Mudança climática está afetando drasticamente o ciclo da água
A mudança nos padrões de precipitação impacta a agricultura, os sistemas alimentares e os meios de subsistência, bem como os ecossistemas e a biodiversidade
Líderes mundiais devem priorizar ações integradas de água e clima
As mudanças climáticas estão afetando drasticamente o ciclo da água, tornando as secas e inundações mais extremas e frequentes, e diminuindo o armazenamento natural de água no gelo e na neve.
Da ONU Brasil
O aumento da temperatura e a variabilidade nos padrões de fluxo dos corpos d’água também afetam a qualidade da água.
Além disso, a mudança nos padrões de precipitação impacta a agricultura, os sistemas alimentares e os meios de subsistência, bem como os ecossistemas e a biodiversidade. Enquanto isso, o aumento do nível do mar ameaça comunidades, infraestrutura, ambientes costeiros e aquíferos.
Em uma carta aberta direcionada a líderes políticos, agências da ONU e parceiros pediram por uma gestão sustentável e integrada de água e saneamento, em consonância com o clima. A carta foi divulgada como um apelo para a COP26.
Um dos maiores e mais necessários recursos naturais do mundo, a água é apontada na carta como o “conector do clima”, capaz de produzir uma resposta colaborativa para as mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e redução do risco de desastres.
Os países devem tomar medidas urgentes para enfrentar as consequências das mudanças climáticas relacionadas à gestão da água, disse o chefe da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e nove outras organizações internacionais na sexta-feira (29) em uma carta aberta aos líderes mundiais divulgada antes da Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU, a COP26, que começou neste domingo (31).
Eles pediram aos governos que priorizem a ação integrada de água e clima, para o benefício das pessoas e do planeta, para garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água e do saneamento para todos.
“As mudanças climáticas estão afetando drasticamente o ciclo da água, tornando as secas e inundações mais extremas e frequentes, e diminuindo o armazenamento natural de água no gelo e na neve. O aumento da temperatura e a variabilidade nos padrões de fluxo dos corpos d’água também afetam fortemente a qualidade da água, tanto nas águas superficiais quanto nas subterrâneas”, aponta o comunicado coletivo.
O conector do clima – A carta lista impactos adicionais, uma vez que a mudança nos padrões de precipitação já está afetando a agricultura, os sistemas alimentares e os meios de subsistência, bem como os ecossistemas e a biodiversidade. Enquanto isso, o aumento do nível do mar ameaça comunidades, infraestrutura, ambientes costeiros e aquíferos.
Os parceiros citaram um relatório recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) que descobriu que mais de um terço das crianças do mundo, cerca de 920 milhões de meninos e meninas, estão atualmente gravemente expostas à escassez de água.
Eles acrescentaram que o Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água das Nações Unidas de 2020 enfatizou ainda que a água é o “conector do clima”, permitindo uma maior colaboração entre a maioria das metas globais de resposta climática, desenvolvimento sustentável e redução do risco de desastres.
A carta foi assinada pelos chefes da OMM , do UNICEF, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO); da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO); da Organização Mundial da Saúde (OMS); do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA); do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); da Universidade das Nações Unidas (UNU); da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) e da Parceria Global pela Água, Global Water Partnership (GWP).
Eles delinearam várias prioridades urgentes, como a integração da água e do clima por meio de planejamento de adaptação e resiliência em nível nacional e regional, e promoção e financiamento de sistemas globais de monitoramento da água para fornecer informações oportunas sobre a disponibilidade atual e futura do recurso natural.
Outras recomendações incluem o apoio à cooperação técnica, política e científica e a promoção de “uma abordagem proativa” para a gestão de enchentes e secas centrada nos pilares de monitoramento, previsão e alerta precoce; vulnerabilidade e avaliação de impacto; e preparação, mitigação e resposta.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 02/11/2021
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