Atlas de Saneamento do IBGE, com dados de 2008, mostra que diferenças regionais persistem. Enquanto no Sudeste 95% têm rede de esgoto, no Norte só 13% dispõem do serviço
Esgoto no bairro de Marambaia, Belém (PA) (Filipe Araújo/AE)
Determinantes para a qualidade de vida, saúde e bem-estar da população, as condições de saneamento básico ainda separam grande parte dos brasileiros do que é considerado adequado em matéria de abastecimento de água e esgoto sanitário. O Atlas de Saneamento 2011, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base em dados de 2008 e divulgado oficialmente na manhã desta quarta-feira, detalha índices de quantidade e qualidade por região do país. Apesar dos avanços registrados entre 2000 e 2008, principalmente em relação à cobertura por redes de água e esgoto, persistem diferenças marcantes entre o Sudeste – mais equipado – e as regiões Norte e Nordeste, em pior situação. Desperdício e baixa qualidade do serviço também preocupam, e, não por acaso, as áreas com maiores incidências de doenças de transmissão hídrica e problemas como a dengue coincidem com as piores coberturas.
O Brasil tem, de acordo com o estudo elaborado pelo IBGE, um longo caminho rumo à universalização do saneamento. A apresentação do estudo destaca que, em 2008, apenas 33 municípios permaneciam sem abastecimento de água no país – embora, em grande parte ainda persistam formas rudimentares de captação e tratamento. Em relação ao esgoto, a situação é alarmante: em 2.495 municípios, ou 44,8% do total de cidades, não há rede coletora. Destacam-se negativamente grande parte dos estados do Nordeste e Norte, principalmente nos estados da Bahia, Maranhão, Piauí e Pará.
Água – Apesar de o abastecimento de água não ser o que mais preocupa nas cidades brasileiras, a precariedade das redes é um problema. Além de não prover um serviço com qualidade satisfatória, a forma de distribuição tem graves deficiências do ponto de vista ambiental. Os dados analisados no Atlas de Saneamento indicam um desperdício de água entre a captação e o consumidor muito acima do aceitável. O problema é maior nas cidades com mais de 100 mil habitantes. De acordo com o IBGE, 60% dos municípios a partir desse porte, no Brasil, têm níveis de desperdício entre 20% e 50% da captação. Nas cidades abaixo de 100 mil habitantes, a média de desperdício está na faixa de 20%.
Os dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) de 2008 mostram grande defasagem regional para o fornecimento de água nos domicílios. Em 2008, o abastecimento de água em pelo menos um distrito era encontrado quase na totalidade dos municípios brasileiros (99,4%). Dos 5.564 municípios, só 33 não dispunham de rede. Das cidades nessa situação, 63,3% - ou 21 munícipios – estão no Nordeste, a maior parte deles na Paraíba, com 11 municípios.
Esgoto – A coleta de esgoto está presente em 55% dos municípios brasileiros. Já o tratamento desses resíduos só é feito em 29% deles. Há ainda grandes discrepâncias regionais. Enquanto no Sudeste as redes coletoras estão em 95% das cidades, no Norte apenas 13% têm o serviço, e somente 8% dispõem de tratamento. No Nordeste, 46% têm coleta (tratamento em 29%). No Sul há rede em 40% das cidades, e tratamento em 24%. No Centro-Oeste, o serviço de esgotamento sanitário está presente em 28% dos municípios, e o tratamento em 25%.
FONTE : REVISTA VEJA.ABRIL.COM.BR
Um comentário:
muito bem resumida adorei a pesquisa obrigado por me ajudar
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