- AFP
A Itália sofreu na madrugada desta quarta-feira o terremoto mais intenso desde 2009. O tremor de magnitude 6.2 deixou pelo menos 73 mortos e mais de 150 desaparecidos, além de milhares de desabrigados.
Mas abalos de grande intensidade fazem parte da rotina de quem vive ao longo da cordilheira dos Apeninos -- o último do tipo aconteceu há quatro anos, em 2012, em Medolla, no norte do país, e deixou ao menos 17 mortos.
Por quê?
Segundo dados disponibilizados pela agência governamental americana que monitora desastres naturais, desde 2000 a Itália registrou 12 terremotos de grande intensidade.
A atividade sísmica na região mediterrânea é resultado do grande atrito entre as placas tectônicas da África e da Eurásia. Mas há mais detalhes a serem levados em conta no terremoto da madrugada desta terça-feira.
O Mar Tirreno, no oeste da Itália, entre o continente e as ilhas da Sardenha/Córsega, está se abrindo aos poucos, cerca de 2 cm por ano.
Cientistas dizem que isso vem contribuindo para o "racha" ao longo dos Apeninos. Segundo alguns especialistas, essa pressão é agravada pelo movimento da crosta terrestre no leste, no Mar Adriático, que estaria se movendo para debaixo da Itália.
O resultado é um grande sistema de falhas que percorre toda a extensão da cadeia montanhosa, com uma série de falhas menores aos lados.
Cidades como Perugia e Áquila estão localizadas em cima dessas falhas.
Agora, imagens de satélites que serão tiradas da região dos Apeninos nos próximos dias ajudarão a mapear a área do terremoto. Essas fotos serão comparadas a imagens espaciais anteriores ao tremor de terça, para que se possa avaliar qual foi o movimento das rochas.
Isso ajudará os cientistas a entender precisamente onde e como foi o atrito das placas tectônicas, informação que pode ajudar os especialistas a entender se todo o estresse do choque foi liberado ou se foi acumulado em placas próximas.
Histórico
Apesar de ser mais suscetível a terremotos, a Itália não sofria um tremor de grande intensidade havia quatro anos.
Em maio de 2012, dois abalos -- de 5.8 e 6.1 de magnitude -- atingiram o norte do país.
Mas o pior tremor a atingir a Itália recentemente aconteceu em Áquila, em 2009.
Naquele ano, um terremoto de 6.3 de magnitude arrasou a cidade, deixando mais de 300 mortos e outros 1,5 mil feridos. Outras 65 mil pessoas ficaram desabrigadas.
O de maior intensidade de que se tem registro no país ocorreu no início do século passado, em 1905, segundo o monitoramento americano. Foi quando 557 pessoas morreram após um tremor de 7.9 de magnitude atingir as comunas de Monteleone, Tropea e Nonte Poro.
Mas houve tremores ainda muito mais fatais. Um deles foi registrado em Nápoles, em 1980, com um saldo de 4.689 mortes.
Fonte : UOL Notícias
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