. Campanhas de comunicação incentivando o consumo adequado dos produtos e serviços sem desperdício e apresentando opções menos agressivas ao entorno natural e social são importantes para justificar o investimento da empresa (ZENONE; DIAS, 2015).
Um produto sustentável deve, além de agregar valor ao consumidor, conter os seguintes elementos: ser comercializado de forma ética, sustentável e responsável, não impactar o ambiente durante toda cadeia produtiva (da matéria-prima até o seu descarte), possibilitar que seja reciclado e garantir um resultado satisfatório para a empresa, o que permite gerar impostos, pagar salários, honrar compromissos de toda natureza (ZENONE; DIAS, 2015).
Isso significa que na utilização da matéria-prima da bananeira se deve levar em conta o impacto que causará na natureza e no meio social onde é extraída. É fundamental que os produtos derivados da cadeia produtiva da bananeira sejam duráveis e de qualidade ambiental e que permita ser reciclável. O processo de produção deve levar em conta desde a redução de energia, ao lixo ou poluição que poderá ocasionar; a distribuição do produto deve ser logisticamente adequada, permitindo aperfeiçoar a utilização de transportes eficientes, etc.
Dentro deste contexto, faltam produtos e tecnologia de informação que tenham, de fato, em suas características a incorporação dos conceitos de sustentabilidade não apenas em parte do processo, mas em todo o seu conjunto. A quantidade de produtos sustentáveis disponíveis no mercado com essas características ainda é tímida.
José Austerliano Rodrigues. Especialista Sênior em Sustentabilidade e Doutor em Marketing Sustentável pela UFRJ, com ênfase em Sustentabilidade e Marketing, com interesse em pesquisa em Marketing Sustentável, Sustentabilidade de Marketing, Responsabilidade Social e Comportamento do Consumidor. E-mail: austerlianorodrigues@bol.com.br.
Izabel Cristina da Silva. Especialista em Análise Ambiental pela UNIR e Membro do GEITEC/ UNIR – RO. Idealizadora e Fundadora do Museu do Babaçu em Porto Velho/RO. E- mail: pedradesantoantonio@gmail.com.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/07/2020

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário. Aguarde a publicação após a aprovação da Professora Conceição.