segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

GEOLOGIA : CHARLES LYELL

Natureza, técnica e ciência

No mundo ocidental capitalista, a ideia de natureza é marcada pela ciência e pelo pensamento moderno. Mesmo que façamos certa simplificação, não seria demais dizer que a ciência moderna é influenciada por visões antropocêntricas, que separam o homem (cultura) da natureza (objeto) e valorizam o caráter prático e utilitário. Esses princípios que norteiam os trabalhos científicos medem, quantificam e estabelecem leis que permitem definir, explicar, prever e controlar os mais diversos fenômenos da natureza. 
Entre capitalismo, cristianismo e ciência há muitas relações. O capital se beneficia de toda uma ética religiosa a respeito do trabalho, enquanto a ciência desenvolve conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos para a produção de mercadorias. Mas é necessário cuidado com essas generalizações, é preciso dizer que religião e ciência já elaboraram, e ainda elaboram, críticas para as desigualdades geradas no capitalismo.

Milton Santos define a ação humana como o conjunto de conhecimentos e técnicas que permitem ao homem moderno exercer o controle sobre a natureza. Esse controle pode ser:

  • ativo, ou seja, com intervenção direta na natureza, como domesticação de animais e irrigação para a agricultura; 
  • passivo, em que a natureza não é ainda diretamente controlada, mas acompanhada por um sistema de previsão, como é o caso dos sistemas de previsão de tempo, de tremores de terra, de mudanças climáticas entre outros.

A ciência moderna e o controle da natureza

A ciência moderna, como já estudamos, parte do princípio de que o homem tem, na razão e no conhecimento, a capacidade de controlar e, portanto, dominar a natureza. Um dos principais colaboradores da organização e construção dos conhecimentos geológicos foi Charles Lyell (1797-1875), que, a partir da observação, elaborou teorias a respeito da origem do planeta. Um caso exemplar dessa situação é a ciência que conhecemos atualmente como geologia. O termo geologia vem do grego geo, que significa terra, e logos, que significa palavra, pensamento, ciência.

A Geologia moderna de Charles Lyell

Charles Lyell, o fundador da Geologia moderna, foi quem, ao investigar as paisagens, identificou que nelas estão presentes a dinâmica da natureza e seus diferentes ritmos. 
Até o começo do século XIX, a maioria dos cientistas acreditava que a Terra era relativamente jovem e que as rochas e as paisagens tinham sido moldadas por uma série de transformações bruscas e recentes. O geólogo inglês Charles Lyell (1797-1875) foi quem estabeleceu a teoria de que o planeta pode ser muito velho e que havia se transformado aos poucos. Lyell era fascinado por rochas, o que o levou a muitas expedições geológicas. O seu livro Princípios de Geologia, publicado em 1830, revolucionou a maneira de se pensar o mundo. Lyell tinha como base de seus trabalhos a observação e o estudo das rochas e das dinâmicas presentes até hoje, como os terremotos, os vulcões e os agentes erosivos. A partir do estudo do que ocorre hoje podemos perceber a dinâmica da formação geológica do planeta, o que vale dizer que os antigos processos de formação e transformação da crosta terrestre estão presentes até hoje.

ESTRATIGRAFIA



No contexto da Revolução Industrial inglesa, Lyell e inúmeros outros cientistas desenvolveram teorias, modelos, sistematizações para explicar e controlar a natureza. Graças às suas minuciosas observações, realizadas em inúmeras viagens, pôde organizar a síntese geral do que viria a ser os princípios da Geologia. Esses conhecimentos estão sistematizados no que chamamos atualmente de coluna geológica.

Coluna geológica

Os geólogos sempre se referem à coluna geológica [...] quando falam da história das rochas. A ideia é que, se os sedimentos tivessem permanecido totalmente inalterados, seria possível fazer um corte que revelaria a sequência completa, com a rocha mais velha embaixo e a mais nova no alto. Assim, cada camada de rocha se torna uma divisão do tempo geológico, com longas eras [...] divididas em períodos. [...] Tal sequência não existe em lugar nenhum na Terra, mas fornece uma orientação útil. Boa parte do que sabemos sobre a idade relativa das rochas vem do estudo de fósseis. Alguns sempre aparecem antes de outros na sequência - qualquer que seja o tipo da rocha - e, por isso, pode-se dizer que uma rocha é mais velha ou mais jovem que outra. Como os fósseis não fornecem as datas em anos, os geólogos valem-se atualmente dos elementos radiativos das rochas, como o urânio. Mede-se o grau de degradação desses elementos e obtém-se uma estimativa da data da rocha.
Adaptado de: Como a Terra funciona. São Paulo: Globo, 1994. p. 44.

Figura 8 - Coluna geológica. Fonte: Como a Terra funciona. São Paulo: Globo, 1994, p. 44.
Figura 8 - Coluna geológica. Fonte: Como a Terra funciona. São Paulo: Globo, 1994, p. 44.

A sistematização criada por Lyell permite o estudo das transformações nas estruturas rochosas ocorridas nas diversas eras e períodos geológicos. Esse estudo é possível com a análise de compostos minerais, de rochas e, principalmente, de fósseis. Com isso, os geólogos podem, com certa precisão, recriar os diversos ambientes que já existiram na Terra, suas características e transformações.

Fonte : Henrique Delboni e Má cia Kobayashi

ERAS GEOLÓGICAS- No Blog : Geo-Conceição






sábado, 21 de fevereiro de 2015

ATIVIDADE DE PESQUISA PARA OS SEGUNDOS.

ATIVIDADE EM DUPLA E REGISTRO NO CADERNO INDIVIDUAL.

1-  O que significa soberania de um país?
2-  Existe diferença entre "mar territorial" e Zona Econômica Exclusiva? Justifique sua resposta:
3- Um país possui total soberania na faixa chamada de Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Explique o que pode ser feito dentro dessa faixa e o que é permitido a um país realizar além da (ZEE) ?
4- Pesquise sobre os projetos abaixo relacionados, colocando os principais objetivos e área de atuação de cada um :
- Radambrasil;
- Amazônia Legal;
- Amazônia Azul;
- Calha Norte;
- Sivam;
- Sipam;
- Programa Antártico Brasileiro.

5- Completar a cruzadinha abaixo :



1- Foram criados para organizar os horários no mundo.
2- Ponto extremo do Brasil ao Sul.
3- Um dos ciclos econômicos do Brasil.
4- Uma das Capitanias Hereditárias que prosperou no Brasil.
5- Nome do tratado que dividia o Brasil entre Portugal e Espanha.
6- Nome de um país sul-americano que não faz fronteira com o  Brasil.
7- A primeira divisão territorial brasileira aconteceu no século XVI com as Capitanias Hereditárias, que representou o início da ocupação portuguesa. Que nome foi dado ao outro sistema que também distribuía terras para quem as pretendesse desde que tivesse condições de explorá-las.
8- Total de fusos horários no Brasil.
9- Sigla do Sistema de Vigilância da Amazônia.
10- Uma das regiões brasileiras segundo a divisão do IBGE.

RESPOSTA :
1- fusos-horários
2-Arroio-Chuí
3- borracha
4-São-Vicente
5- Tordesilhas
6- Chile
7- Sesmarias
8- quatro
9- Sivam
10- Nordeste

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

GUINÉ EQUATORIAL E A BEIJA - FLOR



Conheça 7 curiosidades sobre Guiné Equatorial, homenageado pela Beija-Flor

Do UOL, em São Paulo

  • Amr Abdallah Dalsh/Reuters
    Teodoro Obiang Nguema, ditador desde 1979, é o líder africano há mais tempo no poder
    Teodoro Obiang Nguema, ditador desde 1979, é o líder africano há mais tempo no poder
O Carnaval do Rio de Janeiro de 2015 teve um coadjuvante inusitado: Guiné Equatorial, que foi tema do enredo da Beija-Flor, que se sagrou nesta quarta-feira (18) campeã do desfile das escolas de samba do Grupo Especial.

menrvatemplodosaber.blogspot.com

www.luventicus.org
Segundo reportagem do jornal "O Globo", a escola teria recebido R$10 milhões do país como forma de patrocínio, o que foi negado pelo embaixador da Guiné Equatorial no Brasil, Benigno-Pedro Tang. Ele, que desfilou no último carro alegórico, disse ao jornal "O Estado de São Paulo" que "financiadores culturais" deram uma quantia à Beija-Flor. "O governo não tem nada a ver com isso", argumentou.
E o que há de especial em Guiné Equatorial, que inspirou o enredo "Um Griô Conta a História: um Olhar Sobre a África e o Despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos Sobre a Trilha de Nossa Felicidade"? O UOL listou sete curiosidades sobre o país do Leste africano de 1,6 milhão de habitantes, quatro vezes menos que a cidade do Rio de Janeiro, e 28 mil m² de extensão territorial --o equivalente ao Estado do Alagoas, a terceira menor unidade federativa do Brasil.
País tem hoje a ditadura mais antiga da África
Teodoro Obiang Nguema Mbasogo assumiu o poder em 1979, quando deu um golpe no antigo presidente –que era seu tio, Francisco Macías Nguema, acusado de assassinar opositores em massa. Obiang virou oposição, assumiu o comando à força e condenou seu tio à morte por fuzilamento. Hoje, ele é o mais antigo ditador da África entre os países reconhecidos pela ONU, apesar de Guiné Equatorial ter passado por eleições presidenciais no período –em que Obiang apareceu como único candidato ou venceu com mais de 90% dos votos, em pleitos vistos como fraudulentos por instituições internacionais. Ele é acusado de reprimir violentamente seus opositores, e Guiné Equatorial é constantemente apontado pela Freedom House, ONG americana que mede as liberdades civis e os direitos políticos dos países, como um dos piores nesses quesitos.
Maior parte da população vive na pobreza
Guiné Equatorial passou por uma virada em termos econômicos a partir da década de 1990, quando grandes reservas de petróleo foram encontradas no país –hoje, é o terceiro maior produtor da África subsaariana. O dinheiro que entrou, no entanto, não chegou à maior parte da população. Segundo a ONU, o IDH do país mede 0,556 e o coloca como 144º do mundo –é o último, na lista de 2014, entre os considerados de "médio desenvolvimento". Ainda de  acordo com as Nações Unidas, menos da metade da população tem acesso a água potável e quase 10% das crianças morrem antes dos cinco anos.
Rica, família do ditador gosta de ostentar e é fã de Michael Jackson
O dinheiro do petróleo pode não ter chegado aos bolsos da população, mas ajudou a fazer de Obiang um dos chefes de estado mais ricos do mundo – em 2006, sua fortuna chegou a US$ 600 milhões, de acordo com a revista Forbes. Os contatos com as petroleiras e os bancos americanos levou o filho do ditador, Teodorin, hoje vice-presidente do país, a Malibu (Los Angeles), onde ele teria comprado uma mansão de US$ 30 milhões, segundo o site 100Reporters. Além de ostentar em lojas de luxo como Dolce & Gabanna e Louis Vuitton, Teodorin ainda adquiriu relíquias de Michael Jackson, como a luva de cristais que o cantor usou na turnê "Bad", na década de 1980.
O Departamento de Estado americano endureceu com o ditador a partir de 2008, apontando diversas violações de direitos cometidos pelo regime de Obiang, e os negócios da família nos Estados Unidos passaram a ser investigados. Apesar de Teodorin negar que seu dinheiro tenha sido proveniente de atos corruptos realizados no país comandado por seu pai, ele fez um acordo com a Justiça americana no último mês de outubro no qual se comprometeu a vender a mansão em Malibu, as relíquias de Michael Jackson e outros bens em prol de organizações de caridade que ajudam a população do país africano. O filho do ditador também é investigado na França, onde teve uma coleção de carros confiscada, por acusações semelhantes.
AP
Mansão do clã Obiang em Malibu, na Califórnia (EUA)
Ligação com a Beija-Flor começou em 2013
De acordo com o blog Alalaô, da Folha, as ligações da Beija-Flor com Guiné Equatorial começaram no Carnaval de 2013, quando Teodorín teria contratado uma apresentação particular da escola no camarote que ocupava na Sapucaí. No mesmo ano, a Beija-Flor fez uma apresentação em homenagem aos 45 anos da independência do país. Em 2014, a escola levou uma comitiva à Guiné Equatorial para buscar patrocínio, e Teodorín teria convencido o pai a destinar uma quantia à Beija-Flor para 2015. O filho do ditador se hospedou na suíte presidencial do hotel Copacabana Palace e reservou outras seis para sua comitiva, em diárias que variam de R$ 5.600 a R$ 7.200.
Ex-colônia espanhola, país tem português como língua oficial
Colônia da Espanha até 1968, Guiné Equatorial é o único país africano que tem o espanhol como uma de suas línguas oficiais. As outras são francês e português –desde o ano passado, a nação é uma das nove integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Capital fica numa ilha
A capital de Guiné Equatorial, Malabo, não fica no território continental africano, e sim numa ilha: Bioko, a 40 km da costa de Camarões, país que fica mais perto da capital vizinha do que Guiné Equatorial. Mas essa situação vai mudar com a construção de Oyala, a futura capital do país, que fica no continente e cuja fundação está prevista para 2020.
País sediou as últimas duas Copas Africanas e tem um esportista famoso
Sem sucesso nas Copas do Mundo de futebol, torneio para qual sua seleção nunca se classificou, Guiné Equatorial foi sede das últimas duas Copas Africanas de Nações, em 2012, junto com o Gabão, e em 2015, sozinha, na competição encerrada há dez dias. Mas seu esportista mais famoso vem da natação: é Eric Moussambani, personalidade nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000. Não por seus resultados, mas por terminar uma eliminatória, sem fôlego, no estilo "cachorrinho". Ganhou o apoio da torcida australiana e o apelido de "Enguia" pela imprensa internacional.
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Beija-Flor55 fotos

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17.fev.2015 - Máscaras que simbolizam a vida e a Guiné Equatorial fazem parte da comissão de frente da Beija-Flor Leia mais Marcelo de Jesus/UOL

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

VOCÊ TAMBÉM PODE.

Ex-aluno de escola pública conta como passou em 4 faculdades de medicina

Mário Bittencourt
Do UOL, em Salvador
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  • Mário Bittencourt/UOL
    Wester Silva Vieira, 19, foi aluno de escola pública, estudou sozinho e passou em quatro faculdades públicas de medicina
    Wester Silva Vieira, 19, foi aluno de escola pública, estudou sozinho e passou em quatro faculdades públicas de medicina
Sem fazer cursinho pré-vestibular e tendo estudado a vida toda em escolas públicas, um jovem de 19 anos de Condeúba (BA) foi aprovado em quatro cursos de medicina para 2015, um de universidade federal e três de instituições estaduais.
A proeza é do estudante Wester Silva Vieira, que ainda teve de conciliar os estudos com o trabalho na Secretaria de Finanças da prefeitura de Vitória da Conquista (vizinha a Condeúba), onde é funcionário concursado desde julho de 2014.
"Estudei sozinho. Não fiz cursinhos, pois achei que o que precisava estava além daquilo, e também porque o preço estava salgado para o bolso da minha família", contou o estudante, que teve 880 pontos na prova de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e 735 nas provas objetivas.
O resultado no exame o aprovou para os cursos de medicina da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Uefs (Universidade Estadual de Feira de Santana), Uneb (Universidade Estadual da Bahia) e Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), que possui campus em Vitória da Conquista.
As aulas têm início no segundo semestre de 2015. "Espero que o curso me dê uma noção do que acontece realmente nos hospitais e me dê bagagem suficiente para poder aprender mais a cada dia", declarou.

Tática

Wester disse que já vinha realizando o Enem desde 2009, quando se mudou para Vitória da Conquista em busca de melhor educação, e foi aprovado na seleção do Ifba (Instituto Federal da Bahia).
Ao longo dos anos – conta –, ele foi recebendo ajuda de uma professora que dava dicas de formas de "fazer justamente o que os corretores pediram" na prova de redação.
"Queria ter tirado uma nota maior, mas acho que o nervosismo e a falta de ideias diante de uma prova de 90 questões me tirou o foco", comentou.
"Percebi que quanto mais tempo se passa, mais difícil fica o exame, inclusive os métodos de correção de redação ficam mais rígidos".
Nos anos anteriores, ele disse que fez apenas aulas de reforço de exatas, redação, gramática e biologia, e que em 2014 aproveitava o tempo vago no emprego para dar um reforço.
"Conciliar o trabalho com os estudos foi um pouco difícil no começo. O pessoal do setor não se importava que eu estudasse nos momentos vagos, então aproveitava isso", contou.

Descanso

Os esforços ao longo dos anos permitiram que em 2014 Wester tivesse uma rotina de estudos menos estressante, de modo que ele só se esforçou mais em gramática.
"Acredito que uma mente descansada é melhor para aprender. É melhor você dividir o seu tempo com você mesmo, do que tentar repor tudo depois que passar", ele disse, informando depois que "não abria mão de assistir os seriados que acompanho na semana".
"Principalmente perto das provas, eu assistia para poder relaxar e evitar a ansiedade", declarou o estudante, que sempre buscou fazer medicina, apesar de sua formação técnica em eletrônica.  
"Primeiro não acreditava na minha capacidade em conseguir passar em medicina, sempre achei que quem passasse eram apenas os 'crânios', e por conta de primos, eu tinha optado por engenharia. Mas ao fazer o curso técnico, percebi que não iria me adaptar às exatas, então descobri a medicina e me apaixonei", disse.

Incentivo

Ao analisar a própria trajetória educacional de aluno de escola pública, tendo passado, em Condeúba, pelas escolas municipais Eleutério Tavares e Alcides Cordeiro, chegando depois ao Ifba, em Vitória da Conquista, Wester diz que sempre teve o apoio de bons professores.
"O ensino fundamental em Condeúba foi ótimo. Na verdade, considero a educação infantil ao fundamental da cidade muito bom. Os professores do Ifba me incentivaram desde o primeiro dia de aula para estudar e fazer aquilo que gosta", relatou.
Residente numa casa que funciona como 'república', onde moram outras 22 estudantes, todos de Condeúba, Wester é crítico da saúde brasileira e vê como problema maior na formação de novos profissionais a falta de hospitais para fazer residência médica.
"Precisamos também de médicos mais humanos, para que assim esses tenham a consciência de que precisamos deles tanto nas capitais, como em regiões mais isoladas", opinou.
Fonte :UOL Vestibular

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

domingo, 8 de fevereiro de 2015

ENERGÉTICOS MISTURADOS COM ÁLCOOL.

Cardiologistas alertam para perigo da mistura de álcool com energético

Publicado em fevereiro 6, 2015 
bebida

A mistura de bebidas alcoólicas com energéticos pode acarretar perigos para os usuários e atrapalhar o carnaval de muita gente, alerta o vice-presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), Ricardo Mourilhe.
Segundo ele, os energéticos são ricos em cafeína e taurina, que são “potentes estimulantes – assim como o álcool -, e podem induzir ao aumento da pressão arterial, à arritmia”. Uma doença cardíaca pré-existente pode ser agravada, e se o usuário tem uma doença incipiente, ainda não manifestada, ela pode ser potencializada por causa do uso dessas substâncias, disse Mourilhe.
O cardiologista explicou à Agência Brasil que se o consumidor tem pressão arterial já elevada e toma estimulante misturado com álcool, a pressão sobe mais ainda, e isso pode levar a um acidente vascular cerebral (AVC).
Pessoas de qualquer idade estão sujeitas a esses perigos, mas Mourilhe explicou que, nos jovens, o risco da combinação álcool e energético é maior porque “o jovem, em geral, faz uso dessas substâncias em quantidade muito maior. Se ele tem, por exemplo, a doença não diagnosticada, não conhecida, o risco dele acaba sendo maior por esse motivo. Normalmente, a pessoa mais velha tende a se cuidar mais e se policia”. O jovem, ao contrário, mesmo que tenha algum problema, costuma relaxar mais e ignorar os perigos, apontou.
O vice-presidente da Socerj recomenda que se a pessoa resolver beber, é importante que se mantenha hidratada, porque a hidratação oral ajuda a minimizar a questão. Um dos problemas da combinação álcool e energético, segundo ele, é a rápida desidratação, o que agrava ainda mais os riscos, e isso dá mais arritmia, mais hipertensão arterial.
É preciso também que os foliões não esqueçam de se alimentar no período do carnaval. Nunca devem beber em jejum, destacou Mourilhe. “Como a mistura de energéticos com álcool leva à desidratação, se junta desidratação com jejum, o quadro se agrava mais”. Por isso, indica que é importante se alimentar durante o consumo da mistura e beber muita água em paralelo.
O ideal, porém, advertiu o cardiologista, é reduzir ao máximo a combinação de bebidas alcoólicas e energéticos, ou não consumir, e se for usar, que o faça com “extrema moderação”. Ele diz que hoje em dia os jovens costumam misturar energéticos com vodca, que é uma bebida mais barata. Isso é um agravante, disse, porque o destilado tem um percentual de álcool muito mais alto que a cerveja, por exemplo. “Então, tendo mais álcool, maior o risco”, ressalta.
De acordo com a presidenta da Socerj, Olga Ferreira de Souza, os energéticos permitem que a pessoa beba em maior quantidade. Com isso fica mais sujeita a embriaguez e a riscos de quedas, de acidentes, de dependência e até de morte, com redução de reflexos.
Pesquisa feita em 2002 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que a cafeína presente nos energéticos, quando combinada com álcool, tem impacto negativo no cérebro, podendo levar ao envelhecimento precoce e a doenças como o Mal de Parkinson e Alzheimer.
Por Alana Gandra, da Agência Brasil.
Publicado no Portal EcoDebate, 06/02/2015

SEXTA EXTINÇÃO EM MASSA DAS ESPÉCIES...

Fronteiras Planetárias 2.0, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

Publicado em fevereiro 6, 2015 



The nine planetary boundaries. Stockholm Resilience Centre – Stockholm University

[EcoDebate] A amplitude do impacto humano sobre a degradação do planeta se torna cada vez mais evidente. Caminhamos para a 6ª extinção em massa das espécies que estão sendo eliminadas a uma taxa muito superior às das grandes mudanças geológicas; há uma rápida acidificação dos oceanos, uma grande diminuição das calotas de gelo, redução das áreas de florestas, naufrágio dos deltas dos principais rios do mundo (inclusive o rio Guandu no Rio de Janeiro que praticamente já não chega ao mar), dentre outros danos.
Uma importante contribuição para a análise ambiental atual pode ser encontrada no artigo “Planetary boundaries: Guiding human development on a changing planet”, publicado na revista Science (on line 15/01/2015) pelos 18 autores Will Steffen, Katherine Richardson, Johan Rockström, Sarah Cornell, Ingo Fetzer, Elena M. Bennett, R. Biggs, Stephen Carpenter, Wim de Vries, Cynthia de Wit, Carl Folke, Dieter Gerten, Jens Heinke, Georgina Mace, Linn Persson, Veerabhadran Ramanathan, B. Reyers e Sverker Sörlin do Stockholm Resilience Centre da Universidade de Stockholm.
O artigo traça um quadro dos limites planetários e define um espaço operacional seguro para a humanidade com base nos processos biofísicos intrínsecos que regulam a estabilidade do Sistema Terra. Os autores atualizam a metodologia e o quadro das fronteiras planetárias, com foco na ciência biofísica subjacente e com base nos avanços científicos dos últimos 5 anos (a primeira versão foi publicada em 2009). Várias das fronteiras têm agora uma abordagem em dois níveis, o que reflete a importância em termos de escala e heterogeneidade do nível regional.
O primeiro estudo publicado sobre as Fronteira Planetárias (ROCKSTRÖM et al, 2009) identificava nove dimensões centrais para a manutenção de condições de vida decentes para as sociedades humanas e o meio ambiente e indicava que os limites já foram ultrapassados em 3 dimensões e estavam se agravando nas demais. O novo estudo mantém os mesmos processos como em 2009, mas dois deles passaram a ter novos nomes, para refletir melhor o que eles representam. As nove fronteiras planetárias são:
1. As mudanças climáticas
2. Mudança na integridade da biosfera (perda de biodiversidade e extinção de espécies)
3. Depleção da camada de ozônio estratosférico
4. A acidificação dos oceanos
5. Fluxos biogeoquímicos (ciclos de fósforo e nitrogênio)
6. Mudança no uso da terra (por exemplo, o desmatamento)
7. Uso global de água doce
8. Concentração de aerossóis atmosféricos (partículas microscópicas na atmosfera que afetam o clima e os organismos vivos)
9. Introdução de novas entidades (por exemplo, poluentes orgânicos, materiais radioativos, nanomateriais, e micro-plásticos).
Neste novo estudo publicado na Revista Science (janeiro de 2015), quatro das nove fronteiras planetárias foram ultrapassadas: Mudanças climáticas; Perda da integridade da biosfera; Mudança no uso da terra; Fluxos biogeoquímicos (fósforo e nitrogênio). Duas delas, a Mudança climática e a Integridade da biosfera, são o que os cientistas chamam de “limites fundamentais” e tem o potencial para conduzir o Sistema Terra a um novo estado que pode ser substancialmente e persistentemente transgredido. O agravamento destas duas fronteiras fundamentais podem levar a civilização ao colapso.
Transgredir uma fronteira aumenta o risco sobre todas as atividades humanas e poderia conduzir o Planeta a um estado muito menos hospitaleiro, prejudicando os esforços para reduzir a pobreza e levando a uma deterioração do bem-estar humano em muitas partes do mundo, incluindo os países ricos.
A ciência mostra que esses nove processos ajudam a regular e manter a estabilidade e a resiliência do sistema Terra. As interações entre a terra, os oceanos e a atmosfera oferecem as condições sob os quais as nossas sociedades dependem para sobreviver. A pesquisa baseia-se em um grande número de publicações científicas criticamente avaliadas para melhorar a metodologia das fronteiras planetárias desde sua publicação original. Ela confirma o conjunto original de limites e fornece uma análise atualizada e a quantificação de vários deles, incluindo o fósforo e ciclos de nitrogênio, a mudança do uso da terra, uso de água doce e integridade da biosfera.
Fica claro que o atual sistema econômico está nos levando para um futuro insustentável e as novas gerações terão mais dificuldade para sobreviver com qualidade de vida. A história tem mostrado que as civilizações seguem um ciclo de ascensão, mas quando ficam presas aos valores tradicionais e sem capacidade de alterar o rumo, entram em colapso. Exitem “pontos de inflexão” que não devem ser ultrapassados.
Segundo os autores, a metodologia das Fronteiras planetárias não visa ditar a forma como as sociedades humanas deva se desenvolver, mas pode ajudar a sociedade civil e os tomadores de decisão na definição de um espaço operacional seguro para a humanidade e a vida na Terra.
Referência:
Planetary Boundaries 2.0 – new and improved, Stockholm Resilience Centre, Stockholm. Janeiro 2015
http://www.stockholmresilience.org/21/research/research-news/1-15-2015-planetary-boundaries-2.0—new-and-improved.html

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

Publicado no Portal EcoDebate, 06/02/2015