Ibama apreende 430 kg de mercúrio e suspende importadora em SC, que abasteceria garimpos ilegais na Amazônia
Ibama

Agentes do Ibama apreenderam 430 quilos de mercúrio e suspenderam as atividades de uma empresa do setor químico em Joinville (SC) responsável pela importação irregular do produto. Investigação realizada pelo Instituto em três estados aponta que o mercúrio abasteceria garimpos ilegais na Amazônia.
Os responsáveis foram autuados em R$ 1,5 milhão pela venda ilegal e por prestar informações falsas. Maior importadora de mercúrio do país, a empresa comercializou 6,8 toneladas da substância nos últimos três anos.
Os agentes ambientais constataram que a importadora simulava a venda e o transporte de mercúrio para uma empresa de fachada em Várzea Grande (MT). No endereço do suposto comprador, informado ao Ibama no Cadastro Técnico Federal (CTF), funciona uma mercearia.

O uso indiscriminado de mercúrio é nocivo à saúde e causa graves problemas ambientais. Sua persistência no meio ambiente, associada à tendência de bioacumulação e à propagação atmosférica de longa distância, causa preocupação à comunidade internacional. O Brasil é um dos signatários da Convenção de Minamata, da Organização das Nações Unidas (ONU), que restringe o uso do mercúrio com o objetivo de proteger a saúde humana e o meio ambiente.
Sem o controle adequado, o metal é negociado clandestinamente para a exploração ilegal de ouro. No garimpo, o mercúrio usado para separar o ouro de outros minerais é carreado para corpos hídricos, o que resulta na contaminação de toda a cadeia alimentar.
“O comércio clandestino de mercúrio fomenta o garimpo ilegal, que resulta na destruição da Amazônia e do modo de vida dos povos da floresta”, afirma o coordenador-geral de Fiscalização Ambiental, Renê Luiz de Oliveira.
Os relatórios da operação serão encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF) para apuração no âmbito criminal.
Do Ibama, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 07/02/2018
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