Manuel Zelaya foi eleito presidente de Honduras em 2005 e empossado no cargo no começo de 2006. Seu mandato seguiu como prevê a lei hondurenha até junho deste ano, quando, após ter proposto um referendo inconstitucional sobre uma possível reeleição, ele foi retirado do cargo pelos militares e colocado num voo direto para a Costa Rica.
O grupo de civis e militares que o impediu de governar agora enfrenta um problema diplomático e político, com a volta de surpresa de Zelaya ao país. O impasse se arrasta desde segunda-feira, com protestos e mortes.
O golpe que tirou Manuel Zelaya do poder em Honduras no final de junho é semelhante ao golpe militar de 1964 contra João Goulart no Brasil: ambos são resultado de um conflito social interno
que culmin
a em uma ação militar de caráter ilegal, mas apoiada
pelo congresso.
Também Goulart, como Z
elaya, cortejou os setores populares, enfrentou
dificuldades econômicas, ficou impopular e foi deposto pelos militares, apoiados pelo congresso . A
principal diferença, é que o golpe brasileiro ocorreu em um contexto de Guerra Fria, desencadeando ações de maior violência contra os cidadãos.
Nos dois casos, trata-se de um governante com origem na aristocracia rural que, uma vez no poder, são encurralados por uma forte demanda social e resolvem aplicar arriscadas políticas de redistri
bução.
A consequência desse processo é uma classe baixa ansiosa por resultados e uma classe média com receios. De
ssa forma, quando elementos militares concretizam o golpe, a ação tinha apoio de significativos setores
da sociedade, acrescenta o historiador. Nos dois casos o presidente deixou
o país: Jango
para o Uruguai; Zelaya para a Costa Rica.
Uma semelhança importante é que a ação
ilegal dos militares - tirar um presidente do cargo à força é ilegal
aqui e em Honduras - acabou referendada por um órgão legítimo, o Congresso
. A respeito da argumentação dos golpistas nas duas situações de que se tratava apenas de defesa da legalid
ade.
A PRINCIPAL DIFERENÇA
entre os dois golpes, está no contexto mundial em que eles acontecem. "No Brasil, a ação repressiva inicial foi mais violenta, com a cassação de diversos opositores e o rápido endurecimento do regime. Isto foi assim porque vivíamos a Guerra Fria (1947-1989) e os Estados Unidos apoiavam regimes de força aliados. Hoje, o contexto é muito diferente e, oficialmente, os Estados Unidos condenaram o golpe."
Essa comparação não é apenas hipotética, mas tem efeitos reais. "Isso é fundamental para entender a reação do governo brasileiro diante do golpe hondurenho. A crítica feita desde o primeiro momento vem de um governo formado por políticos como Lula, que sempre condenaram o golpe no Brasil, isso está na memória deste governo".
Micheletti dá 10 dias ao Brasil para definir status de Zelaya
O Governo de fato de Roberto Micheletti deu um prazo de 10 dias ao Brasil para que defina o status do presidente hondurenho deposto, Manuel Zelaya, e anunciou que não receberá os embaixadores da Espanha, Argentina, México e Venezuela.
"Novamente solicitamos ao Governo do Brasil que defina o status do senhor Zelaya, dentro de um prazo não maior de dez dias. Se não for assim nos veremos obrigados a tomar medidas adicionais", disse nessa sábado à noite o Ministério de Exteriores do Governo de fato em comunicado lido por rádio e televisão para todo o país.
A mensagem pediu ao Brasil que "imediatamente tome medidas para assegurar que o senhor Zelaya deixe de utilizar a proteção que lhe oferece a missão diplomática do País para instigar a violência em Honduras". No entanto, não foram especificadas em que consistirão as "medidas adicionais".
Manuel Zelaya está
na Embaixada do Brasil como hóspede oficial desde segunda-feira passada, quando retornou a Honduras, quase três meses após ser expulso do país e do poder pelos militares.
Caminhando e cantando e seguindo a canção,
Somos todos iguais braços dados ou não,
Nas escolas, nas ruas, campos, construções,
Caminhando e cantado e seguindo a canção,
Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer,
Pelos campos a fome em grandes plantações,
Pelas ruas marchando indecisos cordões,
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão,
E acreditam nas flores vencendo o canhão,
Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer,
Há soldados armados, amados ou não,
Quase todos perdidos de armas na mão,
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição:
De morrer pela pátria e viver sem razão,
Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer,
Nas escolas, nas ruas, campos, construções,
Somos todos soldados, armados ou não,
Caminhando e cantando e seguindo a canção,
Somos todos iguais, braços dados ou não,
Os amores na mente, as flores no chão,
A certeza na frente, a história na mão,
Caminhando e cantando e seguindo a canção,
Aprendendo e ensinando uma nova lição,
Vem, vamos embora que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
VÁRIOS FORAM OS ARTISTAS, RELIGIOSOS, POLÍTICOS QUE SE MANIFETARAM CONTRA A DITADURA MILITAR INSTALADA NO BRASI.
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