quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

IMAGEM DE SATÉLITE CONFIRMAM O IMPACTO DESIGUAL DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.

Imagens de satélite confirmam o impacto desigual das mudanças climáticas

Pesquisadores da Universidade de Copenhagen têm seguido as tendências da vegetação nas áreas mais secas do planeta usando imagens de satélite das últimas décadas. Eles identificaram uma tendência preocupante: muito pouca vegetação brota da água da chuva nos países em desenvolvimento, enquanto as coisas estão indo na direção oposta nos países mais ricos. Como resultado, o futuro pode ver escassez de alimentos e um número crescente de refugiados do clima.

Faculty of Science*
University of Copenhagen

Mais de 40% dos ecossistemas da Terra são áridos, uma quantidade que deverá aumentar significativamente ao longo do século 21. Algumas dessas áreas, como as da África e da Austrália, podem ser savanas ou desertos, onde chuvas escassas sempre foram a norma. Dentro desses biomas, a vegetação e a vida selvagem se adaptaram para fazer uso de seus escassos recursos hídricos, mas também são extraordinariamente vulneráveis às mudanças climáticas.

Usando imagens extensas de satélites que monitoram a Terra todos os dias, pesquisadores do Departamento de Geociências e Gestão de Recursos Naturais da Universidade de Copenhagen estudaram a evolução da vegetação em regiões áridas. Sua conclusão é inequívoca:

“Observamos uma tendência clara de áreas áridas se desenvolvendo em sentido negativo nos países mais desfavorecidos economicamente. Aqui, é evidente que o crescimento da vegetação está cada vez mais desvinculado dos recursos hídricos disponíveis e que simplesmente há menos vegetação em relação a a quantidade de chuvas. O oposto é o caso nos países mais ricos “, explica o professor Rasmus Fensholt do Departamento de Geociências e Gestão de Recursos Naturais.

Pior na Ásia e na África, melhor na América do Sul e Austrália

Os pesquisadores analisaram 15 anos de imagens de satélite de vegetação e chuva – de 2000 a 2015. Para comparar a evolução da vegetação em regiões áridas do mundo, os pesquisadores removeram os totais de precipitação da equação. Em outras palavras, eles produziram um cálculo que dá conta do fato de que algumas regiões receberam mais chuvas nas últimas décadas, enquanto outras regiões receberam menos.

Isso fornece uma imagem mais precisa da saúde do ecossistema, à medida que as influências humanas se tornam mais fáceis de identificar: em outras palavras, se o uso de recursos é equilibrado ou se os recursos de um ecossistema foram superexplorados, com consequências potencialmente fatais – já que sistemas desequilibrados podem ser irreparáveis.

“Aqui, nossos resultados demonstram que em regiões áridas, particularmente aquelas na África e na Ásia, menos vegetação cresce para a quantidade de água da chuva que cai, enquanto mais vegetação cresce em áreas áridas da América do Sul e Austrália”, disse o autor principal Christin Abel, um pós-doutorado no Departamento de Geociências e Gestão de Recursos Naturais.

As áreas com tons roxos indicam onde o crescimento da vegetação em relação à precipitação está diminuindo, enquanto os tons verdes revelam áreas onde a vegetação cresceu mais do que o esperado. As áreas brancas representam ecossistemas onde o crescimento da vegetação está em equilíbrio com os recursos hídricos disponíveis.
As áreas com tons roxos indicam onde o crescimento da vegetação em relação à precipitação está diminuindo, enquanto os tons verdes revelam áreas onde a vegetação cresceu mais do que o esperado. As áreas brancas representam ecossistemas onde o crescimento da vegetação está em equilíbrio com os recursos hídricos disponíveis.

De acordo com os pesquisadores, pode haver várias explicações para o motivo pelo qual as mudanças climáticas e o aumento das temperaturas globais estão afetando a vegetação em regiões áridas dos países mais pobres do mundo. Entre as mais óbvias está o rápido crescimento populacional, na África por exemplo, onde há uma necessidade crescente de explorar terras que, de outra forma, seriam pouco adequadas para a agricultura. Isso produz rendimentos mais baixos e coloca uma quantidade cada vez maior de gado em pouquíssima grama em ecossistemas já frágeis.

Por outro lado, a vegetação em áreas áridas dos países mais ricos do mundo parece estar lidando melhor com as mudanças climáticas. Isso provavelmente se deve à intensificação e expansão de fazendas maiores, onde mais recursos econômicos permitem, entre outras coisas, irrigação e fertilização.

Crises alimentares e mais refugiados climáticos

Como resultado das mudanças climáticas, as tendências futuras para as áreas mais pobres do planeta só parecem estar piorando.

As previsões apontam para uma expansão das áreas áridas de hoje, onde constituirão uma parcela cada vez maior de nossos ecossistemas globais. Isso pode fazer com que mais e mais pessoas fiquem sem comida e precisem migrar.

“Uma consequência do declínio da vegetação nas áreas áridas mais pobres do mundo pode ser um aumento de refugiados do clima de vários países africanos. De acordo com o que vimos neste estudo, não há indicação de que o problema diminuirá no futuro”, afirmou. explica Rasmus Fensholt.

Por vários anos, as imagens de satélite permitiram aos pesquisadores observar que, de modo geral, na verdade, parece que as regiões áridas do mundo se tornaram mais verdes. No entanto, quando os pesquisadores observam quanta vegetação as áreas áridas dos países em desenvolvimento obtêm em relação à quantidade de chuvas, o quadro é diferente.

“Temos o prazer de ver que, há vários anos, a vegetação tem uma tendência ascendente nas regiões áridas. Mas se cavarmos apenas um pouco mais fundo e observarmos como a precipitação se traduziu em vegetação com sucesso, então parece que a mudança climática estar batendo de forma desigual, o que é preocupante “, diz Rasmus Fensholt.

 

* Tradução e edição de Henrique Cortez, EcoDebate.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/12/2020

CRISES HÍDRICAS EXIGEM SOLUÇÕES BASEADAS NA NATUREZA.

 201120 Areas Naturais Urbanas

Crises hídricas exigem soluções baseadas na Natureza, artigo de Anke Manuela Salzmann

[EcoDebate] O Paraná vive a seca mais severa dos últimos anos, submetido, desde maio, à condição de emergência hídrica. Outras regiões brasileiras estão passando por problemas semelhantes. Uma pesquisa da Agência Nacional de Águas e Saneamento revelou que em setembro as áreas de seca aumentaram em 14 dos 18 estados monitorados. Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná são os estados que sofrem há mais tempo com a estiagem, apresentando pontos de seca extrema, marcados por falta de chuva e níveis dos rios extremamente baixos. No Pantanal, bioma que está sofrendo intensamente com queimadas, o volume de chuvas de outubro de 2019 a março deste ano foi 40% inferior à média de anos anteriores, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Desde o início de outubro, o Oceano Pacífico Tropical vive condições de La Niña, ou seja, um resfriamento das águas superficiais e um enfraquecimento dos ventos alísios (constantes e úmidos), o que desfavorece a precipitação de chuvas no Sul, Centro-Oeste e parte do Norte do Brasil. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), as chances deste padrão perdurar até o final do primeiro semestre de 2021 são de 70%.

Em um contexto como este, a falta de água acaba sendo inevitável, afetando não somente a população, mas, em menor ou maior grau, todos os outros setores da economia. No Paraná, levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) aponta que até o início de outubro apenas 8% da safra de soja havia sido plantada, contra média aproximada de 22% dos anos anteriores. Em São Paulo, a falta de chuva prejudica o cultivo de café e, em Santa Catarina, a safra de milho, ficando apenas em alguns exemplos.

Com o aumento da temperatura global ocasionada pela constante alta das emissões de gases de efeito estufa, especialistas do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) preveem mudanças significativas nos regimes hidrológicos em várias regiões do país. O Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste enfrentarão redução de chuvas com períodos de seca mais longos, enquanto para Sul e Sudeste a previsão é de estiagens mais severas intercaladas por períodos muito chuvosos. Essas fortes chuvas já vêm sendo observadas, como as enchentes ocorridas no início do ano em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Além dos efeitos das mudanças climáticas, crises hídricas são igualmente potencializadas pelo desmatamento. Levantamentos do INPE indicam que os “rios voadores”, correntes de ar e água que levam umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, têm perdido força diante da devastação florestal na Amazônia. Efeito direto deste fenômeno é a redução de chuvas na região do Pantanal e o consequente agravamento das queimadas, que ainda ardem na região.

A manutenção da vegetação natural nas margens dos rios e nascentes de uma bacia hidrográfica é essencial para manter a água armazenada por mais tempo em seu interior.

Este último ponto ficou evidente na crise hídrica enfrentada atualmente pela Região Metropolitana de Curitiba. Os reservatórios de Piraquara I e II permaneceram com um volume satisfatório de água por um período muito maior em função da expressiva extensão de floresta nativa em seu redor. Além de manter o solo muito mais úmido, essas áreas também contribuem para a melhoria da qualidade hídrica, por atuarem como uma espécie de esponja, retendo possíveis partículas de solo que poderiam ser levadas aos rios durante fortes chuvas.

Em uma abordagem em que a própria natureza pode amenizar crises hídricas futuras, foi criado o movimento Viva Água. Este atua na Bacia do Rio Miringuava – manancial localizado em São José dos Pinhais (PR), que abastece 230.000 pessoas e várias empresas da Grande Curitiba.

O objetivo é contribuir para a segurança hídrica por meio de ações de conservação e recuperação de ecossistemas naturais, além do incentivo ao empreendedorismo com impactos sociais e ambientais positivos.

O movimento é um exemplo de como a articulação da sociedade tem papel relevante na solução de crises hídricas. Juntos, organizações, produtores rurais, comunidade, poder público, iniciativa privada e universidades, agem para transformar a realidade socioeconômica e ambiental e contribuir para sua adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.

* Anke Manuela Salzmann é analista de Negócios e Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/12/2020

EM PLENA PANDEMIA, PERDA DE RECURSOS COLOCA O SUS À BEIRA DO COLAPSO.

 SUS

Imagem: Wikipedia

Em plena pandemia, perda de recursos coloca o SUS à beira do colapso, artigo de Antonio Carlos Lopes

[EcoDebate] O mundo vive uma das maiores emergências sanitárias da história. No Brasil, já são mais de 5,5 milhões de casos e 150 mil mortes. Números astronômicos, perdas irreparáveis.

A situação poderia ter sido muito pior, não fosse o Sistema Único de Saúde (SUS). Há muito vilipendiado e subfinanciado, o SUS resiste bravamente como a única opção de assistência para mais da metade da população.

Durante a pandemia da Covid-19, certas falhas se tornaram ainda mais evidentes: superlotação, desatualização da tabela de procedimentos disponíveis e insuficiência de recursos.

Por outro lado, o País só conseguiu superar momentos críticos, ainda que de maneira limitada, por meio do atendimento em serviço público. O SUS, assim, evidencia ser imprescindível em especial aos mais vulneráveis socialmente.

Há no horizonte a curto prazo, porém, a ameaça de colapso. Para 2021, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) prevê redução de R$ 40 bilhões de investimentos à saúde em relação ao início de 2020. Justo quando a população, ainda profundamente abalada pelas perdas e depauperada pela crise econômica, recorre ao SUS para retomar o acompanhamento de outras doenças.

Os recursos orçados não atendem as necessidades nem do serviço prestado em situação regular – da qual estamos bem distantes. A volta dos pacientes que evitaram os centros médicos por conta da pandemia somado à chegada de outras que não conseguem mais bancar as mensalidades dos planos de saúde favorecem a instalação de grave crise.

É insustentável que o SUS receba, ainda sob ameaça da Covid-19, menos recursos do que necessitaria em períodos de normalidade. O papel da saúde pública papel é essencial no controle à pandemia, no acompanhamento e recuperação dos pacientes e na adaptação para atender com urgência um número absurdo de brasileiros.

Aqui destaco com orgulho a dedicação de médicos e demais colegas das equipes multidisciplinares. São eles que fazem o SUS de todos nós, mas ainda assim permanecem desvalorizados, com péssima remuneração e condições de trabalho adversas.

Um sistema de tamanha magnitude não se sustenta sozinho – muito menos, sem recursos. Vemos o relógio correr em contagem regressiva, sem que medidas concretas sejam envidadas para colocar o Sistema Único de Saúde no caminho adequado à garantia constitucional de prover a todos os brasileiros de assistência integral, universal e de qualidade.

Ao contrário, a perspectiva é de piora do quadro. Hoje, com o envelhecimento da população aumenta a demanda por atendimentos mais complexos. Assim, se o cobertor já era curto, a tendência é de risco… Atitudes responsáveis são urgentes.

Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/12/2020

VEGETAÇÃO SOB TODAS AS SUAS FORMAS É ESSENCIAL AO ECOSSISTEMA URBANO.

 Árvores da espécie Peltophorum dubium, conhecida popularmente como Cambuí, enfeitam a capital federalAntonio Cruz/Agência Brasil

Árvores da espécie Peltophorum dubium, conhecida popularmente como Cambuí, enfeitam a capital federalAntonio Cruz/Agência Brasil

Vegetação sob todas as suas formas é essencial ao ecossistema urbano, artigo de Valter Casarin

Vegetação no meio urbano: essencial ao ecossistema

[EcoDebate] Chegando em minha casa, vejo minha vizinha esbravejando com a árvore que fica em minha rua. Ela estava entediada com as folhas e flores que diariamente deveriam ser varridas. Sua vontade era de cortar aquela árvore, pois ela ocasionava muita sujeira em frente a sua casa. Sabendo da minha profissão (engenheiro agrônomo e florestal), pediu minha ajuda para conseguir a autorização para cortá-la.

Esse artigo é um acontecimento real e é parte dos meus argumentos para informa-la sobre os benefícios que as árvores trazem para o meio urbano. Os benefícios são muito maiores quando comparados com os problemas trazidos por elas. Precisamos saber selecionar as espécies arbóreas para as condições urbanas, principalmente com relação ao sistema radicular (evitar a destruição da calçada) e seu porte (fiação elétrica).

A vegetação sob todas as suas formas (árvores, arbustos e espécies herbáceas, árvores isoladas, em bosques ou arboretos) constituem um elemento dos ecossistemas urbanos e naturais.

De maneira geral, desconhecemos o quanto são subestimados os efeitos da presença da vegetação na cidade. A vegetação no meio urbano nos assegura o contato com as variáveis naturais do ecossistema e, em particular com um ser vivo outro que o humano. Sempre dispensamos muitos cuidados e atenção às plantas que, de mais em mais, fazem parte da nossa vida interior. Por que não fazemos da mesma forma para nossa vida exterior? O indivíduo, tendo necessidade de viver em contato com um meio menos alienante e mais sadio, deveria dar uma maior importância à vegetação presente no meio urbano.

O aumento da temperatura nas cidades em relação ao campo, a presença de corredores de vento criados pelos altos edifícios, pelas ruas ou pelos buracos no tecido urbano, a baixa taxa de umidade provocada pela insuficiente quantidade de árvores e de superfícies gramadas nos indicam a importância, e mesmo a urgência de introduzir a vegetação no meio urbano, através de plantio de árvores de rua e pela conservação e melhoramento dos espaços verdes urbanos e periurbanos existentes.

O efeito mais evidente sobre o microclima é a sombra. A árvore absorve e reflete as radiações solares de tal maneira que o indivíduo procura a sombra em dias ensolarados e de grande calor. A absorção das radiações provenientes do sol permite, igualmente as árvores, reduzir diferenças entre temperaturas diurnas e noturnas. Debaixo de uma cobertura de árvores, os dias serão menos quentes, enquanto que as noites serão menos frias.

A presença de árvores e florestas contribui na redução de poeiras, de diferentes poluentes químicos e os germes microbianos. A poeiras são de origens diversas. Elas provêm da circulação e da atividade urbana em geral por onde veiculam os produtos químicos e os micróbios patogênicos. A folhagem permite uma certa filtragem das poeiras, seguidas de sua lavagem ao solo por intermédio da água das chuvas.

O efeito da vegetação sobre o ar poluído é muito diferente; os poluentes podem ser absorvidos e transformados pela vegetação (anidrido sulfuroso, gás carbônico e ozônio) ou ser absorvido e acumulado sem transformação pelo vegetal (chumbo).

Preservando os espaços verdes é possível reduzir o volume de água das enxurradas, proteger as fontes de água e prevenir ou reduzir os danos ocasionados pelas inundações. A presença de espaços verdes permite limitar a poluição das águas de superfícies que escoam sobre os espaços pavimentados.

Os espaços abertos no meio urbano podem se degradar rapidamente quando na ausência de cobertura vegetal. Essa condição torna a superfície do solo mais sensível ao impacto das gotas da chuva e à força do vento, particularmente em solos com acentuada declividade.

A vegetação em meio urbano e periurbano, ajuda a definir e a separar os espaços exteriores. Nas zonas residenciais ou áreas verdes públicas, a vegetação assegura a característica privada de certos espaços.

Estando nossa sociedade cada vez mais preocupada com a manutenção da qualidade do meio ambiente, seria conveniente desenvolver uma rede de interpretação da natureza para os alunos escolares; os espaços arborizados nas proximidades das escolas e residências representam locais privilegiados de contato com o meio natural.

Enfim, por que os municípios e a população em geral devem estar conscientes da importância das árvores em seu cotidiano?

1. Porque elas cumprem funções essenciais e que sua presença provoca benefícios estéticos, sociais, psicológicos (melhora a qualidade de vida), econômicos (incidência sobre o valor das propriedades, atrativo turístico) e ecológicos (fauna, flora e qualidade da água), além de benefícios para a qualidade do ar e do controle do clima e da erosão.

2. Porque cada vez mais é reconhecida a importância das árvores, de sua proteção e de seu valor para as gerações presentes e futuras.

3. Porque o desenvolvimento urbano pode representar uma ameaça direta à sobrevivência de certas árvores e espaços arborizados.

4. Porque um município rico em árvores e espaços verdes tem uma característica e uma personalidade cuja população tem orgulho e os visitantes podem aproveitar.

5. Porque as árvores possuem um verdadeiro valor monetário reconhecido pelos agentes imobiliários, os arquitetos, paisagistas, os horticultores, os engenheiros agrônomos e florestais, os viveiristas e outros.

Frente a qualquer “transtorno” que as árvores urbanas possam ocasionar, como a queda de folhas e flores, deve-se ressaltar os vários benefícios que elas proporcionam para a qualidade de vida da comunidade.

As árvores são vegetais como outro qualquer e necessitam de nutrientes para os diversos processos de seu ciclo de vida. Diferentemente das árvores de jardins ou matas, as árvores plantadas nas calçadas não se beneficiam da ciclagem de nutrientes, pois as folhas e ramos que caem sobre o solo são coletados e jogados no lixo. Isso permite, ao longo do tempo, o empobrecimento do solo, e o aumento da suscetibilidade das árvores à pragas e doenças. Torna-se fundamental a adubação periódica das árvores urbanas para manter o desenvolvimento e saúde da vegetação.

A Nutrientes para a Vida (NPV) é uma iniciativa cujo objetivo é informar, através de dados científicos, os benefícios dos fertilizantes para a produção sustentável de alimentos, com objetivo de nutrir adequadamente os animais e seres humanos. Da mesma forma, a NPV tem seu compromisso com a qualidade do ambiente, a preservação das matas e florestas, mas também com arborização urbana.

Proteger as árvores é vital!

Valter Casarin, engenheiro agrônomo, é coordenador coentífico da iniciativa Nutrientes Para a Vida (NPV)

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/12/2020

COVID-19 : 83 MILHÕES DE CASOS E 1,8 MILHÃO DE MORTES.

Covid-19: 83 milhões de casos e 1,8 milhão de mortes, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

[EcoDebate]

A pandemia da covid-19 infectou cerca de 83 milhões de pessoas e provocou 1,8 milhão de vítimas fatais no mundo em 2020.

Estes são registros oficiais compilados pela Universidade Johns Hopkins. Provavelmente os números sejam ainda maiores, pois existem muitas subnotificações e muitos óbitos registrados como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). E o ritmo da pandemia não tem cedido.

O gráfico abaixo, da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que o número de pessoas infectadas globalmente estava em torno de 1 mil casos diários no final de janeiro de 2020, passou para 2 mil casos diários no final de fevereiro, pulou para 60 mil casos no final de março, alcançou 80 mil no final de abril e fechou o primeiro semestre com 180 mil casos no final de junho. Mas no segundo semestre o ritmo foi bem mais acelerado e a pandemia registrou mais de 640 mil casos diários na semana de 13 a 19 de dezembro, sendo que houve 842 mil casos no dia 20/12, segundo a OMS. Somente nos 3 primeiros dias de 2021 houve quase 2 milhões de casos.

O gráfico mostra também que o número de mortes subiu muito de janeiro a março e atingiu o pico da 1ª onda em abril de 2020, com cerca de 7 mil óbitos diários em meados de abril. Houve uma redução nos meses seguintes, mas com o início de uma 2ª onda a partir de novembro houve um novo pico com 11,5 mil mortes diárias na semana de 13 a 19 de dezembro. Somente nos 3 primeiros dias de 2021 houve mais de 30 mil mortes, equivalente aos 3 primeiros meses de 2020.

números diários de casos e mortes pela covid-19 no mundo

O gráfico abaixo, também da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostra o número de casos por semana epidemiológica ao longo do ano de 2020, com destaque para as grandes regiões. O que mais chama a atenção no gráfico é o crescimento continuado e sustentado do número de casos semanais ao longo de 2020. Na semana de 03 a 09 de fevereiro ocorreram 23 mil casos no mundo. Na semana de 13 a 19 de abril foram 540,9 mil casos. Na semana de 09 a 15 de novembro foram pouco menos de 4 milhões de casos e na semana de 16 a 22/11 o número de casos semanais ultrapassou, pela primeira vez, os 4 milhões de casos. O pico do ano de 2020 ocorreu entre 14 e 20 de dezembro com 4,6 milhões de casos (mais de 656 mil casos diários). Nas duas últimas semanas o número de casos diminuiu em função dos feriados de fim de ano. Na semana de 28/12 a 03/01/2021, dos pouco mais de 4 milhões de casos, uma percentagem de 48% ocorreu nas Américas e 38% na Europa.

números de casos da covid-19 no mundo

O gráfico seguinte, também da OMS, mostra o número de óbitos por semana epidemiológica ao longo do ano de 2020 até 03/01/2021. Na semana de 03 a 09 de fevereiro ocorrem 508 mortes no mundo e o pico foi atingido na semana de 13 a 19 de abril com 51 mil óbitos na semana (7,4 mil ao dia). Nas semanas seguintes houve oscilação, mas sempre com montantes menores do que o pico de abril. Contudo, na semana de 02 a 08 de novembro houve 53,9 mil mortes superando o pico de abril. E a aceleração não parou por ai e aumentou nas semanas seguintes até o pico que ocorreu na semana de 14 a 20 de dezembro, com 78 mil óbitos na semana (11,2 mil ao dia). Nas duas últimas semanas o número de óbitos diminuiu em função dos feriados de fim de ano. Mas o número de vítimas fatais da covid-19 se mantém em alto patamar neste 3 primeiros dias de 2021. Na semana de 28/12 a 03/01/2021 dos pouco mais de 75 mil óbitos, uma percentagem de 43% ocorreu nas Américas e outros 43% na Europa, sendo 14% para o resto do mundo.

número de óbitos da covid-19 no mundo

Globalmente, a marca de 100 milhões de pessoas infectadas e de 2 milhões de vidas perdidas deve ocorrer ainda no atual mês de janeiro de 2021. No Brasil, a marca de 8 milhões de pessoas infectadas e de 200 mil vidas perdidas deve ser atingida até o dia 08 de janeiro de 2021.

Diversos países já começaram a vacinação em massa, mas ainda vai demorar pelo menos até o meio do ano para surtir algum efeito significativo na redução dos números da pandemia. No caso do Brasil a situação é mais crítica, pois o Ministério da Saúde ainda não tem data para começar a vacinação e nem existe um plano de imunização bem elaborado e com uma logística eficiente. Os primeiros meses de 2021 vão ser críticos para a população brasileira.

José Eustáquio Diniz Alves
Colunista do EcoDebate.
Doutor em demografia, link do CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2003298427606382

Referências:

ALVES, JED. A pandemia de Coronavírus e o pandemônio na economia internacional, Ecodebate, 09/03/2020 https://www.ecodebate.com.br/2020/03/09/a-pandemia-de-coronavirus-covid-19-e-o-pandemonio-na-economia-internacional-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

ALVES, JED. A covid-19 bate todos os recordes globais em novembro, Ecodebate, 16/11/2020

https://www.ecodebate.com.br/2020/11/16/a-covid-19-bate-todos-os-recordes-globais-em-novembro/

ALVES, JED. O impacto mortal da covid-19 sobre a economia e a demografia brasileira, ANPOCS, 11/05/2020 http://anpocs.com/images/stories/boletim/boletim_CS/Boletim_n37.pdf

ALVES, JED. Passado, Presente e Futuro da Pandemia da Covid-19, Instituto Fernando Braudel, SP, 11/06/2020 https://pt.scribd.com/document/465506796/O-passado-o-presente-e-o-futuro-da-pandemia-do-novo-coronavirus

Vídeo: https://www.facebook.com/watch/live/?v=293538905150329&ref=watch_permalink

ALVES, JED. A covid-19 bate todos os recordes globais em novembro, Ecodebate, 16/11/2020

https://www.ecodebate.com.br/2020/11/16/a-covid-19-bate-todos-os-recordes-globais-em-novembro/

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 04/01/2021

FUMAÇA SANGRENTA : OS MILHÕES MORTOS PELA POLUIÇÃO DO AR.

 poluição automotiva

Fumaça sangrenta: os milhões mortos pela poluição do ar, artigo de Antonio Carlos Lopes

[EcoDebate] A Medicina do País se compõe – em ampla frente, de Norte a Sul – para a defesa da qualidade do ar e da vida. Pneumologistas, cardiologistas, clínicos médicos, ginecologistas, neurologistas, médicos de tráfego, emergencistas, nutrólogos, obstetras, pediatras, associações médicas… Todos!, por uma causa do bem.

Em coesão, em uma só voz, os médicos pleiteiam a manutenção do prazo de vigência (2023) da fase P8 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores. A contenda é para que as montadoras de veículos automotores cumpram o Padrão Internacional Euro VI, conjunto de normas para minimizar os poluentes lançados no ar que respirados pela frota veicular.

Nesse quesito, aliás, estamos nove anos atrasados em relação à Europa e 13 anos aos Estados Unidos.

Eventual adiamento por mais três anos, para 2026, como deseja a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), custará ao Brasil mais milhares de mortes relacionadas à poluição veicular, além de representar ao combalido Sistema Único de Saúde milhões de reais em tratamentos evitáveis, caso o investimento seja em políticas preventivas.

Tudo isso em momento de crise sanitária mundial, sobre a qual ninguém tem certeza de quando será controlada.

A Sociedade Brasileira de Clínica Médica, da qual sou presidente, integra esse movimento e é signatária de dossiê enviando à Presidência da República, ao Ministério da Saúde e ao Ministério do Meio Ambiente.

Muitos artistas e esportistas também estão ao nosso lado, para defender mais responsabilidade do Estado na inadiável batalha contra a contaminação do ar.

Aliás, é mister ressaltar, que a contaminação do ar é responsável por 35% das mortes por doenças respiratórias, 15% das mortes por doenças cerebrovasculares, 44% das mortes por doenças do coração, 6% das mortes por câncer de pulmão e 50% dos casos de pneumonia em crianças, segundo dados recentes da Organização Pan-Americana de Saúde.

Isso posto, vem a pergunta que não quer calar: se as montadoras seguem as regras-padrão na Europa e EUA, qual o motivo de elas tentarem prorrogar indefinidamente a adoção aqui?

A saúde do brasileiro vale tanto quanto a do europeu e a do americano, creio que concordamos.

Então, quem pensa diferente, que venha a público e o diga com todas as letras.

Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/12/2020

CONCENTRAÇÃO DE CO2 BATE RECORDE EM 2020 MESMO COM PANDEMIA.

Concentração de CO2 bate recorde em 2020 mesmo com pandemia, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

Nossa casa ainda está pegando fogo e vocês estão jogando gasolina nas chamas!”

Greta Thunberg

[EcoDebate] A concentração de CO2 na atmosfera ficou abaixo de 280 partes por milhão (ppm) durante todo o Holoceno (últimos 12 mil anos). Mas após a grande arrancada do crescimento demoeconômico global propiciado pela Revolução Industrial e Energética – que iniciou a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento das florestas em larga escala – a concentração de CO2 chegou a 300 ppm em 1920, atingiu 317 ppm em março de 1960 e pulou para 417 ppm em maio de 2020, conforme mostra a curva de Keeling do gráfico abaixo.

As emissões globais de CO2 estavam em 2 bilhões de toneladas em 1900, passaram para 6 bilhões de toneladas em 1950, chegaram a 25 bilhões de toneladas no ano 2000 e atingiram 37 bilhões de toneladas em 2019. Em consequência do efeito estufa, as temperaturas do Planeta estão subindo e acelerando as mudanças climáticas e seus efeitos danosos sobre a vida na Terra.

Como disse a ativista adolescente sueca, Greta Thunberg, a “nossa casa está pegando fogo” e a juventude foi para as ruas para protestar, mas a governança global continua perdendo tempo com palavras vazias e grande inação climática na prática.

concentração de co2 na atmosfera

Depois de tantas Conferências, Acordos e Tratados a curva de Keeling continua subindo e o ritmo do efeito estufa aumentando. Na década de 1960, o ritmo de aumento da concentração de CO2 estava abaixo de 1 ppm ao ano. Na primeira década do século XXI, a concentração de CO2 passou a aumentar a 2 ppm ao ano e na segunda década (2010-2019) passou a aumentar 2,5 ppm ao ano, conforme mostra o gráfico abaixo. Enquanto a população mundial cresce cerca de 1 bilhão de habitantes a cada 12 ou 13 anos (e o consumo cresce ainda mais rápido), o mundo caminha para uma situação inusitada e dramática de agravamento do efeito estufa.

A desaceleração industrial e a recessão mundial do primeiro semestre de 2020, devido à pandemia COVID-19, não reduziu significativamente os níveis recordes de gases de Efeito Estufa durante o ano de 2020, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Em coletiva de imprensa realizada, os meteorologistas explicaram que houve um surto de crescimento de emissões de dióxido de carbono (CO2) em 2019 e que a concentração continuou aumentando em 2020. Segundo a OMM, as quarentenas impostas pelos governos para frear a transmissão do SARS-CoV-2 ajudaram a reduzir as emissões de muitos poluentes e gases de Efeito Estufa, como o dióxido de carbono. Todavia, o impacto nas concentrações de CO2 na atmosfera (que é o acúmulo das emissões passadas e atuais) não foi significativamente percebido – na verdade houve um aumento dentro das flutuações normais do ciclo de carbono.

média anual de concentração de co2 em Mauna Loa

Normalmente, a concentração de CO2 aumenta de setembro a maio e tem uma queda entre maio e setembro de cada ano, como mostra o gráfico abaixo da NOAA. Entre outubro de 2019 e outubro de 2020 o aumento da concentração foi de 2,76 ppm, mesmo com as quarentenas e a redução das atividades econômicas globais.

variação da concentração de co2 2019-2020

O desafio da contemporalidade é reduzir as emissões de GEE e reduzir, o mais rápido possível, a concentração de CO2 na atmosfera de 417 ppm em maio de 2020 para menos de 350 ppm, o que é o nível minimamente seguro para evitar o descontrole do aquecimento global.

maior concentração de co2 da história

Não existem mais dúvidas que o aquecimento global é provocado pela emissão de gases de efeito estufa decorrentes das atividades antrópicas.

Os últimos 7 anos (2014-20) foram os mais quentes já registrados e a década 2011-20 é a mais quente desde 1880. A atmosfera do Planeta está ficando mais quente e isto tem um impacto devastador em diversos aspectos, pois vai deixar amplas áreas da Terra inapropriadas para a vida humana e não humana. Ainda não temos os dados definitivos de 2020, mas o ano passado de igualar a temperatura de 2016, sendo que novembro de 2020 bateu todos os recordes da série, conforme mostra o gráfico abaixo.

aquecimento global - aumento da temperatura desde 1880

Sob o Acordo de Paris adotado em 2015, praticamente todas as nações do mundo se comprometeram a limitar o aquecimento global a um patamar “bem abaixo” de 2º C em relação aos níveis pré-industriais e também, se possível, “buscar” esforços para limitar o aquecimento a 1,5C. Contudo, no momento, o mundo não está nem perto do caminho certo para atingir essas metas.

Segundo análise do Carbon Brief, baseado na última geração de modelos climáticos – conhecidos como “CMIP6” (consulte o explicador do Carbon Brief), que estão sendo executados na preparação para o sexto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), previsto para 2021-22, os cenários são os seguintes:

  • O mundo provavelmente excederá 1,5º C entre 2026 e 2042 em cenários onde as emissões não são reduzidas rapidamente, com uma estimativa central em 2031;

  • O limite 2º C provavelmente será excedido entre 2034 e 2052 no cenário de emissões mais altas, com um ano mediano de 2043;

  • Em um cenário de mitigação modesta – onde as emissões permanecem próximas aos níveis atuais – o limite 2º C seria excedido entre 2038 e 2072, com uma mediana em 2052.

A crise climática significa clima instável e com variações extremas. Mais furacões, mais secas, mais inundações, mais incêndios e queimadas, mais mortes relacionadas ao calor, etc. Desta forma, haverá mais doenças infecciosas à medida que os insetos se deslocarem para o norte. O Ártico poderá ficar sem gelo no verão e a passagem do Norte poderá ficar aberta a maior parte do ano, agravando a situação do ecossistema. O nível do mar aumentará alguns metros à medida que as prateleiras de gelo dos polos derretem, produzindo maiores tempestades e inundações mais intensas em áreas baixas ao redor do mundo. Milhões de pessoas serão forçadas a mudar de área ou país. A agricultura terá perda de produtividade e a insegurança alimentar deve aumentar.

Como disse Greta Thunberg, mais um ano se passou e nada de significativo foi feito para deter a emergência climática. A governança global não tem apresentado soluções efetivas e a inação só sinaliza para um futuro mais quente e uma Terra cada vez mais inóspita e inabitável.

José Eustáquio Diniz Alves
Colunista do EcoDebate.
Doutor em demografia, link do CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2003298427606382

Referências:

ALVES, JED. A vida na Terra tem duas ameaças vitais: mudanças climáticas e ecocídio, Ecodebate, 19/06/2019 https://www.ecodebate.com.br/2019/06/19/a-vida-na-terra-tem-duas-ameacas-vitais-mudancas-climaticas-e-ecocidio-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

ALVES, JED. Decrescimento demoeconômico com prosperidade e regeneração ecológica, Ecodebate, 14/08/2020 https://www.ecodebate.com.br/2020/08/14/decrescimento-demoeconomico-com-prosperidade-e-regeneracao-ecologica/

ALVES, JED. O ‘Green New Deal’: a luta contra a degradação ambiental e o aquecimento global, Ecodebate, 25/02/2019

https://www.ecodebate.com.br/2019/02/25/o-green-new-deal-a-luta-contra-a-degradacao-ambiental-e-o-aquecimento-global-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

ALVES, JED. Antropoceno é um conceito mais correto do que Capitaloceno, Ecodebate, 18/09/2020 https://www.ecodebate.com.br/2020/09/18/antropoceno-e-um-conceito-mais-correto-do-que-capitaloceno/

UNDRR. The human cost of disasters: an overview of the last 20 years (2000-2019), United Nations Office for Disaster Risk Reduction, 13/10/2020

https://www.undrr.org/publication/human-cost-disasters-overview-last-20-years-2000-2019

Jorgen Randers & Ulrich Goluke. An earth system model shows self-sustained melting of permafrost even if all man-made GHG emissions stop in 2020, Scientific Reports volume 10, Article number: 18456, 12/11/2020 https://www.nature.com/articles/s41598-020-75481-z

TEMPERATURE 4 December 2020 18:06

Analysis: When might the world exceed 1.5C and 2C of global warming?, Carbon Brief, 04/12/20

https://www.carbonbrief.org/analysis-when-might-the-world-exceed-1-5c-and-2c-of-global-warming#:~:text=Our%20analysis%20shows%20that%3A,a%20median%20year%20of%202043

Série Taliba de Meio Ambiente | EP 02 | Luiz Marques, José Eustáquio Alves e Cristina Serra

https://www.youtube.com/watch?v=QQHTDs2tBCQ

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 06/01/2021