quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

PLACAS TECTÔNICAS.

PANGEA







Teoria da Deriva Continental ou Teoria da Translação dos Continentes ou, ainda, Teoria de Wegener. ( Alfred Wegener 1880-1930, meteorologista alemão), defende a noção de que os continentes ou terras emersas flutuam sobre o magma ou astenosfera, da mesma forma que a madeira ou o gelo flutuam na água. Em vista disso, os continentes se deslocam ou se movimentam, ou melhor, estão à deriva.
Como elementos comprovatórios de sua teoria, Wegener citou:
- a coincidência entre a linha de recorte do litoral oeste da África e a do litoral leste da América do Sul (Brasil), mostrando que esses recortes se encaixam como peças de um quebra-cabeça;
- a concordância entre estratos rochosos dos litorais da África e do Brasil.
- semelhança  de flora e fauna, fato que não poderia existir caso os continentes ou as terras emersas fossem separadas no passado geológico como são nos dias atuais. Wegener explicava a existência de fósseis tropicais na ilha ártica de Spitsbergen, admitindo que devia ter havido uma só massa continental e que ela se partiu por forças geológicas.
Wegener partiu da existência, há cerca de 220 milhões de anos ( era Paleozoica), de um supercontinente a que deu o nome de Pangéia e de um só imenso oceano, o Pantalassa.
A Pangéia teria sido dividida, em virtude de forças internas da Terra, por longo braço de mar ( o mar de Tétis), há cerca de 180 milhões de anos ( era Mesozoica), dando origem a duas grandes massas continentais: Gondwana e Laurásia.

GONDWANA, ao sul, incluiria as atuais América do Sul, Índia, África, Madagascar, Nova Zelândia, Austrália, além de Sri-Lanka.

LAURÁSIA, ao norte, incluiria as atuais América do Norte, Groenlândia, Ásia e Europa.
Há cerca de 65 milhões de anos ( final da era Mesozoica e início da Cenozoica ), a América do Sul teria começado a separar-se da África, ampliando o Oceano Atlântico. O deslocamento para oeste das terras que hoje formam as Américas realizou uma grande pressão sobre as rochas, comprimindo-as e dobrando-as para dar origem à Cordilheira dos Andes, na América do Sul, e às Montanhas Rochosas, na América do Norte. O deslocamento da África e da ilha que é hoje à Índia para o norte deu origem às cadeias montanhosas da Europa ( Alpes e Pirineus) e da Ásia ( Cárpatos, Cáucaso e Himalaia )
Finalmente, na era Cenozoica os continentes e oceanos assumiram a configuração atual. Mas os deslocamentos não cessaram. Continuam nos dias atuais.
Alfred Wegener não conseguiu explicar, em sua teoria, como os continentes podiam deslocar-se, mas ela ganhou consistência nos anos 50, quando a geofísica, por meio de modernas técnicas de pesquisas, pôde comprovar que os continentes se movimentam sobre o magma através da teoria das placas continentais ou da tectônica de placas.

Teoria da Tectônica de Placas

Teoria da Tectônica de Placas foi formulada pelo pesquisador Jason Morgan, de Universidade de Princeton (EUA), no ano de 1967, usando conhecimentos desenvolvidos por outros pesquisadores. Um desses foi Harry Hammond Hess (1906-1969), geofísico norte-americano que propôs a teoria da expansão do leito oceânico, além de ter descoberto os guyot, montes submarinos cujos cumes achatados teria sido, segundo eles, erodidos ainda quando se encontravam acima da superfície das águas. Por sua vez, a submersão desses montes teria ocorrido pelo deslocamento da crosta oceânica por baixo deles. Outros foram Fred Vine e Drummond Matthews, pesquisadores ingleses que publicaram em 1963, um estudo sobre as - "Anomalias magnéticas nas dorsais oceânicas ", abrindo portas, juntamente com outros geofísicos, para as conclusões de Jason Morgan relativa à tectônica de placas.
Segundo um artigo publicado na revista O Correio da Unesco:
"(...) nos anos 60 e 70 conseguiram-se provas decisivas quando à realidade da deriva continental e da tectônica de placas. Mas o ponto culminante da pesquisa só foi atingido nos últimos anos, quando os raios laser emitidos de satélites artificiais em órbita da terra permitiram a medição exata do constante alargamento do Atlântico, calculado em cerca de dois centímetros por ano" (set. 1986.p.11.)
De acordo com a Teoria da Tectônica de Placas, a litosfera não é um envoltório contínuo mas sim descontínuo, dividido em partes chamadas placas tectônicas, que se apoiam ou flutuam sobre a astenosfera. Foram identificadas oito principais, de maior extensão, e seis secundárias, de menor extensão. Na parte superior dessas placas, firmemente incrustadas em rochas densas, estão os continentes ou terras emersas e as bacias oceânicas.
Impulsionadas pela energia do interior da Terra, as placas deslocam-se horizontalmente e verticalmente.
         
Diastrofismo (do grego diastrophe = "distorção") ou tectonismo: é um termo geral relativo a todos os movimentos da crosta terrestre com origem em processos tectônicos. Incluem-se a formação de continentes, planaltos, cordilheiras e bacias oceânicas.
São duas suas subdivisões principais:

Orogênese ( Movimentos horizontais)
É um conjunto de processos que levam à formação ou rejuvenescimento de montanhas ou cadeias de montanhas produzido principalmente pelo diastrofismo (dobramentos, falhas ou a combinação dos dois), ou seja, pela deformação compressiva da litosfera continental.
Os movimentos das placas tectônicas são principalmente, de dois tipos: de afastamento e de encontro.

 Orogênese
a) Convergente, quando há colisão de placas;
b) Divergente, quando ocorre separação das mesmas. A orogênese convergente traz como consequência a formação de dobramentos, cordilheiras ou fossas.
Sua área de atuação é marcada pela ocorrência frequente de sismos e pela presença de vulcões.
Quando os dobramentos datam de uma era geológica recente, (Era Cenozoica) como os Andes, são considerados modernos, e quando datam de uma era geológica antiga, (por exemplo: Arqueozoico e Pré-cambriano) como o Escudo das Guianas, são considerados escudos ou maciços antigos.
c) Transformante:  São as criadas por duas placas que deslizam uma ao lado da outra. O atrito entre elas guarda muita tensão, que pode causar terremotos. Um exemplo dessa falha é a de San Andreas, que corta a costa da Califórnia e o litoral oeste dos Estados Unidos. 




Cordilheira dos Andes

FUNDOS OCEÂNICOS

Quando as placas se afastam, podem ocasionar saída do magma do interior das fendas presentes nos fundos oceânicos produzindo as dorsais mesoceânicas.
DORSAIS OCEÂNICAS

FOSSAS OCEÂNICAS
As fossas, por sua vez, são formações recentes, datadas do Cenozoico, por exemplo a Fossa das Marinas. São formadas quando na colisão, uma placa desloca-se para baixo da outra, criando o que costuma-se chamar de Zona de Subducção ou Zona de Benioff. Caracterizam-se por representarem as áreas mais profundas do planeta, por estarem em contacto direto com a astenosfera e por sua grande instabilidade tectônica.
O segundo movimento, de encontro de placas, pode ocorrer principalmente de duas formas:
SUBDUCÇÃO: quando uma placa oceânica se choca com uma placa continental, acontecendo o mergulho e o soerguimento , dando origem aos dobramentos, como é o caso da Cordilheira dos Andes e Rochosas.
OBDUCÇÃO: quando duas placas continentais se chocam, é o caso da Cordilheira do Himalaia.



1- TRANSFORMANTE
2-CONVERGENTE-OCEÂNICA E CONTINENTAL
3- DIVERGENTE
4- CONVERGENTE- CONTINENTAL E CONTINENTAL

Epirogênese ( movimentos verticais)
Que sãos movimentos da crosta terrestre cujo sentido é ascendente ou descendente, atingindo vastas áreas continentais, porém de forma lenta, inclusive ocasionando regressões e transgressões marinha.

ARIZONA- MOVIMENTO EPIROGENÉTICO

A epirogênese atinge áreas continentais formando arqueamentos, intumescências ou abaciamentos de grandes conjuntos geológicos. Os arqueamentos podem ser maiores num ponto e menores em outros, como pode haver levantamentos em um lugar e rebaixamentos em outros. A lentidão desses movimentos dificulta seu reconhecimento, carecendo-se também de um ponto de referência fixo que possibilite a mensuração de extensão da epirogênese.

As principais análises da epirogênese são feitas à beira do mar, porque além de o nível do mar poder ficar fixo por muito tempo, seus movimentos de subida e descida já são bem conhecidos.
Os movimentos do nível do mar são chamados de eustáticos, podendo ser de dois tipos:
a) Transgressão, quando o nível do mar se eleva sobre os litorais fixos invadindo os continentes;
b) Regressão, quando o nível das águas baixa sobre uma plataforma litorânea fixa.
As causas da variação do nível do mar são conhecidas como: tectonismo marinho e modificações paleoclimáticas. Como pôde ser visto é grande a dificuldade de pesquisa dos movimentos epirogenéticos.

ISOSTASIA
É um movimento epirogenético de equilíbrio, isto é , com a sobrecarga em uma área vai ocorrer o rebaixamento, sendo liberado o peso, o movimento será de soerguimento lento. É o que aconteceu com a Escandinávia, no quaternário com o acúmulo de gelo.


FALHAS OU FRATURAS-


Fonte: Panorama Geográfico do Brasil/Melhem Adas





TAREFA 
A tarefa deverá ser registrada no caderno:

1- Quais foram os elementos comprovatórios para Alfred Wegener desenvolver a Teoria da Deriva Continental ou Teoria da Translação dos Continentes ou Teoria de Wegener ?
2- Escreva o nome do único continente e do único oceano, da Era Paleozoica :
3- Escreva o nome dos supercontinentes, do oceano e do mar, da Era Mesozoica :
4- Temos os movimentos orogenéticos e epirogenéticos. Explique as formas e as consequências dos movimentos horizontais das placas tectônicas:
5- Como você explicaria a formação das :
a) dorsais oceânicas -
b) fossas oceânicas -
6- Quais são as principais consequências dos movimentos verticais das  placas tectônicas/
7- Escreva o nome das camadas internas da Terra e uma característica de cada camada:
8- Explique  e desenhe a formação das cordilheiras : Andes e  Himalaia:

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

ERAS GLACIAIS .

O clima da Terra não é estático. Já passou por períodos de calor e de extremo frio que duraram centenas de milhões de anos. De fato, os cientistas acreditam que, há mais de 500 milhões de anos, nosso planeta tenha passado por diversos períodos nos quais o planeta inteiro esteve envolto em gelo. Eles se referem ao fenômeno como "Terra bola de neve" [fonte: Scientific American (em inglês)]. Com o passar do tempo, os vulcões expeliram dióxido de carbono suficiente para permitir que o planeta se aquecesse.

O uso popular causa certa confusão quanto ao temo era glacial. Em termos estritamente científicos, a expressão designa um longo período (dezenas de milhões de anos) no qual a temperatura da Terra cai a ponto de permitir a formação de lençóis de gelo permanentes. Acredita-se que a Terra normalmente apresente pouco gelo permanente. Você pode estar pensando: "Nossa, acabamos de falar sobre as camadas de gelo que recobrem a Groenlândia e a Antártida. Será que isso significa que estejamos vivendo em uma era glacial?" A resposta é sim. Vivemos um período de resfriamento iniciado há mais de 30 milhões de anos [fonte: NOVA (em inglês)].

Em cada longa era glacial, existem períodos de calor relativo, nos quais as geleiras recuam, e períodos em que o frio se intensifica e as geleiras avançam. Esses períodos são conhecidos como interglacial e glacial, respectivamente. Vivemos atualmente um período interglacial. Quando a maioria das pessoas fala sobre uma "era do gelo", está se referindo à última era glacial.

Ninguém sabe ao certo o que causa essas longas mudanças cíclicas no clima da Terra. O mais provável é que diversos fatores estejam envolvidos.

  • Mudanças no eixo e órbita da Terra, conhecidas como ciclos de Milankovitch.
  • Movimentação de placas tectônicas.
  • Expulsão de particulados pelos grandes vulcões ou impactos de meteoros que bloqueiem a luz solar.
  • Composição da atmosfera.

A última razão é a mais importante. Você se lembra que, anteriormente, mencionamos que os vulcões aqueceram a "Terra bola de neve" ao encher a atmosfera de dióxido de carbono? Essa informação é muito importante para que você compreenda os atuais problemas relativos ao aquecimento global.

Columbia Glacier in Alaska
Peter Essick/Aurora/Getty Images
Geleira de Columbia Glacier, Alasca, que recuou 14 km e perdeu metade de sua altura desde 1992

Todas as eras glaciais e períodos de aquecimento anteriores foram causados por eventos naturais e levaram milhares ou milhões de anos para transcorrer. Desde a Revolução Industrial, estamos despejando gás carbônico na atmosfera. O resultado parece ser uma elevação muito mais rápida do que os processos naturais ocasionariam na temperatura do planeta.

O que isso significa para as geleiras da Terra? Há muitos indícios de que elas estão se reduzindo. O índice de perda de gelo na Antártida está subindo à medida que as geleiras da região deslizam para o oceano em velocidade sempre maior. A Antártida perdeu 75% mais gelo entre 1996 e 2006 do que costumava acontecer anteriormente [source: ScienceDaily (em inglês)]. A calota polar na região ártica canadense se reduziu em 50% nos últimos 100 anos e pode desaparecer dentro de algumas décadas [fonte: ScienceDaily]. Provas fotográficas extensas demonstram um recuo mundial das geleiras [fonte: Nichols College (em inglês)]. Uma geleira no Peru perdeu 22% de sua área em menos de 40 anos [fonte: The New York Times].

Durante os últimos milhões de anos houve várias eras glaciares, ocorrendo com frequências de 40.000 a 100.000 anos, entre as quais se destacam:

  • Glaciação Donau - há cerca de 2 milhões de anos
  • Glaciação Günz - há cerca de 700 mil anos
  • Glaciação Mindel - há cerca de 500 mil anos
  • Glaciação Riss - há cerca de 300 mil anos
  • Glaciação Würm - há cerca de 150 mil anos

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

CAMADAS INTERNAS DA TERRA.


















Fonte : Netxplica.com

AS CAMADAS DA TERRA :

A Litosfera, é a camada rígida do globo terrestre, com 50 a 60 Km de espessura, compreendendo o sial e o sima.
O sial - é a parte mais externa da litosfera, com 15 a 25 Km de espessura, e é nele que se formam o solo e o subsolo. Predominam no sial os minerais silício e alumínio, de onde vem seu nome (Si, de silício, e Al, de alumínio). Esses dois materiais são bem conhecidos: quem nunca bebeu um refrigerante de latinha (de alumínio) e depois separou para reciclagem? Já o silício é o material mais abundante da litosfera: é ele que dá aquela coloração clarinha aos grãos de areia!
O sima - logo abaixo do sial, tem a espessura de 30 a 35 Km e nele predominam o silício (Si) e o magnésio (Ma). Os minerais que compõem o sima apresentam maior densidade que os do sial. O magnésio é um material leve e resistente muito utilizado para fabricar ferramentas, peças de avião etc.
O manto - com espessura de aproximadamente, 4600 Km, é formado de minerais em estado pastoso, em virtude das altas temperaturas nessa profundidade ( cerca de 4000ºC). Recebe também o nome de magma, palavra grega que significa "massa"(alusão à massa pastosa) e dividi-se em manto inferior e manto superior.
O nife ou núcleo - central da Terra cuja espessura admite-se ser 1.700 Km, possui temperaturas que chegam a mais de 6.000ºC. Nele predominam minerais de alta densidade, como o níquel (Ni) e o ferro (Fe).
A sismologia admite que, numa certa camada de manto superior ( entre 100 e 350 Km de profundidade), existe uma massa plástica de minerais capaz de se deslocar  em estado líquido: é a denominada astenosfera ( do grego asthenes = "fraqueza", e sphaera esfera). É sobre ela que se assentam as placas tectônicas. Calcula-se que a astenosfera encontra-se a cerca de 100 Km sob os continentes e a 50 Km ou menos sob os oceanos.

A ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

Os estudos sobre as camadas geológicas da Terra são fundados a partir de perfurações da crosta terrestre, mas sendo assim dos aproximadamente 6371 km de profundidade até o centro da Terra, as escavações só tem acesso aos primeiros quilômetros,  o homem atingiu a marca de 10 Km e ocorreu no norte da Rússia. Portanto a maior parte do conhecimento do interior da Terra é obtida de forma indireta.
Os estudos geofísicos, auxiliados pela sismologia, têm procurado esclarecer várias questões relativas ao interior da Terra. por exemplo, pelo estudo da propagação das ondas dos terremotos (sismos) de um lugar para outro da Terra é possível saber o tipo de material que essas ondas atravessam no interior de nosso planeta. As variações e os desvios das ondas, em sua propagação, oferecem elementos para conhecer a estrutura interna da Terra, ou seja, suas camadas, suas propriedades e seus limites.
O estudo do vulcanismo, da densidade dos minerais e do grau geotérmico também auxilia os geofísicos em sua busca de conhecimento sobre o interior da Terra.
O grau geotérmico, chamado também de gradiente geotérmico, é a profundidade em metros correspondente a cada aumento de 1ºC na temperatura da Terra ( a média geral do planeta é de 33m)





fonte: Melhem Adas/Sergio Adas
EXERCÍCIOS:
1- Quais são  os meios utilizados para comprovar as camadas da Terra?
2- Quais são as camadas da Terra ?
3- Como está dividida a litosfera?
4- Qual é a função da astenosfera?
5- Explique o grau geotérmico:

domingo, 26 de fevereiro de 2012

FÓSSEIS E SUAS DATAÇÕES.


Fósseis são restos ou vestígios de animais e vegetais preservados em rochas. Restos são partes do animal ou planta e vestígios são evidências de sua existência ou de suas atividades.
Geralmente ficam preservadas as estruturas mais resistentes do animal ou planta, as chamadas partes duras, como dentes, ossos, conchas. As partes moles (vísceras, pele, vasos sangüíneos, etc.) preservam-se com muito mais dificuldade. Pode ocorrer também, o caso ainda mais raro de ficarem preservadas tanto as partes duras quanto as moles, como no caso de mamutes lanudos que foram encontrados intactos no gelo, e de alguns insetos que fossilizam em âmbar.

Considera-se fóssil aquele ser vivo que viveu há mais de 11.000 anos, ou seja antes do Holoceno, que é a época geológica atual. Restos ou evidências antigas mas com menos de 11.000 anos, como os sambaquis, são classificados como subfósseis,

A Paleontologia, o estudo dos fósseis, divide-se em Paleozoologia (estudo dos fósseis animais), Paleobotância (estudo dos fósseis vegetais) e Paleoicnologia (estudo dos icnofósseis, estruturas resultantes das atividades dos seres vivos, como pegadas, sulcos, perfurações ou escavações).

A Paleobiologia é o ramo da Paelontologia que estuda os fósseis e suas relações dentro da biosfera, e a Paleopalinologia, um sub-ramo da Micropaleontologia, estuda os pólens e esporos.

A fossilização resulta da ação combinada de processos físicos, químicos e biológicos. Para que ela ocorra, ou seja, para que a natural decomposição e desaparecimento do ser que morreu seja interrompida e haja a preservação, são necessárias algumas condições, como rápido soterramento e ausência de ação bacteriana decompondo os tecidos. Também influenciam na formação dos fósseis o modo de vida do animal e a composição química de seu esqueleto.

Entre os restos animais passíveis de preservação incluem-se as estruturas formadas de sílica (óxido de silício), como as espículas das esponjas; calcita (carbonato de cálcio), como as conchas de muitos moluscos e os corais; a quitina, substância que forma o esqueleto dos insetos e a celulose, encontrada na madeira

É interessante observar que as folhas, caules, sementes e pólens podem ser preservados, mas normalmente não aparecem juntos.

A fossilização pode dar-se de diferentes modos:

Incrustação – ocorre quando substâncias trazidas pelas águas que se infiltram no subsolo depositam-se em torno do animal ou planta, revestindo-o. Ocorre, por exemplo, em animais que morreram no interior de cavernas. Dos materiais que se depositam os mais comuns são calcita, pirita, limonita e sílica.

Os famosos peixes fósseis da Chapada do Araripe parecem ter se formado dessa maneira: morto o animal, ele foi para o fundo do mar e, ao começar a se decompor, passou a liberar amônia. Esta gerou um ambiente alcalino em torno dos restos, promovendo a precipitação de bicarbonato de cálcio. Isso explica por que as concreções hoje encontradas têm sempre a forma e o tamanho do animal.

Permineralização – bastante freqüente, ocorre quando substâncias minerais são depositadas em cavidades existentes em ossos e troncos, por exemplo. É assim que se forma a madeira petrificada.

Recristalização – rearranjo da estrutura cristalina de um mineral, dando-lhe mais estabilidade. Exemplo clássico é a transformação de aragonita em calcita.

Carbonificação ou incarbonização – ocorre quando há perda de substâncias voláteis (oxigênio, hidrogênio e nitrogênio principalmente), restando uma película de carbono. É mais freqüente em estruturas formadas de lignina, quitina, celulose ou queratina.

Em ambientes muito secos e áridos, a rápida desidratação também leva à preservação de animais (inclusive de corpos humanos). Chama-se a isso mumificação.

Os fósseis do tipo vestígios, não são restos de um ser vivo mas evidências de que ele existiu. Se uma concha é preenchida e totalmente recoberta por sedimento, vindo depois a se dissolver, poderá ficar esculpido, no material que a preencheu, um molde interno e, no que a recobriu, um molde externo. E, se o espaço antes ocupado for preenchido, ter-se-á um contramolde.

Outros vestígios são as impressões, deixadas por exemplo por folhas em sedimentos carbonosos, freqüentes acima e abaixo das camadas de carvão de Santa Catarina. Também são considerados vestígios os coprólitos (excrementos de animais), gastrólitos (pequenas pedras que as aves e alguns répteis possuem no aparelho digestivo), ovos (isolados ou reunidos em ninhos), marcas de dentadas (deixadas por dinossauros, por exemplo) e os já citados icnofósseis (pegadas, sulcos, etc.)

Algumas estruturas parecem-se muito com fósseis, mas não o são. Exemplo típico são os dendritos, depósitos de pirolusita (óxido de manganês), menos comumente de outro mineral, de forma ramificada, com todo o aspecto de uma planta, encontrados, por exemplo, em rochas vulcânicas do sul do Brasil. Essas estruturas são chamadas de pseudofósseis.

Animais e plantas que existem ainda hoje e que pouco mudaram ao longo da história da Terra são chamados de fósseis vivos. Exemplos são a planta Gingko biloba e animais como Limulus sp. e o celacanto (Latimeria chalmnae), um peixe que, até 1938, se julgava estar extinto.

COMO SABER A IDADE DE UM FÓSSIL?

A descoberta de um fóssil é um momento de realização para os arqueólogos, daí se começa o processo de datação do achado e quanto mais antiga for a relíquia maior será seu valor para a arqueologia. Mas, como é possível descobrir a idade de um fóssil?

A química está presente nesse processo, mais precisamente o elemento Carbono. A datação de um fóssil pode ser feita com base no percentual já conhecido do Carbono-14 (C14) em relação ao Carbono-12 (C12) da matéria viva (sem decomposição).

O carbono 14 é um isótopo radioativo natural do elemento carbono, recebendo esta numeração porque apresenta massa atômica 14. Esse isótopo apresenta dois nêutrons a mais no seu núcleo que o isótopo estável carbono 12.

O C14 é formado continuamente na atmosfera e é resultante do processo de bombardeio de raios cósmicos. Forma-se nas camadas superiores da atmosfera onde os átomos de nitrogênio-14 são bombardeados por neutrons contidos nos raios cósmicos e por isso é denominado de carbono radioativo ou radioisótopo. Ele entra no processo de fotossíntese e em consequência disso todos os seres vivos possuem em sua composição geral certa porcentagem de C14, ainda que em pequena quantidade. O C12 é o carbono comum (não-radioativo).

Quando o ser vivo morre inicia-se uma diminuição da quantidade de carbono-14 devido a sua desintegração radiativa. A meia-vida do C14 é de 5.740 anos, este é o tempo que o C14 leva para transmutar metade dos seus átomos em C12, os cientistas então se baseiam no cálculo comparativo entre a quantidade habitual encontrada na matéria viva, e aquela que foi descoberta no fóssil, determinando assim a idade do mesmo.



Exemplo: Em um fóssil de 11.480 anos, é encontrado somente ¼ da quantidade habitual de C14. Já em um fóssil de 22.960 anos deve-se encontrar 1/8 da quantidade normal do radioisótopo.

Fonte:G1.COM.BR www.cprm.gov.br/UOL EDUCAÇÃO/MUNDO EDUCAÇÃO/IMAGENS GOOGLE- REFORMULADO E ADAPTADO POR GEO-CONCEIÇÃO

sábado, 25 de fevereiro de 2012

SISTEMAS: GEOCÊNTRICO E HELIOCÊNTRICO.

Os planetas estão muito mais próximos de nós do que as estrelas, de forma que eles parecem se mover, ao longo do ano, entre as estrelas de fundo. Esse movimento se faz, geralmente, de oeste para leste (não confundir com o movimento diurno, que é sempre de leste para oeste!), mas em certas épocas o movimento muda, passando a ser de leste para oeste. Esse movimento retrógrado pode durar vários meses (dependendo do planeta), até que fica mais lento e o planeta reverte novamente sua direção, retomando o movimento normal. O movimento observado de cada planeta é uma combinação do movimento do planeta em torno do Sol com o movimento da Terra em torno do Sol, e é simples de explicar quando sabemos que a Terra está em movimento, mas fica muito difícil de descrever num sistema em que a Terra esteja parada.
retrogrado

O modelo Geocêntrico

Geocêntrico Ptolomeu
Apesar da dificuldade de compreender e explicar o movimento observado dos planetas do ponto de vista geocêntrico (a Terra no centro do Universo), o geocentrismo foi uma ideia dominante na Astronomia durante toda a Antiguidade e Idade Média. O sistema geocêntrico também é conhecido como sistema ptolomaico, pois foi Cláudio Ptolomeu, o último dos grandes astrônomos gregos (150 d.C.), quem construiu o modelo geocêntrico mais completo e eficiente. Ptolomeu explicou o movimento dos planetas através de uma combinação de círculos: o planeta se move ao longo de um pequeno círculo chamado epiciclo, cujo centro se move em um círculo maior chamado deferente. A Terra fica numa posição um pouco afastada do centro do deferente (portanto o deferente é um círculo excêntrico em relação à Terra). Para dar conta do movimento não uniforme dos planetas, Ptolomeu introduziu ainda o equante, que é um ponto ao lado do centro do deferente oposto à posição da Terra, em relação ao qual o centro do epiciclo se move a uma taxa uniforme.
Eq
O objetivo de Ptolomeu era produzir um modelo que permitisse prever a posição dos planetas de forma correta, e nesse ponto ele foi razoavelmente bem sucedido. Por essa razão esse modelo continuou sendo usado sem mudança substancial por 1300 anos.
RetGeo
Simulação do movimento retrógrado no sistema geocêntrico.
Web Syllabus, Dept. Physics & Astronomy, University of Tennessee

O Modelo Heliocêntrico

Copernico
Em 1492 termina a ocupação árabe (mouros) da península ibérica, que se iniciou em 711, e começa a Renascença. Inicia-se a tradução dos textos árabes e gregos, trazendo para a Europa os conhecimentos clássicos de Astronomia, Matemática, Biologia e Medicina. Nicolau Copérnico representou o Renascimento na Astronomia. Copérnico (1473-1543) foi um astrônomo polonês com grande inclinação para a matemática. Estudando na Itália, ele leu sobre a hipótese heliocêntrica proposta (e não aceita) por Aristarco (tex2html_wrap_inline59 300 a.C.), e achou que o Sol no centro do Universo era muito mais razoável do que a Terra. Copérnico registrou suas ideias num livro - De Revolutionibus- publicado no ano de sua morte.
Os conceitos mais importante colocados por Copérnico foram:
  • introduziu o conceito de que a Terra é apenas um dos seis planetas (então conhecidos) girando em torno do Sol
  • colocou os planetas em ordem de distância ao Sol: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno (Urano, Netuno e o planeta anão Plutão).
  • determinou as distâncias dos planetas ao Sol, em termos da distância Terra-Sol.
  • deduziu que quanto mais perto do Sol está o planeta, maior é sua velocidade orbital. Dessa forma, o movimento retrógrado dos planetas foi facilmente explicado sem necessidade de epiciclos.


Simulação do movimento retrógrado no sistema heliocêntrico.Web Syllabus, Dept. Physics & Astronomy, University of Tennessee
Johannes Kepler (1571-1630) foi um grande astrônomo alemão que desenvolveu um trabalho aperfeiçoando as ideias de Copérnico. Nicolau Copérnico, astrônomo polonês, havia apresentado a teoria heliocêntrica, onde os planetas giravam em órbitas circulares em torno do sol.

Durante muitos anos observando o movimento dos planetas e utilizando tabelas e medidas de outros astrônomos, Kepler conseguiu elaborar três leis sobre o movimento dos planetas, a primeira descrevia seus movimentos em torno do sol. Essa lei ficou conhecida como Lei das Órbitas.

Primeira Lei de Kepler: As órbitas realizadas pelos planetas são elípicas, com o sol ocupando um dos focos.

FONTE: MUNDO EDUCAÇÃO
UOL EDUCAÇÃO
http://astro.if.ufrgs.br/p1/p1.htm

PRINCIPAIS MOVIMENTOS DA TERRA.

Movimentos da Terra

Rotação, Translação, Revolução e as estações do ano

Rotação


O movimento de rotação da Terra é o giro que o planeta realiza ao redor de si mesmo, ou seja, ao redor do seu próprio eixo. Esse movimento se faz no sentido anti-horário, de oeste para leste, e tem duração aproximada de 24 horas (23horas,56minutos,4segundos e 9centéssimos).
Este movimento da Terra em volta do seu eixo imaginário tem as suas consequências.
  • A sucessão dos dias e das noites (se a Terra não girasse, era sempre de dia, na parte virada para o Sol, e sempre de noite, na parte escura).
  • O movimento aparente do Sol, durante o dia (Nós falamos em nascer e pôr do Sol, observando o seu movimento ao longo do dia - movimento este que não existe, pois o Sol está fixo no centro do Sistema Solar e a Terra é que roda).
  • O movimento aparente das estrelas, durante a noite (pela mesma razão acima).
  • A variação da obliquidade dos raios solares, num mesmo lugar, ao longo do dia (ao longo do dia, os raios solares apresentam diferentes inclinações, em relação à superfície da Terra).

  • Gifs Animados gifs em movimento | Facebook


    https://www.facebook.com/gifsanimadosgifsemmovimento/
MOVIMENTO DE ROTAÇÃO DA TERRA

Vale lembrar que, durante o ano, a iluminação do SOL não é igual em todos os lugares da Terra, pois o eixo imaginário, em torno do qual a Terra faz a sua rotação, tem uma inclinação de 23o 27, em relação ao plano da órbita terrestre.

O movimento aparente do Sol ou seja, o deslocamento do disco solar tal como observado a partir da superfície ocorre do leste para o oeste. É por isso que, há milhares de anos, o Sol serve como referência de posição: a direção onde ele aparece pela manhã é o leste ou nascente e a direção onde ele desaparece no final da tarde é o oeste ou poente.

Translação
Já o movimento de translação é aquele que a Terra realiza ao redor do Sol junto com os outros planetas. Em seu movimento de translação, a Terra percorre um caminho ou órbita que tem a forma de uma elipse.

A velocidade média da Terra ao descrever essa órbita é de 107.000 km por hora, e o tempo necessário para completar uma volta é de 365 dias, 5 horas e cerca de 48 minutos.

Esse tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol é chamado "ano". O ano civil, adotado por convenção, tem 365 dias. Como o ano sideral, ou o tempo real do movimento de translação, é de 365 dias e 6 horas, a cada quatro anos temos um ano de 366 dias, que é chamado ano bissexto.

Estações do anoAs datas que marcam o início das estações do ano determinam também a maneira e a intensidade com que os raios solares atingem a Terra em seu movimento de translação. Essas datas recebem a denominação de equinócio e solstício.
Para se observar onde e com que intensidade os raios solares incidem sobre os diferentes locais da superfície terrestre, toma-se como ponto de referência a linha do Equador.

As estações do ano estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento das atividades humanas, como a agricultura e a pecuária. Além disso, determinam os tipos de vegetação e clima de todas as regiões da Terra. E são opostas em relação aos dois hemisférios do planeta (Norte e Sul).

Quando no hemisfério Norte é inverno, no hemisfério Sul é verão. Da mesma maneira, quando for primavera em um dos hemisférios, será outono no outro. Isso ocorre justamente em função da posição que cada hemisfério ocupa em relação ao Sol naquele período, o que determina a quantidade de irradiação solar que está recebendo.

Durante o inverno, as noites são tanto mais longas quanto mais o Sol se afasta da linha do Equador. É esse afastamento que faz as temperaturas diminuírem. Já durante o verão, os dias são tanto mais longos quanto mais o Sol se aproxima da linha do Equador e dos trópicos. Por isso, as temperaturas se elevam. No outono e na primavera, os dias e as noites têm a mesma duração.
Equinócio
No dia 21 de março, os raios solares incidem perpendicularmente sobre a linha do Equador, tendo o dia e a noite a mesma duração na maior parte dos lugares da Terra. Daí o nome "equinócio" (noites iguais aos dias). Nesse dia, no hemisfério norte, é o equinócio de primavera - e no hemisfério sul, o equinócio de outono.
No dia 23 de setembro, ocorre o contrário: é o equinócio de primavera no hemisfério sul - e o equinócio de outono no hemisfério norte.
Solstício
Os solstícios ocorrem nos dias 21 de junho e 21 de dezembro. No dia 21 de junho, os raios solares incidem perpendicularmente sobre o trópico de
Câncer, situado a 23o 27, 30,,, no hemisfério norte. Nesse momento ocorre o solstício de verão nesse hemisfério. É o dia mais longo e a noite mais curta do ano, que marcam o início do verão. Enquanto isto, no hemisfério sul, acontece o solstício de inverno, com a noite mais longa do ano, marcando o início da estação fria.


Já no dia 21 de dezembro os raios solares estão exatamente perpendiculares ao trópico de Capricórnio, situado a 23o 27, 30,,, no hemisfério sul. É o solstício de verão no hemisfério sul. Nesse dia, a parte sul do planeta está recebendo maior quantidade de luz solar que a parte norte, propiciando o dia mais longo do ano e o início do verão. No hemisfério norte, acontece a noite mais longa do ano. É o início do inverno.

Vale ressaltar que as datas utilizadas na determinação do começo e do final de cada estação do ano (21/3; 21/6; 23/9; 21/12) são convencionais. Foram selecionadas para efeito prático, pois, na verdade, a interferência de diversos fatores tende a alterar esses dias, para mais ou para menos, a cada determinado período de tempo.

A estação se inicia, verdadeiramente, quando o planeta Terra e o Sol estão numa posição em que os raios solares incidem perpendicularmente a linha do Equador (primavera e outono) ou a um dos trópicos (verão e inverno).SISTEMA SOLAR

MOVIMENTO DE REVOLUÇÃO

É executado pela Terra, simultaneamente com o Sol, ao redor do centro da Via Láctea, descrevendo uma trajetória helicoidal. É importante destacar que esse movimento não é próprio da Terra, uma vez que acompanha o movimento que o Sol realiza em relação à Via Láctea




FONTE: UOL EDUCAÇÃO- ADAPTADO POR GEO-CONCEIÇÃO
ASTRONOMIA NO ZÊNITE- ADAPTADO POR GEO-CONCEIÇÃO
NOVA ESCOLA- VÍDEO
ESPAÇONAVE TERRA- VÍDEO

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Agropecuária ameaça Cerrado e Amazônia no PA e MA, diz IBGE

Novos mapas que mostram a vegetação e uso da terra divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram a atividade agropecuária como predominante nos estados do Sergipe, Maranhão e Pará, sendo os dois últimos inseridos na Amazônia Legal, e apontam ainda ameaças ao cerrado e à floresta Amazônica devido às atividades humanas.
Redenção, cidade do Pará, perdeu grande parte da cobertura vegetal por conta da atividade Pecuária. A cidade tem registrou focos de queimada em 2011 em áreas preservadas devido à estiagem, assim como outras cidades paraenses com (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

A representação faz parte de uma série temática produzida pelo instituto que mostra os recursos naturais de todos os estados da Amazônia legal, elaborados a partir de informações obtidas em trabalhos de campo e imagens de satélite até 2010.
Segundo o levantamento, a área de cerrado no Maranhão, inserida dentro da nova fronteira agrícola (perto das cidades de Balsas e Fortaleza de Nogueira), perdeu 24,1% de sua cobertura vegetal desde a década de 1980 devido à atividade agropecuária (pastagens plantadas e lavouras de soja). A área original de 74.288 km² foi reduzida para 57.130 km².
“O perigo maior é onde essas plantações estão acontecendo. Historicamente, o cerrado maranhense na região Centro-Oeste do estado já era ocupada pela pecuária extensiva, que foi acrescentada pela cultura da soja. Mas agora, existe perigo porque as plantações estão ocorrendo em áreas de chapadas no Sul do Maranhão, onde estão as nascentes de rios”, disse Pedro Bezerra, gerente de Recursos Naturais do IBGE.
“Se acontecer a ocupação no topo das chapadas, a água das chuvas ficará impedida de penetrar no solo, diminuindo o fluxo dos rios e provocando escoamento superficial, que resulta na erosão”, complementa.

Floresta
Outra consequência da ocupação do solo é a redução das áreas de floresta. Segundo o IBGE, atualmente restam 31% da cobertura vegetal densa original (19.707 km²). Entretanto, da área primitiva de floresta aberta na região, quando as árvores estão mais esparsadas e são mais baixas, resta apenas 0,09%. “Onde tinha esta área de floresta, agora há plantações de babaçu, cujo óleo é extraído e utilizado pela população”, disse Bezerra.
A pecuária também está presente em 60% do estado do Sergipe, com foco na cultura de animais de grande porte (bovinos), associada a lavouras de milho, que, segundo o instituto, ocupam grandes extensões do território sergipano nas suas porções central e oeste.
No Pará, o mapa de cobertura e uso da terra apontou que em 19% da área total do estado ocorrem atividades agrícolas, sendo que se destaca a pecuária (187.308 km², o equivalente a 15,2% do estado, considerado o maior criador de búfalos do país e quinto maior produtor de bovinos, segundo o próprio IBGE.
Essas atividades ocorrem, principalmente, no eixo de rodovias como a BR-230 (Transamazônica), BR-163 (Santarém-Cuiabá), BR-010 (Belém-Brasília), além de estradas estaduais.
“A atividade está consolidada na região Sudeste do estado, como nas regiões de Redenção e São Félix do Xingu”, disse Joana D’arc Carmo Arouck, engenheira florestal e supervisora regional de uso da terra do IBGE.
SÃO FÉLIX DO XINGU
As duas cidades citadas estão inseridas no chamado “arco do desmatamento da Amazônia” e foram colocadas na lista dos municípios que mais desmatam o bioma, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente.

Pressão

Segundo o IBGE, 77,3% da área do estado é coberto por vegetação natural, sendo que 73% (o equivalente a 909.061 km²) é área de floresta amazônica.
“Deste total de florestas, 57,09% estão em áreas especiais, como terras indígenas e unidades de conservação. São áreas consideradas protegidas, porém, em sua volta, principalmente nas regiões sudeste e sudoeste do estado, já percebemos atividades agropecuárias”, explica Joana D’arc.
Ainda de acordo com o IBGE, 20% do total de florestas ainda não foram classificadas como áreas de proteção e já sofrem pressão pelo avanço das atividades humanas.
“Existe uma ameaça, mas temos que lembrar que o homem precisa consumir para viver. O que queremos ressaltar é a necessidade de haver um manejo sustentável, uma compatibilização entre o ecossistema social e ambiental”.

“O mapa de uso da terra é fundamental para observarmos as mudanças da cobertura florestal e monitorarmos a questão do conflito agrário, existente na região”, complementa a supervisora do instituto.

FONTE : G1