quinta-feira, 31 de outubro de 2019

O SISTEMA SOLAR

As galáxias

Galáxia é um termo que se origina da palavra gala, que significa "leite", em grego.   Via Láctea é o nome da nossa galáxia.

As galáxias são compostas por nuvens de gás e poeira, um grande número de estrelas,planetas, cometas e asteroides e diversos corpos celestes unidos pela ação da força gravitacional.














                O SISTEMA SOLAR


O sistema solar é um conjunto de planetas, asteroides e cometas que giram ao redor do sol. Cada um se mantém em sua respectiva órbita .

Os corpos mais importantes do sistema solar são os oito planetas que giram ao redor do sol, descrevendo órbitas elípticas, isto é, órbitas semelhantes a circunferências ligeiramente excêntricas.




Os planetas que compõem o sistema solar

O Sol não está exatamente no centro dessas órbitas, como pode-se ver na figura abaixo, razão pela qual os planetas podem encontrar-se, às vezes, mais próximos ou mais distantes do astro.



Órbitas elípticas dos planetas do Sistema Solar


SISTEMA GEOCÊNTRICO: Cláudio Ptolomeu

SISTEMA HELIOCÊNTRICO : Nicolau Copérnico


Origem do Sistema Solar


O Sol e o Sistema Solar tiveram origem há 4,5 bilhões de anos a partir de uma nuvem de gás e poeira que girava ao redor de si mesma. Sob a ação de seu próprio peso, essa nuvem se achatou, transformando-se num disco, em cujo centro formou-se o Sol. 

Os componentes do Sistema Solar


O Sol

O Sol é a fonte de energia que domina o sistema solar. Sua força gravitacional mantém os planetas em órbita e sua luz e calor tornam possível a vida na Terra. A Terra dista, em média, aproximadamente 150 milhões de quilômetros do Sol, distância percorrida pela luz em 8 minutos. 


Composição do Sol

O Sol é uma enorme esfera de gás incandescente composta essencialmente de hidrogênio e hélio, com um diâmetro de 1,4 milhões de quilômetros.




































COMETA

É uma grande bola de gelo – formada pela junção de vários gases – que vaga pelo espaço. O cometa é uma espécie de “sobra” do processo de formação dos grandes planetas gasosos do sistema solar, como Júpiter e Saturno.



























Cometa Halley


ASTEROIDE

Enquanto o cometa é uma bola de gases congelados, o asteroide é uma grande pedra espacial. Também é uma “sobra” do sistema solar, mas uma sobra do processo de formação dos planetas rochosos, como Terra e Marte. 












































Cinturão de Asteroide entre as órbitas de Marte e Júpiter.

METEOROIDES, METEOROS E METEORITOS



São fragmentos de rochas que se formam a partir de cometas e asteroides. O efeito luminoso é produzido quando fragmentos de corpos celestes incendeiam-se em contato com a atmosfera terrestre devido ao atrito. Esses rastros de luz são denominados meteoros e popularmente são conhecidos como estrelas cadentes, mas não são estrelas.



























Quando caem sobre a Terra, atraídos pela força gravitacional, são chamados de meteoritos. Na maioria das vezes, eles são fragmentos de rochas ou de ferro. Os meteoritos tem forma variada e irregular, e o tamanho pode variar de microfragmentos a pedaços de rochas de alguns metros de diâmetro.





O maior meteorito brasileiro (pesando mais de 5000 quilos), o Bendegó, foi encontrado no interior da Bahia em 1784 e encontra-se em exposição no Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Meteorito Bendegó







https://www.smartkids.com.br/jogos-educativos/jogo-da-memoria-sistema-solar


https://www.smartkids.com.br/jogos-educativos/jogo-trivia-sistema-solar

Fontes:

          https://www.sobiologia.com.br/

           MUNDO EDUCAÇÃO

           UOL EDUCAÇÃO
           http://astro.if.ufrgs.br/p1/p1.htm


domingo, 27 de outubro de 2019

O atlas das guerras. "Os ricos estão cada vez mais ricos, mas o planeta morre"



Foi apresentada a nova "geografia" das tensões sociais e dos conflitos no planeta, em colaboração com a Intersos, a maior ONG italiana dedicada a emergências humanitárias.
A reportagem é publicada por La Repubblica, 23-10-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Nasce uma nova inédita colaboração entre a maior das ONGs italianas, a INTERSOS(a única italiana a tratar de maneira especializada e exclusiva de emergências) e a equipe editorial do Atlante dei Conflitti e delle Guerre nel Mondo [Atlas de Conflitos e Guerras no Mundo], que agora completa dez anos de vida. Uma sinergia importante para ambas as realidades, que se torna efetiva imediatamente e que se concretizará nas próximas semanas, em um enriquecimento de notícias no site e na próxima edição (a nona) do Atlas impresso, já em preparação.
Vamos marcar esta data: 10 de maio de 2019. É a abertura do preâmbulo do relatório escrito por Raffaele Crocco, diretor do Atlas das guerras e conflitos: "A partir daquele dia – podemos ler - a União Europeia está oficialmente em dívida com o planeta. Significa que a partir de 10 de maio, começou a consumir os recursos de 2020. A Itália não fica atrás: nosso Overshoot Day [Dia de Superação], o dia em que a biocapacidade do planeta pode ser considerada esgotada, foi 15 de maio, apenas cinco dias depois.
Para o resto do mundo - continua Crocco - a data fatal, a da dívida, chegou ao final de julho. Em 2018, tinha sido 1º. de agosto. Nós, europeus, que somos apenas 7% da população global, somos verdadeiros ricaços e gastamos os recursos de outras pessoas sem preocupação. Para manter nosso estilo de vida atual, precisaríamos de 2,8 Terras a cada ano. Pensem nisso: os índios, que são mais do que o dobro em relação a nós, usam apenas 0,70%".

Na origem a falta de direitos e desigualdades

Problema sério, este - lemos no prefácio - um dos muitos que estão na base das guerras. O clima que muda tem sido o verdadeiro ‘tema forte’ dos últimos tempos. Foi para alguns, para dizer a verdade, ou seja, para aqueles milhões de garotos que, em 2018, saíram às ruas para contar aos adultos: temos que mudar. Por enquanto, nada aconteceu. Assim, continuamos a ler o Planeta através de dois indicadores, dois sinais de aviso: as migrações e as guerras. Eles sempre se movem em paralelo, ou seja, pelas mesmas causas. Falta de direitos, distribuição injusta de riqueza, desperdício de recursos, devastação ambiental são os elementos que levam, inexoravelmente, a guerras - 30 são as que contamos este ano, com 18 situações de crise – ou à fuga de seres humanos .

Aqueles 258 milhões de seres humanos

Estas pessoas, aquelas em fuga ou em busca de um destino melhor, são cerca de 258 milhões - lembra ainda Crocco em seu prefácio – e quem o afirma é uma pesquisa das Nações Unidas, que também explica que as pessoas que deixaram seus países de nascimento e agora vivem em outros lugares aumentaram 49% em relação a 2000. Naquela época, eram "apenas" 173 milhões de migrantes planetários. A pesquisa mostra que mais de 60% de todos os migrantes vivem:
- na Ásia 80 milhões
- Europa 78 milhões
- América do Norte 58 milhões
- África 25 milhões
Itália está em 11º lugar. Dois terços desses emigrantes são distribuídos em apenas vinte países: 50 milhões estão nos EUA, depois na Arábia SauditaAlemanha e Rússia, todos países que hospedam mais ou menos doze milhões. A Grã-Bretanha segue com 9 milhões. A Itália está na décima primeira posição - atrás inclusive dos Emirados Árabes UnidosFrançaCanadáEspanha - com 5,9 milhões de pessoas que vivem permanentemente no território nacional.

Fala-se sempre dos migrantes como "efeito"

Estes são os números do fenômeno migratório em 2019 – conforme é descrito ainda no prefácio - é interessante, no entanto, perceber que, como para as guerras, falamos dos migrantes quase sempre como 'efeito'. Perguntamo-nos: quantos são? Onde estão? Que problemas encontram ou provocam? Quase nunca falamos sobre migrações procurando as causas, investigando os motivos que levam um ser humano a deixar casa, afetos, história, para tentar viver em outro lugar. E, no entanto - continua Crocco – estão ali bem visíveis e são, repito, os mesmos que desencadeiam as guerras. Por exemplo: a má distribuição da riqueza. De acordo com a pesquisa mais recente da Oxfam1% da população mundial controla uma riqueza agregada, total, igual a 47,2% da riqueza mundial.
pobreza absoluta está em ascensão novamente. Ao mesmo tempo, o prefácio diz: "50% da população mundial - ou seja, 3 bilhões e 800 milhões de indivíduos - todos juntos possuem 0,4% da riqueza do planeta. Em 2018, riqueza nas mãos dos 1.900 seres humanos mais ricos cresceu - no total - mais de 900 bilhões de dólares, ou seja, 12% ou 2,5 bilhões de dólares por dia. No mesmo período, a riqueza total da metade mais pobre do planeta caiu 11%. é que nos últimos três anos a pobreza absoluta começou a aumentar novamente. Neste momento, 3,4 bilhões de pessoas vivem com menos de 5,5 dólares por dia, quase 2,5 bilhões estão abaixo do limiar da pobreza extrema, ou seja, não atingem 1, 9 dólar por dia.

Consequências devastadoras

Estima-se que todos os dias, no mundo, 10 mil pessoas morram, porque não conseguem acesso a cuidados médicos adequados devido à sua pobreza – ainda consta no prefácio - na Índia, uma mulher de alto nível social vive em média 15 anos a mais do que uma pobre. Em 137 países com uma economia instável, uma criança pobre tem duas vezes mais probabilidades de morrer antes dos cinco anos do que uma criança rica da mesma idade.

Quem tem menos, paga mais: a distribuição injusta dos impostos

Para aumentar as causas da desigualdade, há um fenômeno bizarro, mas extremamente conhecido - escreve Crocco - é a distribuição desigual dos impostos. Pode ser traduzida com um simples: 'quem tem menos, paga mais’. A tendência está presente há anos: é a erosão gradual da progressividade dos sistemas tributários e do deslocamento decidido da carga fiscal da tributação da riqueza e das rendas das empresas para aquela das renda do trabalho e dos consumo. Por exemplo: no mundo todo, em 2015 apenas 4 centavos de dólar por cada dólar arrecadado pelas autoridades fiscais estavam vinculados a impostos sobre patrimônio. Repito: 4 centavos por dólar. O restante vinha de taxas e impostos sobre rendas de trabalho ou do mercado.

Uma espécie de beco sem saída

Nos países ricos – afirma-se ainda no relatório - a alíquota de imposto para as rendas mais altas caiu de 62% em 1970 para 38% hoje. A alíquota de imposto de 90 empresas multinacionais caiu de 34% para 24 % nos últimos 18 anos. E a economia tributária não levou a um maior investimento, não gerou empregos. Uma espécie de beco sem saída, pelo menos para metade da humanidade. Pensem bem: se para o 1% da população mais rica fossem aumentados hoje os impostos em 0,5%, em apenas um ano resolveríamos na raiz os problemas de 2 bilhões e 400 milhões de seres humanos mais pobres. E os resolveríamos para sempre. Em vez disso - novamente aponta o relatório- 830 milhões de indivíduos correm o risco de morrer de fome. Quase 2 bilhões de pessoas têm problemas com a água, com o poço mais próximo a pelo menos meia hora de distância. 260 milhões de crianças não têm nenhuma possibilidade de ir à escola.

São razões para ter guerras? Sim, são

Sem dúvida, as coisas estão assim - Raffaele Crocco escreve no preâmbulo do relatório do Atlas das guerras – e demonstra a coincidência geográfica entre países em dificuldade, pobres e sem direitos e lugares onde há guerras e migrações. As outras razões, os outros motivos, estão nas muitas coisas que não estão bem. Em muitos países africanos, LibériaEtiópiaSomália, para citar alguns, não se chega a ter um médico para cada mil habitantes. Nesses mesmos países, onde as pessoas morrem com facilidade, o população porém continua a crescer, em média a 3% ao ano.

As "cidades-monstros" de 60 milhões de habitantes

Até 2020 – consta no prefácio - os africanos serão 2 bilhões e meio, com idade média em torno de 20 anos. Serão jovens, muitos, em um continente que luta para criar boas condições de vida. O que eles farão? Continuarão a emigrar para as cidades, criando, em primeiro lugar, megalópoles de 60-90 milhões de habitantes, com problemas de alimento, água, assistência. Outros, deixarão suas terras e buscarão a sorte em outro lugar. O que os expulsará do campo será a desertificação: poluição, seca, desmatamentos são as principais causas. Nos últimos 45 anos, uma área de 1,2 bilhões de hectares, ou seja, 11% da superfície vegetal da Terra, não é mais utilizável para a agricultura.

Os milhões de hectares de terra que é impossível cultivar

Estima-se - diz o relatório - que todos os anos entre 5 e 12 milhões de hectares sejam perdidos. Uma superfície imensa. A mais afetada, como sempre, é a África, onde cerca de 65% das terras agrícolas são degradadas. Depois, América Latina (51%), Ásia(38%) e América do Norte (34%). Onde não chega o novo deserto, chega a grilagem de terras, o Land Grabbing - ver o artigo de Mondo Solidade. Segundo as estimativas oficiais são 88 milhões de hectares de terras cedidas em uso para governos ou multinacionais, equivalentes a 8 vezes os superfície de Portugal. Milhões de pessoas são expulsas dessas terras pela especulação financeira ou pelo controle do mercado. Não podem mais cultivar suas terras, substituídos pela força por outros trabalhadores.

Nessas condições, o planeta olha para o futuro

Porém, sabendo - escreve Raffael e Crocco - que se tem potencialmente nas mãos os instrumentos e as ideias para resolver problemas, criar justiça, enfrentar os conflitos antes que eles se tornem guerras. É apenas uma questão de entender o que devemos fazer e começar, como cidadãos deste planeta, a avançar para construir um mundo que possa nos hospedar, bem, a todos. Fazer isso não só é o correto. É conveniente, porque todos seríamos mais ricos. É inteligente, porque viveríamos melhor. É possível, porque sabemos quais são os fatores de conflito. Os garotos nas ruas em 2018, seguindo os passos de Greta Thunberg, nos explicaram. Vamos tentar ouvi-los.
Fonte : Instituto Humanitas Unisinos.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

26% DAS ADOLESCENTES BRASILEIRAS CASAM-SE ANTES DOS 18 ANOS.

Relatório do Unicef revela que 26% das adolescentes brasileiras casam-se antes dos 18 anos


Um relatório produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que 26% das adolescentes brasileiras se casaram ou foram morar com seus parceiros antes de completar 18 anos de idade. O número é próximo da média na América Latina, de 25% de casamentos infantis e uniões precoces. O relatório Perfil do Casamento Infantil e Uniões Precoces foi publicado nesta semana.
A média da região é a mesma nos últimos 25 anos. E caso ela se mantenha, a América Latina terá, em 2030, a segunda maior taxa de casamentos infantis do mundo, atrás apenas da África Subsaariana, região composta por países como Ruanda, Burundi, República Centro-Africana e República Democrática do Congo.
O Brasil tem o maior número de casos de casamento infantil da América Latina e o quarto no mundo

Mais de 80% das jovens que se casam antes dos 18 anos deram à luz antes de completar 20 anos
Mais de 80% das jovens que se casam antes dos 18 anos deram à luz antes de completar 20 anos – Foto: Agência Brasil/Marcello Casal Jr.

O relatório alerta que a prática compromete o desenvolvimento dessas jovens nos anos seguintes. “As uniões precoces ou o casamento infantil tornam mais difícil para as meninas terem um projeto de vida”, disse o diretor regional do Unicef para a América Latina e o Caribe, Bernt Aasen. Segundo o estudo, essas jovens têm maior probabilidade de viver em áreas pobres, rurais e com menos acesso à educação.
O documento mostra a relação entre a união precoce e a gravidez na adolescência. Mais de 80% delas deram à luz antes do aniversário de 20 anos. Para Shelly Abdool, assessora regional de gênero do escritório do Unicef para América Latina e Caribe, o futuro dessas meninas é colocado em risco, alavancado pelo “forte impacto sobre a maternidade precoce, os altos riscos de violência por parte dos parceiros e as consequências de abandonar a escola”.
Para a Organização das Nações Unidas (ONU), é necessária criação de programas para apoiar a autonomia dessas adolescentes, além da formulação de políticas que impeçam o casamento infantil e as uniões precoces.

Da Agência Brasil, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/10/2019

ÍNDICE GLOBAL DA FOME, CRESCIMENTO POPULACIONAL E DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS.

Índice Global da Fome, crescimento populacional e desperdício de alimentos, artigo de José Eustáquio Diniz Alves


[EcoDebate] O Dia Mundial da Alimentação acontece em 16 de outubro de cada ano e é uma oportunidade para se avaliar os dados sobre o estado da segurança alimentar das pessoas e para a busca de soluções para superar o flagelo da fome e da desnutrição.
Os Institutos Welthungerhilfe e Concern Worldwide divulgaram neste mês de outubro o Índice Global da Fome (IGF), 2019. Conforme indicado no mapa abaixo, o índice, que é calculado principalmente para os países em desenvolvimento, varia em uma escala de 0 a 100 pontos e classifica a situação da fome em 5 categorias: baixa, para 46 países (menos de 9,9 pontos), moderada, para 23 países (de 10 a 19,9), séria, para 43 países (20 a 34,9), alarmante, para 4 países (de 35 a 49,9) e extremamente alarmante, 1 país (acima de 50 pontos).

índice global da fome - 2019

Nota-se que o Índice Global da Fome (IGF) é maior na África ao sul do Saara e no sul da Ásia. Observa-se também que os países de maior IGF são aqueles que possuem maior Taxa de Fecundidade Total (TFT) no quinquênio 2010-15. A República Centro-Africana (IGF = 53,6 e TFT = 5,1 filhos por mulher) possui uma situação extremamente alarmante, sendo o país em situação mais grave no mapa. Quatro países possuem situação alimentar alarmante, são eles: Zâmbia (IGF = 38,1 e TFT = 5,2 filhos), Madagascar (IGF = 41,5 e TFT = 4,4 filhos), Chade (IGF = 44,2 e TFT = 6,3 filhos) e Iêmen (IGF = 45,9 e TFT 4,4 filhos).
Na América Latina e Caribe (ALC) a situação da fome é alarmante no Haiti (IGF = 34,7 e TFT = 3,2 filhos) e na Guatemala (IGF = 20,6 e TFT = 3,2 filhos). Os países da América do Sul que apresentam situação moderada são Bolívia, Equador, Guiana, Suriname e Venezuela e, na América Central: Honduras e Nicarágua.
A fome tem maior prevalência naqueles países que são pobres, apresentam baixos indicadores de desenvolvimento humano (IDH), alta fecundidade, baixa segurança pública e instabilidade política. Os dados do gráfico abaixo mostram que existe uma alta correlação entre o Índice Global da Fome (IGF) e a Taxa de Fecundidade Total (TFT). De fato, as principais vítimas da fome são as crianças. Os países que possuem IGP elevado, em geral, apresentam alta demanda insatisfeita por serviços de saúde reprodutiva. Estes dois fenômenos ocorrem concomitantemente devido à falta de direitos humanos básicos para a população, como educação, habitação adequada, saneamento básico, saúde, saúde reprodutiva, etc. Sem uma boa governança e sem os direitos de cidadania a população não tem autonomia para definir os rumos de suas vidas e garantir a autodeterminação reprodutiva.

índice global da fome e taxa de fecundidade total

A transição da fecundidade e o avanço das forças produtivas tem possibilitado a redução da fome no longo prazo. A tabela abaixo mostra que o IGF diminuiu no mundo e nas diversas regiões ao longo do século XX. Nota-se que o IGF no mundo era de 29 pontos em 2000, caiu para 26,9 pontos em 2005, para 23 pontos em 2010 e para 20 pontos em 2019. No sul da Ásia o IGF era de 38,4 pontos em 2000 e caiu para 29,3 pontos em 2019. Na África Subsaariana era de 43,5 pontos em 2000 e caiu para 28,4 pontos em 2019. Nas demais regiões a situação da fome é baixa ou moderada.

índice global da fome

Contudo, esta situação de redução do Índice Global da Fome (IGF) foi interrompido nos últimos 4 anos. O número de pessoas famintas que estava em torno de 1 bilhão no início do século, caiu para 785 milhões em 2015, mas depois subiu para 822 milhões em 2018. Depois de décadas de progresso na redução da fome global, as mudanças climáticas e os conflitos estão minando os avanços da segurança alimentar nas regiões mais vulneráveis ??do Planeta. No ritmo atual, a meta da Fome Zero dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) não será alcançada em 2030.
O relatório da FAO “The State of Food and Agriculture 2019. Moving forward on food loss and waste reduction” (Roma, 2019) mostra que a situação da fome e da subnutrição é agravado pelas perdas de alimentos e o desperdício. No âmbito mundial, entre um quarto e um terço dos alimentos produzidos anualmente para o consumo humano não é aproveitado. Isso equivale a cerca de 1,300 bilhões toneladas de alimentos, o que inclui 30% dos cereais, entre 40 e 50% das raízes, frutas, hortaliças e sementes oleaginosas, 20% da carne e produtos lácteos e 35% dos peixes. A FAO calcula que esses alimentos seriam suficientes para alimentar dois bilhões de pessoas.
As perdas se referem à diminuição da massa disponível de alimentos para o consumo humano nas fases de produção, pós-colheita, armazenamento e transporte. O desperdício de alimentos está relacionado com as perdas derivadas da decisão de descartar alimentos que ainda têm valor e se associa, principalmente, ao comportamento dos maiores e menores vendedores, serviços de venda de comida e consumidores.
O desperdício é um dos grandes desafios pendentes para alcançar a plenitude da segurança alimentar. As perdas e desperdícios têm grande impacto na sustentabilidade dos sistemas alimentares, reduzem a disponibilidade local e mundial de alimentos, geram menores recursos para os produtores e aumentam os preços para os consumidores. Além disso, tem um efeito negativo sobre o meio ambiente devido à utilização não sustentável dos recursos naturais. Por tudo isso, a FAO considera que enfrentar essa problema é fundamental para se avançar na luta contra a fome, devendo se converter em uma prioridade para os governos do mundo.
A figura baixo tirada do relatório da FAO 2019 mostra que as maiores perdas de alimentos ocorrem na Ásia Central e do Sul, e as menores perdas na Austrália e Nova Zelândia. O percentual de perdas na ALC está acima de 10%.

relatório da FAO 2019 mostra que as maiores perdas de alimentos ocorrem na Ásia Central e do Sul, e as menores perdas na Austrália e Nova Zelândia. O percentual de perdas na ALC está acima de 10%

O relatório “Climate Change and Land”, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, publicado dia 08 de agosto de 2019, também mostrou que existe um efeito perverso de retroalimentação entre a produção de alimentos e o aquecimento global. A crescente produção de comida agrava as mudanças climáticas e estas ameaçam a produção de alimentos.
O relatório mostrou, de forma transparente, que o crescimento da população mundial e o aumento do consumo per capita de alimentos (ração, fibra, madeira e energia) têm causado taxas sem precedentes de uso de terra e água doce, com a agricultura atualmente respondendo por cerca de 70% do uso global de água doce. O aumento da produção e consumo de alimentos contribuíram para o aumento das emissões líquidas de gases de efeito estufa (GEE), perda de ecossistemas naturais e diminuição da biodiversidade.
Em síntese, o avanço científico e tecnológico aliado ao uso generalizado dos combustíveis fósseis possibilitou a redução da fome no mundo, que atingiu o nível mais baixo da história em 2015. Porém, a insegurança alimentar e a desnutrição global aumentou nos últimos 4 anos e pode aumentar muito no futuro próximo.
A biocapacidade da terra está diminuindo e os meios naturais para o sustento da humanidade estão definhando. O futuro pode trazer notícias desagradáveis em relação à segurança alimentar, especialmente para os países que apresentam acelerado crescimento populacional e taxas de fecundidade acima do nível de reposição.

José Eustáquio Diniz Alves
Colunista do EcoDebate.
Doutor em demografia, link do CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2003298427606382

Referências
FAO. The State of Food and Agriculture 2019. Moving forward on food loss and waste reduction. Rome, 2019. http://www.fao.org/3/ca6030en/ca6030en.pdf
IPCC. Climate Change and Land. An IPCC Special Report on climate change, desertification, land
degradation, sustainable land management, food security, and greenhouse gas fluxes in terrestrial ecosystems, 08/08/2019
https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2019/08/4.-SPM_Approved_Microsite_FINAL.pdf
Welthungerhilfe e Concern Worldwide. 2019 Global Hunger Index: The challenge of hunger and climate change, Dublin/Bonn, October 2019
https://admin.concern.net/sites/default/files/documents/2019-10/2019%20Global%20Hunger%20Index.pdf

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 17/10/2019

AVC : É FUNDAMENTAL RECONHECER OS SINTOMAS PARA REDUZIR O RISCO DE SEQUELAS.

AVC: é fundamental reconhecer os sintomas para reduzir o risco de sequelas


cérebro

Especialista aponta alguns sinais de alerta e explica quais os tipos de derrames cerebrais

Por Letiele R. Paycorich
Atualmente, uma das principais causas de mortalidade e sequelas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, é o acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente por derrame cerebral. Estima-se que cerca de 100 mil pessoas por ano venham a óbito por conta da doença.
O AVC não apresenta sinais antes de acontecer e pode ser súbito, por isto é fundamental estar atento aos sintomas para evitar o risco de sequelas.
Segundo a neurocirurgiã, Danielle de Lara, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC), a doença pode ser evitada adotando um bom estilo de vida e uma alimentação balanceada.
De acordo com a especialista, o AVC ocorre a partir da alteração do fluxo de sangue ao cérebro e, entre os principais fatores de risco, estão a hipertensão arterial descontrolada, diabetes, sedentarismo, obesidade e colesterol alto.
Há dois tipos de derrames cerebrais que ocorrem com mais frequência, são eles:
Acidente Vascular Isquêmico – Ocorre quando há interrupção do sangue que chega ao cérebro, provocada pela obstrução dos vasos sanguíneos.
Acidente Vascular Hemorrágico – ocorre quando há a ruptura de uma artéria ou veia no cérebro, causando hemorragia dentro do tecido cerebral.
“Vale lembrar que o derrame cerebral é súbito, porém na maioria dos casos é possível identificar alguns sinais de alerta, como, dificuldades de fala, fraqueza em um dos lados do corpo, perda de equilíbrio e dor de cabeça súbita, que indicarão a necessidade de procurar por ajuda médica”, alerta a especialista.
Pessoas de todas as idades podem sofrer um AVC, porém, o risco aumenta para os idosos. De acordo com o Ministério da Saúde, o aparecimento da doença em pessoas mais jovens está mais associado a alterações genéticas, e mais recentemente, ao aumento da obesidade nesse perfil de pessoas.
Caso algum sintoma seja identificado, a neurocirurgiã destaca que é primordial procurar imediatamente um serviço médico especializado, pois o atendimento rápido é fundamental para a sobrevivência e recuperação do paciente.
Por meio de exames específicos, é possível identificar a área do cérebro afetada, o tipo de derrame cerebral e, em alguns casos, utilizar de medicamentos ou até mesmo cirurgia de emergência para desobstruir o vaso sanguíneo prejudicado. “Na maioria dos casos, os pacientes sobrevivem, mas têm que lidar com as sequelas da doença – que comprometem a qualidade de vida e a capacidade de viver de forma independente. A paralisia completa de um lado do corpo, ou a fraqueza, são as sequelas mais comuns”, finaliza.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 17/10/2019

USO EXAGERADO DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS OCASIONAM "FALSA"MIOPIA.

Uso exagerado de dispositivos eletrônicos ocasionam ‘falsa’ miopia


celular
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Por Camila Cortez
Cerca de 70% da população brasileira usa a internet. E não é só este número que vem crescendo a cada ano, o tempo de permanência também. Com nove horas e 14 minutos diários de acesso, o Brasil fica atrás apenas de Tailândia e Filipinas na estatística, segundo dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Todavia, o uso exagerado de dispositivos eletrônicos como celulares, computadores e tablets têm provocado contrações em excesso nos músculos dos olhos, ocasionando miopia acomodativa ou “falsa miopia”, como também é conhecida.
O principal sintoma da falsa miopia é a visão embaçada para longe após horas forçando a vista com imagens próximas. “Isso ocorre porque um músculo dentro do olho, chamado ciliar, se contrai para focalizar imagens próximas, esforçando-se para encontrar o foco. Com o esforço constante, ele entra em fadiga e para conseguir focalizar as imagens de longe, este músculo precisa estar relaxado”, explica o oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio.
Pessoas que têm hipermetropia são mais suscetíveis a ter a falsa miopia porque esta disfunção por si só já é um tipo de dificuldade de enxergar de perto, pois o olho é um pouco menor do que o normal, o que provoca uma focalização errada da imagem que se forma após a retina. Dessa forma, para focar imagens de perto, o hipermétrope acaba fazendo um esforço exagerado e pode sofrer espasmos nessas musculaturas. “Os músculos se contraem e a visão permanece focada para perto, porém embaçada para longe, dando a falsa impressão de miopia”, comenta o oftalmologista.
Em adultos, esse esforço repetitivo não necessariamente levará o paciente a ser míope de fato. No entanto, crianças com a visão em formação têm quase o dobro de chances de desenvolver miopia acomodativa e, a longo prazo, mais propensão a desenvolver miopia verdadeira.
Para saber se a miopia é “falsa” ou “verdadeira” o oftalmologista precisa fazer uma avaliação completa dos olhos. A miopia verdadeira ocorre quando o olho é mais longo do que o normal, o que faz com que os raios de luzes sejam focados muito antes na retina, prejudicando assim a visão de longe.
Embora os sintomas sejam os mesmos, os meios de correção são diferentes. Na verdadeira miopia, podem ser utilizados óculos e lentes de contato ou cirurgias reparadoras à laser, pois se trata de um problema anatômico. Para a falsa, pode ser indicado o uso de colírios, exercícios visuais e até óculos para perto. Alguns cuidados também são imprescindíveis, como: dar pausas no computador a cada hora, manter a tela do computador na altura da linha dos olhos, dar preferência a monitores com alta resolução, piscar mais vezes, entre outros.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 18/10/2019