quarta-feira, 31 de julho de 2013

IDH - MUDANÇA NA METODOLOGIA.

Pnud muda metodologia do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

Metodologia usada no Atlas 2013 é diferente da aplicada em 1998 e 2003.
Indicador 'educação' ficou mais exigente, disse analista do órgão da ONU.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mudou a metodologia do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) 2013 em relação às duas edições anteriores, divulgadas em 1998 e 2003. Segundo o órgão da ONU, o indicador “educação” se tornou mais rigoroso ao exigir mais escolaridade para que um município tenha IDH maior.

O IDH surgiu em 1990 para criar alternativas às avaliações com base em critérios exclusivamente econômicos, como o Produto Interno Bruto (PIB), e tem o objetivo de servir como referência para o nível de desenvolvimento humano de determinada região. O IDHM é elaborado pelo Pnud em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e com a Fundação João Pinheiro.

CLASSIFICAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NO IDHM 2013
Faixas
IDHM
Muito alto desenvolvimento humano
0,800 a 1
Alto desenvolvimento humano
0,700 a 0,799
Médio desenvolvimento humano
0,600 a 0,699
Baixo desenvolvimento humano
0,500 a 0,599
Muito baixo desenvolvimento humano
0 a 0,499
O IDHM é um índice composto por três das mais importantes áreas do desenvolvimento humano: vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda). Os dados utilizados são os do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 utiliza dados do censo demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IDHM vai de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento humano, quanto mais próximo de um, melhor.
Para o IDHM 2013, o acesso ao conhecimento de cada município foi medido pela composição de dois subindicadores com pesos diferentes: escolaridade da população adulta e fluxo escolar da população jovem.
A escolaridade da população adulta foi medida pelo percentual de pessoas com 18 anos ou mais de idade com fundamental completo e tem peso 1. O fluxo escolar dos jovens foi medido pela média aritmética do percentual de crianças entre cinco e seis anos frequentando a escola, do percentual de jovens entre 15 e 17 anos com ensino fundamental completo e do percentual de jovens entre 18 e 20 anos com ensino médio completo. Tem peso 2. A média geométrica desses dois componentes resulta no IDHM Educação.
Na metodologia adotada em 1998 e em 2003, o IDHM media a educação por outros dois subindicadores com pesos diferentes: taxa de alfabetização de pessoas acima de 15 anos de idade, com peso 2, e a taxa bruta da frequência à escola, com peso um.
Para Daniela Gomes Pinto, coordenadora do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, “a educação está extremamente mais exigente”.  “A preocupação agora é manter a criança na escola”, disse.
Devido à mudança de metodologia no cálculo do indicador “educação”, o Pnud considera errado comparar o IDHM 2013 com os índices divulgados em 1998 e 2003.
No entanto, os valores do IDHM 1998 e 2003 foram recalculados com base na nova metodologia. Assim, as comparações e análises entre indicadores, municípios e anos devem ser feitas apenas dentro da plataforma do Atlas Brasil 2013, segundo o Pnud.
O programa também considera errada qualquer comparação entre o IDHM de um município e o IDH de um país.
Os indicadores de longevidade e de renda são compostos pelos mesmos elementos utilizados nos atlas dos anos anteriores: esperança de vida ao nascer e renda mensal per capita, respectivamente.
Faixas de desenvolvimento
Outra mudança no IDHM 2013 em relação aos anteriores foi na classificação dos municípios nas faixas de desenvolvimento humano.
Antes, os municípios eram classificados como de baixo, médio e alto desenvolvimento humano. No atlas deste ano há cinco categorias: muito baixo (0 a 0,499); baixo (0,500 a 0,599); médio (0,600 a 0,699); alto (0,700 a 0,799) e muito alto (0,800 a 1).
Segundo o Pnud, as faixas foram adaptadas para “contextualizar melhor a realidade brasileira”.
Todos os 5.565 municípios brasileiros contabilizados no censo demográfico 2010 estão incluídos no Atlas Brasil 2013, que inclui também dados dos censos de 1991 e 2000, quando havia 4.491 e 5.507 municípios, respectivamente.
Para os municípios que não existiam administrativamente até 2010, o Pnud fez uma simulação dos dois IDHMs anteriores. Para isso, considerou – a fim de aferir os índices do novo município nos anos em que ainda não existia – a área correspondente no município ou nos municípios de origem.
Diante da complexidade da realidade de municípios populosos, o Pnud vai divulgar no final do ano o atlas de IDH de 16 regiões metropolitanas.
Fonte : G1

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