Integrantes do antigo grupo de comunicadores do governo Lula acentua críticas à presidente Dilma Rousseff; ex-auxiliares dele no Palácio do Planalto André Singer, Ricardo Kotscho e Franklin Martins, além de Bernardo Kucinsky, fazem censura ao que consideram contradições entre discurso de campanha e prática de governo; igualmente veem a presidente em crescente isolamento; há entre eles quem aposte na falta de capacidade de superação dos problemas e fim prematuro da gestão de Dilma.
A reportagem é publicada pelo portal 247, 05-02-2015.
O vazio entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula está cada vez maior. Em meio ao silêncio de Lula, alguns dos principais intérpretes de suas posições dentro e fora do PT têm acentuado as críticas sobre o governo. O fio condutor dessas censuras é o apontado isolamento político de Dilma.
– Parece que o governo foi o derrotado na eleição, resumiu o jornalista Franklin Martins, ex-ministro da Secom no governo Lula, conselheiro da presidente durante a campanha eleitoral e, desde então, afastado do núcleo duro do Palácio do Planalto. Martins é um dos quadros lulistas a criticar a postura considerada defensiva da presidente.
O também jornalista e cientista político André Singer, porta voz do Palácio do Planalto na gestão de Lula, igualmente tem sido um crítico dos dois primeiros meses da nova administração. Singer bate fundo:
– Há uma desconexão entre atos e palavras da presidente, registrou ele em artigo recente, referindo-se ao paradoxo das garantias dadas em campanha sobre preservação de conquistas sociais e, agora, os cortes anunciados de R$ 18 bilhões em programas trabalhistas.
– A ruptura de qualquer elo lógico entre o que se diz e o que se faz tende a potencializar as reações de violento descrédito que virão quando o efeito real das medidas começarem a ser sentidas na pele, prosseguiu o ex-porta-voz.
Mas quem, entre o antigo núcleo duro de Lula, mais de perto acossa Dilma é o também jornalista Ricardo Kotscho, titular da comunicação de Lula em suas campanhas e durante o primeiro mandato presidencial. Para Kotscho, a presidente Dilma pode até cair.
– Pelo ranger da carruagem desgovernada, a oposição nem precisa perder muito tempo com CPIs e pareceres para detonar o impeachment da presidente da República, que continua recolhida e calada em seus palácios, sem mostrar qualquer reação, manifestou ele no seu blog. Sem meias palavras, o antigo amigo e auxiliar de Lula decreta a morte prematura da sucessora dele, reeleita com o apoio do próprio Lula apenas cinco meses atrás: – O governo Dilma-2 está se acabando sozinho num inimaginável processo de autodestruição, conclui ele.
Fonte : Instituto Humanitas Unisinos
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