Na Assembleia Geral das Nações Unidas, presidentes e ministros europeus discursaram em favor de formas estruturadas e justas de prevenção de conflitos. As preocupações em comum foram os ataques terroristas e a ameaça do uso de armas nucleares.
Diante da maior crise migratória desde a segunda guerra mundial, os líderes pediram tratamento humano para centenas de milhares de refugiados que chegam ao continente, bem como a gestão ordenada dos fluxos de migrantes.
Durante o debate geral da Assembleia Geral das Nações Unidas, iniciado na última terça (19), presidentes e ministros europeus discursaram em favor de formas estruturadas e justas de prevenção de conflitos. As preocupações em comum foram os ataques terroristas e a ameaça do uso de armas nucleares.
Diante da maior crise migratória desde a segunda guerra mundial, os líderes pediram tratamento humano para centenas de milhares de refugiados que chegam ao continente, bem como a gestão ordenada dos fluxos de migrantes.
No segundo dia do debate de alto nível da Assembleia Geral, na quarta (20), o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ressaltou que a ONU deve aumentar o enfrentamento de muitos desafios globais, incluindo o deslocamento forçado e o terrorismo.
Tusk disse que a União Europeia (UE) continuará recebendo pessoas que precisam de proteção. Ele fez ainda um apelo à comunidade internacional para assumir a responsabilidade pela proteção dos refugiados e pela migração irregular.
“O seu envolvimento é necessário agora, tanto em termos de dinheiro para assistência humanitária como para mais reassentamento para os deslocados por conflitos na Síria, no Iêmen, em Mianmar e especialmente em toda a África”, disse ele à Assembleia.
No contexto de repetidos ataques terroristas, ele ressaltou a necessidade de um fortalecimento constante da luta global contra o extremismo violento, inclusive em um movimento contra a radicalização.
Ele reiterou o seu pedido aos líderes muçulmanos do mundo para se manterem fortes contra o extremismo islâmico, como um verdadeiro apoio na luta contra o terrorismo. “Em resumo”, o presidente disse que “devemos estar mais determinados do que eles”.
Espanha
“Grandes deslocamentos de pessoas atingiram níveis sem precedentes nos últimos anos”, disse o ministro espanhol das Relações Exteriores, Alfonso María Dastis Quecedo, na 72º sessão da Assembleia Geral.
Em um discurso abrangente, abordando as principais crises mundiais, bem como o desenvolvimento e as mudanças climáticas, Dastis expressou “a sincera gratidão do povo da Espanha pelas várias manifestações sinceras de apoio e carinho que recebemos de todos os lados do mundo” após o ataque terrorista do mês passado, em Barcelona.
“O terrorismo será vencido através da unidade, da perseverança e do peso total da lei”, disse ele.
Luxemburgo
O ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, disse que a ONU é o lugar apropriado para enfrentar o fenômeno da migração em massa.
“As causas são múltiplas: pressões demográficas, mudanças climáticas, conflitos, catástrofes humanitárias. Motivação econômica perfeitamente respeitável, tanto no país de origem quanto na do destino também são muitas vezes a causa desse movimento”, acrescentou.
Ele também pediu aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que renunciem ao uso do veto em casos de atrocidades em massa, como genocídios, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Dinamarca
Também discursou na Assembleia Geral da ONU na última quarta (20), Ulla Tøernæs, ministra da Cooperação para o Desenvolvimento da Dinamarca. Ela destacou as ameaças e os desafios “cada vez mais interligados” que a comunidade internacional enfrenta, incluindo deslocamentos e migração irregular, bem como violações dos direitos humanos e conflitos armados.
Para ela, é necessária uma liderança e um propósito comum para orientar a ONU para romper o status quo e reformar seu sistema. “Permanecer no caminho atual não é uma opção se quisermos manter a legitimidade das Nações Unidas. A reforma fundamental e ambiciosa é o único caminho a seguir”, afirmou Tøernæs.
Finlândia
Em seu discurso, o presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, parabenizou o foco do secretário-geral na prevenção de conflitos, defendendo que as populações marginalizadas tenham voz nos processos de paz. “Mulheres, crianças e adolescentes muitas vezes pagam o preço mais alto em conflitos, mas também podem ajudar a pavimentar uma saída para a crise”, disse ele à Assembleia.
Em relação à Coreia do Norte, Niinisto classificou o programa de armas nucleares desse país como “uma ameaça para a paz e a estabilidade globais”, que deve ser interrompido. Ao salientar a importância da continuação da unidade do Conselho de Segurança, ele ressaltou: “Esse comportamento não pode ser tolerado pela comunidade internacional”.
Niinisto expressou ainda sua forte convicção de que os desafios e ameaças globais sejam abordados pela comunidade mundial. “A paz e a segurança, os direitos humanos e o desenvolvimento pertencem a todos nós. Só juntos podemos fazer deste mundo um lugar melhor”, concluiu.
Bulgária
O presidente da Bulgária, Rumen Radev, enfatizou que seu país apoia uma onda de diplomacia pela paz que coloca a prevenção como uma prioridade geral. “A prevenção e a mediação são meios essenciais para reduzir o sofrimento humano, incluindo abordar as causas profundas dos deslocamentos forçados, reunir esforços humanitários, de desenvolvimento e de consolidação da paz”, afirmou.
O presidente destacou que os conflitos armados em muitas partes do mundo continuaram a minar a paz e os valores humanos, afirmando que “os conflitos prolongados exigem uma resposta holística da ONU que abrange a diplomacia preventiva, a mediação, a consolidação da paz e as missões políticas especiais efetivas”.
Holanda
Para o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, os problemas que o mundo enfrenta hoje, como as mudanças climáticas, a migração, o terrorismo e os crimes cibernéticos, são, por definição, internacionais. “Nenhum país pode abordá-los isoladamente. Nós precisamos um do outro. (…) Neste mundo turbulento, a importância da ONU cresce todos os dias”, disse ele à Assembleia.
O primeiro-ministro disse que “a cooperação é fundamental” quando se trata de prevenir o terrorismo e que a ONU é o principal fórum de cooperação internacional. Como um bom exemplo de cooperação, ele apontou para o Fórum Global de Contraterrorismo, dizendo que seu trabalho “não é de alto perfil – a maior parte do que acontece nos bastidores – mas poupa muitas vidas”.
A prevenção de conflitos se vincula com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que ele chama de “agenda de prevenção final” como “eles abordam os motivadores e as causas profundas da instabilidade e do conflito”.
“Investir na dignidade humana, erradicar a pobreza, promover a resiliência climática e promover o progresso econômico e social reduzirá a incidência de conflitos, instabilidade e desespero. Desenvolvimento e paz duradoura – tudo em um pacote”, afirmou Rutte.
Fonte : ONUBR
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