A população brasileira é formada por três tipos étnicos básicos: os indígenas, o branco e o negro africano.
No século XX, mais um grupo étnico veio participar da formação da população brasileira: os asiáticos, representados principalmente pelos japoneses e chineses.
A miscigenação desses grupos étnicos deu origem a diversos grupos mestiços ou a uma diversidade étnica.
Os grupos brancos formadores da população brasileira e a predominância portuguesa no delineamento de nossa cultura.
O elemento branco que participou da formação da população brasileira é originário de vários grupos étnicos, tanto europeus como asiáticos e africanos. Entretanto foi da Europa que veio a maior parte desse grupo, podendo-se destacar.
- Os atlanto-mediterrâneos – a maior parte da população brasileira descende desse grupo, representados pelos portugueses, italianos, espanhóis e franceses, sendo que estes últimos participaram, em número bastante reduzido, na formação da população brasileira.
Fonte : Revista Escola.abril.com.br
- Os germanos ou teutões – representados pelos alemães, austríacos, neerlandeses ou holandeses, suíços, ingleses e escandinavos, sendo que os primeiros foram os que mais participaram numericamente na formação da população brasileira.
- Os eslavos – representados pelos russos, poloneses, tchecos, eslovacos e iugoslavos, destacando-se os poloneses, que se fixaram principalmente no Paraná.
Da Ásia, apenas alguns grupos brancos destacaram-se na formação da população brasileira: os sírio-libaneses e os judeus. Estes últimos, presentes no Brasil desde o tempo colonial, eram na maioria cristãos novos.
Do continente africano o Brasil recebeu pequeno número de imigrantes brancos.
Contudo podem-se destacar os egípcios, que aqui chegaram principalmente após a revolução egípcia que levou Gamal Abdel Nasser ao poder em 1954.
De todos os imigrantes citados destacam-se os portugueses. A história da imigração portuguesa no Brasil confunde-se com nossa própria história. Foram eles o colonizadores e os responsáveis pela formação inicial da neopopulação brasileira através do processo de miscigenação com índios e negros africanos, pois, de 1500 a 1808, portanto por três séculos, eram os únicos europeus que podiam entrar livremente no Brasil. Mesmo após 1808, eles predominaram em número como imigrantes para o Brasil.
Viveram de várias províncias de Portugal e, mesmo das ilhas dos Açores e da Madeira. É isso que explica a variedade de aspectos ou características físicas desse povo migrou em grande escala para o Brasil, como também para a África, onde Portugal manteve colônias até poucas décadas atrás (Angola, Moçambique e Guiné Portuguesa). Vieram portugueses morenos e louros ou mesmo ruivos, demonstrando que Portugal não possuía uma homogeneidade étnica, e sim uma população mesclada de várias origens, incluindo- se judeus e mouros.
Dos portugueses recebemos a herança cultural fundamental, na medida em que realizaram uma transplantação cultural para o Brasil, destacando-se, resumidamente: a língua portuguesa, a religião católica, as instituições administrativas, o tipo construções de povoados, vilas e cidades, a arquitetura, o folclore (folguedos, festas, canções, jogos, artes em cerâmicas e nos bordados, a alimentação (ainda hoje se fala em pimenta do reino, farinha do reino e azeite portugueses), entretanto, nos vários aspectos culturais, houve o amálgama não só de elementos da cultura indígena e do negro como também de povos que migraram para o Brasil.
O Negro
a) Áreas de introdução do negro no Brasil.
O negro foi trazido para o Brasil para ser utilizado como mão- de- obra escravizada.
Sua introdução obedeceu às necessidades da evolução da economia capitalista brasileira. Entretanto, certas atividades econômicas destacaram-se no conjunto como polarização da imigração forçada do negro para o Brasil. Essas atividades foram:
- a agroindústria da cana-de-açúcar, iniciada no século XVI, no Nordeste e no Recôncavo Baiano:
- a lavoura do algodão no Maranhão, nos séculos XVII e XVIII.
- a mineração, nos séculos XVII e parte do XVIII, no Planalto Central e em Minas Gerais.
- a lavoura da cana-de-açúcar, no Rio de Janeiro, e a cultura cafeeira, no século XIX, no Espírito Santo, Rio de Janeiro e em São Paulo.
A imigração forçada do negro africano para o Brasil, processo opressivo, aviltante e vergonhoso da história, realizou-se, principalmente, nesses quatro focos ou áreas, correspondentes às quatro atividades econômicas citadas.
b) Os grupos negros africanos introduzidos no Brasil e suas contribuições culturais.
Conforme as culturas que representavam (ritos religiosos, dialetos, usos, costumes e características físicas) e a partir do confronto com os negros do Brasil, tornou-se possível distinguir dois grandes grupos africanos dos quais o negro brasileiro descende: as culturas sudanesas (que incluem as guineano-sudanesas islamizadas) e as culturas bantas.
Os sudaneses são originários da África ocidental, de regiões próximas do Golfo da Guiné, que correspondem, na atualidade, às áreas ocupadas pela Nigéria, Gana, Togo, Benim, Daomé, Costa do Marfim etc.
Os negros pertencentes ao grupo sudanês foram introduzidos principalmente em Salvador.
O outro grupo, o dos bantos, veio em maior número. São originários de regiões próximas ao Rio Congo, correspondendo, na atualidade, às áreas de Angola e Moçambique.
Quanto às contribuições do negro africano na formação da “cultura brasileira”, vários aspectos podem ser apontados.
Primeiramente, cumpre destacar que a situação ou condição de escravizado dificultou-lhe ou mesmo impossibilitou-lhe manter na íntegra sua cultura, bem como impediu-os de utilizar suas técnicas ou mesmo de desenvolver novas técnicas no contato com o novo meio cultural ou social. Diante disso, eles foram “podados” em suas manifestações culturais plenas, ocorrendo, assim, tanto o sincretismo com um processo de transformação (transformação cultural caracterizada pela influência de elementos de outra cultura, com a perda ou alteração dos já existentes).
Fonte : Melhem Adas e Sergio Adas - PANORAMA GEOGRÁFICO DO BRASIL.
Atualizado e ilustrado por : Geo-Conceição.
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