sábado, 23 de agosto de 2014

DEGELO NA GROENLÂNDIA E ANTÁRTIDA.

Degelo na Groenlândia e Antártida dobra em cinco anos, diz estudo

Publicado em agosto 22, 2014 por 
Degelo na Groenlândia e Antártida dobra em cinco anos, diz estudo
Os mapas mostram os resultados dos modelos de elevação gerados pela equipe alemã

A redução da área de gelo da Groenlândia e Antártida, as duas principais capas de gelo do planeta, dobrou desde 2009, de acordo com um estudo que analisou imagens de um satélite europeu.
O exame dos dados gerados pelo CryoSat indicam que só a Groenlândia vem perdendo cerca de 375 km cúbicos de gelo por ano.
Somado, o volume de gelo despejado todo ano pelas duas maiores capas chega a 500 km cúbicos, disse à BBC a pesquisadora Angelika Humbert, do Instituto Alfred Wegener (IAW), na Alemanha.
“A contribuição das duas capas de gelo à elevação do nível dos oceanos dobrou desde 2009″, afirmou Humbert. “Para nós, é um número inacreditável.”
O estudo do instituto, publicado na revista científica The Cryosphere, não calculou quanto o degelo colabora para a elevação do nível dos mares. Mas se todo o volume despejado nos oceanos for considerado como gelo (uma porção pequena seria de neve), a contribuição poderia ficar na ordem de pouco mais de um milímetro por ano.

Comparações

O satélite CryoSat foi lançado pela Agência Espacial Europeia em 2010 com um sofisticado instrumento de radar projetado para medir o formato das camadas de gelo polares.
Cryosat
O satélite CryoSat
O grupo do IAW, coordenado pelo cientista Veit Helm, estudou pouco mais de dois anos de dados para criar um modelo de elevação digital (MED) da Groenlândia e da Antártida e avaliar a sua evolução.
O modelo incorpora 14 milhões de medidas de altura referentes à Groenlândia e outros 200 milhões referentes à Antártida.
Quando comparadas com bases de dados semelhantes produzidas pela missão IceSat, da agência espacial americana (Nasa) produzidas entre 2003 e 2009, as medições permitem calcular mudanças no volume de gelo mais abrangentes que o período observado pelo CryoSat.
Tendências negativas são resultado de degelo, enquanto tendências positivas são consequência de precipitação ou nevascas.
A Groenlândia vem atravessando o seu momento de maior redução na elevação, perdendo 375 km cúbicos de gelo por ano, a maior parte nas costas oeste e sudeste da ilha.
Há um derretimento significativo também na Corrente de Gelo Nordeste da Groenlândia.
“Esta região é formada por três glaciares. Um deles, o Zachariae Isstrom, recuou um bocado e já houve registros de perda de volume. Mas agora vemos que essa perda de volume está se alastrando para áreas superiores, muito mais para o interior da capa de gelo do que se via antes”, disse a professora Humbert.

Antártida

Já na Antártida, a perda de volume anual foi calculada em cerca de 128 km cúbicos por ano.
Mapa da Groenlândia
O mapa mostra as áreas mais atingidas da Groenlândia
Como outros estudos já haviam indicado, a maior parte do degelo se concentra no lado oeste do continente, na área conhecida como Baía do Mar de Amundsen.
Grandes glaciares da região estão recuando e perdendo espessura a um ritmo acelerado.
Por outro lado, há ganhos de espessura na camada de gelo de algumas áreas, como em Dronning Maud Land, onde foram registradas nevascas colossais. No entanto, o acúmulo nessas áreas não compensa as perdas nas outras.
Um grupo científico britânico recentemente produziu o seu próprio MED a partir de um algoritmo diferente aplicado sobre a base de dados do CryoSat.
O resultado é parecido com o do IAW, e os alemães aplicaram o mesmo método para a Groenlândia, de maneira que pudessem comparar as duas capas de gelo.
Quando comparadas, as reduções indicam as mesmas conclusões da missão americana Grace, que monitora as mudanças nas regiões polares a partir de dados gerados por um outro tipo de satélite, que observa o volume de gelo despejado no mar.
Matéria de Jonathan Amos, da BBC News / BBC Brasil, reproduzida pelo EcoDebate, 22/08/2014

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