Sua Saúde
Armazenamento de água merece cuidados especiais contra dengue
Fonte: Dr. Esper Kallás, dr. David Uip e dra. Maria Beatriz Gandra Souza Dias, infectologistas no Sírio-Libanês Publicado em 02/04/2015
Os primeiros meses de 2015 já demonstraram que este ano deverá ser de muito cuidado em relação à dengue. Dos mais de 103 mil casos da doença registrados pelo Ministério da Saúde em todo o País até 14 de fevereiro, quase 52 mil foram no estado de São Paulo, o que representa um crescimento de 163% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esses números fazem acender o sinal de alerta contra a doença, sobretudo, pelo aumento de armazenamento de água que está sendo feito pela população paulista em razão da crise hídrica.
Outro fator que pode ter contribuído para aumentar os casos da doença, segundo explica o dr. Esper Kallás, infectologista no Sírio-Libanês e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), foi o clima dos últimos meses.
Embora ainda não haja pesquisas sobre como se deu essa influência, o médico afirma que as variações climáticas registradas no estado de São Paulo em comparação às observadas em anos anteriores, como a escassez de chuva em períodos quentes, pode ter ampliado a capacidade do mosquito Aedes aegypti em se procriar.
A água limpa e parada é o local preferido para a fêmea do mosquito da dengue colocar seus ovos que resistem mais de um ano mesmo sem água. Por isso é necessário eliminar todos os possíveis criadouros do mosquito.
Caixas d´água, cisternas, tambores, latões, garrafas e baldes devem ser bem fechados para evitar a entrada do mosquito. Latas, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos e mesmo folhas grandes caídas podem acumular água e servir como foco de procriação do mosquito. Nos ralos, utilize sal de cozinha, água sanitária, ou mantenha-os cobertos. As calhas devem ser limpas e desentupidas e as piscinas, tratadas com cloro (veja no infográfico abaixo os sintomas, o diagnóstico e o tratamento da dengue).
Infográfico - Dengue entenda e previna-se
Também infectologista no Sírio-Libanês, o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, o dr. David Uip, lembra que é fundamental que a população participe ativamente do controle da doença, acabando com os focos de procriação do mosquito. “Cerca de 80% dos criadouros do mosquito da dengue se encontram no interior das residências”, reforça o médico.
De acordo com o Ministério da Saúde, das 24 mortes confirmadas por dengue no País até 14 de fevereiro, 17 ocorreram em São Paulo.
Pesquisas buscam criação de vacina
Em parceria com a Universidade de Miami, dos Estados Unidos, e com a USP, o Sírio-Libanês desenvolveu um projeto de pesquisa para a criação de uma nova vacina contra a dengue.
Segundo o dr. Kallás, participante desse projeto, a ideia da pesquisa é entender em detalhes como ocorre a infecção da dengue no organismo e a partir daí planejar a criação de produtos que possam impedir a reação da doença.
O Instituto Butantan, em parceria com a USP, também está em busca de uma vacina contra a dengue. Com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), essa pesquisa já foi iniciada e está em estudos de fase II, envolvendo 160 voluntários. Outros 140 voluntários devem integrar em breve essa pesquisa, cujos resultados preliminares estão previstos para o primeiro semestre deste ano.
O dr. Kallás explica que um dos maiores desafios para a criação da vacina é desenvolver um produto capaz de imunizar efetivamente as pessoas contra os quatro sorotipos da doença.
“Criar uma proteção parcial para apenas um sorotipo não impediria que a pessoa continuasse a ser infectada e, consequentemente, apresentasse as formas mais graves da doença, que têm maior risco de ocorrer na reinfecção”, comenta o pesquisador.
Interessados em participar como voluntários da pesquisa do Instituto Butantan podem entrar em contato pelo telefone: (11) 2661-3344
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