Brasil é o 5º maior país em área geográfica, o 7º país em tamanho da população e está entre as 10 maiores do planeta, tem o 4º pior IDH entre os países do G20
Artigo de José Eustáquio Diniz Alves
O G20 é o grupo mais amplo que atua nos fóruns da governança global. Fazem parte do G20, os seguintes países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia, além da União Africana, que foi admitida no ano passado.
Criado originalmente em 1999 em resposta às crises financeiras dos anos 1990, o G20 a princípio reunia os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Europeia. Com a crise financeira de 2008, as reuniões foram elevadas ao nível de cúpula de chefes de Estado. A primeira Cúpula do G20 foi realizada em Washington, em novembro de 2008. Até 2010, as cúpulas eram realizadas semestralmente. A partir de 2011 passaram a ser anuais.
O Brasil assumiu a presidência a partir da 18ª Cúpula, realizada na Índia, em 2023, exercendo a presidência do G20 de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024. Durante a presidência brasileira, o país trabalhará em estreita colaboração com a Índia (Presidência de 2023) e a África do Sul (Presidência de 2025). A 19ª Cúpula de Líderes do G20 está marcada para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
Os 19 países do G20 são muito diferentes em termos econômicos e sociais. Existem os países ricos de economias avançadas e os países de renda média e de economia em desenvolvimento ou emergentes. Evidentemente, os países do G7 – EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá – constituem a parte das economias ricas. Mas outros 4 países também são considerados ricos: Austrália, Coreia do Sul, Arábia Saudita e Turquia. Os outros 8 países são considerados emergentes.
Um indicador sintético que mostra o grau de desenvolvimento e de bem-estar dos países é o Índice de Desenvolvimento Humano.
O IDH é uma unidade de medida utilizada para estimar o grau de desenvolvimento humano de uma determinada sociedade, com base na avaliação de três áreas fundamentais: saúde, educação e renda. Portanto, é um indicador sintético que vai além da questão econômica, incluindo variáveis sociais que possibilitam uma comparação mais ampla da qualidade de vida de praticamente todas as nações do mundo. O IDH é um indicador numérico que varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de zero, menor é o nível de bem-estar e quanto mais próximo de 1, maior é o nível de bem-estar e progresso nacional.
Os 6 países no topo do ranking do IDH em 2022 são: Suíça (0,967), Noruega (0,966), Islândia (0,959), Hong Kong (0,956), Dinamarca (0,952) e Suécia (0,952). Nenhum deles pertencentes ao G20, pois o critério de desenvolvimento humano não é a referência para a composição do G20.
O gráfico abaixo mostra o IDH dos 19 países do G20 em 2022. Dentro do grupo, a Alemanha tem o maior valor do IDH com 0,950, o 7º no ranking global. A Austrália com 0,946 ocupa o 10º lugar. O Reino Unido com 0,940 ocupa o 15º lugar. O Canadá com 0,935 ocupa o 18º lugar. A Coreia do Sul com 0,929 ocupa o 19º lugar. Os EUA com 0,927 ocupam o 20º lugar. O Japão com 0,920 ocupa o 24º lugar. A França com 0,910 ocupa o 28º lugar. A Itália com 0,906 ocupa o 30º lugar. Todos estes 9 países do G20 possuem IDH acima de 0,900.
Em seguida aparece a Arábia Saudita com 0,875 que ocupa o 40º lugar. A Turquia com 0,855 ocupa o 45º lugar. A Argentina com 0,849 ocupa o 48º lugar. A Rússia com 0,821 ocupa o 56º lugar. A China com 0,788 ocupa o 75º lugar. O México com 0,781 ocupa o 77º lugar. O Brasil com 0,760 ocupa o 89º lugar. A África do Sul com 0,717 ocupa o 110º lugar. A Indonésia com 0,713 ocupa o 112º lugar. E, por fim, a Índia com 0,644 ocupa o 134º no ranking global que inclui 192 países.
Portanto, o Brasil que é o 5º maior país em área geográfica, o 7º país em tamanho da população e está entre as 10 maiores do planeta, tem o 4º pior IDH entre os países do G20 e está no 89º lugar no ranking global, além de ter uma das piores distribuições de renda do mundo. Os desafios do Brasil são imensos.
A 19ª Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, tem um papel fundamental na luta pela erradicação da fome e da pobreza, além da luta. Espera-se que as ações do G20 contribuam para a redução das emissões de gases de efeito estufa e a desaceleração do aquecimento global.
José Eustáquio Diniz Alves
Doutor em demografia, link do CV Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2003298427606382
Referências:
ALVES, JED. Os países do G20 aumentaram as emissões relacionadas ao carvão desde 2015, Ecodebate, 11/09/2023
https://www.ecodebate.com.br/2023/09/11/os-paises-do-g20-aumentaram-as-emissoes-relacionadas-ao-carvao-desde-2015/
ALVES, JED. Acertos e desacertos da 14ª Cúpula do G20 em Osaka 2019, Ecodebate, 01/07/2019
https://www.ecodebate.com.br/2019/07/01/acertos-e-desacertos-da-14a-cupula-do-g20-em-osaka-2019-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
The 2023/24 Human Development Report. Breaking the gridlock: Reimagining cooperation in a polarized world, UNDP, MARCH 14, 2024
https://www.undp.org/sites/g/files/zskgke326/files/2024-03/hdr2023-24reporten_2.pdf
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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