Como elementos comprovatórios de sua teoria, Wegener citou:
- a coincidência entre a linha de recorte do litoral oeste da África e a do litoral leste da América do Sul (Brasil), mostrando que esses recortes se encaixam como peças de um quebra-cabeça;
- a concordância entre estratos rochosos dos litorais da África e do Brasil.
- semelhança de flora e fauna, fato que não poderia existir caso os continentes ou as terras emersas fossem separadas no passado geológico como são nos dias atuais. Wegener explicava a existência de fósseis tropicais na ilha ártica de Spitsbergen, admitindo que devia ter havido uma só massa continental e que ela se partiu por forças geológicas.
Wegener partiu da existência, há cerca de 220 milhões de anos ( era Paleozoica), de um supercontinente a que deu o nome de Pangéia e de um só imenso oceano, o Pantalassa.
A Pangéia teria sido dividida, em virtude de forças internas da Terra, por longo braço de mar ( o mar de Tétis), há cerca de 180 milhões de anos ( era Mesozoica), dando origem a duas grandes massas continentais: Gondwana e Laurásia.
GONDWANA, ao sul, incluiria as atuais América do Sul, Índia, África, Madagascar, Nova Zelândia, Austrália, além de Sri-Lanka.
LAURÁSIA, ao norte, incluiria as atuais América do Norte, Groenlândia, Ásia e Europa.
Há cerca de 65 milhões de anos ( final da era Mesozoica e início da Cenozoica ), a América do Sul teria começado a separar-se da África, ampliando o Oceano Atlântico. O deslocamento para oeste das terras que hoje formam as Américas realizou uma grande pressão sobre as rochas, comprimindo-as e dobrando-as para dar origem à Cordilheira dos Andes, na América do Sul, e às Montanhas Rochosas, na América do Norte. O deslocamento da África e da ilha que é hoje à Índia para o norte deu origem às cadeias montanhosas da Europa ( Alpes e Pirineus) e da Ásia ( Cárpatos, Cáucaso e Himalaia )
Finalmente, na era Cenozoica os continentes e oceanos assumiram a configuração atual. Mas os deslocamentos não cessaram. Continuam nos dias atuais.
Alfred Wegener não conseguiu explicar, em sua teoria, como os continentes podiam deslocar-se, mas ela ganhou consistência nos anos 50, quando a geofísica, por meio de modernas técnicas de pesquisas, pôde comprovar que os continentes se movimentam sobre o magma através da teoria das placas continentais ou da tectônica de placas.
Teoria da Tectônica de Placas
A Teoria da Tectônica de Placas foi formulada pelo pesquisador Jason Morgan, de Universidade de Princeton (EUA), no ano de 1967, usando conhecimentos desenvolvidos por outros pesquisadores. Um desses foi Harry Hammond Hess (1906-1969), geofísico norte-americano que propôs a teoria da expansão do leito oceânico, além de ter descoberto os guyot, montes submarinos cujos cumes achatados teria sido, segundo eles, erodidos ainda quando se encontravam acima da superfície das águas. Por sua vez, a submersão desses montes teria ocorrido pelo deslocamento da crosta oceânica por baixo deles. Outros foram Fred Vine e Drummond Matthews, pesquisadores ingleses que publicaram em 1963, um estudo sobre as - "Anomalias magnéticas nas dorsais oceânicas ", abrindo portas, juntamente com outros geofísicos, para as conclusões de Jason Morgan relativa à tectônica de placas.
Segundo um artigo publicado na revista O Correio da Unesco:
"(...) nos anos 60 e 70 conseguiram-se provas decisivas quando à realidade da deriva continental e da tectônica de placas. Mas o ponto culminante da pesquisa só foi atingido nos últimos anos, quando os raios laser emitidos de satélites artificiais em órbita da terra permitiram a medição exata do constante alargamento do Atlântico, calculado em cerca de dois centímetros por ano" (set. 1986.p.11.)
De acordo com a Teoria da Tectônica de Placas, a litosfera não é um envoltório contínuo mas sim descontínuo, dividido em partes chamadas placas tectônicas, que se apoiam ou flutuam sobre a astenosfera. Foram identificadas oito principais, de maior extensão, e seis secundárias, de menor extensão. Na parte superior dessas placas, firmemente incrustadas em rochas densas, estão os continentes ou terras emersas e as bacias oceânicas.
Impulsionadas pela energia do interior da Terra, as placas deslocam-se horizontalmente e verticalmente.
Diastrofismo (do grego diastrophe = "distorção") ou tectonismo: é um termo geral relativo a todos os movimentos da crosta terrestre com origem em processos tectônicos. Incluem-se a formação de continentes, planaltos, cordilheiras e bacias oceânicas.
Orogênese ( Movimentos horizontais)
É um conjunto de processos que levam à formação ou rejuvenescimento de montanhas ou cadeias de montanhas produzido principalmente pelo diastrofismo (dobramentos, falhas ou a combinação dos dois), ou seja, pela deformação compressiva da litosfera continental.
Os movimentos das placas tectônicas são principalmente, de dois tipos: de afastamento e de encontro.
b) Divergente, quando ocorre separação das mesmas. A orogênese convergente traz como consequência a formação de dobramentos, cordilheiras ou fossas.
Sua área de atuação é marcada pela ocorrência frequente de sismos e pela presença de vulcões.
Quando os dobramentos datam de uma era geológica recente, (Era Cenozoica) como os Andes, são considerados modernos, e quando datam de uma era geológica antiga, (por exemplo: Arqueozoico e Pré-cambriano) como o Escudo das Guianas, são considerados escudos ou maciços antigos.
c) Transformante: São as criadas por duas placas que deslizam uma ao lado da outra. O atrito entre elas guarda muita tensão, que pode causar terremotos. Um exemplo dessa falha é a de San Andreas, que corta a costa da Califórnia e o litoral oeste dos Estados Unidos.
Cordilheira dos Andes
FUNDOS OCEÂNICOS
Quando as placas se afastam, podem ocasionar saída do magma do interior das fendas presentes nos fundos oceânicos produzindo as dorsais mesoceânicas.
DORSAIS OCEÂNICAS
As fossas, por sua vez, são formações recentes, datadas do Cenozoico, por exemplo a Fossa das Marinas. São formadas quando na colisão, uma placa desloca-se para baixo da outra, criando o que costuma-se chamar de Zona de Subducção ou Zona de Benioff. Caracterizam-se por representarem as áreas mais profundas do planeta, por estarem em contacto direto com a astenosfera e por sua grande instabilidade tectônica.
SUBDUCÇÃO: quando uma placa oceânica se choca com uma placa continental, acontecendo o mergulho e o soerguimento , dando origem aos dobramentos, como é o caso da Cordilheira dos Andes e Rochosas.
OBDUCÇÃO: quando duas placas continentais se chocam, é o caso da Cordilheira do Himalaia.
Epirogênese ( movimentos verticais)
Que sãos movimentos da crosta terrestre cujo sentido é ascendente ou descendente, atingindo vastas áreas continentais, porém de forma lenta, inclusive ocasionando regressões e transgressões marinha.
ARIZONA- MOVIMENTO EPIROGENÉTICO
A epirogênese atinge áreas continentais formando arqueamentos, intumescências ou abaciamentos de grandes conjuntos geológicos. Os arqueamentos podem ser maiores num ponto e menores em outros, como pode haver levantamentos em um lugar e rebaixamentos em outros. A lentidão desses movimentos dificulta seu reconhecimento, carecendo-se também de um ponto de referência fixo que possibilite a mensuração de extensão da epirogênese.
As principais análises da epirogênese são feitas à beira do mar, porque além de o nível do mar poder ficar fixo por muito tempo, seus movimentos de subida e descida já são bem conhecidos.
Os movimentos do nível do mar são chamados de eustáticos, podendo ser de dois tipos:
a) Transgressão, quando o nível do mar se eleva sobre os litorais fixos invadindo os continentes;
b) Regressão, quando o nível das águas baixa sobre uma plataforma litorânea fixa.
As causas da variação do nível do mar são conhecidas como: tectonismo marinho e modificações paleoclimáticas. Como pôde ser visto é grande a dificuldade de pesquisa dos movimentos epirogenéticos.
ISOSTASIA
É um movimento epirogenético de equilíbrio, isto é , com a sobrecarga em uma área vai ocorrer o rebaixamento, sendo liberado o peso, o movimento será de soerguimento lento. É o que aconteceu com a Escandinávia, no quaternário com o acúmulo de gelo.
FALHAS OU FRATURAS-
Fonte: Panorama Geográfico do Brasil/Melhem Adas
TAREFA
A tarefa deverá ser registrada no caderno:
1- Quais foram os elementos comprovatórios para Alfred Wegener desenvolver a Teoria da Deriva Continental ou Teoria da Translação dos Continentes ou Teoria de Wegener ?
2- Escreva o nome do único continente e do único oceano, da Era Paleozoica :
3- Escreva o nome dos supercontinentes, do oceano e do mar, da Era Mesozoica :
4- Temos os movimentos orogenéticos e epirogenéticos. Explique as formas e as consequências dos movimentos horizontais das placas tectônicas:
5- Como você explicaria a formação das :
a) dorsais oceânicas -
b) fossas oceânicas -
6- Quais são as principais consequências dos movimentos verticais das placas tectônicas/
7- Escreva o nome das camadas internas da Terra e uma característica de cada camada:
8- Explique e desenhe a formação das cordilheiras : Andes e Himalaia: