ONU: acordo eleitoral adotado na Somália para 2016 aprova 30% de representação feminina no parlamento
O secretário-geral das Nações Unidas elogiou o compromisso e destacou a necessidade de um roteiro para chegar ao sufrágio universal até 2020. Acordo estabelece representação de minorias no parlamento.
“Me dá um prazer particular em compartilhar grandes novidades com vocês”, disse o chefe da Missão de Assistência Especial da ONU na Somália (UNSOM), Michael Keating, ao Conselho de Segurança, nesta quinta-feira (28), a respeito do acordo feito pelo Gabinete somali sobre as eleições de 2016.
Entre os pontos mais relevantes do acordo está o compromisso de representar as mulheres e grupos minoritários no governo, com as mulheres ocupando 30% do próximo parlamento.
“Nesta manhã, uma decisão foi feita pelo Gabinete somali sobre o modelo eleitoral usado posteriormente neste ano. Isso é a culminação de quase seis meses de intensas consultas. Esse pode ser um divisor de águas, marcando o aumento da maturidade política da Somália federal”, afirmou Keating.
Ele acrescentou, no entanto, que o sucesso do país dependerá da gestão de ameaças, especialmente as representadas por grupos terroristas, como o Al-Shabaab.
As duas semanas desde que assumiu a função de representante especial no país do Chifre da África, “não foram as mais fáceis”, segundo Keating, sendo marcadas por intensa negociação política e por dois ataques terroristas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no entanto, parabenizou a liderança somali pela decisão tomada, e destacou a urgência de estabelecer um roteiro político em direção a um sufrágio universal na Somália até 2020, para garantir um momento contínuo de transição do país para a democracia.
Keating também informou que a situação humanitária no país é “preocupante”. Milhões de crianças, mulheres e idosos estão vulneráveis, e 4,9 milhões – ou 40% da população – precisam de ajuda humanitária. Mais de 1,1 milhão de civis são deslocados internos e 300 mil crianças abaixo dos cinco anos sofrem de desnutrição.
Milhões também não têm acesso a cuidados na área da saúde, a água e saneamento básico. O chefe da UNSOM pediu que o plano de resposta humanitária recentemente lançado seja “generosamente” apoiado.
Fonte : ONUBrasil
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