Amazônia e Cerrado são os biomas mais atingidos por queimadas no inverno
Impactos sobre a vegetação ainda provocam alterações no clima e põem em risco grande quantidade de espécies animais
A estação da seca entre julho e setembro, aliada à formação de bolsões de calor nas regiões Norte e Centro-Oeste, favorecem a ocorrência de queimadas que prejudicam especialmente a flora e a fauna da Amazônia e do Cerrado.
A estação da seca entre julho e setembro, aliada à formação de bolsões de calor nas regiões Norte e Centro-Oeste, favorecem a ocorrência de queimadas que prejudicam especialmente a flora e a fauna da Amazônia e do Cerrado.
A reportagem é publicada por Portal Brasil, 26-08-2016.
Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que são as vegetações destes dois biomas as mais afetadas pelos incêndios florestais: 82,45% dos 3.568 focos registrados já em maio estavam concentrados nessas regiões.
O chefe do centro especializado do PrevFogo, ligado ao Ibama, Gabriel Zacharias, afirma que a devastação das propriedades pela a agricultura para renovação da pastagem e trocas de lavouras contribui para esse índice.
“Na região amazônica tem o desmatamento que é um problema famoso. O uso do fogo é para desmatar, o que acaba agravando o problema, assim como em grande área de Cerrado”, afirmou. Contudo, ele diz que a situação “já era esperada”.
Segundo Zacharias, “esse ano estamos com um agravamento do período da seca, por causa do final do El Niño e com isso há dois períodos acumulados de pouca chuva, desde o segundo semestre do ano passado. Esse aumento do período seco fez com que a vegetação ficasse mais seca, a menor disponibilidade de água, gerou o maior potencial para as queimadas”, explicou.
Em um relatório do PrevFogo produzido em 2011 há o registro do trabalho de combate nas áreas prioritárias para o Ibama. Na ocasião, uma das áreas atingidas por queimadas foi o Parque Nacional dos Campos Amazônicos, em Rondônia (RO). O fogo só foi extinto pelos 45 brigadistas depois de 18 dias de operação no local, que teve 33.800 hectares de área devastada.
Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que são as vegetações destes dois biomas as mais afetadas pelos incêndios florestais: 82,45% dos 3.568 focos registrados já em maio estavam concentrados nessas regiões.
O chefe do centro especializado do PrevFogo, ligado ao Ibama, Gabriel Zacharias, afirma que a devastação das propriedades pela a agricultura para renovação da pastagem e trocas de lavouras contribui para esse índice.
“Na região amazônica tem o desmatamento que é um problema famoso. O uso do fogo é para desmatar, o que acaba agravando o problema, assim como em grande área de Cerrado”, afirmou. Contudo, ele diz que a situação “já era esperada”.
Segundo Zacharias, “esse ano estamos com um agravamento do período da seca, por causa do final do El Niño e com isso há dois períodos acumulados de pouca chuva, desde o segundo semestre do ano passado. Esse aumento do período seco fez com que a vegetação ficasse mais seca, a menor disponibilidade de água, gerou o maior potencial para as queimadas”, explicou.
Em um relatório do PrevFogo produzido em 2011 há o registro do trabalho de combate nas áreas prioritárias para o Ibama. Na ocasião, uma das áreas atingidas por queimadas foi o Parque Nacional dos Campos Amazônicos, em Rondônia (RO). O fogo só foi extinto pelos 45 brigadistas depois de 18 dias de operação no local, que teve 33.800 hectares de área devastada.
Impacto ambiental
O fogo que atinge essas regiões acaba por comprometer ainda a qualidade do solo, cujas camadas superiores perdem nutrientes e matéria orgânica e se tornam mais pobres e menos eficazes para plantações.
O impacto sobre a vegetação provoca consequências também sobre o clima, já que com a diminuição da área plantada há a queda na umidade do ar e redução das chuvas. “Quando chove a água não infiltra e logo escorre para os rios levando a matéria orgânica da superfície do solo, o que gera o assoreamento”, destaca o coordenador de emergências ambientais do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Cristian Berlink. Ele lembra ainda que a degradação vegetal também põe em risco as espécies animais.
“Os incêndios têm alterado a vegetação e isso tira o habitat dos animais, reduz a oferta de alimentação e impacta na reprodução deles, porque não têm lugar para se procriar e alimentar os filhotes”. Berlink ressalta ainda que os mais vulneráveis ao fogo são os animais de pequeno porte, como mamíferos e cobras que se deslocam mais devagar. Outros, como macacos, podem acabar morrendo nas florestas devastadas pela falta de alimentos.
Em todo o ano passado, foram queimados 1,18 milhão de hectares em unidades de conservação federais de todo o País, que abrangem parques nacionais, reservas biológicas e áreas de proteção ambiental. Segundo Berlinck, essas áreas de florestas podem levar até cem anos para recuperar o ambiente que foi destruído pelas chamas. “A vegetação cresce lentamente, mas há perda de espécies que não conseguem voltar”, completa.
O impacto sobre a vegetação provoca consequências também sobre o clima, já que com a diminuição da área plantada há a queda na umidade do ar e redução das chuvas. “Quando chove a água não infiltra e logo escorre para os rios levando a matéria orgânica da superfície do solo, o que gera o assoreamento”, destaca o coordenador de emergências ambientais do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Cristian Berlink. Ele lembra ainda que a degradação vegetal também põe em risco as espécies animais.
“Os incêndios têm alterado a vegetação e isso tira o habitat dos animais, reduz a oferta de alimentação e impacta na reprodução deles, porque não têm lugar para se procriar e alimentar os filhotes”. Berlink ressalta ainda que os mais vulneráveis ao fogo são os animais de pequeno porte, como mamíferos e cobras que se deslocam mais devagar. Outros, como macacos, podem acabar morrendo nas florestas devastadas pela falta de alimentos.
Em todo o ano passado, foram queimados 1,18 milhão de hectares em unidades de conservação federais de todo o País, que abrangem parques nacionais, reservas biológicas e áreas de proteção ambiental. Segundo Berlinck, essas áreas de florestas podem levar até cem anos para recuperar o ambiente que foi destruído pelas chamas. “A vegetação cresce lentamente, mas há perda de espécies que não conseguem voltar”, completa.
Fonte : Instituto Humanitas Unisinos.
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