domingo, 19 de janeiro de 2014

ITAJAÍ : PORTO RECEBERÁ INVESTIMENTOS. VAMOS AGUARDAR.

Portos de SC reforçam infraestrutura para receber navios maiores
Obras em terminais somam R$ 500 milhões em 2014 e irá adequá-los às novas demandas do mercado internacional
Os portos de Santa Catarina vão receber neste ano pelo menos R$ 500 milhões em investimentos do governo federal e estadual. A maioria das obras vai permitir que os terminais recebam navios maiores, adequando-os às novas demandas do mercado internacional.

presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, afirma que o Estado tem uma estrutura portuária que se destaca dos demais terminais do país, com 17% do total nacional de contêineres passando por Santa Catarina.

Para ele, os investimentos na adaptação dos canais para navios maiores são fundamentais. Em 2014, a Fiesc sugeriu um orçamento de R$ 590 milhões para melhorias nos acessos dos terminais públicos. Apesar da necessidade de fazer melhorias no sistema portuário, o principal problema no escoamento da produção catarinense ainda é a infraestrutura rodoviária.

— O transporte de um produto que sai do Extremo-Oeste do Estado é mais caro que o de uma mercadoria que vem da Europa. Temos uma indústria diversificada, com produtos que chegam aos portos mais caros pelo custo do transporte, perdendo competitividade no mercado mundial — argumentou o presidente.

Côrte analisa que é preciso melhorar as rodovias e construir ferrovias. O estudo mais recente de uma estrutura ferroviária, a chamada Ferrovia do Frango, no entanto, ainda nem se tornou projeto e, para ele, nem mesmo este está assegurado.

Na reportagem a seguir, confira o que os portos catarinenses estão fazendo para ampliar a sua capacidade de receber embarcações e o resultado das importações e exportações em 2013.


Expansão em Imbituba

Depois de quase 70 anos de concessão e de uma administração insatisfatória, na visão do governo catarinense, a Companhia Docas de Imbituba (CDI) perdeu, no final de 2012, a administração do principal porto do Sul do Estado para o governo estadual. Em 2014, no segundo ano da gestão da SC Parcerias (SCPar, o braço empreendedor do governo), o Porto de Imbituba vai receber R$ 88 milhões em investimentos.

Do total, R$ 38 milhões (R$ 33 milhões da União e R$ 5 milhões do governo do Estado) serão para aumentar a capacidade do terminal e R$ 50 milhões para obras em estradas e vias de acesso ao porto.

Uma dragagem vai aumentar a profundidade do canal de acesso dos navios dos atuais 15 metros para 17 metros, da bacia de evolução (área de manobra) de 13 para 15,5 metros e dos berços de atracação de 12,5 para 15 metros, permitindo a operação de navios maiores. Serão feitas também melhorias da estrutura do porto, como obras na pavimentação, sinalização e renovação das portarias.

De acordo com Rogério Pupo, presidente da SCPar Porto de Imbituba, a draga que fará o trabalho foi a mesma que fez as ilhas artificiais de Dubai, nos Emirados Árabes. A alta tecnologia da máquina, segundo o presidente, vai garantir a conclusão das obras em tempo recorde.

O restante do valor do investimento, R$ 50 milhões, será destinado por Santa Catarina para obras em estradas e vias de acesso ao porto. Pupo afirma que até fevereiro as obras devem estar licitadas com previsão de início ainda neste ano.

Novo berço em São Francisco

O Porto de São Francisco do Sul é o segundo maior porto do país em movimentação de carga não-conteinerizada (movimenta 12% dos grãos exportados pelo Brasil) e recebeu investimentos de mais de R$ 40 milhões em 2013 para ampliar sua capacidade operacional. Para o presidente, Paulo Corsi, um novo berço de atracação foi o principal alvo dos investimentos, inaugurado em novembro com a presença da presidente Dilma Rousseff.

— A previsão é que esta obra aumente a capacidade do porto em 20% em 2014. Desde o início de dezembro, o novo berço está sendo bastante utilizado.

Para os primeiros meses de 2014, a principal novidade é a implantação de um sistema de reconhecimento óptico de caracteres (OCR). Instalado no portão do terminal, ele faz o reconhecimento das placas dos caminhões e a numeração dos contêineres.

Corsi afirma que os investimentos citados fazem parte de um plano de recuperação do Porto de São Francisco, que começou há sete anos e já contou com R$ 200 milhões. Segundo ele, o projeto prevê a adaptação do terminal ao mercado mundial, com operações eficientes e capacidade para navios maiores.

O presidente analisa que, embora os investimentos nos portos catarinenses em 2013 e 2014 não sejam novidade — já que os terminais portuários precisam constantemente de obras — as melhorias são relevantes, pois adequam as estruturas às demandas do mercado internacional.

Em relação a 2012, as exportações cresceram 26% e as importações 50%, em Santa Catarina. O aquecimento do mercado de produção agrícola e a capacidade do porto em absorver o aumento da demanda explicam a expansão.

Investimento para alargar canais em Itajaí

O segundo maior porto brasileiro em movimentação de contêineres, atrás somente do complexo de Santos, deve receber neste ano R$ 417 milhões em investimentos dos governos federal e estadual. Destes, R$ 300 milhões estão previstos para obras de alargamento dos canais de acesso e uma nova bacia de evolução no leito do rio Itajaí-Açu. O restante, um recurso da União, irá para o realinhamento de um berço de atracação no cais público.

Osmari Castilho, superintendente da Portonave, administradora do terminal de Navegantes, afirma que o complexo vive um momento de alta competitividade no mercado nacional e internacional, principalmente pela capacidade de operação de navios maiores e o consequente aumento no volume de cargas movimentado (em 2013 houve crescimento de 9%).

Esse aumento, segundo Castilho, reflete em toda a cadeia de serviços que envolvem toda a economia da região, um total de 20 mil empregos, conforme estudo conduzido pelo complexo portuário de Itajaí.

Como os navios estão ficando ainda maiores — para este ano a previsão é receber embarcações de 366 metros, 32 metros a mais do que o porto recebe atualmente — a nova bacia de evolução é prioritária. De acordo com Castilho, sem ela o porto deixaria de arrecadar R$ 30 milhões mensais
Fonte : O Sol Diário

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