CRQ3 divulga orientações sobre higienização e sanitização de alimentos do Produtor ao Consumidor
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), como a Covid-19 é uma doença de aquisição por vias respiratórias e a transmissão se dá por contato entre pessoas, a probabilidade de se contrair o vírus de alimentos ou de embalagens de alimentos é improvável.
No entanto, por mínima que seja, existe a chance de alguém se infectar ao tocar uma superfície, objeto ou pessoa infectada e tocar posteriormente na própria boca, nariz ou olhos. Isso pode acontecer, por exemplo, ao tocar embalagens de alimentos e posteriormente tocar em rosto, boca ou olhos.
Assim, o Conselho Regional de Química, por meio da Câmara Técnica de Alimentos e Bebidas (CTAB), reuniu especialistas de empresas e universidades para elaborar esta cartilha, com orientações para consumidores, indústria e trabalhadores da área de alimentos, como pode ser observado a seguir.
Como higienizar embalagens de alimentos?
Embalagens de alimentos que permitam limpeza úmida devem ser lavadas com água e sabão ou detergente neutro. Devem ser secas posteriormente para o rápido armazenamento de produtos refrigerados e congelados (com papel toalha, por exemplo) ou deixar secar na temperatura ambiente para produtos não perecíveis.
Procedimentos para embalagens que não podem ser lavadas
Usar um pano com álcool 70% ou solução de hipoclorito de sódio a 0,5% de cloro ativo (um copo de água sanitária a ser misturado em 4 copos de água, preparada no próprio dia) e passar na superfície das embalagens e aguardar um minuto. A água sanitária deverá estar dentro da validade.
Se as embalagens forem reutilizadas para algum propósito, devem ser lavadas com água e sabão e secadas antes do uso.
Como sanitizar alimentos que são consumidos frescos e podem ter sido manipulados nas gôndolas?
Alimentos frescos, mesmo os que não são consumidos com casca, devem ser higienizados antes do consumo, seguindo as seguintes etapas:
- Pré-lavagem em água corrente e sanitização, por 10 minutos de imersão, em solução de hipoclorito de sódio com 0,01% de cloro ativo (5 mL – ou uma colher de sopa – de água sanitária que seja indicada para uso em alimentos para cada litro de água);
- Enxágue em água corrente.
Que cuidados tomar ao manipular alimentos no preparo de comida?
O primeiro cuidado é com a limpeza do local, como bancada, louças e até o lixo da pia, que pode ser fonte de contaminação. Além disso, deve-se evitar a contaminação cruzada de um alimento para outro higienizando bem as mãos e utensílios.
Os procedimentos de higiene pessoal devem ser reforçados. Além de medidas rigorosas que promovam higiene frequente e eficaz das mãos, o manipulador deverá sempre utilizar touca e vestimenta limpa antes de manipular os alimentos. Na produção comercial de alimentos, é aconselhável que o manipulador também use máscara, quando recomendado.
A limpeza das mãos deve sempre acontecer após: tossir; espirrar; coçar ou assoar o nariz; coçar os olhos; tocar na boca; preparar alimentos crus (como carne, vegetais e frutas); manusear aparelho celular, dinheiro, lixo, chaves, maçanetas (entre outros objetos); ir ao sanitário; e após algum intervalo de tempo no preparo da comida.
Banhos antes do início da manipulação dos alimentos, assim como o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como máscaras e luvas, podem ser eficazes em reduzir a propagação do vírus durante o preparo da comida.
Máscaras e luvas devem ser trocadas após 2 horas consecutivas de uso. Mas deve-se trocar a máscara imediatamente, caso fique úmida. O procedimento correto é retirar a luva e descartar, lavar as mãos e posteriormente retirar a máscara e descartar, se for de único uso. Caso seja de tecido, acondicionar em local protegido para posterior lavagem.
Para lavar a máscara de tecido, faça a imersão da máscara em recipiente com água sanitária 0,05 % (uma parte de água sanitária comercial, de 2 a 2,5%, para 50 partes de água) por 60 minutos. Após este processo, faça 2 enxágues em água corrente. Lave em seguida com solução de 5 mL de detergente líquido em 1 L de água, para depois enxaguar duas vezes em água corrente, sem torcer a máscara de proteção respiratória.
A secagem ao ar livre pode ser realizada, desde que as máscaras de proteção estejam acondicionadas em embalagens de tecido, que também tenham sido submetidas ao mesmo processo de lavagem e desinfecção que as máscaras, garantindo que elas não apresentem contato direto com o ar. A secagem deve ser realizado de preferência sob incidência direta de luz solar e em ambiente protegido de chuvas, resíduos e trânsito de pessoas, animais e outros.
Que possíveis agentes de sanitização podem ser utilizados e como usá-los:
No âmbito da indústria de alimentos
Somente utilizar saneantes registrados na Anvisa. Por exemplo: produtos à base de cloro (hipoclorito de sódio, dicloroisocianurato, dióxido de cloro), ácido peracético, quaternário de amônio, ozônio, iodóforos e biguanidas (clorexidina e cloridrato de polihexametileno biguanida). De acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), desinfetantes comuns com ingredientes ativos à base de quaternário de amônio e cloro podem ser utilizados, pois já há comprovações científicas na inativação do vírus da Covid-19. Sempre seguir as orientações de uso recomendadas pelos fabricantes nos rótulos dos produtos.
No âmbito do consumo doméstico
Somente utilizar saneantes de venda livre e com registro na Anvisa. Por exemplo: cloro nas formas de solução a base de hipoclorito de sódio e em pó a base de dicloroisocianurato. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o uso de saneantes à base de cloro para inativação do vírus da Covid-19.
Cuidados – Trabalhador na indústria de alimentos
Cuidados – Empresário da indústria de alimentos e distribuidores
Cuidados – Empresário em serviços de entrega ou retirada de alimentos
Cuidados – Trabalhador nos serviços de entrega ou retirada de alimentos
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 08/06/2020
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