Entenda o que é o volume morto do Sistema Cantareira
Nesta quinta-feira (15), água da reserva técnica começa a ser retirada.
Quantidade vai elevar nível em mais de 18% para a Grande SP, diz Sabesp.
Asequência de quedas no nível das represas do Sistema Cantareira, principal fornecedor de água para a população da Grande São Paulo, fez com que o governo de São Paulo procurasse saídas para uma possível falta do recurso. Na quarta-feira (14), o sistema chegou a 8,4% de sua capacidade, um recorde histórico negativo que vem sendo quebrado a cada dia.
Após descartar o racionamento como solução, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) iniciou obras para captar uma reserva técnica chamada "volume morto", que fica abaixo do nível das comportas. Nesta quinta-feira (15), essa água começa a ser retirada com a ajuda de bombas flutuantes. Confira, abaixo, perguntas e respostas sobre o volume morto.
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O que é?
O volume morto é um reservatório com 400 milhões de metros cúbicos de água situado abaixo das comportas das represas do Sistema Cantareira. Conhecida também como reserva técnica, essa água nunca foi utilizada para atender a população.
Por que usar essa água?
A Região Metropolitana de São Paulo enfrenta uma crise de abastecimento por causa da falta de chuvas e dos consequentes recordes de queda no nível do Cantareira. O governo do estado tentou fazer desvios para usar a água de outras represas, mas essas manobras não foram suficientes para atender toda a população da Grande São Paulo. Após o nível do sistema atingir um patamar preocupante, a Sabesp começou a fazer obras para conseguir bombear a água do volume morto.
Por que o nível do reservatório ficou tão baixo?
Segundo o governo paulista, o mês de janeiro teve apenas 87,8 milímetros de chuva, o pior índice em 84 anos – a média histórica é de 260 milímetros. Para a oposição, a falta de investimentos na ampliação do Cantareira provocou o atual colapso.
Que investimento foi feito para retirar o volume morto?
Por que a reserva nunca foi usada?
Orçada em R$ 80 milhões, a obra da Sabesp inclui 3 km de tubulações e sete bombas flutuantes para tornar útil a reserva de 400 milhões de metros cúbicos de água que fica abaixo do nível das comportas.
Por que a reserva nunca foi usada?
O volume morto nunca foi utilizado porque o sistema de bombeamento não chegava a uma profundidade tão grande. Desde 17 de março, porém, a Sabesp começou um serviço emergencial para retirar essa água. As obras ficaram prontas nesta quinta-feira.
Quantas pessoas o Cantareira abastece?
Qual será a nova capacidade do Cantareira?
O sistema atende uma população de 8,45 milhões de pessoas na capital paulista e Região Metropolitana. Mais 1,41 milhão de pessoas que não são abastecidas pela Sabesp também recebem água da represa.
Com o uso do volume morto, a quantidade de água será suficiente para elevar o nível do sistema em mais de 18%, segundo estimam os técnicos da Sabesp. No fundo do reservatório, restariam sem uso outros 10% do volume morto.
Quanto tempo dura o volume morto?
Essa água é boa para consumo?
Com essa reserva técnica, a Grande São Paulo terá abastecimento garantido até, pelo menos, novembro, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).
Especialistas dizem que o volume morto pode estar contaminado, inclusive com metais pesados, sendo impróprio para beber. Já o governo paulista afirma que foram feitos testes que comprovaram a qualidade desse recurso.
A conta de água ficará mais cara?
O consumidor que gastar acima da média mensal pagará 30% a mais, segundo proposta do governo paulista que deve ser regulamentada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp). Ainda não há previsão para o início da cobrança. Já os consumidores de 31 cidades da Região Metropolitana atendidas pela Sabesp que conseguirem economizar 20% receberão um desconto de 30% na conta.
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