sexta-feira, 28 de março de 2025

Bolsonaro comemora arquivamento de investigação sobre cartão de vacina por falta de provas .


 

Lula já disse que existe corrupção no Judiciário; relembre fala sobre STF .


 

Bomba! OEA ACEITA DENÚNCIA CONTRA! MORAES DO STF ACABA DE SOFRER DURO GOLPE DE KASSAB E BOLSONARO .


 

sábado, 15 de março de 2025

ADVOGADO DEU A MAIOR JANTADA NO MINISTRO D1TAD0R VAI AZEDA TUDO .


 

QUANDO PENSAVAM QUE IAM PRENDER JAlR, ELE TIRA CARTA DA MANGA E FAZ GRANDE ACORDO CONTRA O XANDE .


 

#4 NOVO EMBATE CONTRA MORAES ANUNCIADO PELA META FACEBOOK MILEI VAI PRENDER ESQUERDISTAS .


 

Fevereiro de 2025 marca um novo recorde no degelo marinho global .

 

O Ártico está esquentando quatro vezes mais rápido do que a média global e a Antártida três vezes mais rápido.

Artigo de José Eustáquio Diniz Alves

O mês de fevereiro de 2025 registrou mais um triste recorde, com a menor extensão de gelo marinho global, conforme mostra o gráfico abaixo.

Menor quantidade de gelo marinho significa menos proteção para as plataformas de gelo da Groenlândia e da Antártica e menor efeito Albedo (medida de refletividade de uma superfície), que acelera o aquecimento global.

Gráfico demonstrando o degelo marinho global, com destaque para 2025
Infográfico: Zack Labe https://zacklabe.com/global-sea-ice-extent-conc/

 

Nas áreas geladas do Planeta se encontram, poeticamente, vastas paisagens de neve e gelo banhadas em luz suave, com baleias jubarte e focas-leopardo cortando mares azuis, além de ursos polares conduzindo seus filhotes pelo gelo marinho. É também onde se encontra as duas camadas de gelo restantes da Terra: a camada de gelo da Groenlândia, situada abaixo do Polo Norte e a camada de gelo da Antártida, envolta ao redor do Polo Sul.

Juntas, elas desempenham um papel crucial na regulação do clima: elas estabilizam os níveis do mar (armazenando 98% da água doce da Terra), moderam as temperaturas da superfície (refletindo mais de 80% da radiação solar de volta ao espaço) e recirculam água rica em nutrientes que sustenta a vida marinha (por meio das correntes oceânicas do Atlântico).

As camadas de gelo estão derretendo diante de nossos olhos e vão continuar derretendo por muito tempo ao longo dos próximos séculos. O Ártico está esquentando quatro vezes mais rápido do que a média global e a Antártida três vezes mais rápido.

Em julho passado, a Antártida atingiu 28ºC acima dos níveis esperados. Se as camadas de gelo derreterem completamente, elas elevariam o nível global do mar em impressionantes 65 metros.

Estima-se que para cada centímetro de elevação do nível do mar, cerca de seis milhões de pessoas globalmente estão expostas a inundações costeiras — dezenas de metros, então, ameaçariam completamente a civilização humana.

Um dos conceitos reinantes na ciência do clima são os pontos de inflexão — limites críticos que se acredita existirem em todos os sistemas da Terra, incluindo a criosfera (regiões congeladas da Terra) onde as camadas de gelo se sustentam.

Diversos estudos indicam que estamos perdendo o controle do derretimento da plataforma de gelo da Antártida Ocidental, com consequências catastróficas.

O recorde de degelo marinho em fevereiro de 2025 veio confirmar as conclusões do artigo “Climate tipping points — too risky to bet against”, publicado na revista Nature (27/11/2019), que mostrou as crescentes evidências de que mudanças irreversíveis já estão ocorrendo nos sistemas ambientais da Terra gerando um “estado de emergência planetário”.

Os autores deixam claro que mais da metade dos pontos críticos do clima identificados estão agora em um ponto de não retorno.

Há evidências crescentes de que esses eventos são mais prováveis do que nunca e estão mais interconectados do que se pensava anteriormente, podendo levar a vetores de retroalimentação e a um ameaçador efeito dominó. Um dos pontos de inflexão é o degelo do Ártico, da Groenlândia e da Antártica.

A situação é crítica e requer uma resposta de emergência.

José Eustáquio Diniz Alves
Doutor em demografia, link do CV Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2003298427606382

Referências:

ALVES, JED. Recorde de degelo nos polos em julho de 2019, Ecodebate, 09/08/2019
https://www.ecodebate.com.br/2019/08/09/recorde-de-degelo-nos-polos-em-julho-de-2019-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

ALVES, JED. O degelo do Ártico e as emissões do permafrost, Ecodebate, 22/01/2020
https://www.ecodebate.com.br/2020/01/22/o-degelo-do-artico-e-as-emissoes-do-permafrost-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

ALVES, JED. O degelo da Groenlândia e a elevação do nível dos oceanos, 10/02/2025
https://www.ecodebate.com.br/2025/02/10/o-degelo-da-groenlandia-e-a-elevacao-do-nivel-dos-oceanos/

LENTON, Timothy M. Climate tipping points — too risky to bet against, Nature, 27/11/2019
https://www.nature.com/articles/d41586-019-03595-0

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

Mudanças climáticas tornam furacões no Atlântico mais intensos e frequentes .

 O satélite GOES-16 da NOAA capturou o furacão Idalia se aproximando da costa oeste da Flórida, enquanto o furacão Franklin se agitava no Oceano Atlântico, em 29 de agosto de 2023

O satélite GOES-16 da NOAA capturou o furacão Idalia se aproximando da costa oeste da Flórida, enquanto o furacão Franklin se agitava no Oceano Atlântico, em 29 de agosto de 2023.

Um estudo recente publicado pela Universidade de Reading, no Reino Unido, trouxe um alerta preocupante: os furacões no Oceano Atlântico tendem a se tornar mais intensos e frequentes nas próximas décadas, impulsionados pelas mudanças climáticas.

A pesquisa, que analisou projeções climáticas e padrões atmosféricos, sugere que o aquecimento global está alterando drasticamente a dinâmica desses fenômenos naturais, com impactos potencialmente catastróficos para regiões costeiras.

De acordo com o estudo, o aumento da temperatura dos oceanos e mudanças nos padrões de vento estão criando condições mais favoráveis para a formação e intensificação de furacões.

Os pesquisadores utilizaram modelos climáticos avançados para simular cenários futuros, e os resultados indicam que a frequência de furacões de alta intensidade (categorias 3, 4 e 5) pode aumentar significativamente até o final do século.

Um dos pontos destacados pela pesquisa é o papel do aquecimento das águas superficiais do Atlântico. Furacões dependem do calor liberado pelos oceanos para ganhar força, e, com o aumento das temperaturas, esses sistemas têm mais “combustível” para se intensificarem rapidamente.

Mudanças na circulação atmosférica podem fazer com que os furacões se desloquem mais lentamente, prolongando seu tempo de atuação sobre áreas específicas e aumentando os danos causados por ventos fortes e chuvas torrenciais.

O estudo também alerta para os impactos socioeconômicos dessas mudanças. Regiões costeiras, especialmente no Caribe e no sudeste dos Estados Unidos, já são altamente vulneráveis a tempestades tropicais.

Com furacões mais fortes e frequentes, os riscos de destruição de infraestrutura, perdas humanas e prejuízos econômicos aumentam exponencialmente. Além disso, países em desenvolvimento, com menos recursos para investir em sistemas de alerta e infraestrutura resiliente, podem ser os mais afetados.

Os pesquisadores enfatizam a urgência de ações globais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global a 1,5°C, conforme estabelecido no Acordo de Paris, são medidas essenciais para evitar os piores cenários.

No entanto, mesmo com esforços de mitigação, a adaptação às novas realidades climáticas será inevitável. Investimentos em infraestrutura resiliente, sistemas de alerta precoce e planejamento urbano sustentável são fundamentais para proteger comunidades vulneráveis.

Enquanto os líderes globais discutem políticas climáticas, os cientistas continuam a monitorar e estudar os padrões climáticos, buscando entender melhor os mecanismos por trás desses fenômenos extremos. O estudo da Universidade de Reading é mais um alerta de que o tempo para agir é agora, antes que os impactos das mudanças climáticas se tornem irreversíveis.

O estudo reforça a necessidade de uma resposta global coordenada para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Com furacões mais intensos e frequentes no horizonte, a preparação e a adaptação serão tão importantes quanto a mitigação.

O futuro do Atlântico e das comunidades que dependem dele está diretamente ligado às escolhas que fazemos hoje.

Referência:

Monerie, PA., Feng, X., Hodges, K. et al. High prediction skill of decadal tropical cyclone variability in the North Atlantic and East Pacific in the met office decadal prediction system DePreSys4. npj Clim Atmos Sci 8, 32 (2025). https://doi.org/10.1038/s41612-025-00919-y

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

Ondas de calor extremo podem acelerar o envelhecimento .

 termômetro de rua marcando 40°C

Foto: Tânia Rego/EBC

Pesquisa alerta para os impactos do estresse térmico na saúde de adultos mais velhos e sugere medidas de prevenção

Um estudo recente da USC Leonard Davis School of Gerontology, publicado em 26 de fevereiro de 2025, trouxe à tona uma preocupação crescente em um mundo cada vez mais afetado pelas mudanças climáticas: o impacto do calor extremo no envelhecimento de adultos mais velhos.

A pesquisa, conduzida por uma equipe multidisciplinar, revela que a exposição prolongada a altas temperaturas pode acelerar processos biológicos associados ao envelhecimento, exacerbando condições de saúde preexistentes e aumentando o risco de doenças crônicas.

De acordo com o estudo, o estresse térmico causado por ondas de calor frequentes e intensas pode desencadear uma série de respostas fisiológicas prejudiciais em idosos.

Entre elas, destacam-se a desidratação acelerada, a sobrecarga do sistema cardiovascular e o aumento de marcadores inflamatórios no organismo. Esses fatores, combinados, podem levar a danos celulares e ao envelhecimento precoce, afetando a qualidade de vida e a longevidade.

Os pesquisadores analisaram dados de mais de 2.000 adultos com 65 anos ou mais, coletados durante períodos de calor extremo em diversas regiões dos Estados Unidos.

Eles observaram que os participantes expostos a temperaturas elevadas por longos períodos apresentaram níveis mais altos de estresse oxidativo e telômeros mais curtos – estruturas que protegem as extremidades dos cromossomos e são consideradas biomarcadores do envelhecimento.

Telômeros encurtados estão associados a uma maior susceptibilidade a doenças como diabetes, doenças cardiovasculares e até mesmo certos tipos de câncer.

Além dos efeitos biológicos, o estudo também destacou as implicações sociais e econômicas do calor extremo para a população idosa.

Adultos mais velhos, especialmente aqueles com mobilidade reduzida ou que vivem sozinhos, são mais vulneráveis a condições climáticas adversas.

Muitos não têm acesso a sistemas de refrigeração adequados ou a redes de apoio que possam ajudá-los durante ondas de calor, o que aumenta o risco de hospitalizações e mortes.

A Dra. Emily Carter, uma das principais autoras do estudo, enfatiza a necessidade de políticas públicas que abordem essa questão de forma proativa. “À medida que o planeta enfrenta temperaturas cada vez mais altas, é crucial que governos e comunidades desenvolvam estratégias para proteger os idosos.

Isso inclui a criação de centros de resfriamento, a melhoria da infraestrutura urbana para reduzir ilhas de calor e campanhas de conscientização sobre os riscos do calor extremo”, afirma.

O estudo também sugere que os profissionais de saúde devem estar mais atentos aos sinais de estresse térmico em pacientes idosos, especialmente durante os meses de verão.

A hidratação adequada, o uso de roupas leves e a limitação de atividades ao ar livre em horários de pico de calor são algumas das recomendações práticas para minimizar os riscos.

Em um contexto de mudanças climáticas aceleradas, a pesquisa da USC Leonard Davis School of Gerontology serve como um alerta urgente. O envelhecimento da população global, combinado com o aumento da frequência e intensidade de ondas de calor, cria um cenário desafiador que exige ações imediatas e coordenadas.

Proteger os idosos dos efeitos do calor extremo não é apenas uma questão de saúde pública, mas também um imperativo ético em um mundo que enfrenta os impactos de um clima em transformação.

Síntese: O estudo reforça a importância de integrar a saúde geriátrica às discussões sobre mudanças climáticas, destacando que os idosos estão entre os grupos mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global. Enquanto cientistas continuam a investigar os mecanismos biológicos por trás desses fenômenos, a sociedade deve agir para garantir que as gerações mais velhas possam enfrentar os desafios de um futuro cada vez mais quente com segurança e dignidade.

Referência:

Eun Young Choi, Jennifer A. Ailshire, Ambient outdoor heat and accelerated epigenetic aging among older adults in the US.Sci. Adv.11,eadr0616(2025).DOI:10.1126/sciadv.adr0616

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394