A Aliança para o Progresso e a Contra-insurgência "...divorciar a inevitável e necessária transformação social latino-americana do comunismo, e impedir sua captura pela política de uma potência comunista de além mar". Grupo de trabalho para a América Latina, 1961. "(A Aliança) É uma obra de engenharia social (...) ela tem de funcionar como contra-mito em relação à ideologia comunista...". Roberto Campos (In: Relações Estados Unidos – América Latina, (1963).
A aliança para o progresso Em outubro de 1960, percebendo perfeitamente a tentação que o fidelismo poderia representar para a América Latina empobrecida e desesperançada, Kennedy tomou a iniciativa de lançar as bases da Aliança para o Progresso, algo assim como um “bactericida ideológico”, como então se disse, destinado a proteger o corpo político latino-americano extirpando o germe revolucionário do continente. Ao contrário dos pachorrentos governos republicanos, Kennedy possuía a intuição do perigo e sentia a necessidade de combatê-lo com outros recursos que não os da repressão pura e simples.
O relatório dos reformistas O Presidente Kennedy com Adolf Berle
Em princípios de 1961, um grupo de trabalho liderado por Adolf Berle, Lincoln Gordon e outros brain trust que prestavam assessoria ao presidente , apresentou um relatório com as diretrizes a serem seguidas doravante pela política norte-americana em relação à América Latina. Em linhas gerais, este documento preconizava as seguintes medidas:
a) os Estados Unidos deveriam liderar um processo de transformação social na América Latina, desvinculando-se das oligarquias reacionárias;
b) era necessário reduzir as iniquidades sociais existentes na América Latina, as quais forneciam um poderoso argumento aos marxistas que atacavam os Estados Unidos;
c) os Estados Unidos não deveriam apostar exclusivamente nos méritos da repressão mas sim empenhar-se num projeto de mudanças que empolgasse os povos latino-americanos, afastando-os da tentação revolucionária;
d) por último, o novo governo deveria estimular alianças com setores moderadamente reformistas e populares existentes nos círculos latino-americanos, marginalizando os direitistas.
Este ambicioso e audaz projeto implicava em que os Estados Unidos se comprometessem, inclusive, com a política de reforma agrária, para neutralizar a secular insatisfação camponesa contra as oligarquias.
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