Apesar da forte alta na produção no campo, queda na produção industrial e no consumo das famílias contribuíram para o índice, de 0,6%.
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O crescimento da economia nos primeiros três meses de 2013 decepcionou. O resultado do PIB, de 0,6%, ficou bem abaixo do esperado pelos economistas. As indústrias produziram menos, as famílias consumiram menos e o resultado só não foi pior porque a produção no campo teve uma forte alta.
Com o freio de mão puxado, a indústria prejudicou o resultado do PIB no primeiro trimestre. A queda de 0,3% no período foi causada principalmente pela importação de petróleo. A produção de combustíveis não conseguiu acompanhar o crescimento da demanda.
Um dos setores da economia que mais geram emprego e renda, a construção civil, também registrou um resultado negativo. No cenário externo, a crise econômica mundial atrapalhou as exportações brasileiras: queda de quase 6,5% no período.
De 2012 até agora, a evolução do PIB na comparação entre os trimestres vem registrando pequenas altas. Na comparação, como mesmo período de 2012, o crescimento do PIB foi de 1,9%. A alta dos preços também influenciou o resultado tímido do PIB. O nível de consumo permaneceu praticamente inalterado em relação ao trimestre anterior.
Para muitas famílias, a solução tem sido levar menos produtos para casa ou parcelar as compras.
“Tem que dançar conforme a música. Quando der para comprar, compra. Se não der, a gente substitui por outra coisa”, conta a aposentada Maria Luiza Pereira.
E se o consumo vai mal, os investimentos aumentaram. E, segundo o governo, devem dar retorno nos próximos índices.
“A dúvida pela frente é: vai haver retorno do investimento ou não? Essa que é a questão que temos que acompanhar. Ao que parece, vai haver algum retorno do investimento, mas será que vai ser o suficiente para ter 3% de crescimento esse ano?”, questiona a economista da PUC-Rio, Mônica de Bolle.
O que puxou o PIB para cima foi a agropecuária. Impulsionado pelo crescimento da produtividade, o setor agrícola cresceu 9,7% em relação ao trimestre anterior. E registrou uma alta ainda maior do que em 2012.
“O agricultor está colhendo mais por hectare plantado, então, isso também influenciou muito positivamente o crescimento de 17% da agropecuária neste trimestre, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior”, diz a pesquisadora do IBGE Rebeca de La Roque.
Mesmo impulsionando o PIB, o setor enfrenta desafios para crescer ainda mais. Os maiores aumentos foram na produção de arroz, milho, e soja, que deu um salto, acompanhando o apetite internacional pelo produto. O tempo ajudou e a boa safra foi vendida com os preços lá no alto, combinação rara no mercado.
“Normalmente, quando tem uma boa produtividade, o preço não ajuda, e vice e versa. Nesse ano realmente coincidiram as duas coisas juntas e a agricultura passa por um bom momento”, avalia o superintendente de cooperativa, Jorge Hashimoto.
Os números no campo mostram a competência do produtor brasileiro. O problema está da porteira para fora: a falta de infraestrutura e a logística ruim comprometem a eficiência da nossa agricultura.
A supersafra ainda pena para chegar aos portos. Poucas ferrovias, estradas esburacadas, filas de caminhões, congestionamentos de navios e demora nos carregamentos.
“A maior praga que nós temos na agricultura hoje é a logística. Nós temos que ser competitivos também na estrutura de escoamento de portos, de estradas, de ferrovias, para que a gente consiga colocar nossos produtos no porto a preços internacionais e não a preços de custo Brasil”, diz o gerente comercial de cooperativa, João Bosco Azevedo.
É um olho no gargalo daqui e outro nos problemas dos Estados Unidos. Na última safra, a seca castigou as lavouras americanas e aos preços dispararam, beneficiando produtores brasileiros. Agora, o plantio por lá foi atrasado pela chuva e pelo frio.
“Se ele tiver uma safra frustrada, como teve ano passado, aí a conversa muda totalmente. Não é querer rogar praga para ninguém, mas seria o melhor dos mundos para o empresário agrícola brasileiro”, diz João Bosco.
Fonte : G1 Bom Dia Brasil
Um comentário:
Priscíla Lopes Nascimento, nº 36, 2º ano A.
1. O PIB (Produto Interno Bruto) é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor de toda a riqueza gerada no país. O IBGE precisa fazer cálculos para toda a cadeia produtiva brasileira. Ou seja, ele precisa excluir da produção total de cada setor as matérias-primas que ele adquiriu de outros setores. Depois de fazer esses cálculos, o instituto soma a riqueza gerada por cada setor, chegando à contribuição de cada um para a geração de riqueza e, portanto, para o crescimento econômico.
2. O limite mínimo é 3% ao ano, o ideal para poder criar cerca de 1,5 milhão de empregos anuais necessários apenas para absorver os novos profissionais que entram no mercado de trabalho.
3. O limite máximo, conhecido entre os economistas como “PIB potencial”, mostra o ritmo em que o país pode acelerar sem explodir sem que a inflação disparasse, o PIB potencial pode girar em torno de 4% ao ano.
4. Isso ocorre pela alta taxa de impostos. O cidadão brasileiro trabalha muito e o país cresce pouco. O fato de o crescimento do país ser tão pequeno é que 24% do que se produz no Brasil vai para o governo federal e 11% para os governos estaduais e municipais, na forma de tributos. Esse nível de impostos de 35% do PIB só encontra paralelo em países desenvolvidos – onde, como todos sabem, a qualidade dos serviços públicos é infinitamente melhor que no Brasil.
5. As indústrias produziram menos, as famílias consumiram menos e o resultado só não foi pior porque a produção no campo teve uma forte alta.
6. O consumo exige investimento maior para elevar a produção e a oferta de mercadorias. E o investimento permite produzir mais e atender o consumo futuro. Em economia, investimento significa a aplicação de capital em meios de produção, visando o aumento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infraestrutura), ou seja, em bens de capital. O investimento produtivo se realiza quando a taxa de lucro sobre o capital supera ou é pelo menos igual à taxa de juros ou que os lucros sejam maiores ou iguais ao capital investido.
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