Em seu relatório "Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2013", a ONU manteve a expectativa de avanço global de 2,4% em 2013 (três décimos menos que sua projeção em junho) e de 3,2% em 2014 (sete décimos menos).
Os analistas das Nações Unidas consideram que "a economia mundial se debilitou consideravelmente durante 2012" e que a expectativa é que "siga deprimida nos próximos dois anos".
O relatório destaca que essas taxas de crescimento estão muito longe de reverter a crise na criação de empregos em vários países e sustenta que, com as atuais políticas econômicas, "Europa e EUA podem levar outros cinco anos recuperar os empregos perdidos por causa da 'grande recessão' entre 2008 e 2009".
A ONU considera que a fraqueza dos países desenvolvidos é a causa principal do arrefecimento econômico, principalmente a situação dos países europeus, que "estão apanhados em um círculo vicioso de altas taxas de desemprego, fragilidade do setor financeiro, riscos soberanos crescentes, austeridade fiscal e baixo crescimento".
A recessão em várias economias da zona do euro, a forte freada econômica nos EUA e as condições deflacionárias no Japão "estão afetando os países em desenvolvimento através de uma demanda mais débil de suas exportações e de uma maior volatilidade nos fluxos de capital e nos preços das matérias-primas".
A ONU expressou que a maioria dos países de baixa receita "aguentou relativamente bem até o momento, mas agora essas nações enfrentam uma intensificação dos efeitos adversos do contágio do arrefecimento econômico nos países desenvolvidos e emergentes".
Rob Vos, diretor do relatório, afirmou que "a piora da crise na zona do euro, o abismo fiscal nos EUA e uma freada brusca da economia China podem causar uma nova recessão global".
Nesse contexto, a ONU considera que as atuais políticas econômicas baseadas na austeridade fiscal e nos cortes orçamentários "não conseguem oferecer o que é necessário para incentivar a recuperação econômica e frear a crise do emprego".
Portanto, a ONU defende a mudança da estratégia, em favor de políticas de consolidação fiscal a médio prazo, e não a curto prazo, em "um esforço que deverá ser coordenado internacionalmente e alinhado com políticas de criação de empregos e crescimento sustentável".
A ONU prevê um crescimento de 0,3% em 2013 e de 1,4% em 2014 na zona do euro, de 1,7% em 2013 e de 2,7% em 2014 nos EUA, e de 0,6% em 2013 e 0,8% em 2014 no Japão.
A China também freará seu crescimento para 7,9% em 2013 e 8% em 2014, enquanto para o conjunto das economias emergentes a previsão é de alta de 5,1% em 2013 e de 5,6% em 2014.
A América Latina se manterá nos mesmos níveis de exercícios anteriores, com uma previsão de avanço de 3,9% em 2013 e de 4,4% em 2014, com destaque para o crescimento do Brasil, que de 1,3% em 2012 (número ainda não confirmado) passaria a 4% em 2013 e a 4,4% em 2014.
Fonte: Terra.com.br
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