Em 1972, a data foi criada para marcar a abertura da Conferência de Estocolmo, a primeira reunião ambiental da Organização das Nações Unidas (ONU).
O evento estabeleceu, pela primeira vez, princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decisões relacionadas a questões ambientais. A ideia que estava ali é a mesma que volta agora. Com o slogan "Kick the habit!", algo como "corte um hábito", a ONU pede uma mudança de atitude de todo o mundo sobre as emissões de gás carbônico (CO2) – principal gás de efeito estufa e cuja alta concentração na atmosfera, provocada pela queima de combustíveis fósseis, é a maior responsável pelo aquecimento global.
Fonte: Mundo Educação
A Conferência Estocolmo-72 foi um marco para a consciência e as preocupações ambientais no mundo. A partir de então foram apresentados princípios e objetivos, abstratos vale dizer, relacionados à preservação ambiental e aos rumos que o desenvolvimento humano vinha tomando, uma vez que suas atividades se tornaram cada vez mais agressivas de danosas ao Meio Ambiente.
A partir de Estocolmo, o mundo, de forma ainda tímida, passou a ver as questões ambientais não mais como possibilidades remotas e sim como uma realidade presente em toda a extensão social.
Surgiram então ideias que colocavam o homem em seu devido lugar no meio natural, qual seja, de mero participante e inter-relacionador do Meio Ambiente, e não mais como era anteriormente concebido, sob uma visão antropocêntrica em que o homem seria o ser dominante do Meio Ambiente e a ele deveria sucumbir, de acordo com seus interesses, todo o meio natural.
Assim, todos os países participantes da Estocolmo-72 tomaram suas posições, sendo uns desenvolvidos e a grande maioria em desenvolvimento. O que foi proposto inicialmente dava conta de que os países em desenvolvimento deveriam sacrificar seu progresso em prol do meio ambiente, o qual se encontrava danificado pelos processos e atividades progressistas dos países desenvolvidos, fato que gerou certas divergências.
Todavia, com a Conferência de Estocolmo, uma posição ficou assentada: Havia uma urgente necessidade pela preservação ambiental e a redução de atividades danosas ao Meio Ambiente em todo o mundo.
O Brasil, na época da Conferência, havia vivenciado à poucos anos um episódio conhecido como Milagre Econômico Brasileiro. Tratava-se de uma época em que houve excepcional euforia e entusiasmo social frente a um elevado índice de crescimento, desenvolvimento e industrialização nacional. Instaurou-se a ideia de Brasil potência mundial, ideia esta que se tornou ainda mais evidente com a conquista brasileira da Copa do Mundo de 1970.
Milagre Econômico/ Fonte: Professorgilbert.com.br
Após alguns anos recessivos e de organização econômica, o país iniciou em 1968 grande expansão econômica, com o PIB brasileiro crescendo em torno de 10% ao ano, e a construção civil crescendo anualmente a uma taxa de 15%.
O repentino crescimento econômico brasileiro se deu devido ao que acontece atualmente com a China, ou seja, países e empresas transnacionais buscando novas áreas para investir, havendo grande aumento da atividade econômica por meio da abertura de novas áreas passíveis de exploração.
Nesse período as desigualdades sociais se acentuaram ainda mais, uma vez que para o governo mais importava a classe alta, a qual realizava mais poupanças, e se as rendas nacionais fossem distribuídas às classes baixas a poupança interna cairia, observando-se que as classes baixas geralmente poupavam muito pouco.
O crescimento econômico foi vigoroso: o consumo de energia elétrica crescia 10% ao ano , as montadoras de veículos produziram, em 1970, 307 mil carros de passeio, o triplo de 1964. Os trabalhadores tinham em casa 4,58 milhões de televisores, contra 1,66 milhão em 1964.
Viveu-se um ciclo inédito de desenvolvimento no Brasil; o governo divulgava estes números na sua publicidade pela TV; criavam-se bordões como “Brasil Potência”, “Brasil Grande” e o mais famoso deles, “Brasil, ame-o ou deixe-o”.
Apesar de inúmeras consequências ruins do crescimento desenfreado, havia um furor popular super valorizando alguns índices e resultados do crescimento econômico e ignorando outros fatores, como o aumento da desigualdade social e o crescimento da miséria. Ao governo importava o crescimento.
Tal crescimento somente veio a ser barrado com a crise petrolífera de 1974, entrando então a economia brasileira em recessão, tendo seus efeitos perdurados até a década de 1990.
Todavia, em Estocolmo-72, o Brasil vivenciava grande entusiasmo econômico e um constante processo de desenvolvimento interno e a rápida industrialização era muito bem-vinda.
Assim, a posição brasileira frente às premissas apresentadas na Suécia foi conflitante a ponto do país liderar um grupo de 77 outras nações reivindicando também o direito do crescimento econômico, o qual já havia sido atingido pelas nações desenvolvidas.
A posição defendida era de que todos tinham direito ao crescimento econômico. O Brasil juntamente com os outros países por ele liderados, deferiram acusações aos países industrializados em defesa do crescimento a qualquer custo. Em protesto estendeu uma faixa com os dizeres: “Bem vindos à poluição, estamos abertos a ela. O Brasil é um país que não tem restrições, temos várias cidades que receberiam de braços abertos a sua poluição, porque nós queremos empregos, dólares para o nosso desenvolvimento”, deixando claro que o país preferia promover o crescimento econômico a qualquer custo a se dedicar às políticas ambientais.
Todavia tal posicionamento, após o evento, logo foi corrigido e o Brasil iniciou internamente o desenvolvimento de políticas e setores do governo condizentes com as ideias de preservação ambiental do mundo, como por exemplo quando o governo brasileiro implantou, em 1973, a Secretaria Especial do Meio Ambiente, vinculada à Presidência da República. Esta Secretaria tinha atribuições especialmente voltadas para o controle da poluição, o uso racional dos recursos naturais e a preservação do estoque genético.
Fonte: Tutela Ambiental/Adaptado por Geoconceição
O evento estabeleceu, pela primeira vez, princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decisões relacionadas a questões ambientais. A ideia que estava ali é a mesma que volta agora. Com o slogan "Kick the habit!", algo como "corte um hábito", a ONU pede uma mudança de atitude de todo o mundo sobre as emissões de gás carbônico (CO2) – principal gás de efeito estufa e cuja alta concentração na atmosfera, provocada pela queima de combustíveis fósseis, é a maior responsável pelo aquecimento global.
Fonte: Mundo Educação
A Conferência Estocolmo-72 foi um marco para a consciência e as preocupações ambientais no mundo. A partir de então foram apresentados princípios e objetivos, abstratos vale dizer, relacionados à preservação ambiental e aos rumos que o desenvolvimento humano vinha tomando, uma vez que suas atividades se tornaram cada vez mais agressivas de danosas ao Meio Ambiente.
A partir de Estocolmo, o mundo, de forma ainda tímida, passou a ver as questões ambientais não mais como possibilidades remotas e sim como uma realidade presente em toda a extensão social.
Surgiram então ideias que colocavam o homem em seu devido lugar no meio natural, qual seja, de mero participante e inter-relacionador do Meio Ambiente, e não mais como era anteriormente concebido, sob uma visão antropocêntrica em que o homem seria o ser dominante do Meio Ambiente e a ele deveria sucumbir, de acordo com seus interesses, todo o meio natural.
Assim, todos os países participantes da Estocolmo-72 tomaram suas posições, sendo uns desenvolvidos e a grande maioria em desenvolvimento. O que foi proposto inicialmente dava conta de que os países em desenvolvimento deveriam sacrificar seu progresso em prol do meio ambiente, o qual se encontrava danificado pelos processos e atividades progressistas dos países desenvolvidos, fato que gerou certas divergências.
Todavia, com a Conferência de Estocolmo, uma posição ficou assentada: Havia uma urgente necessidade pela preservação ambiental e a redução de atividades danosas ao Meio Ambiente em todo o mundo.
O Brasil, na época da Conferência, havia vivenciado à poucos anos um episódio conhecido como Milagre Econômico Brasileiro. Tratava-se de uma época em que houve excepcional euforia e entusiasmo social frente a um elevado índice de crescimento, desenvolvimento e industrialização nacional. Instaurou-se a ideia de Brasil potência mundial, ideia esta que se tornou ainda mais evidente com a conquista brasileira da Copa do Mundo de 1970.
Milagre Econômico/ Fonte: Professorgilbert.com.br
Após alguns anos recessivos e de organização econômica, o país iniciou em 1968 grande expansão econômica, com o PIB brasileiro crescendo em torno de 10% ao ano, e a construção civil crescendo anualmente a uma taxa de 15%.
O repentino crescimento econômico brasileiro se deu devido ao que acontece atualmente com a China, ou seja, países e empresas transnacionais buscando novas áreas para investir, havendo grande aumento da atividade econômica por meio da abertura de novas áreas passíveis de exploração.
Nesse período as desigualdades sociais se acentuaram ainda mais, uma vez que para o governo mais importava a classe alta, a qual realizava mais poupanças, e se as rendas nacionais fossem distribuídas às classes baixas a poupança interna cairia, observando-se que as classes baixas geralmente poupavam muito pouco.
O crescimento econômico foi vigoroso: o consumo de energia elétrica crescia 10% ao ano , as montadoras de veículos produziram, em 1970, 307 mil carros de passeio, o triplo de 1964. Os trabalhadores tinham em casa 4,58 milhões de televisores, contra 1,66 milhão em 1964.
Viveu-se um ciclo inédito de desenvolvimento no Brasil; o governo divulgava estes números na sua publicidade pela TV; criavam-se bordões como “Brasil Potência”, “Brasil Grande” e o mais famoso deles, “Brasil, ame-o ou deixe-o”.
Apesar de inúmeras consequências ruins do crescimento desenfreado, havia um furor popular super valorizando alguns índices e resultados do crescimento econômico e ignorando outros fatores, como o aumento da desigualdade social e o crescimento da miséria. Ao governo importava o crescimento.
Tal crescimento somente veio a ser barrado com a crise petrolífera de 1974, entrando então a economia brasileira em recessão, tendo seus efeitos perdurados até a década de 1990.
Todavia, em Estocolmo-72, o Brasil vivenciava grande entusiasmo econômico e um constante processo de desenvolvimento interno e a rápida industrialização era muito bem-vinda.
Assim, a posição brasileira frente às premissas apresentadas na Suécia foi conflitante a ponto do país liderar um grupo de 77 outras nações reivindicando também o direito do crescimento econômico, o qual já havia sido atingido pelas nações desenvolvidas.
A posição defendida era de que todos tinham direito ao crescimento econômico. O Brasil juntamente com os outros países por ele liderados, deferiram acusações aos países industrializados em defesa do crescimento a qualquer custo. Em protesto estendeu uma faixa com os dizeres: “Bem vindos à poluição, estamos abertos a ela. O Brasil é um país que não tem restrições, temos várias cidades que receberiam de braços abertos a sua poluição, porque nós queremos empregos, dólares para o nosso desenvolvimento”, deixando claro que o país preferia promover o crescimento econômico a qualquer custo a se dedicar às políticas ambientais.
Todavia tal posicionamento, após o evento, logo foi corrigido e o Brasil iniciou internamente o desenvolvimento de políticas e setores do governo condizentes com as ideias de preservação ambiental do mundo, como por exemplo quando o governo brasileiro implantou, em 1973, a Secretaria Especial do Meio Ambiente, vinculada à Presidência da República. Esta Secretaria tinha atribuições especialmente voltadas para o controle da poluição, o uso racional dos recursos naturais e a preservação do estoque genético.
Fonte: Tutela Ambiental/Adaptado por Geoconceição
Um comentário:
Adorei. Matéria excelente e ótima definição e explicação do contexto da época, econômico e social. Parabéns ao autor(a).Me ajudou bastante no meu crescimento intelectual, humano e acadêmico.
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