terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

BELEZA ORGÂNICA E CONSUMO CONSCIENTE.

Beleza orgânica e consumo consciente, artigo de Alinne Mirelle

artigo de opinião
 [EcoDebate] Para higienizar o corpo é preciso primeiro despoluir a mente. Muitas pessoas não sabem, mas diariamente elas se contaminam involuntariamente com diversas substâncias tóxicas provenientes de seus cosméticos e produtos de higiene. Não é exagero afirmar que o banheiro é um verdadeiro campo minado. Os ingredientes químicos encontrados nos shampoos, condicionadores, sabonetes, hidratantes, desodorantes, perfumes, maquiagens, creme dental, entre outros itens convencionais, formam um verdadeiro coquetel nocivo que intoxica a pele (o maior órgão humano) e também polui rios, mares e inúmeros organismos sempre que escoa pelo ralo.
Estudos apontam que toxinas e venenos entram na corrente sanguínea muito mais através da pele do que por alimentos. Isso ocorre porque tudo que é passado na pele é absorvido diretamente pelo organismo. Estima-se, ainda, que o corpo humano acumula por ano 2,5 kg de química provenientes dos cosméticos. Daí fica mais fácil compreender porque muitas doenças, alergias, obesidade, tipos de câncer e mutações também estão relacionadas às inúmeras substâncias sintéticas encontradas nas formulações desses convencionais.
Mas se despoluir é uma possibilidade ao alcance de qualquer pessoa. A exclusão ou substituição de maquiagens ou produtos de higiene convencionais não traz prejuízos à beleza e à higienização. A natureza é capaz de suprir todas as necessidades humanas, de alimentação, lazer, medicinal e também cosmética – sendo sempre a melhor opção para a saúde e o planeta. É justamente o consumo do natural orgânico a alternativa para não ser refém dessa contaminação.
Apesar de o pensamento logo ser associado à alimentação, o termo “orgânico” não se limita às frutas, verduras e outros alimentos. Ele abrange todo um conceito de sustentabilidade baseado em princípios ecológicos, sociais e econômicos que envolvem toda sua cadeia produtiva, desde a origem da matéria-prima ao descarte do produto. Ou seja, pode ser um tomate, um suco, um biscoito, uma roupa, uma maquiagem, um sabonete, um absorvente, um creme dental…
Consumir um cosmético orgânico significa ter um produto, no mínimo, 95% natural, biodegradável, sem ingredientes transgênicos, não testado em animais, entre outras questões. Já o convencional tem, geralmente, 95% de ingredientes sintéticos, derivados de petróleo, metais pesados, pode ser contaminado com agrotóxicos, é testados em animais – muitas vezes com métodos cruéis. E as razões de a maioria das empresas cosméticas não usar ingredientes orgânicos se dão porque a extração de ativos naturais exige maior investimento enquanto os artificiais são muito (muito, muito, muito) mais baratos. Mas a principal é justamente a falta de atenção que a maioria dos consumidores tem para com esses detalhes.
Uma boa notícia é que empresas nacionais que se empenham em seguir na contramão das gigantes da cosmética mundial começam a conquistar seu espaço no Brasil. Crescem de acordo com o aumento da conscientização ambiental e do interesse em qualidade de vida. Além disso, a eficácia dos naturais e orgânicos supera e surpreende nos resultados, proporcionando, inclusive, benefícios psicológicos. A beleza, antes meramente superficial, impressa, passa a ser expressa (de dentro pra fora), holística, orgânica ou integral – um conceito que abrange o amor e respeito a si e a todos os seres vivos.
Alinne Mirelle, Agente de Beleza Integral, jornalista ambiental e pós-graduanda em Educação e Meio Ambiente.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 06/02/2017

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