domingo, 19 de novembro de 2017

MICROCLIMAS URBANOS E ARBORIZAÇÃO

Microclimas urbanos e arborização


Bairro Jardim das Paineiras, Campinas, destaca-se com maior quantidade de cobertura arbórea e temperatura ambiente mais baixa (crédito: Lea Yamaguchi Dobbert)
[EcoDebate] A sociedade humana se destaca pela capacidade que possui de unir esforços e agregar-se social e economicamente ao redor de interesses. Em pouco tempo o homem consegue urbanizar grandes áreas.
No entanto, também podemos citar casos que a sociedade parece estar inerte a respeito de temas que se enfrentados de frente poderia melhorar a qualidade de vida das populações.
O processo do êxodo rural que o Brasil viveu nas últimas décadas levou ao surgimento de áreas urbanas sem qualquer planejamento. Deve ficar claro, que não se trata somente da saída de milhões de pessoas do campo para as cidades, mas da chegada a áreas periféricas para residir sem a infraestrutura adequada.
Como bem demonstram muitos exemplos, as cidades com o passar dos anos e por pressão eleitoral, parte desses espaços periféricos receberam água encanada, guias de sarjetas, asfalto, calçadas, galerias de águas fluviais, iluminação pública e até mesmo em muitas cidades a rede de esgoto.
Agora, o que se observa hoje é que a arborização vem sendo deixada de lado. Existe uma selva de pedras nas cidades e se sente a aridez pela falta do verde. Inserir árvores nas cidades de forma planejada e adequada vem sendo um dos grandes desafios urbanos.
No entanto, a maioria da população parece não estar ciente da necessidade de recomposição de ambientes mais verdes nas cidades cinzentas, e esta ação traria uma melhor qualidade de vida para todos os seus habitantes.
A arborização traz benefícios, como purificação do ar pela fixação de poeiras e gases tóxicos, e pela reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos e a melhoria do microclima da cidade, através da retenção da umidade do solo e do ar e pela geração de sombra, evitando que os raios solares incidam diretamente sobre as pessoas.
Ocorre a redução na velocidade do vento, que funciona como uma barreira em caso de tempestades, e a influência no balanço hídrico, favorecendo infiltração da água no solo e provocando evapotranspiração mais lenta.
Propicia também abrigo à fauna, influenciando positivamente para um maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças e até mesmo amortecimento de ruídos. Outro grande benefício é o aumento da umidade do ar.
Uma árvore isolada pode transpirar em média 400 litros de água por dia, produzindo um efeito refrescante no clima.
É preciso ser ambiciosos na busca do “esverdear” as áreas urbanas. E começar arborizando a frente das casas ou quintais com árvores frutíferas. Nada melhor do que se deliciar com uma fruta recém colhida.
É preciso refletir sobre o assunto e plantar, já que só assim se irá colher sombra, frescor, verde, vida, flores e frutos. As diferenças de temperatura entre áreas arborizadas e com lâminas de água, com regiões convencionais, nas cidades e áreas urbanas, podem ultrapassar a 10 graus de temperatura.
Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 16/11/2017

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