Medalhas da Tóquio 2020 serão feitas com ouro e prata de lixo eletrônico
O ouro e a prata recuperados de aparelhos descartados no país equivalem, respectivamente, a 16% e 22% de todas as reservas do mundo dos metais preciosos. Anualmente, mais de 20 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos são produzidas.
Autoridades japonesas anunciaram recentemente que todas as medalhas dos Jogos Olímpicos de 2020 serão feitas a partir da reciclagem de metais preciosos encontrados no lixo eletrônico do Japão. O ouro e a prata recuperados de aparelhos descartados no país equivalem, respectivamente, a 16% e 22% de todas as reservas do mundo.
Anualmente, mais de 20 milhões de toneladas de resíduos chamados “e-waste” — material de celulares, computadores e televisores, bem como de outros eletrônicos jogados fora — são produzidas anualmente. Apenas 40% desse volume é reciclado. O restante é despejado em aterros.
Em 2013, o Japão gerou uma quantidade de lixo eletrônico equivalente a 17,3 quilos por habitante.
A União Internacional de Telecomunicações (UIT) apoia e incentiva Estados-membros a reduzir e reciclar a quantidade de “e-waste” produzido no planeta, com propostas de políticas públicas e parcerias com o setor privado voltadas para a gestão sustentável dos resíduos.
O organismo vinculado às Nações Unidas também conta com uma agenda própria que prevê a redução pela metade do volume total de lixo eletrônico até 2020.
Além de mitigar os impactos ambientais da revolução digital, o manejo adequado do “e-waste” também pode gerar novas oportunidades de crescimento econômico. A demanda global por serviços de processamento de lixo eletrônico deve passar de 17 bilhões de dólares — valor verificado em 2015 — para 58 bilhões em 2021.
Uma pesquisa recente do Greenpeace com 6 mil consumidores dos Estados Unidos, China, México, Rússia, Alemanha e Coreia do Sul revelou que 80% deles querem que seus smartphones durem e sejam fáceis de consertar.
Mais da metade do mesmo público gostaria que os produtores lançassem menos modelos novos de celulares e fizessem mais para reciclar aparelhos antigos.
O desafio em lidar com as toneladas de resíduos eletrônicos já tem provocado mudanças institucionais e legislativas em alguns cantos do mundo.
Uma diretiva da União Europeia que entrou em vigor em 2016 exige dos Estados-membros que coletem 45% do equipamento eletrônico vendido. Até 2019, a meta deve ser elevada para 65% dos aparelhos vendidos ou 85% do lixo elétrico ou de equipamentos eletrônicos.
Fonte : ONUBRASIL
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