quinta-feira, 30 de junho de 2022

REÚSO DE ÁGUA É IMPRESCINDÍVEL PARA REVITALIZAÇÃO DOS OCEANOS.

 água

Reúso de água é imprescindível para a revitalização dos oceanos

O Programa Mundial da UNESCO para a Avaliação de Recursos Hídricos reconhece as águas residuais como um “recurso desperdiçado”, incentivando sua valorização por meio de tecnologias de tratamento e reúso

A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu a Revitalização como principal ação coletiva para as celebrações deste ano em torno do Dia Mundial dos Oceanos (08/06) e a Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reúso de Água (ALADYR) se junta a essa corrente destacando que a primeira grande medida de proteção aos oceanos passa por intensificar a reutilização de águas residuais, interrompendo assim o despejo de contaminantes nas bacias hidrográficas.

Ambas as organizações explicam que uma das grandes ameaças aos ecossistemas marinhos é o lançamento de esgoto não tratado que, de acordo com um estudo recente, é responsável por levar 6,2 toneladas de nitrogênio por ano para as áreas costeiras do mundo, causando a proliferação tóxica de algas, eutrofização e zonas mortas.

Os oceanos representam 70% da superfície terrestre e 97% da água disponível está concentrada neles, além de serem responsáveis por absorver 30% do dióxido de carbono liberado no mundo e produzirem 50% do oxigênio do planeta. Alterações no equilíbrio desse importante ecossistema afetam organismos essenciais como manguezais, gramas marinhas e marismas que, devidamente protegidos, poderiam capturar 1,4 bilhão de toneladas de emissões de carbono por ano até 2050.

Sendo importante destacar que essa capacidade de absorver o dióxido de carbono, também merece atenção diante das preocupações globais frente às Mudanças Climáticas, explica Eduardo Pedroza, representante da ALADYR no Brasil. Pedroza destaca, com base nos dados do observatório da NASA, a agência espacial americana, “que desde o início da Revolução Industrial, a acidez das águas superficiais dos oceanos aumentou cerca de 30%. Esse aumento deve-se ao crescimento das emissões atmosféricas de CO2, absorvidos pelo oceano. Essa mudança no pH traz uma preocupação para o ecossistema marinho”, explica o químico industrial.

Soma-se a isso o fato de que mais de 8 toneladas de plástico acabam no mar todos os anos e que o fundo do mar já concentra mais de 14 milhões de toneladas de microplásticos, como constatou um estudo da agência científica nacional australiana CSIRO, o que é 35 vezes mais do que se acredita flutuar na superfície das águas e pode ter grandes consequências ambientais.

Segundo o Banco Mundial, a América Latina trata menos de 30% das águas residuais que produz e, na maioria dos casos, as estações de tratamento não removem contaminantes capazes de alterar o sistema endócrino da fauna aquática. No caso do Brasil a situação é ainda mais alarmante, dados do último levantamento do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), relativos a 2020, mostram que apenas metade do esgoto coletado é tratado antes de ser disposto nos rios e mares.

A instituição financeira internacional destaca ainda que há mais de cinco anos o Programa Mundial da UNESCO para a Avaliação de Recursos Hídricos reconhece as águas residuais como um “recurso desperdiçado”, incentivando sua valorização por meio de tecnologias de tratamento e reúso. Da mesma forma, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente também aponta que o reaproveitamento de resíduos, uma vez devidamente tratados, pode ajudar a reduzir a dependência de fertilizantes agrícolas, promover a segurança hídrica e fornecer fontes de energia renováveis.

Juan Miguel Pinto, engenheiro e presidente da ALADYR, considera que, no cenário ideal, as águas residuais jamais chegariam ao mar, seriam antes devidamente tratadas e reutilizadas para diversos fins, como na indústria, agricultura ou para a recarga de aquíferos, reduzindo o impacto nos oceanos e também nas fontes de captação de água doce.

O engenheiro explica que a América Latina possui legislação, decretos e regulamentos em países como Chile, Peru, México e Colômbia que permitem o uso agrícola de águas residuais tratadas seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, mas que ainda são poucos os casos de aplicação devido à falta de divulgação do tema e convergência de esforços.

Oceanos Potáveis

Cerca de 3 bilhões de pessoas dependem dos recursos marinhos como fonte de subsistência, um terço da população mundial (2,4 bilhões de pessoas) vive a pelo menos 100 km de distância de uma zona costeira e 300 milhões de pessoas dependem da dessalinização para seu abastecimento, com isso observamos o potencial de crescimento da dessalinização da água do mar como fonte de água potável.

Segundo a ONU (2018), existem quase 16 mil usinas de dessalinização operando em 177 países e produzindo um volume de água doce equivalente a 50% do fluxo médio das Cataratas do Niágara. Países como Bahamas, Maldivas e Malta suprem todas as suas necessidades com água proveniente de processos de dessalinização, enquanto que metade do abastecimento da Arábia Saudita também é oriundo dessas fontes alternativas.

Neste sentido, Pinto enfatiza que a costa latino-americana deve permanecer limpa porque será uma das principais fontes de água doce no futuro e que na região será cada vez mais frequente ver cidades que dependem da dessalinização para atender suas necessidades de abastecimento; como é o caso de Tocopilla, situada na província de Antofagasta (Chile), a primeira cidade latino-americana com mais de 20 mil habitantes cujo abastecimento vem exclusivamente do mar.

Baseado em dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o diretor da ALADYR destaca que, nos últimos anos, a América Latina e o Caribe (ALC) se tornaram um dos maiores mercados emergentes de dessalinização, com impulso significativo a partir de 2020 com projetos de potabilização em cidades como Antofagasta ( Chile ), Lima (Peru) e Fortaleza (Brasil).

Não é mais uma distopia futurista, é uma realidade. As alterações climáticas, a industrialização e o crescimento populacional no levam a depender cada vez mais do mar para o abastecimento de água doce. Felizmente, a tecnologia amadureceu o suficiente para ser ambientalmente inócua e economicamente viável”, afirma.

De acordo com informações coletadas de prestadores de serviços em vários países da América Latina, estima-se que o preço médio por metro cúbico de água dessalinizada para uso residencial é de US$ 0,61. Considerando o consumo médio na região de 6,1 m³ por pessoa por mês, o engenheiro calcula que o custo mensal de abastecimento de água potável da dessalinização da água do mar seria de US$ 7,4 dólares por pessoa, excluindo diferenças de bombeamento e transporte. “O custo mensal seria o equivalente a comprar quatro garrafas de 5 litros de água mineral de uma marca de consumo regular no Brasil”, destaca.

Segundo a Associação existem estudos regionais e de outras partes do mundo em que se percebe que não há impacto quantificável da dessalinização no fundo do mar devido à descarga de salmoura, além disso, iniciativas na Arábia Saudita mostram a mineração de salmoura como uma opção economicamente rentável para tratamento do rejeito da dessalinização visando a extração mineral para obtenção de elementos como potássio, magnésio, rubídio, bromo e lítio.

Blue Economy

Estima-se que o valor de exploração de bens e serviços pelo oceano chega a US$ 2,5 trilhões, o que corresponderia ao valor da sétima maior economia do mundo, que no último levantamento (2021) correspondia a França. Uma projeção da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que a economia oceânica crescerá para US$ 3 trilhões até 2030. Além de fornecer alimentação, medicamentos, recursos energéticos minerais renováveis, 80% das mercadorias comercializadas no mundo são transportadas pelos mares.

É o que se chama atualmente de blue economy ou economia do mar, uma fonte de receita que o Brasil tem de sobra, afinal são 11 mil quilômetros de uma costa com potencial para exploração de recursos, vivos e não vivos, renováveis ou não, além do forte turismo.

Os oceanos são uma nova fronteira da economia, principalmente quando pensamos que um dos recursos naturais mais indispensáveis a vida humana é a água. No que se refere a dessalinização como alternativa sustentável para o abastecimento de água potável, o Brasil tem um grande potencial de crescimento e possibilidade de driblar futuras crises hídricas”, destaca Juan.

A ALADYR entende que o futuro do planeta e a perpetuação da raça humana depende diretamente da conservação dos recursos hídricos disponíveis, principalmente os mares e oceanos, que além de fonte de boa parte da biodiversidade do planeta e de possuir um abundante potencial para exploração econômica, são alternativas sustentáveis para a produção de água doce e uma das soluções para a crise hídrica que afeta todo o mundo.

 

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in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 09/06/2022

MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL EXIGE POLÍTICA PÚBLICA INTEGRADA.

 mobilidade urbana

Foto: EBC/ABr

Mobilidade urbana sustentável exige política pública integrada, artigo de Angélica Tanus Benatti Alvim e Viviane Manzione Rubio

A mobilidade urbana sustentável requer uma visão sistêmica envolvendo o planejamento do uso do solo, com atividades e densidades diversificadas

A mobilidade urbana sustentável é um direito essencial da população e se traduz no aproveitamento equitativo dos diversos modos de transporte, motorizados e não motorizados, norteado por princípios de democracia, solidariedade e justiça social.

Desde meados do século XX, o modelo de urbanização das cidades brasileiras se apoia no transporte motorizado individual, especialmente no automóvel. O aumento exponencial de infraestrutura viária das cidades contribui para o espraiamento urbano, para a segregação socioespacial, para os longos deslocamentos casa-trabalho e, em um círculo vicioso, para a multiplicação de automóveis particulares, problemas de saúde pública, impactos no clima e, consequentemente, deterioração da qualidade de vida da população.

Dentre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) formulados pelas Nações Unidas, destacam-se o ODS 3 — Saúde e bem-estar — e o ODS 11 — Cidades e comunidades sustentáveis –, que se alinham aos preceitos da mobilidade urbana sustentável, com ênfase na mobilidade ativa. Ou seja, são objetivos que pressupõem o incentivo aos deslocamentos não motorizados, entre eles o andar a pé e de bicicleta.

No Brasil, o conceito de mobilidade urbana sustentável vem sendo construído desde 2004 com a publicação do “Caderno Política Nacional de Mobilidade Urbana Sustentável” pelo Ministério das Cidades. No entanto, somente em 2012, com a instituição da Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei federal 12.587), é que o tema passa a ser incorporado na política de desenvolvimento urbano e incluído no sistema de planejamento urbano municipal, por meio da elaboração de planos municipais de mobilidade apoiados nos planos diretores.

O Plano Diretor Estratégico de São Paulo (PDE, Lei Municipal 16.050/2014), principal instrumento de planejamento urbano da maior cidade do Brasil, propõe uma visão sistêmica entre transporte, uso do solo e desenvolvimento urbano. Apesar de sua importância, as diretrizes do PDE ainda vêm surtindo poucos efeitos no alcance da mobilidade urbana sustentável.

Dados da última Pesquisa Origem — Destino 2017, realizada a cada dez anos pela Companhia do Metrô de São Paulo, indicam que cerca de 67% das 42 milhões de viagens diárias produzidas na região metropolitana de São Paulo são realizadas por modos motorizados (coletivo + individual) e 33 % por modos não motorizados (a pé + bicicleta). Observa-se que, no período de dez anos (2007-2017), a taxa de motorização cresceu 15%; um aumento de 10,3% no total de viagens diárias; os deslocamentos por meios motorizados cresceram 12,4% e por não motorizados, 6,2%. O principal crescimento de viagens motorizadas ocorreu no modo individual (15%). Entre os modos não motorizados, as bicicletas cresceram 24%, mas representam apenas 1% do total das viagens, e os percursos a pé 6%, atingiram 32% de todos os deslocamentos, segundo o Metrô.

É evidente que o uso dos modos não motorizados — especialmente “a pé” e “bicicleta” — vem, ainda que vagarosamente, se ampliando. No entanto, o espaço público da maioria das cidades brasileiras não se encontra preparado para ampliar a predisposição e a segurança dos pedestres e ciclistas, carecendo de atributos fundamentais à mobilidade ativa, entre eles: acessibilidade, conforto ambiental com arborização, mobiliários e equipamentos, pavimentação e dimensão adequadas, iluminação etc. Corrobora com esse cenário, a ausência de um planejamento integrado entre sistema de transporte e uso do solo, em interface com projeto e desenho urbano do espaço público, a descontinuidade das políticas públicas, para além das diversas gestões e a pouca conscientização dos motoristas em relação aos direitos do pedestre e do ciclista, e vice-versa.

A mobilidade urbana sustentável requer uma visão sistêmica envolvendo o planejamento do uso do solo, com atividades e densidades diversificadas, o desenho do espaço urbano com implantação de infraestrutura completa para pedestres e ciclistas e outros modos não motorizados, e a integração dos diversos modos de transporte motorizados.

Todos esses aspectos, em constante transformação na cidade contemporânea, dependem do contexto e das especificidades de cada lugar e de uma boa governança que integre agentes públicos, privados e a sociedade civil. Enfim, é preciso preparar as cidades para as pessoas com vistas à uma vida mais saudável, pressuposto básico da mobilidade ativa.

Angélica Tanus Benatti Alvim é Arquiteta e Urbanista, Mestre e Doutora em Arquitetura e Urbanismo, Professora e Diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).

Viviane Manzione Rubio é Arquiteta e Urbanista, Mestre e Doutora em Arquitetura e Urbanismo, Professora e Coordenadora Adjunta da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 08/06/2022

MAIS IDOSOS DO QUE JOVENS NO ELEITORADO DE 2022.

Mais idosos do que jovens no eleitorado de 2022, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

O Brasil está passando pela transição demográfica e a tendência é que o número de jovens continue diminuindo e o número de idosos permaneça em crescimento

O eleitorado brasileiro, seguindo uma tendência que ocorre para toda a população nacional, tem mais idosos e menos jovens a cada eleição. No mês de janeiro de 2022 havia apenas 731 mil jovens de 16 e 17 anos cadastrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e 18,4 milhões de jovens de 18 a 24 anos. Mas depois de intensa campanha para o alistamento eleitoral os números subiram em maio de 2022 e chegaram a 2,53 milhões de adolescentes de 16 e 17 anos e 19,7 milhões de jovens de 18 a 24 anos até o final do prazo para o cadastramento. Desta forma, o número de jovens de 16 a 24 anos passaram de 19,1 milhões em janeiro para 22,2 milhões em maio de 2022.

Mesmo assim, o número de jovens aptos para votar em 2022 representa o menor valor desde a primeira eleição presidencial do século XXI. O gráfico abaixo mostra que, em 2002, havia 24,4 milhões de jovens de 16 a 24 anos cadastrados no TSE e este número caiu para 22,2 milhões em 2022, enquanto o número de idosos de 60 anos e mais passou de 15,2 milhões em 2002 para 30,6 milhões em 2022. Portanto, o número de idosos ultrapassou o número de jovens em 2014 e a diferença entre os dois grupos é cada vez mais favorável aos idosos.

eleitorado total e dos grupos de jovens e idosos

 

O gráfico abaixo mostra a percentagem de jovens e idosos no total do eleitorado. Observa-se que houve uma inversão no período. Em 2002 os jovens representavam 21,2% do eleitorado e os idosos somente 13,2%. Em 2014 houve a inversão (16,8% dos idosos contra 16,3% dos jovens). Em 2022, os jovens caíram para 14,5% e os idosos subiram para 19,9% do eleitorado total.

Nos 20 anos em questão, os eleitores de 25 a 59 anos representam cerca de 2/3 do eleitorado e a soma do eleitorado jovem e idoso perfazia em torno de 1/3 do eleitorado, mas com um peso cada vez maior dos idosos e um peso cada vez menor dos jovens.

percentagem do grupo de jovens e idosos sobre o eleitorado total

 

Como o Brasil está passando pela transição demográfica (passagem de altas a baixas taxas de natalidade e mortalidade), a tendência é que o número de jovens continue diminuindo e o número de idosos permaneça em crescimento. O gráfico abaixo, com base nos dados da Divisão de População da ONU, mostra que, entre 1950 e 1985 havia 3 vezes mais jovens (16-24 anos) do que idosos (60 anos e +) no Brasil. Em 2020 houve empate entre os dois grupos. No final do século XXI, o peso dos idosos deve passar para cerca de 40% da população e o peso dos jovens de 16 a 24 anos deve ficar em torno de 8%. Portanto, vai haver cerca de 5 vezes mais idosos do que jovens de 16 a 24 anos na última década do século XXI.

população jovem e idosa em percentagem no brasil

 

Será que o envelhecimento populacional fará o eleitorado ficar mais conservador?

Essa é uma pergunta difícil de responder, pois os humores do eleitorado variam com o tempo. Mas, de fato, a literatura mostra que o eleitorado idoso tende a ser um pouco mais conservador do que os jovens eleitores. Todavia, isto varia entre os países e sofre mutações ao longo da história.

A título de ilustração e considerando as tendências da opinião pública nas eleições presidenciais de 2022, podemos verificar as tendências de voto entre os diferentes grupos etários. A tabela abaixo, com dados da última pesquisa Datafolha para o 1º turno das eleições presidenciais, mostra que, entre o eleitorado total, o candidato Lula tem 48% de votos e Bolsonaro 27%. Entre os jovens de 16 a 24 anos a diferença é bem maior com 58% contra 21%. Já no eleitorado idoso a diferença é menor, onde Lula aparece com 47% e Bolsonaro 30%.

intenção de voto para presidente no primeiro turno

 

Desta forma, tanto o eleitorado jovem quanto o eleitorado idoso tende a votar majoritariamente no candidato de esquerda em 2022. A diferença é que os jovens apresentam maior proporção de voto em Lula do que os idosos. Mesmo assim, segundo a pesquisa Datafolha, no cenário atual, Lula ganharia no 1º turno tem todas as faixas etárias e não haveria diferença substancial para população de 60 anos e mais.

Existem muitos países com estrutura etária mais envelhecida do que o Brasil e que apresentam um eleitorado mais progressista e mais liberal nos costumes (como os países nórdicos, por exemplo). Por conseguinte, existe um amplo leque de possibilidades entre o posicionamento político e o envelhecimento populacional. A literatura demográfica mostra que não existe determinismo entre as gerações e a análise política não pode ser contaminada pelo etarismo.

José Eustáquio Diniz Alves
Doutor em demografia, link do CV Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2003298427606382

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 09/06/2022