terça-feira, 21 de janeiro de 2020

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL : MAIORIA RECONHECE QUE ATITUDES INDIVIDUAIS FAZEM DIFERENÇA.

Consciência ambiental: maioria reconhece que atitudes individuais fazem a diferença


Usuários do Quinto mostram que sabem o poder de cada atitude, mas o consumo consciente ainda encontra algumas resistências

Por Chris Xavier
Quando pensamos no enorme esforço mundial necessário para preservar o meio ambiente e reverter as alterações climáticas podemos nos sentir impotentes. Entretanto, estão ao alcance de todos atitudes que – somadas – podem resultar em uma grande transformação. Essa percepção é o ponto de partida para mudanças em direção a hábitos de consumo conscientes. De acordo com pesquisa do Quinto, 79% dos usuários do aplicativo acreditam que seus atos individuais ajudam o meio ambiente. Porém, o quanto cada um está disposto a fazer?
O efeito acumulativo do consumo individual é o que torna as mudanças pessoais tão importantes. “É justamente por esse somatório que nós chegamos a uma condição quase caótica do ponto de vista ambiental”, alerta Arthur Igreja, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), especialista em Inovação e Consumo, que falou ao blog do Quinto com exclusividade sobre o tema. “Conseguir ter esse senso de pertencimento de algo maior é fundamental. Então, é muito importante que cada um pense no seu dia a dia, nas suas emissões e no seu lixo desnecessário”, explica.
O Quinto também ouviu o ambientalista e advogado, especialista em direito ambiental, Alessandro Azzoni, que lembra da crise hídrica enfrentada no Estado de São Paulo em 2014 e como a contribuição da população, economizando água, possibilitou que fosse superada. “Não havia água nos reservatórios e nem chuvas, só tínhamos a ameaça de racionamento, e o poder individual de cada consumidor representou no prolongamento dos reservatórios”.

Seja a mudança que quer ver no mundo: assuma a responsabilidade

A preservação dos recursos naturais passa por várias ações do nosso dia a dia e, em geral, pode ser guiada pela regra dos 3 R’s (reduzir o consumo, reaproveitar e reciclar). Com o aumento da consciência ambiental, os consumidores, usuários do Quinto, mostram que iniciam nesse caminho. Um dado significativo, por exemplo, é que 54% responderam reciclar seu lixo.
Diante das gôndolas, a consciência ambiental também já é um fator decisivo de compra. 51% dizem optar por produtos ecologicamente corretos no supermercado e 63% afirmaram se preocupar em consumir produtos biodegradáveis. Quando questionados se consomem ou consumiriam produtos apenas da sua região para ajudar o meio ambiente, a resposta também foi favorável: 72% responderam que sim. Até a recepção às inovações tecnológicas é positiva entre os usuários do app. A pergunta “Você tem / teria um carro elétrico para ajudar o meio ambiente?” teve como resultado 92% de aprovação.
Porém, mesmo com tantos resultados animadores, os resultados do Quinto demonstram que algumas mudanças de atitude ainda não são realidade. Quando o assunto é o lixo eletrônico, por exemplo, 68% das pessoas que votam no app admitem que ainda não realizam esse tipo de reciclagem. O uso de sacolas reutilizáveis no supermercado também não faz parte da rotina de 64% dos usuários do Quinto. Questionados se deixariam de consumir produtos de origem animal pensando no meio ambiente, 47% afirmaram que sim, mas 53% não deixariam. E, para a pergunta “Você deixaria de viajar de avião por conta da emissão de carbono? ”, 77% responderam não.

Como o consumo consciente muda o mercado

O professor da FGV, Arthur Igreja, avalia que para que exista a disposição de mudar é preciso consciência sobre a necessidade urgente de preservação. “O Brasil andou muito para trás nesse aspecto. Tem uma onda colocando em xeque a ciência e se isso está acontecendo de fato, apesar de evidências irrefutáveis”, lamenta. Ele ressalta, no entanto, que os jovens estão mais abertos às mudanças. “Existe do outro lado uma nova geração com um outro grau de consciência e uma preocupação muito grande, consumidores cada vez mais empoderados em demandar isso da cadeia produtiva”, diz.
Igreja explica que a pressão do consumidor, mas também da legislação, motiva as empresas a oferecerem produtos cada dia mais ecologicamente corretos. “Em algumas empresas há essa preocupação e, em outras, ela foi imposta por leis e multas. Então, nem sempre as empresas tomam as suas decisões puramente por consciência, mas por ser uma demanda ou do mercado ou de regulamentações”, avalia.

Como adotar o consumo consciente?

Enquanto algumas mudanças são mais fáceis para uns, acabam impraticáveis para outros. Assim, a dica é avaliar o que pode ser modificado em sua própria rotina. Talvez você não possa abrir mão de viajar de avião por causa do trabalho, mas pode adotar o uso de sacolas retornáveis e reduzir o consumo de carne.
Na hora da compra, os especialistas afirmam que informação é a melhor arma. O ambientalista e especialista em direito ambiental, Alessandro Azzoni, lembra que normas como a ISO 14000 regulamentam a gestão ambiental das empresas e determinam que os rótulos dos produtos tragam algumas informações importantes, que podem ser observadas pelo consumidor.
O “T” preto e amarelo em forma de triângulo, por exemplo, simboliza os alimentos transgênicos e o símbolo da reciclagem permite saber que aquela embalagem é reciclável. Ele também aconselha a pesquisar a postura das corporações. “Com a informação em nossas mãos, através do smartphones, poderemos verificar a ação das empresas em face do meio ambiente. Por isso, pesquise antes de comprar”, orienta.

A preservação de recursos naturais pode ser guiada pela regra dos 3 R’s (reduzir o consumo, reaproveitar e reciclar)
A preservação de recursos naturais pode ser guiada pela regra dos 3 R’s (reduzir o consumo, reaproveitar e reciclar)

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 21/01/2020

O QUE A CEDAE FALA SOBRE A ÁGUA NO RIO DE JANEIRO ?

O que a comunicação da Cedae fala sobre a água no Rio? artigo de Beatriz Diniz


O que a comunicação da Cedae fala sobre a água no Rio?
[EcoDebate] Verão, cidade do Rio ferve literalmente com altas temperaturas. Tem gente de todo canto turistando, Carnaval antecipado que a prefeitura inventou em ano de eleição. De repente, água com cor, cheiro e gosto. E a Cedae sequer se comunica com a população, seus clientes.
Água é vida, de verdade. Sem água não tem vida pra geral, não tem plantação, não se produz alimentos. A gente depende de água. O direito à água é essencial, básico do básico. Como então a empresa que capta, trata e distribui água no Rio demora dias pra esclarecer a sociedade e não foca em orientar seus clientes?
A rápida resposta da Cedae evitaria pânico e desinformação. No entanto, a direção da Cedae preferiu esperar quando devia ter, imediatamente, divulgado informe com esclarecimentos e orientações em meios de comunicação e em seu site e redes sociais.
A cronologia da omissão
As primeiras reclamações de moradores começaram em 10 bairros das zonas Norte e Oeste da capital no dia 3/1. Água com cor, cheiro e gosto! A direção da Cedae esperou 3 dias pra se pronunciar por nota ao RJTV na segunda 6/1: informou de análises de amostras de água e de análise preliminar com resultado dentro dos padrões de potabilidade, afirmou que a água tá potável e não faz mal à saúde. Na terça 7/1, em outra nota, a Cedae confirmou a geosmina em amostras de água e informou que a substância orgânica proveniente de algas é fenômeno raro que não oferece risco pra saúde.
Só depois de 5 dias, na quarta 8/1, a Cedae destacou o gerente de controle qualidade, Sérgio Marques, pra falar diretamente com a imprensa. Mais do mesmo das notas: é geosmina, tá tudo bem, a água tá boa, é potável. Na quinta 9/1, água com cor, cheiro e gosto também na Baixada, foi quando a Cedae anunciou uma mudança no tratamento da água.
O detalhe importante é que essa mudança não é provisória: a Cedae vai passar a aplicar, em caráter permanente, carvão ativado pulverizado no início do tratamento. Êpa! Então, tem sim problema, primeiro negado, depois minimizado, mal comunicado à sociedade que paga por água tratada e mal disfarçado com a mudança no tratamento.
No site da Cedae [até o dia 14 de janeiro], tem as notas, mas, não tem nenhuma orientação pra população. A imprensa, cumprindo sua função social, não apenas pressionou por informações oficiais como produziu muito conteúdo com esclarecimentos e orientações.
A comunicação de uma empresa ou organização, geralmente, reflete sua direção. Foram 13 dias, depois do início da crise da água no Rio, até o presidente da Cedae, Hélio Cabral, se prestar a dar entrevista coletiva. Pediu desculpas à população e repetiu o o mais do mesmo, que a água tá boa pra beber, que a geosmina, que o carvão ativado… Até ele se comunicar com a sociedade, teve muita pressão da imprensa, da sofrência dos moradores afetados e do medo dos não afetados.
E de onde vem a água que sai pelas torneiras? Dos rios poluídaços!
A Cedae perdeu tempo não se comunicando com a sociedade e negando que água com cor, cheiro e gosto é problema. A geosmina é indicador de toxinas. Provável que mananciais estejam sob risco, altamente impactados por poluição. De certo, falhou o monitoramento, porque é impossível que a empresa, com técnicos e equipamentos, não perceba o que leigos tão vendo, cheirando e sentindo o gosto.
Não vou entrar no mérito da privatização da Cedae nem do aparelhamento político não técnico com a entrega pra lotear cargos – Witzel tava de férias na Disney, não sei quantos dias demorou pra pronunciar nem quando voltou. As secretarias de meio ambiente da capital e do estado, negociadas pra políticos sem conhecimentos da área ambiental, deviam divulgar intensamente orientações à população até a água voltar ao normal. Já na primeira semana do primeiro mês de 2020, a primeira treta ambiental é marcada pela omissão, refletida na falta de rapidez, transparência e noção da gravidade da situação que autoridades demonstram através da comunicação com clientes, famílias, cidadãos.
Agora o que quero destacar, a causa original do problema e sua gravidade: a poluição dos rios. A gente aceita poluição dos rios sem relacionar as águas cheias de esgotos, lixos e resíduos de indústrias e da agropecuária com a água que sai das torneiras. A crise da água no Rio aponta diretamente pro saneamento.
Quanto mais poluídos os rios, maior o investimento necessário pra tratar água pra consumo. Água EXTREMAMENTE poluída tem que ser EXTREMAMENTE tratada para se tornar potável. Água potável não tem cheiro, não tem cor, não tem gosto. Quando tem cheiro, cor e gosto não é mais água potável. Por isso que a mudança no tratamento da água no Rio é permanente. Em algum momento ia dar ruim ignorar que a água chega podre pra ser tratada e não ajustar o tratamento. E deu ruim exatamente quando a crise climática tem seus efeitos mais notados: calorão e chuvonas.
Tanta poluição faz rios chegarem ao colapso ecológico de águas mortas, sem oxigênio. O porém é que rios nem deveriam receber esgotos, lixos e resíduos de indústrias e da agropecuária. A despoluição de rios tem que ser prioridade pra gente e pra qualquer político a gente elege, do executivo ou legislativo.
Rios com águas limpas e acesso à água é condição civilizatória. Rios poluídos representam a força econômica negativa do racismo ambiental, definindo quem acessa ou não água limpa. Afinal, quem tem condições de comprar água mineral pra consumo diário? Não são todas as famílias, não é a maioria dos moradores afetados pela crise da água na capital do Rio e na Baixada Fluminense.
Rios poluidaços deviam causar na gente indignação, gerar protestos e exigência imediata de despoluição. Sabe o que aconteceria se os rios fossem despoluídos? As pessoas teriam acesso direto e gratuito à água doce, correndo limpa em rios pertinho de casa. Imagina!
Pra acessar meus comentários, notícias e orientações sobre a crise da água no Rio: clica aqui nesse link direto pra sequência que preparei no Twitter. E pra saber da conexão entre a crise da água e o colapso ambiental, segue esse link pra sequência da jovem ambientalista Milena Batista.
Beatriz Diniz é Jornalista com Especialização em Gestão Ambiental. Marketêra de conteúdo relevante e Social Media Marketing de meio ambiente e sustentabilidade desde 2009. Colunista voluntária do Voz das Comunidades.
água engarrafada

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 21/01/2020

sábado, 18 de janeiro de 2020

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE VAI CRIAR SECRETÁRIA DA AMAZÔNIA.


Ministério do Meio Ambiente vai criar Secretaria da Amazônia

Por Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil  –
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) anunciou a criação da Secretaria da Amazônia, com sede em Manaus, que terá atribuições em áreas como bioeconomia, combate ao desmatamento ilegal, regularização fundiária, pagamento por serviços ambientais, entre outros.
“A Secretaria da Amazônia, com sede em Manaus, ajudará muito na viabilização das ações de fiscalização e promoção do desenvolvimento sustentável para toda a região”, disse o ministro Ricardo Salles, em uma postagem no Twitter, onde ele também repercutiu uma entrevista concedida ao jornal Valor Econômico, publicada ontem (8), em que detalhou o que espera da nova secretaria. A ideia do governo federal é transferir parte dos funcionários do ministério para Manaus, além da contratação de pessoal local. Ainda não há um prazo para abertura dessa secretaria na capital do Amazonas.
Em nota, o MMA informou nesta quinta-feira (9) que a criação da Secretaria da Amazônia “é um esforço para materializar a presença” do ministério na região. “A ideia é implementar uma representação permanente em Manaus, no coração da Amazônia, com foco nos principais temas da pasta, como a agenda de qualidade urbana, e também o Plano Nacional de Combate ao Desmatamento Ilegal, que tem cinco eixos de atuação: regularização fundiária, zoneamento econômico-ecológico, pagamento por serviços ambientais, bioeconomia e controle e fiscalização”.
A pasta também destacou a necessidade de reconhecer a floresta como uma atividade econômica, que precisa gerar desenvolvimento sustentável e inclusão. “Entendemos que, para haver preservação, é necessário que haja reconhecimento da floresta como uma atividade econômica que gere desenvolvimento sustentável e inclusão da população. Afinal, estamos falando de 20 milhões de habitantes que vivem na região mais rica em biodiversidade, mas com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país”, acrescentou. (Agência Brasil)

CERRADO PERDE UMA CIDADE DE SÃO PAULO A CADA TRÊS MESES.



Fonte : ClicoVivo

Por WWF-Brasil
Após o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) constatar aumento de quase 30% do desmatamento na Amazônia no último ano e de 114% desde o ano de promulgação do novo Código Florestal (2012), o governo informou que a perda de cobertura vegetal do Cerrado entre agosto de 2018 e julho de 2019 foi de 648.400 hectares, mantendo os preocupantes níveis dos últimos anos. Muito embora tenha havido uma pequena redução em relação ao ano passado, de 2,26%, a perda ainda é alarmante: equivale à derrubada da cidade de São Paulo, ou a área metropolitana de Londres, a cada três meses.
Os dados são do Prodes Cerrado, mapeamento do Inpe, sob coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Sua série histórica indica estabilização na taxa de destruição do Cerrado nos últimos quatro anos em torno de uma média de 680 mil ha/ano. Mais da metade da área original do bioma já foi convertida, principalmente para atividades agropecuárias, e pesquisas apontam que infelizmente apenas 20% do que resta de vegetação encontra-se em condições saudáveis de conservação. Isso torna o Cerrado uma das áreas naturais mais ameaçadas do planeta. Segundo pesquisadores, no ritmo de destruição dos últimos anos, o Cerrado caminha para um processo de extinção em massa sem precedentes na história do planeta.
Sobre os números de desmatamento no Cerrado, Mauricio Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil, afirma: “O Cerrado vive uma tragédia silenciosa, pois continua a ser destruído por falta de políticas responsáveis. O Código Florestal, por exemplo, mesmo que estivesse de fato sendo implementado (o que não é a realidade), protege pouco ao bioma – entre 20 e 35%. Temos hoje 23 milhões de hectares de áreas já abertas com alta aptidão agrícola para soja – cultura que representa mais de 80% da agricultura no bioma -, havendo ainda outros 15 milhões de hectares já desmatados e com potencial para a agricultura, somando 38 milhões de terras aptas já abertas. Toda essa área tem o potencial de abrigar com sobras a expansão projetada pelo agronegócio na região, ao longo de muitas décadas. A agricultura ocupa atualmente 22 milhões de hectares no Cerrado, 18 deles com soja”.
Voivodic acrescenta que “o governo federal, no entanto, dá sinais ambíguos aos produtores: se por um lado oferece crédito subsidiado para recuperação de pastagens e intensificação agrícola, por outro edita uma Medida Provisória que legaliza invasões de terras públicas ocorridas até o ano passado (2018), incentivando que a fronteira agrícola siga se expandindo sobre vegetação nativa indefinidamente e de forma ilegal (em terras não tituladas). Precisamos urgentemente acabar com essa ambiguidade e dar um sinal claro de que não vamos destruir a fonte de riqueza da sociedade e dos povos e comunidades tradicionais, que não colocaremos em risco sua biodiversidade única e que não comprometeremos o berço das águas que abastecem torneiras, irrigam lavouras e movimentam turbinas hidrelétricas em benefício de nossa economia e de milhões de brasileiros, da cidade ao campo.”


desmate cerrado
Estabilização na taxa de destruição do Cerrado nos últimos quatro anos em torno de uma média de 680 mil ha/ano. | Foto: © Mustafah Abdulaziz/ WWF-Brasil

Os números do Prodes do Cerrado e da Amazônia diferem por causa da distinção de perfil entre os atores que promovem a devastação. Na Amazônia, há terras públicas sem a devida proteção do Estado e, assim, disponíveis à invasão de quadrilhas de grileiros. Já o desmatamento nos últimos anos no Cerrado tem sido promovido principalmente por atores privados, produtores rurais e grupos empresariais – com destaque às chamadas companhias de terra. A estabilização das taxas está em parte associada com o fato de que tais companhias começaram a atender ao apelo de seus investidores e compradores quanto à eliminação das ilegalidades e do desmatamento, já que o desmatamento zero é uma agenda em rápida consolidação tanto no mercado internacional, como em legislações nacionais e de blocos econômicos.
O coletivo de 150 empresas compradoras de commodities e relevantes grupos de investidores de capital (que somam mais de US$ 7 trilhões em seus portfólios), denominado SoS Cerrado, já indicou que pretende tomar medidas imediatas para dissociar suas cadeias produtivas e investimentos da destruição do Cerrado. Os primeiros sinais começam a surgir, neste mês: Nutreco, a maior empresa de ração animal do mundo, a gigante rede britânica de supermercados Tesco e a empresa do setor de proteínas animais Grieg Seafood (uma das líderes globais na produção de salmão) anunciaram um apoio milionário a produtores de soja do Cerrado que tenham intenção de expandir sua produção sem desmatamento.
“Considerando os riscos socioambientais e de perda de mercados, assim como a enorme área aberta disponível para a expansão produtiva, o governo brasileiro deve estabelecer metas e ações concretas para a redução do desmatamento do Cerrado e para a recuperação dos cerca de 20 milhões de hectares de passivos ambientais em propriedades privadas existentes no Brasil”, afirma Edegar de Oliveira Rosa, diretor de Conservação e Restauração do WWF-Brasil. “O governo deve ainda oferecer rastreabilidade de produtos e combater as ilegalidades, dando clareza às empresas, investidores e à sociedade sobre a origem e a legalidade da produção. O setor privado também deve fazer a sua parte, condicionando negócios a uma real segurança quanto à ausência de crimes e desmatamento em suas cadeias e investimentos. Cumprimento das leis e transparência pelo governo, assim como rigor do setor privado em seus negócios serão decisivos para conter a destruição”, sintetiza Rosa.


pequi no cerrado
Pequizeiro, árvore típica do Cerrado, em área desmatada para plantio de soja. | Foto: © André Dib/WWF-Brasil

O Brasil parece caminhar na contramão das tendências globais ao não combater o desmatamento e a ilegalidade, expondo as exportações e a economia a crescentes riscos de boicote. “Precisamos nos colocar na posição do outro e refletir: qual comprador, investidor ou país parceiro gostaria de ver sua imagem associada à destruição da natureza e a contravenções?”, questiona Voivodic.

A importância do Cerrado

O Cerrado se estende pelos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraná, Rondônia, São Paulo, Tocantins e o Distrito Federal. Depois da Amazônia, é o maior bioma da América do Sul, correspondendo a 1/4 do território nacional, com mais de 2 milhões de km2. São insuficientes as áreas protegidas demarcadas: 3,1% em unidades de conservação de proteção integral, 5,2% em unidades de uso sustentável (a maior parte sem fiscalização e implementação de planos de manejo adequados) e 4,8% em 109 terras indígenas.
A área protegida do Cerrado é inúmeras vezes inferior à da Amazônia, e a cobertura com vegetação íntegra do bioma já foi reduzida a cerca de 20% da original, com mais da metade de seu território devastado. Seguida essa trajetória, a destruição do Cerrado acarretará uma extinção massiva de espécies, de acordo com artigo da revista Nature (2017). O bioma tem cerca de 10 mil espécies de plantas, das quais 44% endêmicas, além de uma enorme diversidade de fauna, incluindo espécies como o Lobo-Guará, o Tamanduá-Bandeira e a Onça-Pintada. O Cerrado abriga 30% da biodiversidade brasileira e 5% das espécies do planeta. Apesar disso, a destruição segue e, além de perder espécies, as emissões anuais de gases causadores do efeito estufa, por queimadas e desmatamento, equivalem a mais de 40 milhões de carros.
O atual nível de destruição compromete as águas que nascem no Cerrado e alimentam seis das oito grandes bacias hidrográficas brasileiras: Amazônica, Araguaia/Tocantins, Atlântico Norte/Nordeste, São Francisco, Atlântico Leste e Paraná/Paraguai, incluindo as águas que escoam para o Pantanal. O Cerrado também é a fonte de 90% das águas do rio São Francisco. Quando se desmata o Cerrado, comprometem-se a recarga de três grandes aquíferos brasileiros (Bambuí, Urucuia e Guarani), assim como os recursos hídricos que são fundamentais para milhões de pessoas que vivem no bioma e para nove em cada dez brasileiros que consomem energia vinda de hidroelétricas.


desmatamento cerrado
evolução desmatamento cerrado

MARCA BRASILEIRA USA "COURO " DE ABACAXI NA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS.

MARCA BRASILEIRA USA "COURO " DE ABACAXI NA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS

Desde 2016, o CicloVivo destaca o trabalho da marca Insecta Shoes. Fundada em 2014 em Porto Alegre (RS), a empresa começou apostando no reaproveitamento de tecidos para a produção de sapatos estilosos e livres de crueldade animal. Agora, já estabelecida no mercado, o investimento ousado é no Piñatex: tecido feito a partir do abacaxi.
Criado pela designer espanhola Carmen Hijosa, o Piñatex promete ser tão resistente quanto o couro de animais e pode ser produzido em grande escala. A marca explica que para um metro quadrado de tecido são usadas 480 folhas da fruta retirados de cerca de 20 abacaxis. “O Piñatex é flexível, absorve bem as estampas e cores, e pode facilmente ser costurado”, afirma Barbara Mattivy, fundadora da Insecta Shoes.
Além dos benefícios óbvios, como evitar a crueldade animal, a produção do couro ecológico de abacaxi utiliza uma quantidade menor de água e produtos químicos na sua produção, não necessita de fertilizantes extras e surge de uma matéria que seria descartada.
couro de abacaxi
Foto: Pan Alves
Por fim, a Insecta Shoes destaca as oportunidades de emprego que são geradas pela produção do Piñatex. “O tecido de abacaxi se torna uma fonte de lucro importante para as comunidades, por meio da produção das fibras, é possível produzir a biomassa do abacaxi. Esse é outro subproduto da fruta que pode ser utilizado como fertilizante orgânico ou biogás”, explica a marca.
Desta forma, a marca que começou da junção de um brechó e uma empresa que produzia calçados com excessos de couro da indústria dá agora novos passos e deve conquistar um público ainda maior. Dois modelos com o novo tecido já estão disponíveis e é possível adquiri-los pelo site da Insecta ou nas lojas físicas em São Paulo e Porto Alegre.
Para saber mais sobre o Piñatex, falamos sobre ele aqui.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

ONU: TENSÕES COMERCIAIS E GEOPOLÍTICAS DEVEM AFETAR CRESCIMENTO GLOBAL EM 2020.

ONU: tensões comerciais e geopolíticas devem afetar crescimento global em 2020


Afetada por prolongadas disputas comerciais, a economia global teve seu menor crescimento da década no ano passado, desacelerando para 2,3%. Para este ano, as Nações Unidas preveem leve aceleração da atividade econômica se os riscos forem mitigados, de acordo o relatório “Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2020” (WESP 2020, na sigla em inglês), lançado globalmente nesta quinta-feira (16). No Brasil, a expectativa é de recuperação da demanda doméstica, com crescimento de 1,7% neste ano.
Porto de Kwai Chung em Hong Kong. Região administrativa da China está entre os dez países onde é mais fácil fazer negócios. Foto: Flickr (CC) / uituit
Porto de Kwai Chung em Hong Kong. Região administrativa da China está entre os dez países onde é mais fácil fazer negócios. Foto: Flickr (CC) / uituit
Afetada por prolongadas disputas comerciais, a economia global teve seu menor crescimento da década no ano passado, desacelerando para 2,3%. Para este ano, as Nações Unidas preveem leve aceleração da atividade econômica se os riscos forem mitigados, de acordo o relatório “Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2020” (WESP 2020, na sigla em inglês), lançado globalmente nesta quinta-feira (16). No Brasil, a expectativa é de recuperação da demanda doméstica, com crescimento de 1,7% neste ano.
O relatório aponta que o crescimento global de 2,5% em 2020 é possível, mas o aumento de tensões comerciais, a turbulência financeira ou a escalada de tensões geopolíticas podem impedir esta recuperação. Num cenário negativo, o crescimento global pode desacelerar para apenas 1,8% neste ano.
Uma prolongada fraqueza na atividade econômica global pode causar significativos retrocessos para o desenvolvimento sustentável, incluindo objetivos como erradicação da pobreza e criação de trabalho decente para todos. Ao mesmo tempo, desigualdades generalizadas e o aprofundamento da crise climática provocam crescente descontentamento em muitas partes do mundo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu que estes riscos podem provocar danos severos e prolongados às perspectivas de desenvolvimento. “Também ameaçam encorajar um aumento de políticas mais introspectivas, num momento em que a cooperação global é indispensável”, alertou a liderança das Nações Unidas.
América Latina e Caribe – Para a América Latina e Caribe, o crescimento permanece fraco, de acordo com o WESP 2020. O Relatório aponta que a região deve passar por uma recuperação lenta e não homogênea nos próximos dois anos.
Depois de crescer apenas 0,1% em 2019, o PIB agregado deve subir 1,3% em 2020 e 2% em 2021. A atividade econômica será sustentada pela política monetária acomodatícia, junto com a recuperação da demanda doméstica no Brasil e no México. Mas até mesmo essa projeção modesta de recuperação tem riscos significativos, incluindo a deterioração do comércio global, a renovação da volatilidade financeira e o aumento das incertezas políticas.
Em 2019, a renda per capta estagnou ou diminuiu na maioria das economias da região, incluindo Argentina, Brasil e México. Desde o fim do “boom” das commodities, a região tem falhado em alcançar crescimento econômico significativo. A média per capita do PIB latino-americano e caribenho atualmente é cerca de 4% menor do que em 2014.
Em meio à média de rendimento menor e à desigualdade persistente, os níveis de pobreza têm aumentado na região. O fracasso em proporcionar crescimento econômico inclusivo, ao lado da erosão da confiança nas instituições políticas, têm provocado crescente descontentamento popular em alguns países latino-americanos e caribenhos.
Na América do Sul, o retorno a um crescimento robusto permanece difícil. Em muitos países, obstáculos estruturais de longa duração estão combinados a ventos contrários de curta duração, como desaceleração do comércio global, preços moderados das matérias-primas e situações políticas voláteis.
A recuperação do Brasil pode ganhar algum impulso com o aumento da confiança das empresas e o crescimento projetado pode aumentar do 1% estimado para 2019 a 1,7% em 2020. A perspectiva de curto prazo para a Argentina enfrenta incertezas maiores. Para 2020, a expectativa é de terceiro ano consecutivo de retração, embora com a uma taxa melhor do que no ano passado. Já Paraguai, Peru e Uruguai devem ter um considerável crescimento na atividade econômica em 2020, graças à recuperação da demanda doméstica.
A atividade econômica deve acelerar vagarosamente em América Central e México, depois de o crescimento ter atingido um piso de dez anos em 2019. Enquanto a economia mexicana estagnou no ano passado, condições monetárias mais frouxas e reduzidas incertezas políticas ajudarão a uma modesta recuperação em 2020, com crescimento projetado de 1,3%.
Em muitas partes da América Central, as perspectivas econômicas se mantêm moderadas. Os rendimentos continuarão a crescer a taxas insuficientes para atender às necessidades prementes de desenvolvimento, incluindo grandes déficits de infraestrutura e ausência de oportunidades de trabalho decente para jovens.
No Caribe, os esforços de consolidação fiscal em andamento, combinados à exposição dos países a eventos climáticos extremos, continuam a pesar sobre a perspectiva de crescimento. Excluindo a Guiana, onde o início da produção de petróleo deve impulsionar a expansão na atividade econômica em 2020, uma aceleração modesta de crescimento é prevista para o Caribe este ano.
Com intensificação dos riscos, os tomadores de decisão da América Latina e Caribe enfrentam desafios. A região tem confiado primariamente na política monetária para amortecer a atual desaceleração. No entanto, em função das baixas taxas de juros e da frágil confiança por parte do mercado financeiro, o espaço para mais alívio monetário é limitado.
Ao mesmo tempo, pressões fiscais permanecem grandes, enquanto muitos países lutam com déficits consideráveis e aumento dos custos da dívida. A consolidação fiscal tem sido implementada através de cortes no investimento público, o que pode dificultar as perspectivas de crescimento de longo prazo.
Mundo – Nos Estados Unidos, a recente diminuição da taxa de juros feita pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode dar algum apoio à atividade econômica. No entanto, dada a persistência da incerteza política, a fraca confiança empresarial e o exíguo estímulo fiscal, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve desacelerar de 2,2% em 2019 para 1,7% em 2020.
Na União Europeia, o setor produtivo continuará detido pelas incertezas globais, mas isso será parcialmente compensado pelo contínuo crescimento do consumo privado, permitindo uma modesta aceleração do PIB de 1,4% em 2019 para 1,6% em 2020.
Apesar de significativos ventos contrários, a Ásia Oriental permanece a região com crescimento mais rápido e principal impulsionadora do crescimento global, de acordo com o relatório. Na China, o crescimento do PIB deve desacelerar gradualmente de 6,1% em 2019 para 6,0% em 2020 e 5,9% em 2021, apoiado por políticas monetárias e fiscais mais acomodatícias. O crescimento em outros grandes países emergentes, incluindo Brasil, Índia, México, Rússia e Turquia, pode ganhar algum impulso em 2020, lembrou o documento.
A África tem passado por uma década de quase estagnação per capita do PIB, e muitos países do mundo ainda estão sofrendo os efeitos da queda dos preços das commodities ocorrida em 2014-2016, que resultou em persistentes perdas e revezes na redução da pobreza.
Em um terço dos países em desenvolvimento que dependem de matérias-primas — onde moram 870 milhões de pessoas — a média de rendimentos reais são menores hoje do que eram em 2014. Isso inclui grandes países como Angola, Argentina, Brasil, Nigéria, Arábia Saudita e África do Sul.
Ao mesmo tempo, o número de pessoas vivendo na extrema pobreza tem aumento em diversos países da África Subsaariana e em partes da América Latina e da Ásia Ocidental. Progresso sustentável para redução da pobreza vai exigir ao mesmo tempo um aumento significativo do crescimento produtivo e firme comprometimento para enfrentar grandes níveis de desigualdade. As estimativas da ONU indicam que, para erradicar a pobreza em boa parte da África, é necessário um crescimento per capita anual de 8%, comparado com uma taxa média anual de 0,5% na última década.
Além do crescimento do PIB, outras medidas de bem-estar pintam um quadro mais sombrio em diversas partes do mundo. A crise climática, a persistência de grandes desigualdades, os crescentes níveis de insegurança alimentar e de desnutrição continuam a afetar a qualidade de vida em muitas sociedades.
“Tomadores de decisões devem avançar para além do foco restrito de meramente promover o crescimento do PIB e, em vez disso, procurar melhorar o bem-estar em todos os setores da sociedade. Isto requer priorizar o investimento em projetos de desenvolvimento sustentável para promover educação, energia renovável e infraestrutura resiliente”, enfatizou Elliott Harris, economista-chefe e assistente do secretário-geral da ONU para o desenvolvimento econômico.
Para combater as mudanças climáticas, as necessidades crescentes de energia do mundo devem ser atendidas com fontes renováveis ou de baixo carbono. Isso irá exigir ajustes massivos no setor de energia, que atualmente é responsável por cerca de ¾ das emissões globais dos gases de efeito estufa. Se as emissões per capta dos países em desenvolvimento crescerem aos níveis das economias desenvolvidas, as emissões globais de carbono aumentariam mais de 250% — enquanto o objetivo global é de emissões zero até 2050.
A urgência da transição energética continua subestimada, resultando em decisões míopes, como expandir o investimento na exploração de gás e petróleo e na geração de energia à base de carvão. Isso não apenas deixa muitos investidores e governos expostos a perdas abruptas, mas também apresenta revés significativo para metas ambientais.
Qualquer demora na tomada de decisão na transição energética pode dobrar custos eventuais, de acordo com as Nações Unidas. A transição para uma combinação de energia mais limpa trará não apenas benefícios ambientais e de saúde, mas também oportunidades econômicas para muitos países.
A confiança excessiva na política monetária não é apenas insuficiente para estimular o crescimento, mas também implica custos significativos, incluindo riscos exacerbados de estabilidade financeira. É necessário um conjunto mais balanceado de políticas, uma que estimule o crescimento econômico enquanto busca maior inclusão social, igualdade de gênero e produção sustentável ambientalmente, segundo o documento da ONU.
“Em meio ao crescente descontentamento por conta da falta de crescimento inclusivo, pedidos de mudança se espalham pelo mundo. É necessário maior atenção para as implicações ambientais e distributivas de medidas políticas”, concluiu Harris.
Fonte : ONU Brasil

CONCURSO DA ONU BUSCA INOVAÇÕES QUE COMBATAM POLUIÇÃO NOS OCEANOS.

Concurso da ONU busca inovações que combatam poluição nos oceanos


Reconhecendo a urgência crescente em combater a poluição dos oceanos, particularmente de plásticos e nutrientes, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançou um concurso que busca inovações transferíveis, replicáveis e escaláveis, que receberão subsídios de 50 mil a 250 mil dólares.
As inovações a serem submetidas podem incluir ações tecnológicas e de ponta no âmbito de políticas, regulamentação, finanças e economia, bem como outras ações voltadas para setores com base marítima ou territorial. O prazo de inscrições vai até 5 de março.
PNUD lança um novo chamado para a ação – Desafio de Inovação para os Oceanos. Foto: iStock.com/RainervonBrandis
PNUD lança um novo chamado para a ação – Desafio de Inovação para os Oceanos. Foto: iStock.com/RainervonBrandis
O movimento pela proteção e restauração dos oceanos se acelerou rapidamente desde a Conferência dos Oceanos, em 2017. Entretanto, o cumprimento de algumas metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 (Vida na água) ainda está atrasado.
Em meio à pesca excessiva, à poluição, à perda de habitat natural e aos múltiplos impactos da mudança do clima nos ecossistemas marítimos, os oceanos nunca enfrentaram uma gama tão diversa de ameaças.
Nesse contexto, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lança um novo chamado para a ação — Desafio de Inovação para os Oceanos (OIC, na sigla em inglês) — com o objetivo de acelerar o alcance das metas do ODS 14. O desafio busca inovações transferíveis, replicáveis e escaláveis, que receberão subsídios de 50 mil dólares a 250 mil dólares.
Reconhecendo a urgência crescente em combater a poluição dos oceanos, particularmente de plásticos e nutrientes, o primeiro dos vários desafios planejados tem foco na meta 14.1 — Reduzir a poluição marinha.
“Em um tempo em que os oceanos e mares do mundo enfrentam pressões sem precedentes, o novo Desafio de Inovação para os Oceanos do PNUD chamará a atenção para abordagens inovadoras, empreendedoras e criativas que podem fazer avançar a restauração e a proteção costeira dos oceanos”, declarou o administrador do PNUD, Achim Steiner.
“Apoiar a economia azul dessa maneira pode ajudar no cumprimento do ODS 14, ao mesmo tempo em que estimula o desenvolvimento econômico e ajuda a reduzir a pobreza e as desigualdades”, completou Steiner.
Da pesca à aquicultura à agricultura industrial, o cenário de modelos tradicionais de negócio não permitirá as transformações necessárias para o uso verdadeiramente sustentável dos oceanos, de acordo com o PNUD.
“Com quatro das dez metas do ODS 14 avançando em 2020, temos à frente um ano crítico para o bem-estar dos oceanos. Portanto, a Conferência sobre Oceanos da ONU, que se realizará entre 2 e 6 de junho, em Lisboa, terá especial importância no apoio à implementação do ODS 14”, afirmou o enviado especial do secretário-geral da ONU para os oceanos, Peter Thompson.
“Para cumprirmos o ODS 14, devemos abrir novos caminhos com tecnologias, políticas, normas e instrumentos financeiros inovadores. Nesse sentido, o novo Desafio de Inovação para os Oceanos do PNUD é uma contribuição mais do que bem-vinda para o grande número de aceleradoras e incubadoras de oceanos”, disse Thompson.
Para grupos interessados em participar do Desafio de Inovação para os Oceanos:
– As inovações a serem submetidas podem incluir ações tecnológicas e de ponta no âmbito de políticas, regulamentação, finanças e economia, bem como outras ações voltadas para setores com base marítima ou territorial.
– Os projetos podem ser submetidos por entidades públicas ou privadas, incluindo governos, empresas (inclusive start-ups), ONGs, organismos da ONU, instituições acadêmicas e organizações intergovernamentais.
– O Desafio deve ser implementado e ter beneficiários em países em desenvolvimento, mas podem ser desenvolvidos por proponentes de países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
Acesse o site www.oceaninnovationchallenge.org e saiba mais sobre o desafio. Para mais informações sobre o tema no âmbito da Agenda 2030, confira o glossário de termos e definições do ODS 14.
Fonte : ONU Brasil