Os países com maior crescimento populacional relativo entre 2020 e 2100, artigo de José Eustáquio Diniz Alves
“Nenhum objetivo é mais crucial para salvar o meio ambiente global
do que estabilizar a população humana”
Al Gore
[EcoDebate] A população mundial com 7,79 bilhões de habitantes em 2020 deve saltar para 10,9 bilhões em 2100, segundo as últimas projeções demográficas divulgadas pela Divisão de População da ONU (revisão 2019). Mas o crescimento não vai ser uniforme. Alguns países vão crescer muito e outros vão diminuir de tamanho nos próximos 80 anos. A tabela abaixo apresenta os 30 países com o maior crescimento relativo no período, no mínimo, multiplicando por 2,5 vezes o tamanho da população.
A Nigéria deve ter o maior crescimento absoluto passando de 206 milhões de habitantes em 2020 para 732,9 milhões em 2100 (aumento de 3,6 vezes) e o Níger deve crescer 6,8 vezes, passando de 24 milhões de habitantes em 2020 para 164,9 milhões em 2100. A República Democrática do Congo é outro destaque, pois deve crescer 4 vezes, passando de 89,6 milhões de habitantes em 2020 para 362 milhões em 2100, um acréscimo de 272,5 milhões de pessoas no período. A Tanzânia também deve acrescentar um montante de mais de 200 milhões de pessoas (mais do que a população brasileira atual) nos próximos 80 anos, passando de 59,7 milhões de habitantes em 2020 para 285,6 milhões em 2100 (um aumento de 4,8 vezes). Angola terá o segundo crescimento relativo (5,7 vezes) devendo passar dos atuais 32 milhões de habitantes para 188 milhões em 2100 (Angola terá uma população maior do que a brasileira em 2100). A Etiópia terá um acréscimo de 179 milhões de pessoas, crescendo 2,6 vezes, de 114,9 milhões de habitantes em 2020 para 294,4 milhões em 2100.
Acréscimos perto de 100 milhões vai acontecer no Sudão (aumento de 3,2 vezes), Uganda (3 vezes) e Moçambique (4 vezes). A Somália com 15,9 milhões de habitantes em 2020 vai crescer 4,8 vezes e atingir uma população de 75,7 milhões em 2100. O Congo com população de somente 5,5 milhões em 2020 deve atingir 20,9 milhões em 2100 (um aumento de 3,8 vezes). E assim por diante. No total desses 30 países, a população de 1 bilhão de habitantes em 2020 deve crescer 3,6 vezes e atingir 3,8 bilhões em 2100, um acréscimo de 2,8 bilhões em 80 anos.
Além dos 30 países com maior crescimento relativo, cabe destacar outros 5 países que não vão crescer tanto em termos relativos quanto em termos absolutos e apresentarão um volume absoluto enorme, conforme mostra a tabela abaixo.
O Egito deve ter um crescimento relativo de 2,2 vezes e um crescimento absoluto de 122,4 milhões de habitantes, passando de 102,3 milhões em 2020 para 224,7 milhões (a população do Egito é cerca de metade da brasileira, mas terá um volume populacional maior do que o Brasil no final do século).
O Paquistão terá um acrescimento de 1,8 vezes, passando de 220,8 milhões de habitantes para 403,1 milhões entre 2020 e 2100. Os Estados Unidos (EUA) terão aumento de 30%, passando de 331 milhões em 2020 para 433,8 milhões em 2100 (um acréscimo de cerca de 100 milhões). A Indonésia deve passar de 273,5 milhões de habitantes de 2020 para 320,8 milhões em 2100, um acréscimo de 47,3 milhões (aumento de 20%). A Índia que deve passar a China em 2027, terá 1,38 bilhão de habitantes em 2020 e 1,45 bilhão em 2100, um acréscimo de 70,4 milhões ou 10%. No total, esses 5 países acrescentarão 402,7 milhões de habitantes em 80 anos, passando de 2,2 bilhões para 2,6 bilhões.
Considerando os dois grupos, o total de 35 países devem passar de 3,27 bilhões de habitantes em 2020 para 6,43 bilhões em 2100, dobrando de tamanho, com acréscimo de 3,2 bilhões de pessoas. Ou seja, embora tenha um grupo grande de países que vão diminuir de tamanho, praticamente todo o aumento dos 7,79 bilhões atuais para os 10,9 bilhões de habitantes de 2100 virá destes 35 países mencionados nas tabelas acima.
José Eustáquio Diniz Alves
Colunista do EcoDebate.
Doutor em demografia, link do CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2003298427606382
Colunista do EcoDebate.
Doutor em demografia, link do CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2003298427606382
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 26/02/2020
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