A inversão térmica é uma ocasião na qual a ação dos poluentes do ar pode ser bastante agravada. O ar próximo à superfície do solo está em constante movimento vertical, a radiação solar aquece a superfície do solo que por sua vez aquece o ar, este ar quente é menos denso que o ar frio, portanto o ar quente sobe e o ar frio, mais denso, desce.
O ar frio que toca a superfície do solo, recebendo calor dele, esquenta, fica menos denso, sobe, dando lugar a um novo movimento descendente de ar frio. E o ciclo se repete. O normal, portanto, é que se tenha ar quente numa camada próxima ao solo, ar frio numa camada logo acima desta e ar ainda mais frio em camadas mais altas porém, em constantes trocas por correntes de convecção. Esta situação faz a dispersão da poluição local.
Figura A não há inversão térmica à superfície: o fumo sobe na vertical;
Figura B o ar está indiferente. Ou seja, o fumo não sobe nem desce;
Figura C há inversão térmica à superfície. O fumo desce.
As condições para haver uma inversão à superfície são:
- Céu limpo durante a noite;
- Grande arrefecimento noturno;
- Ausência de nuvens;
- vento calmo.
fonte: revista Nova Escola
Acontecendo isso, as fumaças e os gases produzidos pelas chaminés e pelos veículos não se dispersam. Os rolos de fumaça das chaminés assumem posição horizontal, ficando nas proximidades do solo. A cidade fica envolta numa "neblina" e consequentemente a concentração de substâncias tóxicas aumenta muito.
O fenômeno pode ser visto claramente no inverno de cidades como Nova Iorque, São Paulo e Tóquio, agravado pela elevada concentração de poluentes tóxicos diariamente despejados na atmosfera. Nestas cidades, segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde - o índice de pessoas com doenças respiratórias é muito maior, levando à morte milhares de pessoas por ano, em decorrência da qualidade do ar que respiram.
Este fenômeno climático ocorre principalmente nos grandes centros urbanos, regiões onde o nível de poluição é muito elevado. A inversão térmica ocorre quando há uma mudança abrupta de temperatura devido à inversão das camadas de ar frias e quentes.
A camada de ar fria, por ser mais pesada, acaba descendo e ficando numa região próxima a superfície terrestre, retendo os poluentes. O ar quente, por ser mais leve, fica numa camada superior, impedindo a dispersão dos poluentes.
Este fenômeno climático pode ocorrer em qualquer dia do ano, porém é no inverno que ele é mais comum. Nesta época do ano as chuvas são raras, dificultando ainda mais a dispersão dos poluentes, sendo que o problema se agrava.
Um comentário:
Muito bem explicado. Gostei muito da matéria.
Claudia Scarpat
claudia.ladeira@ymail.com
Postar um comentário