Joinville - O marco do planejamento em Santa Catarina atende pelo nome de Celso Ramos. Antes de conquistar o Palácio Cruz e Souza, o filho do ex-governador Vidal Ramos montou um mega seminário para apontar as prioridades de sua eventual gestão. Em um primeiro momento, três mil pessoas espalhadas por todos os municípios responderam um questionário com 15 temas. As respostas foram sintetizadas em encontros microrregionais e depois consolidadas em encontro em Florianópolis.
Daquele 1º Seminário Sócio-Econômico, comandado pela recém-criada Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), nasceu o Plano de Metas do Governo (Plameg), que seria implantado depois de Celso Ramos (PSD) - então presidente da Fiesc - derrotar Irineu Bornhausen por pouco mais de 20 mil votos na eleição para o governo estadual. E do Plameg, nasceria o Besc, a Udesc e a Celesc, para ficar entre as instituições de maior porte. Santa Catarina ganhava seu Juscelino Kubitschek local.
"As metas apresentadas na mensagem à Assembléia Legislativa foram todas cumpridas", lembra o professor Alcides Abreu, primeiro presidente do Besc. Em 1961, ano da posse de Celso Ramos, os tempos eram outros e a possibilidade de investimentos era ilimitada. "De forma alguma. Depois de Hercílio Luz, Celso Ramos foi o primeiro a conseguir empréstimo internacional, para a criação da Celesc. Se comparar o orçamento da década de 60 e de agora, guardadas as proporções, não era muito diferente não", rebate Abreu.
Celso Ramos teve mais sorte que JK. Enquanto o governador catarinense conseguiu eleger seu sucessor, Ivo Silveira - que deu prosseguimento ao plano de desenvolvimento através do Plameg 2 -, Juscelino foi substituído por Jânio Quadros. E depois de Silveira veio ainda Colombo Machado Salles, autor do Plano Catarinense de Desenvolvimento. Como afirmou Alcides Abreu, John Maynard Keynes chegava a Santa Catarina. (JS)
Fonte : www1.an.com.br/2003/mar/02/0pot.htm
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