Aproveitamento integral dos alimentos garante alimentação sem desperdício e mais nutritiva
Publicação gratuita desenvolvida por estudantes de Nutrição e Metabolismo da USP ensina receitas para o aproveitamento integral dos alimentos
Por Giovanna Grepi, Jornal da USP
Você sabia que é possível diminuir o desperdício de alimentos na hora de preparar refeições? Além disso, o uso de talos, cascas e sementes pode contribuir para uma alimentação mais nutritiva e saborosa. Para orientar a população sobre o aproveitamento integral dos alimentos com receitas e dicas, alunos do curso de Nutrição e Metabolismo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP criaram o livro digital Um pouco de história e 10 receitas para tornar o desperdício zero.
A publicação gratuita e didática é resultado da iniciativa da Liga Acadêmica de Sustentabilidade e Alimentação Coletiva (Lasac) e do Centro Estudantil Josué Castro (Cejoca). As duas organizações estudantis de estudantes da FMRP desenvolvem anualmente um projeto social voltado para a população (confira no vídeo abaixo).
“Orientar sobre o aproveitamento integral dos alimentos é importante pois propicia maior aporte de nutrientes para o organismo. Os talos, cascas, folhas e sementes são ricos em vitaminas, minerais e proteínas; são fontes de fibra que ajudam a regular o intestino; e ainda podem ter antioxidantes que fortalecem a saúde, aumentam a imunidade e retardam o envelhecimento”, explica Stefani Justa, diretora de marketing da Lasac e secretária do Cejoca.
O desperdício é definido pelo descarte intencional de alimentos que poderiam ser consumidos, mas possuem aparência desagradável. “Em 2019, o mundo desperdiçou cerca de 17% de toda a produção de alimentos mundial e a maior parte é gerada nos domicílios, segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a organização inglesa Waste and Resources Action Programme”, conta Stefani.
Para incentivar o aproveitamento integral dos alimentos, o e-book traz receitas de preparo de torta com sobra de arroz e talos de couve, brócolis, couve-flor e acelga; farofa de folhas e talos de beterraba, rabanete e brócolis; bolinho de sobras de arroz e feijão; carne louca com casca de banana; bolinho com folhas e talos de brócolis; bolo de banana com casca; doce de casca de laranja e de entrecasca de melancia; pudim de pão e abacaxi; suco de abacaxi com couve; e bolo de laranja com casca.
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“Com criatividade e com checagem se os alimentos realmente estão adequados para o consumo, é possível aproveitar até carne assada, carne moída, arroz, macarrão, hortaliças, feijão, pão, frutas e leite”, comenta a aluna do curso de Nutrição e Metabolismo da FMRP, Stefani.
O livro digital ainda dá dicas de como evitar o desperdício, confira:
- Planejar: o planejamento das compras do mês pode auxiliar na compra do que é realmente necessário, diminuindo o risco de excesso que pode estragar.
- Conservar: o armazenamento adequado dos alimentos é importante para evitar a proliferação de micro-organismos.
- Aproveitar integralmente os alimentos: evitar o descarte de cascas, folhas, talos e sementes;
- Descartar: não descartar o alimento considerando apenas a aparência, pois, em muitos casos, ele poderia ser aproveitado retirando apenas a parte imperfeita.
Como fazer uma composteira
Outra alternativa para redução do desperdício proposta pelo e-book é a prática da compostagem das cascas, talos, folhas e sementes que não podem ser consumidos. A compostagem é um processo de decomposição que transforma o resíduo orgânico em adubo rico em nutrientes para as plantas.
“A compostagem é importante, pois produzindo adubo a partir de lixo orgânico, que seria descartado em aterros, evita a poluição do solo, dos lençóis freáticos e a produção de gás metano, que polui a atmosfera. O húmus produzido na compostagem é rico em nutrientes e pode ser utilizado na agricultura, em jardins e plantas, substituindo os produtos químicos”, explica Stefani.
Entre os materiais que podem ser inseridos estão: frutas, verduras, legumes, pó e filtro de café, casca de ovo, guardanapos, palitos, serragem, folhas secas e sachê de chá. Já na lista de não compostáveis estão restos de carne, laticínios, óleos, gorduras, alimentos cozidos, papel higiênico usado, fezes de animais e alimentos salgados.
O passo a passo de como montar a composteira caseira em baldes ou no chão pode ser conferido na página 37 do e-book, neste link.
Clique aqui para acessar o e-book Um pouco de história e 10 receitas para tornar o desperdício zero
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Clique no player para ver o vídeo de apresentação da edição de 2021 do projeto social desenvolvido pelos estudantes da FMRP:
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 16/11/2021
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