terça-feira, 29 de outubro de 2013

PETRÓLEO : CAMPO DE LIBRA.

Opinião / Ciro Gomes
A serviço de quem?
Nos últimos tempos, a Petrobras tem trabalhado contra o Brasil
No mundo do petróleo, não há alternativa. Ou é a propriedade estatal ou o oligopólio das sete irmãs. O Brasil é dos poucos países do mundo com a vantagem estratégica de ser autossuficiente e até exportador do insumo energético ainda predominante. Por isso sempre fui defensor do controle estatal da Petrobras. Crises cíclicas no planeta sempre repercutem imediatamente no preço do petróleo e esse repercute em todos os outros preços da economia. Não há causa razoável, portanto, para entregarmos ao mercado spot de Roterdã premissa tão grave de nossa sanidade econômica. Desse fato só o preconceito ideológico estúpido se afasta.

Ninguém me confunda, portanto, por causa da reflexão sobre o papel da Petrobras no momento brasileiro. Este, infelizmente, não tem sido o melhor. Ao contrário. Ultimamente, a Petrobras tem trabalhado contra o Brasil em alguns momentos. Já denunciei aqui que nossa poderosa estatal é a maior responsável individual pela grave deterioração de nossas contas externas. Logo abaixo de uma política cambial suicida. Neste ano, o déficit na conta-petróleo girará em torno de 15 bilhões de dólares. Em consequência, teremos a pior conta comercial desde 1995. Nossa companhia exporta petróleo bruto barato e importa derivados refinados caros e os vende a preço político.

Faz isso enquanto engana investidores, analistas e comunidades inteiras com a promessa de construir refinarias que nunca saem, justamente, do campo das promessas. Ou pela compra de refinaria obsoleta nos EUA por valor inexplicável.

Não é esse abuso, entre tantos outros, que me leva a refletir hoje sobre a Petrobras. É o que aconteceu no leilão do Campo de Libra. O primeiro de uma série de concessões de áreas de exploração dessa incontável riqueza chamada pré-sal. Retórica à parte, foi uma frustração grande o fato de não ter havido competição nenhuma e o lote, magnífico lote, de Libra sair pelas condições mínimas impostas pelo edital (muito bem  feito, diga-se de passagem).

Por que não houve competição? Por que a União receberá apenas (!?) o valor mínimo da concessão e da partilha do petróleo? O que espantou os muitos interessados se a mídia internacional e brasileira falava em até oito consórcios com a participação dos gigantes globais do setor?

A resposta: a Petrobras sabotou o esforço nacional por otimizar os ganhos do pré-sal para o povo, apesar de estar protegida pela legislação que ajudei a criar e a transformou na operadora única dessa riqueza.

Com 40% das cotas do consórcio vencedor, a empresa associou-se à anglo-holandesa Shell, à francesa Total e a duas companhias chinesas. Vale anotar, por razões estratégicas: o futuro revelará que são duas companhias chinesas. Por baixo dos panos a nossa gigante petrolífera mandou o recado aos pretendentes: sumam daqui.

A Petrobras tem o capital necessário para os vultosos investimentos necessários à efetivação dessa exploração, ou planeja sentar em cima eternamente, como tem feito em relação à política de refino? Os próximos lotes revelarão a mesma atitude?  O governo está de acordo com essa prática?  Se não, vai ficar tudo por isso mesmo em relação à conduta lesiva ao País da atual política da estatal?

O debate não é esse que levou uns gatos- pingados a protestar entre os banhistas de um feriado carioca. Não se trata de privatizar ou não privatizar. O modelo de concessão adotado pelo governo é uma forma de privatização. É assim ou essa riqueza vai ficar para um futuro tão remoto que nele talvez o petróleo não faça mais sentido.

O modelo adotado, sem prejuízo do controle estatal do setor, traz aos cofres públicos, à vista, muitos bilhões de reais. No caso de Libra, 15 bilhões. Mas há muito mais. Do petróleo explorado, mais de 40% será propriedade do governo, quer dizer, do povo brasileiro, pois será convertido em recursos fiscais para o enfrentamento dos problemas da saúde, educação, ciência e tecnologia, entre outros.

Está tudo muito bem regulamentado na legislação que fizemos. E não será um gasto da mão para a boca como a maldição do petróleo farto provocou em alguns países, especialmente no Oriente Médio. Aqui tomamos o cuidado de criar um fundo em que serão aplicados esses recursos (só seus rendimentos serão utilizados). E ainda se deve considerar um imenso potencial de recursos para estados e municípios via royalties, também em reforço de educação e saúde. Como se pode ver, é imediato o interesse público envolvido no assunto.

Por causa disso tudo, o brasileiro que como eu gosta da Petrobras, respeita profundamente sua comunidade de trabalhadores, sua expertise técnica e conhece a importância dela para o Brasil deve se perguntar: a quem ela serve neste instante?


Fonte : Carta Capital

CRISE ECONÔMICA : ESPANHA

Quanta pobreza podemos suportar?

 artigo de Esther Vivas

Quanta pobreza podemos suportar?
Foto: Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
 [EcoDebate] “Não podemos ficar pior”. Quantas vezes ouvimos esta frase? Pensamos que mais pobreza, mais precariedade, mais desemprego, mais despejos, mais fome são impossíveis. A realidade, no entanto, contradiz esta percepção. Nos últimos anos, os números, e os rostos, da miséria só têm aumentado no Estado espanhol. Hoje, o número de pessoas que vive em situação de pobreza extrema situa-se já em três milhões. O rendimento familiar caiu para níveis do ano 2001. A explicação é tão simples como dura: os rendimentos diminuíram cerca de 4%, enquanto que os preços aumentaram cerca de 10%. Assim o indicam os dados do estudo “Desigualdade e Direitos Sociais. Análise e Perspectivas 2013″, elaborado pela Fundação Foessa.
Os mais afetados são os pobres entre os pobres, os que menos têm. Ontem uma pessoa sem recursos, que vivia na rua, morreu de fome em Sevilha. Primeiro é o desemprego, depois as dificuldades para chegar ao fim do mês, a seguir não poder pagar a luz, a água, a eletricidade, o aluguel da casa ou a hipoteca e, finalmente, a comida. A tendência indica que vamos para pior. No ano 2025, calcula-se que o número de pobres no Estado espanhol poderá aumentar em oito milhões, segundo o relatório da Intermón Oxfam “A armadilha da austeridade”. Não se trata só da crise, mas também das medidas que se aplicam para a saída da mesma. A austeridade, os cortes, a diminuição das ajudas e prestações sociais, a privatização dos serviços públicos, o aumento do IVA… recaem, principalmente, nos setores mais vulneráveis.
Em consequência, as desigualdades sociais vão em aumento. A diferença entre os mais ricos e os mais pobres no Estado espanhol situa-se já em cerca de 30%, no topo da desigualdade na Europa, à frente, inclusive, de países duramente golpeados pela crise como a Grécia, e só superados por outros como Letônia, Bulgária e Portugal. A conclusão é clara: uns poucos aumentam os seus ganhos à custa do empobrecimento da maioria. A saída para a crise não é imparcial nem ideologicamente neutra, corresponde aos interesses das elites políticas e econômicas que esperam ganhar, e muito, com esta situação. A nossa miséria é, nem mais nem menos, que o seu lucro.
Podemos ficar pior? Tristemente, sim. As políticas de saída para a crise que atualmente se aplicam na periferia da União Europeia são decalcadas e copiadas das que durante décadas foram levadas a cabo nos países do Sul. Chamavam-se então Programas de Ajustamento Estrutural, hoje recebem o nome de “resgate”. A lógica, porém, é a mesma e o resultado é por demais conhecido. Avançamos para uma terceiromundização da sociedade. A dinâmica centro periferia que se deu nos últimos anos à escala global, repete-se agora no seio da União.
Mas, quanta pobreza podemos suportar? Quanta miséria estamos dispostos a aceitar? Até onde permitiremos que nos continuem a fazer cortes? A sede de lucros do capital não tem limites. E o lucro apenas aumenta a sua avareza. Só nós, a maioria, somos os únicos capazes de lhe fazer frente. Quando nos dermos conta disso, e atuarmos em consequência, teremos ganhado a partida.
*Artigo enviado pela Autora e publicado originalmente em Publico.es em 03/10/2013.  *Tradução ao português: Esquerda.net.
** Esther Vivas, Colaboradora Internacional do Portal EcoDebate, é ativista e pesquisadora em movimentos sociais e políticas agrícolas e alimentares, autora de vários livros, entre os quais “Planeta Indignado”. Esther Vivas é licenciada em jornalismo e mestre em Sociologia. Seus principais campos de pesquisa passam por analisar as alternativas apresentadas por movimentos sociais (globalização, fóruns sociais, revolta), os impactos da agricultura industrial e as alternativas que surgem a partir da soberania alimentar e do consumo crítico.


EcoDebate, 25/10/2013

domingo, 27 de outubro de 2013

NOVOS MUNICÍPIOS NO BRASIL.

Novos municípios: riscos são maiores do que os benefícios

Descentralização do poder facilita gestão de cidades e aproxima eleitor de seus representantes. Mas a falta de autonomia fiscal torna prefeituras dependentes

Gabriel Castro, de Brasília
Balneário Rincão, em Santa Catarina
Balneário Rincão (SC): 60% do orçamento são dos cofres da União (Divulgação)
Com o aval do Congresso, 188 municípios podem ser criados nos próximos meses. O projeto que retoma a autorização para a emancipação de novas cidades passou pela Câmara e pelo Senado e agora depende apenas da sanção presidencial. A decisão dos parlamentares trouxe à tona um debate relevante que envolve, de um lado, a importância da descentralização dos poderes e, do outro, a necessidade de parcimônia nos gastos públicos. Mas, na prática, os riscos são maiores do que os benefícios.
O primeiro e alarmante problema surge logo de cara: os gastos com a implementação da máquina administrativa das novas prefeituras podem chegar a 9 bilhões de reais mensais. Em tese, as novas prefeituras não devem onerar a União porque a divisão de municípios leva a uma redistribuição automática do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) - hoje, de 60 bilhões de reais por ano. Mas a verdade é que, junto com as novas cidades, abrem-se novas oportunidades para desvios de recursos públicos. É uma questão matemática: quanto mais gente põe a mão no dinheiro, maiores as chances de desperdício.
Além disso, no médio prazo, o aumento no número de municípios acaba levando o governo federal a ampliar a carga tributária para cobrir perdas das cidades que forem desmembradas. "O bolo é um só. Para bancar os novos municípios sem tirar dinheiro das prefeituras é preciso aumentar o bolo, que é a carga tributária", diz Guilherme Mercês, gerente de Economia e Estatística da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). 
Anualmente, a entidade faz um minucioso estudo sobre a situação fiscal dos municípios. A pesquisa publicada neste ano, com base nos dados de 2011, mostrou que 4.328 prefeituras (83,8% do total) não conseguiram produzir nem 20% dos recursos que gastaram. O resto da conta foi paga pela União, especialmente por meio do FPM - que, por sua vez, tem como fonte o Imposto de Renda e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
No levantamento da Firjan, apenas 205 dos 5.570 municípios atingiram o patamar de boa gestão - quando pelo menos 60% dos recursos do orçamento são oriundos da arrecadação municipal. "A descentralização das políticas públicas está longe de ser o problema. É a solução para que a gente possa entender os problemas daquela localidade. A questão é se é necessária uma estrutura administrativa e burocrática em cada cidade", diz Guilherme Mercês.
Na década de 1990, as Assembleias Legislativas tinham poder para votar pela criação de cidades sem qualquer critério. Resultado: a chamada farra dos municípios multiplicou prefeituras parasitas, que serviram para aumentar o número de currais eleitorais no país. Entre 1984 e 2000, 1.405 municípios ganharam autonomia no Brasil. Em 1996, a falta de controle levou o Congresso a suspender os processos de emancipação até que o processo fosse regulamentado por uma lei complementar - o que acontecerá agora, com a proposta aprovada no parlamento. 
Do ponto de vista territorial, a expansão do número de prefeituras não seria essencialmente ruim: a fragmentação do poder mantém o eleitor próximo de seu representante e permite ao governante achar soluções apropriadas para cada comunidade. O problema é que o peso da administração pública e a falta de autonomia na arrecadação acabam por sufocar as frágeis finanças municipais.

Plebiscito - O projeto aprovado pelo Congresso dá passos importantes para evitar abusos porque cria exigências que dão mais rigor ao processo de criação de municípios: para ganhar autonomia, as cidades precisam cumprir algumas exigências - inclusive populacionais. O número mínimo de habitantes varia de acordo com a região. No Norte, onde a exigência é menor, é preciso ter pelo menos 5.000 moradores para pleitear a emancipação. Em todo o Brasil, essa norma adiou os planos de quase 900 cidades que buscavam a emancipação.
Também será preciso demonstrar viabilidade financeira para pagar ao menos uma parte significativa das próprias contas. "Esse projeto é uma vacina contra a proliferação de municípios inviáveis", diz o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RO), autor da proposta. 
A lei estabelece ainda que a criação de municípios só ocorrerá após um plebiscito que inclua também a população da cidade a ser desmembrada. Por isso, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziukolski, não vê riscos de uma multiplicação de novas cidades como consequência da lei aprovada pelo Congresso. Para ele, a regra é impeditiva: “Na verdade, isso inviabiliza a criação de municípios, com algumas exceções”, avalia ele.
Primeiros passos - Apesar da decisão de 1996 que paralisou a criação de municípios, algumas cidades que já tinham iniciado o processo de emancipação conseguiram sua autonomia nos últimos anos - na maior parte dos casos, após batalhas judiciais. Uma delas foi a de Balneário Rincão (SC). O município ganhou vida própria em janeiro deste ano. Com seus 12 mil habitantes, a cidade ainda tenta se desprender das cidades mais importantes da vizinhança. "Balneário Rincão estava se tornando cidade-dormitório de Criciúma e Içara. A gente quer romper essa tendência e focar no turismo", diz o prefeito da cidade, Décio Góes (PT).  Hoje, cerca de 60% do orçamento anual são bancados pelos recursos federais. 
Góes, que é ex-prefeito de Criciúma e foi cassado em 2004, admite as dificuldades de fazer as finanças da cidade sustentáveis e diz que tem se esforçado para manter a a máquina administrativa enxuta: "Tenho experiência e estou fazendo as coisas de modo que possamos dar passos seguros, que não tenham consequências ruins adiante", afirma.

A descentralização administrativa trazida pela criação de municípios é positiva porque o cidadão fica mais próximo de seus representantes. O Brasil tem exemplos evidentes de como o poder local é mal distribuído. A cidade de Altamira (PA), que tem um território maior do que o da Grécia e o da Suíça juntos, possui um distrito que fica 950 quilômetros distante da prefeitura, o que inviabiliza uma gestão municipal eficiente. 
Mesmo áreas exclusivamente urbanas parecem extensas demais no Brasil. Goiânia, por exemplo, tem cerca de 780 quilômetros quadrados - tanto quanto Nova York e duas vezes mais do que a cidade da Filadélfia, que tem uma população equivalente. Os Estados Unidos, com um território de dimensões semelhantes ao do Brasil e uma população menos de duas vezes maior, tem cerca de 36.000 administrações locais, equivalentes a prefeituras. Mas, em muitas cidades pequenas, o poder é exercido por cidadãos não remunerados - ao contrário do Brasil, em que a estrutura mínima envolve prefeito e vice, secretários municipais e pelo menos nove vereadores.

O modelo americano é fruto dos princípios federalistas de descentralização do poder. E funciona. Mais uma prova de que o maior problema do Brasil não é o número de cidades, e sim o excesso de burocracia e a mão pesada da União, que pega para si a maior parte dos tributos e deixa as prefeituras dependentes dos repasses federais.
Fonte: Revista Veja

ENEM : DICAS DE ALIMENTAÇÃO PARA OS DIAS DE PROVAS.

7 dicas de alimentação (e uma receita energética) para os dias do Enem

O que você deve comer de manhã para não ficar sentindo fome nem sono na hora da prova? O que fazer para evitar aquela dor de barriga de quando está nervoso? Especialistas dão a dica

Ana Prado | 25/10/2013 18h 44
Já demos algumas dicas para toda a semana que antecede o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e explicamos como ter uma boa alimentação é importante e pode fazer a diferença na hora da prova. Agora, trazemos mais 7 para você colocar em prática no grande dia (ou dias, no caso do Enem).
Aqui, você vai descobrir o que deve comer de manhã para não ficar sentindo fome nem sono na prova. Também há recomendações para quem costuma ter dor de barriga quando está ansioso. E, de quebra, ainda sugerimos mais algumas receitas fáceis e simples para o seu café da manhã e almoço pré-maratona.
1. Jamais vá fazer a prova de estômago vazio. Mesmo que você seja do tipo que não consegue comer quando está ansioso, esforce-se para fazer uma refeição leve. Estômago vazio pode resultar em hipoglicemia (baixa da taxa de glicose no sangue), ocasionando sonolência e dificultando a concentração, além de dar tontura, dor de cabeça, queda na pressão e fraqueza. E lembre-se: provas como o Enem são uma verdadeira maratona que exigem muita energia mental. Não deixe de fornecer essa energia ao seu corpo.
Receita de suco energético para o dia da prova
Ingredientes:
• 1 Polpa de açaí congelada
• 1 banana
• 1 colher de aveia
• 1 colher de linhaça dourada
• 100 ml de água bem gelada
• 1 colher de mel para adoçar
Bater tudo no liquidificador e tomar na hora.
(Fonte: Iracema Bertoco, Centro Europeu)


2. O que fazer para o café da manhã? "Se você já não tinha o hábito de realizar esta refeição, não será agora que vai montar um banquete colonial. Mas ficar em jejum também não dá. Fruta, leite semi-desnatado ou iogurte com baixo teor de gordura, cereal e pães integrais, queijo branco e geleia, são alguns exemplos de alimentos que podem compor esta refeição para abrir o seu dia e manter-se disposto", aconselha Simone Caivano, nutricionista do Instituto Nutra e Viva.

Sugestão de almoço
• Uma porção de arroz integral ou macarrão integral com molho vermelho (alimentos integrais prolongam a saciedade)
• 1 porção de peixe ou frango, assado ou grelhado (mas nada de frituras)
• 1 porção de salada (alface, tomate, cenoura e beterraba)
• 1 fruta de sobremesa

(Fonte: Iracema Bertoco, Centro Europeu)
3. O que comer no almoço para evitar a preguiça e o desconforto na hora da prova? Deixe a feijoada para o outro fim de semana. Refeições pesadas exigem muita energia para a digestão e acabam deixando você sonolento, prejudicando a leitura e interpretação das questões. Além disso, evite alimentos muito gordurosos: eles retardam o esvaziamento gástrico e dão sono. Evite também coisas com muito sal, como batata frita. Isso só vai aumentar a sua sede e causar desconforto durante a prova.
Consuma carboidratos, que são uma boa fonte de energia e combustível para o cérebro. "Mas dê preferência aos alimentos integrais, que são ricos em fibra e proporcionam saciedade prolongada e regularidade no trânsito intestinal", aconselha a chef de cozinha do Centro Europeu, Iracema Bertoco, que coordena uma oficina gastronômica para vestibulandos. (Veja uma sugestão de receita neste link).
4. Não se esqueça de levar alimentos que deem energia para a prova. A recomendação de Vanessa Albacete, nutricionista clínica da LC Restaurantes, é que se leve frutas, água e um chocolate 70% cacau. "Eu recomendo esse tipo de chocolate porque o tradicional tem muito açúcar e gordura trans. Já este tem mais cacau, que é um estimulante poderoso", diz. 

Vanessa também sugere levar um sanduíche natural: "Faça-o com pão integral, cenoura, alface, tomate e tempere com sal, azeite, limão e ervas como orégano. Também pode ter frango desfiado. Só cuide para que ele seja preparado no mesmo dia - e jamais use maionese, que pode estragar facilmente. Isso é melhor do que levar barrinha de cereal". 

5. Para beber durante a prova, prefira água. Simone aconselha a levar água para o local de prova em vez dos sucos e refrigerantes. "Bebidas açucaradas são de fácil digestão e estimulam a fome. E ficar incomodado porque está com fome bem no finalzinho da prova só vai prejudicar o seu rendimento", explica.
>>LEIA TAMBÉM: Beber água pode melhorar desempenho em provas, diz estudo

6. Para evitar a pressão baixa: Quem sofre de pressão baixa costuma ter o problema com mais frequência quando faz calor. Para evitar sentir-se mal por causa disso, tome muita água. "A hidratação é muito importante para manter uma boa pressão e evitar que a pessoa passe mal. Estar bem alimentado também", afirma Vanessa. Alimentos que contenham sal, como alguns tipos de biscoito, também podem ajudar. 

7. E quem costuma ter dor de barriga quando está nervoso? "Isso é muito comum. Quando estiver chegando a prova, evite alimentos que você já sabe que pioram este quadro. Os mais comuns são mamão, leite, ameixa, uva e iogurtes. E opte pelos opostos: maçã, banana maçã, limão, batata... Prevenir é melhor do que remediar!", recomenda Simone
Fonte : Guia do Estudante

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

DICAS PARA A VÉSPERA DO ENEM

InfoEnem




Não há tempo para mais nada. Estamos a menos de 24 horas do início do Enem 2013, estudar neste momento não vai ajudar muito, e pode até atrapalhar. Temos absoluta certeza que você já leu ou lerá ainda hoje matérias com o mesmo teor desta, mas é necessário reforçar.
Muitos candidatos deixam-se dominar pela ansiedade e querem aproveitar a véspera das provas para estudar loucamente, encontrando nisso uma válvula de escape para todo este nervosismo ou até mesmo uma forma de tentar ¨compensar¨ o que não estudaram nos meses anteriores ao exame.
Por isso ressaltamos que agora é hora do aluno manter o equilíbrio entre o corpo e mente. Nada de estudos em exagero e tampouco de curtição exacerbada. As duas palavrinhas mágicas que devem definir o estado de espírito do candidato de hoje até o momento em que entrar na sala de provas são relaxamento e foco. Parece contraditório, e talvez até seja, mas sabendo dosar seu comportamento o estudante atinge o equilíbrio e aumenta muito as chances de render tudo que pode no Enem.
Veja nossas dicas para que você tenha um dia tranquilo e aproveite da melhor maneira estas horas que precedem o exame. Boa leitura e bom dia a todos!
1- Pratique alguma atividade física/esporte: Como dissemos no texto, a ansiedade é uma das principais adversárias do candidato no Enem. E quanto mais a prova se aproxima, mais ela aumenta. Fazer exercícios físicos é uma das principais maneiras de liberar adrenalina e controlar a ansiedade, além da diversão e distração, especialmente para aquelas pessoas que já são ¨aceleradas¨ por natureza. Correr, malhar, nadar ou praticar qualquer esporte. O importante é não ficar parado. Uma horinha já ajuda muito;
2- Divirta-se: Sair para jantar, se divertir com os amigos, ir ao cinema, namorar etc. Faça atividades que gosta e na companhia de pessoas que lhe fazem bem. Isso também ajuda a afastar o estresse e o nervosismo, além de passar o tempo de uma forma agradável;
3- Maneire na alimentação: Quando dizemos para pegar leve na alimentação não estamos lhe orientando a comer menos do que o normal, apenas para não exagerar. A dica aqui é para que você apenas mantenha a quantidade diária de refeições que costuma fazer e não invente nenhum prato exagerado ou muito pesado. Assim você evita qualquer possibilidade de passar pela desagradável situação de encarar a maratona do Enem com uma indisposição estomacal/intestinal;
4- Não consuma nada alcoólico: Por mais que você ache que uma ¨cervejinha não faz mal¨, o melhor mesmo é evitar. Além do mais, ela acompanhada de uma refeição bem servida pode influenciar diretamente na dica anterior;
5- Evite brigas e discussões: Problemas pessoais todo mundo tem, mas a véspera do exame que pode decidir seu futuro não é um dia interessante para se meter numa encrenca, concorda? Namorado (a), pais e amigos. Caso perceba que está prestes a inciar uma discussão, saia de perto da pessoa e procure ¨deletar¨ aquela situação da sua cabeça o mais rápido possível. Como já dissemos, o equilíbrio emocional é fundamental neste momento;
6- Durma bem. O sono é mais um fator que pode influenciar muito no seu desempenho no Enem. Procure não ir pra cama muito tarde e dormir cerca de 8 horas. Para aqueles que sofrem de insônia ou têm dificuldade em pegar no sono por conta da ansiedade, a primeira dica se torna ainda mais valiosa.
Conheça as melhores apostilas para o Enem 2013!

A infância roubada na publicidade da Couro Fino


Por Natasha Cruz e Raquel Dantas*
Campanha da marca cearense é mais uma a mostrar como a publicidade tem distorcido valores e contribuído culturalmente para uma infância com cara adulta
A garota-propaganda tem as unhas pintadas de vermelho, sombra nos olhos, rímel, batom e blush. Ela leva as próprias roupas para o ensaio fotográfico, mas o produtor sugere que ela fique só de calcinha. Ficaria mais condizente com a mensagem da campanha publicitária. O cenário está preparado. Ela finge se maquiar em frente ao espelho, coloca colares e pulseiras de pérola. Ela manda beijo, faz movimento com o corpo para os cabelos voarem e faz pose sensual em cima de salto alto. Se o caso já não fosse conhecido, dificilmente se pensaria que a descrição é de uma menina de apenas três anos. As peças publicitárias que compõem a campanha da marca cearense de sapatos Couro Fino foram lançadas nas redes sociais este mês em referência ao Dia das Crianças. O conteúdo incomodou logo de cara, o que motivou centenas de críticas, feitas também pelos próprios consumidores da marca, além de 70 notificações em apenas dois dias no Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, o CONAR. Segundo nota de esclarecimento da Couro Fino, a reação foi provocada por "interpretação equivocada da arte veiculada".
Erro de interpretação em grande quantidade representa, no mínimo, uma falha dos códigos utilizados. Levando em conta o uso de uma criança para comunicar algo que não diz respeito ao universo infantil, interpretando uma mulher adulta e na qual o alvo do consumo são as próprias adultas, a agência publicitária Salto Alto pecou frente aos princípios estabelecidos pelo CONAR e às normas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Segundo artigo 37 do Código Nacional de Autorregulamentação Publicitária, "crianças e adolescentes não deverão figurar como modelos em anúncio de serviço incompatível com sua condição". Já o ECA deixa claro em seus artigos 17 e 18 o respeito à inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
O maior problema em questão é a naturalização do tipo de conteúdo e o entendimento ingênuo e preocupante de que uma brincadeira de criança (brincar de ser gente grande), como declarou a marca, não justificaria esse olhar negativo às peças. A própria mãe da menina, que chegou a dizer que a repercussão foi uma grande "tempestade em copo d'água", se preocupou só agora com a imagem da filha, que "não merecia passar por isso".
O problema não é a brincadeira, mas o estímulo a um comportamento que suspende desde cedo o interesse da criança em ser apenas criança. Ações do gênero não podem mais ser somente interpretadas como brincadeira, porque ultrapassam esse limite. Falam de um comportamento que extrapola a fantasia e que interfere diretamente na formação de nossas crianças. Cada vez mais cedo e com mais frequência, meninos e meninas revelam um processo acelerado do que ficou chamado de adultização. Quando os pequenos passam a se preocupar mais com a aparência do que com as brincadeiras, o universo infantil já não tem mais espaço. E uma infância mal vivida desencadeia uma série de problemas quando essa criança, enfim, se torna uma pessoa adulta.
Não há dúvidas de que a mídia é um dos grandes responsáveis por esse fenômeno, ao comunicar, o tempo todo, valores, comportamentos e necessidades que, se impactam os adultos, atingem com muito mais facilidade as crianças, em processo de formação de identidade e de compreensão dos códigos sociais. Basta uma breve análise do conteúdo midiático que chega às nossas casas e é consequentemente consumido pelo segmento infanto-juvenil para identificar uma série de estímulos que tem grande chance de interferir negativamente no comportamento de crianças e adolescentes: apelo erótico, imposição de padrões de beleza que não condizem com nossa pluralidade estética, estímulo ao consumismo, ridicularização dos que são tidos como diferentes dos padrões pré-estabelecidos, violência, intolerância, preconceitos de todos os tipos.
Tanto do ponto de vista individual, no que se refere à exposição indevida da criança pela mídia e a violação de seu direito, quanto do ponto de vista da imagem de crianças e adolescentes em nossa sociedade - muitas vezes representadas de forma apelativa e estigmatizante pelos meios de comunicação de massa -, o caso da campanha da Couro Fino é emblemático. E nos aponta a necessidade de ampliação de mecanismos de fiscalização e controle social das produções midiáticas, incluindo aí as campanhas publicitárias.
Assim como os meios precisam ser regulados sobre a qualidade do serviço que prestam, a publicidade necessita de regras claras de produção e veiculação. Debates sobre a publicidade infantil se arrastam hoje no campo jurídico e legislativo, ao mesmo tempo em que a autorregulamentação, de forma isolada, já se mostrou insuficiente para garantir a proteção dos consumidores e cidadãos. Daí a importância do monitoramento permanente da sociedade civil.
A propaganda da Couro Fino não foi a primeira, nem será a última a violar direitos fundamentais. Mas o impacto negativo na campanha da marca cearense, por meio das críticas que circularam nas redes sociais e das denúncias junto ao CONAR, deixa claro que a população está atenta, se posicionando e cobrando, exigindo uma comunicação - seja no noticiário da manhã ou na campanha publicitária -, que esteja comprometida com o interesse público e a efetivação de uma sociedade verdadeiramente democrática.
* Natasha Cruz e Raquel Dantas são jornalistas e integrantes do Intervozes no Ceará.

Fonte : Carta Capital

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Enem: RETA FINAL

InfoEnem



Praticamente às vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2013, nossa principal recomendação aos candidatos é descansar o corpo e a mente, além de tomar alguns cuidados com relação às regras do exame. E é exatamente sobre este último assunto que trataremos hoje.
Posso usar lápis na prova do Enem? E relógio? Comida e bebida? Responderemos a estas e outras dúvidas neste artigo, deixando claro o que é e o que não é permitido antes e durante o exame, para que você não se complique e não coloque tudo a perder.
Antes, porém, iremos mostrar o que você DEVE fazer nos dias 26 de 27 próximos.
1- Confira com antecedência o local onde fará a prova. Consulte seu cartão de inscrição (impresso) ou virtual (via site do Inep) e veja o endereço em que realizará o exame. Se possível, visite o local no dia anterior ao Enem para saber exatamente como chegar e não correr risco de imprevistos;
2- Não se atrase. Muita atenção com o horário! Os portões abrem às 12h e fecham às 13h, sempre no horário de Brasília. Nenhum candidato entrará no local de prova após este horário. Não adianta chorar nem espernear. A dica aqui é para que você chegue no local com uma hora de antecedência ao início do exame. Caso seu estado possua fuso horário em relação ao de Brasília ou não utilize o horário de verão, dê uma olhada nesta matéria;
3- Providencie a documentação necessária. De nada adianta chegar no local e horário corretos com a documentação errada. Leia este artigo que publicamos ontem e tire todas as suas dúvidas sobre os documentos que serão aceitos no momento da prova;
4- Levar caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente. Além disso, o candidato deve marcar, no cartão de respostas, a opção correspondente à cor da capa do caderno de questões, bem como transcrever a frase apresentada na capa do mesmo.

Informadas suas obrigações, vejamos agora o que você pode fazer/levar no Enem 2013.
  • Preencher e rasurar o caderno de questões e também as folhas de rascunho presentes no mesmo. Vale lembrar que tais anotações NÃO serão consideradas para fins de correção;
  • Levar comida e bebida. Recomendamos uma garrafinha de água, barras de chocolate ou cereal, pacotes de salgadinhos etc. Nada de exageros;
  • Sair para ir ao banheiro e tomar água. Inclusive sugerimos que você saia uma vez a cada uma hora ou uma hora e meia, para lavar o rosto e arejar, isso ajuda a manter o nível de concentração e atenção elevados.

Agora, leia com atenção nos tópicos abaixo o que você NÃO pode fazer/levar nas provas, sendo alguns deles inclusive passíveis de eliminação no exame.
  • Alterar o local de realização do Enem;
  • Qualquer espécie de consulta ou comunicação com outro participante;
  • Receber quaisquer informações referentes ao conteúdo das provas de qualquer membro da equipe de aplicação do exame ou de outro participante.
  • Utilizar lápis, lapiseira, borracha, livros, manuais, impressos, anotações e quaisquer dispositivos eletrônicos. Todos estes materiais deve ser guardados na embalagem porta-objetos, distribuída a todos os candidatos antes do início das provas;
  • Usar acessórios como óculos escuros, boné, chapéu, viseira, gorro e similares. Estes também devem ser depositados na embalagem porta-objetos;
  • Deixar a sala de provas antes de duas horas do início das provas;
  • Deixar a sala de provas portando os cadernos de questões antes dos 30 minutos finais do exame.
  • Trocar de opção de língua estrangeira;
  • Assinalar mais de uma alternativa para a mesma questão no cartão de respostas. Tais questões serão anuladas;
  • Para saber o que você não deve fazer na redação, evitando a nota zero, veja esta matéria.
Continue nos acompanhando atentamente, pois amanhã, além do tradicional ¨Guia de Profissões¨, traremos dicas para a véspera das provas do Enem 2013. Não perca!
Conheça as melhores apostilas para o Enem 2013!

Artigo Original: O que pode e o que não pode no Enem 2013? Baixe gratuitamente o e-Book: Manual para o Enem 2013
Posted: 24 Oct 2013 08:21 AM PDT
Olá, leitores do InfoEnem!
Tudo bem com vocês?
Chegamos, finalmente, a última publicação sobre as propostas de redação passadas do ENEM e na semana do ENEM 2013! Esperamos que todos os textos sobre a prova de produção escrita tenham ajudado e orientado nos seus estudos e estimulado vocês a estudarem mais e melhor, a escrever mais e melhor, refletindo sobre o processo de autoria.
Releiam os nossos textos nestes dias que antecedem o exame e, no domingo, leiam a proposta de redação com calma e paciência, planejem seu texto no rascunho, escrevam com letra legível (de forma ou cursiva, não importa, desde que seja legível) e não se arrisquem produzindo as chamadas redações kamikazes, isto é, redações que até atendem ao tema, mas de um modo totalmente inesperado pela banca avaliadora e, consequentemente, com chances enormes de serem anuladas, já que fogem do propósito e do tipo textual pedido. Não se esqueçam, também, de administrar bem o tempo; reservem um período adequado para a redação, para não fazê-la com pressa e não fiquem presos à coletânea de textos motivadores; pensem além sobre o tema, estabeleçam relações e não deixem de propor a sugestão de intervenção social, pois muitas pessoas têm suas notas baixas porque zeram nesta competência.
Agora, começaremos a análise da última prova de produção escrita, a do ENEM 2012, cujo tema foi O movimento imigratório para o Brasil no século XXI. A proposta apresentava-se da seguinte forma:
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O MOVIMENTO IMIGRATÓRIO PARA O BRASIL NO SÉCULO XXI, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Ao desembarcar no Brasil, os imigrantes trouxeram muito mais do que o anseio de refazer suas vidas trabalhando nas lavouras de café e no início da indústria paulista. Nos séculos XIX e XX, os representantes de mais de 70 nacionalidades e etnias chegaram com o sonho de “fazer a América” e acabaram por contribuir expressivamente para a história do país e para a cultura brasileira. Deles, o Brasil herdou sobrenomes, sotaques, costumes, comidas e vestimentas.
A história da migração humana não deve ser encarada como uma questão relacionada exclusivamente ao passado; há a necessidade de tratar sobre deslocamentos mais recentes.
Disponível em: http://www.museudaimigracao.org.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).
 Acre sofre com invasão de imigrantes do Haiti
Nos últimos três dias de 2011, uma leva de 500 haitianos entrou ilegalmente no Brasil pelo Acre, elevando para 1.400 a quantidade de imigrantes daquele país no município de Brasileia (AC). Segundo o secretário-adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Acre, José Henrique Corinto, os haitianos ocuparam a praça da cidade. A Defesa Civil do estado enviou galões de água potável e alimentos, mas ainda não providenciou abrigo.
A imigração ocorre porque o Haiti ainda não se recuperou dos estragos causados pelo terremoto de janeiro de 2010. O primeiro grande grupo de haitianos chegou a Brasileia no dia 14 de janeiro de 2011. Desde então, a entrada ilegal continua, mas eles não são expulsos: obtêm visto humanitário e conseguem tirar carteira de trabalho e CPF para morar e trabalhar no Brasil.
Segundo Corinto, ao contrário do que se imagina, não são haitianos miseráveis que buscam o Brasil para viver, mas pessoas da classe média do Haiti e profissionais qualificados, como engenheiros, professores, advogados, pedreiros, mestres de obras e carpinteiros. Porém, a maioria chega sem dinheiro.
Os brasileiros sempre criticaram a forma como os países europeus tratavam os imigrantes. Agora, chegou a nossa vez — afirma Corinto.
Disponível em: http://www.dpf.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).
Trilha da Costura
Os imigrantes bolivianos, pelo último censo, são mais de 3 milhões, com população de aproximadamente 9,119 milhões de pessoas. A Bolívia em termos de IDH ocupa a posição de 114º de acordo com os parâmetros estabelecidos pela ONU. O país está no centro da América do Sul e é o mais pobre, sendo 70% da população considerada miserável. Os principais países para onde os bolivianos imigrantes dirigem-se são: Argentina, Brasil, Espanha e Estados Unidos.
Assim sendo, este é o quadro social em que se encontra a maioria da população da Bolívia, estes dados já demonstram que as motivações do fluxo de imigração não são políticas, mas econômicas. Como a maioria da população tem baixa qualificação, os trabalhos artesanais, culturais, de campo e de costura são os de mais fácil acesso.
OLIVEIRA, R.T. Disponível em: http://www.ipea.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).
INSTRUÇÕES:
O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Antes de iniciarmos a análise da proposta de redação do ENEM 2012, olharemos um pouco para as instruções da prova, pois elas nos dão várias orientações acerca da realização da mesma; portanto, não as deixem de ler.
O rascunho deve ser feito no espaço destinado ao rascunho, isto é, prestem atenção onde escreverão o rascunho e o texto em definitivo; não troquem as folhas, ou seja, não façam o rascunho na folha do texto definitivo e vice e versa. A segunda instrução refere-se, justamente, ao texto definitivo e complementa e primeira instrução; ele deve ser redigido na folha destinada a ele e ter, no máximo, 30 linhas. Respeitar este limite demonstra planejamento, que é fundamental.
O atendimento ao tema e ao tipo textual (dissertação-argumentativa) são destacados, assim como a elaboração de uma proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos; assim, não fujam do tema, escrevam uma dissertação-argumentativa e não desrespeitem os direitos humanos em nenhum momento. Não só no ENEM, mas na vida, não sejam preconceituosos e discriminatórios.
O papel da coletânea também é enfatizado, pois os candidatos não devem copiar trechos dos textos motivadores nem das questões, passíveis de desconsideração das linhas copiadas na correção.
Agora sim, vamos à análise da redação do ENEM 2012.
O primeiro texto motivador relembra o movimento imigratório de cidadãos europeus para o Brasil no início do século XIX até o século XX, o que, aliás, faz parte da história familiar e de vida de milhares de candidatos, que possuem como avós e bisavós italianos, espanhóis, portugueses, alemães etc, principalmente nas regiões sul e sudeste do país. Isto poderia ser usado nos textos, de alguma forma, como por exemplo, iniciando a redação com um trecho narrativo que conte sobre a vinda destas pessoas para cá.
O texto extraído do site do Museu da Imigração, localizado em São Paulo, capital, enfatiza que os imigrantes europeus não trouxeram apenas mão de obra, mas também costumes, culturas, tradições (na culinária, na música, na moda), línguas diversas que contribuíram na Língua Portuguesa do Brasil etc, fato que não deve ficar no passado e sim deve ser trazido para o presente, pois a imigração continua, mas hoje por outros motivos.
Este texto, assim, aborda as contribuições e razões do movimento imigratório europeu para o nosso país passado, mas deixa uma lacuna para vocês pensarem sobre as contribuições e razões de um europeu ou um cidadão de outro continente vir para cá, já que a Zona do Euro passa por uma crise financeira que fez aumentar o desemprego na Espanha, em Portugal e na Grécia, por exemplo, já que a Primavera Árabe, nos países muçulmanos asiáticos e africanos fez crescer conflitos e guerras, como na Síria e no Egito e desastres naturais como o último grande tsumani que atingiu o Japão fez com que famílias se mudassem.
O segundo texto motivador fala, especificamente, sobre a imigração em massa de haitianos, por meio do estado do Acre, devido aos dois grandes terremotos que assolaram o já castigado Haiti em 2011. Juntamente com o gráfico que mostra o caminho dos cidadãos haitianos até o Brasil, o texto conta como eles são recebidos e o que o governo está fazendo para ajudá-los, já que eles vêm em busca de uma vida melhor com educação, emprego e saúde.
Sobre isto, vocês poderiam dissertar sobre o papel do governo brasileiro e criar a proposta de intervenção social que possibilitasse uma recepção mais adequada a estas pessoas.
O último texto motivador aborda mais um caso específico de imigração: o de bolivianos que vêm para o Brasil em busca de melhores condições de vida e acabam como trabalhadores escravos em confecções, na cidade de São Paulo, que vendem, aliás, para grandes marcas, como a espanhola Zara, como foi denunciado e noticiado na época. Propostas de intervenção social que objetivassem o combate à exploração destas pessoas, por meio de maiores fiscalizações, por exemplo, seriam bem vindas.
O porque do Brasil ser um dos destinos favoritos de imigrantes latinos e do resto do mundo é um ponto fundamental da discussão, pois embasa todo este debate. O nosso crescimento econômico, nosso destaque do cenário político mundial, nossa condição ambiental, livre de grandes desastres são algumas das razões que atraem os estrangeiros.
Tangenciou o tema o candidato que que abordou a imigração de maneira geral, sem a associação ao movimento imigratório do século XXI ou que abordou a questão da situação e da presença do imigrante no Brasil, sem a associação a sua vinda ao país; fugiu totalmente do tema o candidato que, por exemplo, escreveu sobre êxodo rural ou urbano, migração, emigração ou outros assuntos variados.
Esta foi a última prova de redação do exame, a do ENEM 2012. Não percam nossas publicações sobre o tema da redação do ENEM 2013 e boa sorte! Esperamos que todos os objetivos sejam alcançados!
Boa prova!

*CAMILA DALLA POZZA PEREIRA é graduada em Letras/Português pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas/SP – Atua na área de Educação exercendo funções relativas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Foi corretora de redação na 1ª fase e de Língua Portuguesa na 2ª fase do vestibular 2013 da UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas/SP. Participou de avaliações e produções de diversos materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da Educação.
**Camila também é colunista semanal sobre redação do infoEnem. Um orgulho para nosso portal e um presente para nossos leitores! Suas publicações serão sempre às quintas-feiras, não percam!
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Artigo Original: Análise de Tema de Redação – ENEM 2012 Baixe gratuitamente o e-Book: Manual para o Enem 2013

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Prêmio Professora Onadir da Silva Tedéo de Educação

17/10/2013 - PRÊMIO PROFESSORA ONADIR DA SILVA TEDÉO VAI HOMENAGEAR 29 PROFESSORES EM 2013
 A Câmara de Vereadores de Itajaí realiza, no dia 30 de outubro, a 9ª edição do Prêmio Professora Onadir da Silva Tedéo de Educação. Neste ano, 29 professores com relevante atuação na cidade receberão o prêmio. A cerimônia será na sede do Legislativo, a partir das 19 horas, e terá como tema a Leitura.
Além dos indicados pelos 21 vereadores, oito profissionais escolhidos por entidades ligadas à área da Educação também serão homenageados. Os nomes dos indicados passaram pela Comissão de Educação, Saúde, Cultura e Assistência Social da Câmara e posteriormente pela aprovação em plenário.
“Este é um momento muito importante para a Câmara, porque representa o reconhecimento de toda Itajaí pelos seus professores, estes profissionais que são fundamentais para o desenvolvimento das pessoas e da nossa cidade”, afirma o presidente da Câmara, vereador Osvaldo Gern (PP).
O Prêmio Professora Onadir da Silva Tedéo de Educação foi criado em 2003 e realizado anualmente até 2009, quando passou a ser feito a cada dois anos.
Quem foi Onadir da Silva Tedéo
Onadir da Silva Tedéo nasceu no dia 18 de junho de 1915, em Itajaí. Iniciou sua carreira no Magistério logo após formar-se professora no Curso Normal Primário, na Escola Victor Meirelles, em 1938. Sua primeira escola foi o Ginásio e Escola Normal São José, onde alfabetizou centenas de itajaienses. Por dez anos atuou na Rede Estadual de Ensino de Santa Catarina. Em 1963 assumiu o cargo de Diretora de Departamento de Educação, Cultura e Assistência Social, tornando-se a primeira Diretora de Ensino do Município. Em 1968 foi nomeada para exercer o cargo de Diretora de Departamento da Educação Cultura e Turismo. Foram 15 anos dedicados a organização da educação municipal.
A professora também foi responsável pela implantação de diversas unidades educacionais como a Escola Nossa Senhora da Paz, atual APAE; escolas de Educação para o Lar, sendo a primeira na vila Operária, denominada Célia Canziani; criou as primeiras turmas do Ciclo Básico na Escola Básica Antônio Ramos e Avelino Werner; foi responsável pela contratação dos primeiros Especialistas da Educação em Itajaí e pela realização dos primeiros concursos públicos, desligando assim, as escolas municipais da Inspetoria Estadual. Também foi responsável pela implantação das turmas de Educação para Jovens e Adultos nas escolas municipais e coordenadora do Mobral. Dona Onadir faleceu em Itajaí, em janeiro de 1988, aos 72 anos.
Confira os homenageados de 2013
Indicados Vereadores
Angelita Martins Pereira (vereador José Acácio da Rocha)
Cássia Maria Schnaider Soares (vereador Osvaldo Gern)
Cátia Cilene Ribeiro Cabral (vereador Elói Camilo da Costa)
Clara Regina Pickering (vereador Rafael Dezideiro)
Conceição Aparecida Fontolan (vereadora Anna Carolina Cristofolini Martins)
Elenice Maria Furtado da Silva (vereador Paulo Manoel Vicente)
Irene Reis Dagnoni (vereador Carlos Augusto da Rosa)
Jefferson Custódio Próspero (vereador Carlos Ely Castro)
José Carlos Machado (vereador Thiago Morastoni)
Jucélio João da Silva (vereador Julcemar Martinho Ferreira)
Leda Luiza Diedrich (vereador Clayton Luiz Batschauer)
Maria dos Passos Ferreira da Costa (vereador Giovani Felix)
Maria Elisabeth Bittencourt (vereador Nabor Afonso Arruda Coelho)
Maria Teresinha Uller (vereador Douglas Cristino da Silva)
Marize Jean Schauffert Eberhardt (vereador Maurílio Moraes)
Neusa Maria Scatolin Pinheiro (vereador Osvaldo Olavio Mafra)
Rosilene Silvestre Erbs da Costa (vereadora Dulce Maria Amaral Pereira)
Telmo José Mezadri (vereadora Neusa Maria Vieira Geraldi)
Vera Maria Cunha (vereador José Ferreira)
Veronica Heidemann (vereador Antônio Aldo da Silva)
Zélia Tavares vereador (Márcio José Gonçalves)
Christiane Cardoso Rufino Magra (Secretaria Municipal de Educação)
Cristiane Silva Mendonça Couto (Conselho Municipal de Educação – COMED)
Gerti Maria Franzen Reckziegel (Gerência Regional de Educação)
Julieta Sacavem Beling (Associação dos Servidores Públicos Aposentados Municipais de Itajaí - ASPAMI)
Márcia Beatriz Caetano Nascimento (Instituto Fayal de Ensino Superior)
Odetti Almeida Ferreira (Associação Catarinense de Professores – ACP)
Sueli Petry da Luz (Universidade do Vale do Itajaí - Univali)
Zênia Maria Soares Pinto (Sindicato das Escolas Particulares de Santa Catarina - SINEPE)

Mais informações:Sergio Murilo Pereira – secretário de Comunicação e Promoção Social – 8819-1617 

Câmara de Vereadores de ItajaíSecretaria de Comunicação e Promoção Social
Fone: (47) 3344-7123
www.cvi.sc.gov.br

PESTE BUBÔNICA OU PESTE NEGRA.

Meados do século XIV foi uma época marcada por muita dor, sofrimento e mortes na Europa. A Peste Bubônica, que foi apelidada pelo povo de Peste Negra, matou cerca de um terço da população europeia. A doença mortal não escolhia vítimas. Reis, príncipes, senhores feudais, artesãos, servos, padres entre outros foram pegos pela peste.
educacao.uol.com.br

A peste espalha a morte pela Europa 

Nos porões dos navios de comércio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352, chegavam milhares de ratos. Estes roedores encontraram nas cidades europeias um ambiente favorável, pois estas possuíam condições precárias de higiene. O esgoto corria a céu aberto e o lixo acumulava-se nas ruas. Rapidamente a população de ratos aumentou significativamente.

Estes ratos estavam contaminados com a bactéria Pasteurella Pestis. E as pulgas destes roedores transmitiam a bactéria aos homens através da picada. Os ratos também morriam da doença e, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue.

Após adquirir a doença, a pessoa começava a apresentar vários sintomas: primeiro apareciam nas axilas, virilhas e pescoço vários bubos (bolhas) de pus e sangue. Em seguida, vinham os vômitos e febre alta. Era questão de dias para os doentes morrerem, pois não havia cura para a doença e a medicina era pouco desenvolvida. Vale lembrar que, para piorar a situação, a Igreja Católica opunha-se ao desenvolvimento científico e farmacológico. Os poucos que tentavam desenvolver remédios eram perseguidos e condenados à morte, acusados de bruxaria. A doença foi identificada e estudada séculos depois desta epidemia.

Relatos da época mostram que a doença foi tão grave e fez tantas vítimas que faltavam caixões e espaços nos cemitérios para enterrar os mortos. Os mais pobres eram enterrados em valas comuns, apenas enrolados em panos.

O preconceito com a doença era tão grande que os doentes eram, muitas vezes, abandonados, pela própria família, nas florestas ou em locais afastados. A doença foi sendo controlada no final do século XIV, com a adoção de medidas higiênicas nas cidades medievais. 

Revoltas Camponesas 

Com a morte de boa parte dos servos, muitos senhores feudais aumentaram as obrigações, fazendo os camponeses trabalharem e pagarem impostos pelos que haviam morrido. Como a exploração sobre os servos já era exagerada, em muitos feudos, principalmente na França e Inglaterra), ocorreram revoltas camponesas. Estes, chegaram a invadir e saquear castelos, assassinando os senhores feudais e outros nobres. Os senhores feudais que conseguiram sobreviver não ficaram inerentes aos movimentos de revolta. Organizaram exércitos fortes e combateram com violência as revoltas. Porém, em muitas regiões da Europa, os camponeses obtiveram conquistas importantes, conseguindo diminuir as obrigações servis.


A peste negra ficou conhecida na história como uma doença responsável por uma das mais trágicas epidemias que assolaram o mundo Ocidental. Chegando pela Península Itálica, em 1348, essa doença afligiu tanto o corpo, quanto o imaginário de populações inteiras que sentiam a mudança dos tempos por meio de uma manifestação física. Assim como a Aids, a peste negra foi considerada por muitos um castigo divino contra os hábitos pecaminosos da sociedade.

Conforme alguns pesquisadores, a peste negra é originária das estepes da Mongólia, onde pulgas hospedeiras da bactéria Yersinia pestis infectaram diversos redores que entraram em contato com zonas de habitação humana. Na Ásia, os animais de transporte e as peças de roupa dos comerciantes serviam de abrigo para as pulgas infectadas. Nos veículos marítimos, os ratos eram os principais disseminadores dessa poderosa doença. O intercâmbio comercial entre o Ocidente e o Oriente, reavivado a partir do século XII, explica a chegada da doença na Europa.

O contato humano com a doença desenvolve-se principalmente pela mordida de ratos e pulgas, ou pela transmissão aérea. Em sua variação bubônica, a bactéria cai na corrente sanguínea, ataca o sistema linfático provocando a morte de diversas células, e cria dolorosos inchaços entre as axilas e a virilha. Com o passar do tempo, esses inchaços, conhecidos como bubões, se espalham por todo corpo. Quando ataca o sistema circulatório, o infectado tem uma expectativa de vida de aproximadamente uma semana.

Além de atacar o sistema linfático, essa doença também pode atingir o homem pelas vias aéreas atacando diretamente o sistema respiratório. Essa segunda versão da doença, conhecida como peste pneumônica, tem um efeito ainda mais devastador e encurta a vida do doente em um ou dois dias. Em outros casos, a peste negra também pode atingir o sistema sanguíneo. Desprovida de todo esse conhecimento científico sobre a doença, a Europa medieval explicava e tratava da doença de formas diversas.

Desconhecendo as origens biológicas da doença, muitos culpavam os grupos sociais marginalizados da Baixa Idade Média por terem trazido a doença à Europa. Alguns registros da época acusavam os judeus, os leprosos e os estrangeiros de terem disseminado os horrores causados pela peste negra. No entanto, as condições de vida e higiene nos ambientes urbanos do século XIV são apontadas como as principais propulsoras da epidemia.

Na época, as cidades medievais agrupavam desordeiramente uma grande quantidade de pessoas. O lixo e o esgoto corriam a céu aberto, atraindo insetos e roedores portadores da peste. Os hábitos de higiene pessoal ofereciam grande risco, pois os banhos não faziam parte da rotina das pessoas. Além disso, os aglomerados urbanos contribuíram enormemente para a rápida proliferação da peste. Ao chegar a uma cidade, a doença se instalava durante um período entre quatro e cinco meses.

Depois de ceifar diversas vidas, esses centros urbanos ficavam abandonados. Os que sobreviviam à doença tinham que, posteriormente, enfrentar a falta de alimentos e a crise sócio-econômica instalada no local. Por isso, muitas cidades tentavam se precaver da epidemia criando locais de quarentena para os infectados, impedindo a chegada de transeuntes e dificultando o acesso aos perímetros urbanos. Sem muitas opções de tratamento, os doentes se apegavam às orações e rituais que os salvassem da peste negra.

A intensidade com que a epidemia afetou os centros urbanos europeus era bastante variada. Em casos mais extremos, cerca de metade de uma população inteira não resistia aos efeitos devastadores da epidemia. Estudiosos calculam que cerca de um terço de toda população européia teria sucumbido ao terror da peste. Ao mesmo tempo em que a peste negra era compreendida como um sinal de desgraça, indicava o colapso de alguns valores e práticas do mundo feudal.
Fonte : Sua Pesquisa e Brasil Escola.