quarta-feira, 19 de dezembro de 2012


Floresta Estacional Sempre-Verde é reconhecida como novo tipo de vegetação brasileira

Floresta Estacional Sempre-Verde

A partir de agora, um novo tipo de vegetação passará a constar oficialmente em mapeamentos florestais do país. A Floresta Estacional Sempre-Verde, que existe apenas no estado de Mato Grosso, já havia sido identificada há alguns anos, mas só agora passou a constar oficialmente no Sistema de Classificação da Vegetação Brasileira. A descrição do novo tipo de vegetação aparece na segunda edição do Manual Técnico da Vegetação Brasileira, lançada ontem (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O livro, elaborado por engenheiros florestais, agrônomos, biólogos, geógrafos e geólogos, traz metodologias para a realização de estudos, mapeamentos e pesquisas da vegetação no país. Também chamada de Floresta Estacional Perenifólia, a vegetação se caracteriza pela manutenção de uma coloração muito verde, mesmo em períodos de estiagens.
A floresta se estende por toda a região da Bacia Sedimentar dos Parecis e parte das depressões do Guaporé, Paraguai, Araguaia e Planalto do Tapirapuã. Segundo o IBGE, a vegetação ocorre em áreas de clima tropical que tem duas estações bem distintas: uma chuvosa e uma seca (que varia entre quatro e seis meses).
Três subtipos da vegetação foram identificados: as variações aluvial, de terras baixas e de submontanha. Na floresta aluvial, que pode ser encontrada nas calhas dos rios Culuene, Teles Pires, Verde, Arinos, Sangue, Juruena, Juína, Jauru e Guaporé, as árvores têm, em média 25 metros de altura.
A floresta das terras baixas pode ser encontrada nos terrenos sedimentares das depressões dos rios Paraguai, Guaporé e Araguaia, em altitudes em torno de 200 metros. Nesse subtipo de floresta, as árvores têm, em média, de 35 a 40 metros de altura.
Já a floresta de submontanha, que tem árvores medindo acima de 30 metros, ocorre nos terrenos sedimentares do Planalto dos Parecis, especialmente na região do Alto Xingu, em altitudes que variam de 300 a 450 metros.
A Floresta Estacional Sempre-Verde se junta a outros tipos de vegetação que ocorrem no Brasil, como as florestas ombrófilas (típicas da Amazônia e da Mata Atlântica), as savanas e a Caatinga.
Reportagem de Vitor Abdala, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 19/12/2012

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

FIM DO MUNDO.


O fim do mundo
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Bugarach vive os últimos dias de tranquilidade. A aldeia francesa, nos Pirinéus, com 146 habitantes, é a esperança. Já começaram as peregrinações. É o único lugar no Planeta (dizem) que irá sobreviver ao fim do Mundo – segundo interpretações conspiratórias do calendário Maia, um planeta irá colidir com a Terra dia 21 de Dezembro. Só que em Bugarach há incrédulos e bons negociantes: casas para alugar aos visitantes a dois mil euros por dia; ou pedras da ‘terra imortal’ por dois euros. "Nunca alguém na cultura Maia fez esta previsão", advoga Inês Varela-Silva, investigadora na Universidade de Loughborough, Reino Unido.
Os Maias vivem hoje nos estados mexicanos de Chiapas, Quintana Roo, Campeche e Yucatan. Em Belize. E na Guatemala. Muitos emigraram para os EUA. A maior parte luta contra a pobreza, embora dependa da zona e do país onde vive. São seis a sete milhões. E não se importam com o fim do Mundo: "Estão mais preocupados em terem comida suficiente para alimentar a família, em terem escolas para os filhos e sistemas de saúde que funcionem", explica a especialista em cultura Maia Inês Varela-Silva. Dia 21, chega ao fim o 13º ciclo do calendário longo Maia. E em qualquer calendário, a seguir a um ciclo vem outro.
"Em cada crise social ou política, ao longo dos milénios, há sempre um incentivar destas crenças no fim do Mundo. É como uma espécie de vingança: descontentes, as pessoas vingam-se sobre o próprio Mundo, ameaçando o fim" – contextualiza o sociólogo e especialista em religiões Moisés Espírito Santo. A razão principal para que as pessoas estejam assustadas, particularmente no Hemisfério Ocidental e mais concretamente na Europa, é a crise. "Já bastam os problemas do dia-a-dia, mas falarem ainda em questões do fim do Mundo de uma maneira dramática causa o pânico", acrescenta o professor universitário José Manuel Anes, que se dedica ao estudo das espiritualidades e das religiosidades.
FICÇÃO ACELERA REALIDADE
Há três anos, a convicção de que o Armagedão estaria iminente ressurgiu com o filme ‘2012’, de Roland Emmerich – o mesmo que realizou o ‘Dia da Independência’ (1996). A ficção descreve uma série de cataclismos que conduz ao fim do Mundo, mas o triunfo aconteceu só mesmo na bilheteira: 615 milhões de euros em receitas. "É uma indústria lucrativa para determinadas empresas nos Estados Unidos e no Norte da Europa", explica a investigadora Inês Varela-Silva.
Marketing apocalíptico, assim se denomina o fenómeno. E nem os mexicanos o desperdiçam: o governo investiu 38 milhões de euros para publicitar o programa turístico ‘Mundo Maya’, na expectativa de receber a visita de 52 milhões de turistas nacionais e estrangeiros, até dia 21, e retorno de 10,7 mil milhões de euros. "Mas a maioria dos lucros é feita pelas empresas que se aproveitam da ingenuidade das pessoas mais crédulas e as convencem a construir abrigos subterrâneos, ou a comprar ‘zonas seguras’ no cimo das montanhas cobrando preços exorbitantes", arremata Inês Varela-Silva.
Até o governo norte-americano desmentiu a profecia apocalíptica de 21 de Dezembro: estima-se que 25 milhões de americanos acreditam que não vão chegar ao Natal. E, aterrorizados, uma boa parte destes correu a comprar armas para se proteger.
Fonte: Correio da Manhã
Por:Bruno Contreiras Mateus

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

BRASIL E JAPÃO EM MOÇAMBIQUE


Projeto brasileiro ProSavana poderá deslocar milhões de camponeses no norte de Moçambique

Camponeses se reúnem em Namina, distrito de Mecubúri, na província de Nampula, para conhecer o projeto ProSavana - Foto: Via Campesina/GRAIN
Camponeses se reúnem em Namina, distrito de Mecubúri, na província de Nampula, para conhecer o projeto ProSavana – Foto: Via Campesina/GRAIN

União Nacional dos Camponeses de Moçambique, Via Campesina África e Grain
[Brasil de Fato] Agronegócio brasileiro invade a África
O governo brasileiro junto ao setor privado está colaborando com o Japão para promover um projeto de agronegócio em grande escala no norte de Moçambique. Denominado ProSavana, o projeto poderá disponibilizar 14 milhões de hectares de terra para empresas brasileiras do agronegócio para a produção de soja, milho e outras culturas de rendimento que serão exportadas pelas empresas transnacionais japonesas. Essa área de Moçambique, conhecida como Corredor de Nacala, é uma região onde moram milhões de famílias camponesas que correm o perigo de perder suas terras nesse processo.
O Corredor de Nacala se estende ao longo duma via ferroviária, que vai do Porto de Nacala na província de Nampula até dois distritos mais ao norte da província de Zambézia e acaba em Lichinga, na província de Niassa. É a região mais populosa do país. Com seus solos férteis e suas chuvas regulares e abundantes, milhões de camponeses e camponesas trabalham essas terras para produzir alimento para suas famílias assim como para os mercados locais e regionais.
Com o ProSavana apresenta-se um cenário em que empresas do Brasil e Japão tomarão controle das mesmas terras para estabelecer grandes fazendas industriais, e produzir culturas de rendimento baratas para exportação. Com o Pro- Savana pretende-se transformar o Corredor de Nacala numa versão africana do cerrado brasileiro, que foi convertido em grandes plantações de soja e cana de açúcar.
Um grande número de investidores brasileiros já fez um levantamento das terras na parte norte de Moçambique com o projeto ProSavana. Estão sendo oferecidas grandes extensões de terra numa base concessionária a longo prazo por um dólar por hectare por ano.
A GV Agro, uma filial da Fundação Getulio Vargas dirigida pelo antigo ministro brasileiro da Agricultura, Roberto Rodrigues, está coordenando os investidores brasileiros.
Charles Hefner, da GV Agro, rejeita a ideia segundo a qual o projeto vai deslocar os camponeses moçambicanos. Ele diz que o ProSavana visa “áreas abandonadas”, onde “não se pratica nenhuma agricultura”.
“Moçambique tem enormes áreas disponíveis para agricultura”, diz Hefner. Ele afirma ainda que “há espaço para megaprojetos de 30-40 mil hectares sem impactos sociais maiores”.
Mas as investigações feitas pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (Iiam) mostram claramente que quase toda a terra agrícola nessa zona já está sendo usada pelas comunidades locais.
“Não é verdade que haja terra abandonada no Corredor de Nacala”, diz Jacinto Mafalacusser, um pesquisador do Iiam.
Declaração
Camponeses locais dizem igualmente que não há espaço para agricultura em larga escala naquela zona. No dia 11 de outubro de 2012, líderes locais da União Nacional de Camponeses (Unac) reuniram- se na cidade de Nampula para discutir o ProSavana. Numa declaração resultante da reunião, a liderança local diz estar “extremamente preocupada com o fato do ProSavana demandar milhões de hectares de terra ao longo do Corredor de Nacala, pois a realidade local mostra a falta de disponibilidade dessas extensões de terra, visto que a mesma é usada por camponeses com recurso à técnica de pousio”.
A declaração condena “qualquer iniciativa que preconize o reassentamento de comunidades e expropriação de terra dos camponeses, para dar lugar a megaprojetos agrícolas de produção de monoculturas”, assim como “a vinda em massa de agricultores brasileiros que se dedicam ao agronegócio, transformando camponesas e camponeses moçambicanos em seus empregados e em trabalhadores assalariados rurais”.
Esta foi a primeira vez que a liderança camponesa das áreas afetadas pelo Pro- Savana se reuniu para discutir o projeto, e para muitos, aquela foi a primeira vez que receberam informação sobre o que o ProSavana envolve.
“O governo convidou-nos a algumas reuniões, mas tudo que nos foi mostrado foram apresentações em power point, sem nenhuma oportunidade de levantar questões”, diz Gregório A. Abudo, presidente da União Provincial das Cooperativas de Nampula. “Queremos transparência. Queremos saber dos detalhes.”
Os governos de Moçambique, Brasil e Japão estão avançando, a portas fechadas, com um plano diretor para o projeto ProSavana, o qual pretendem finalizar até julho de 2013. O Japão estará financiando a construção de infraestruturas no Corredor de Nacala enquanto que segundo um representante do ABC, a GV Agro assegurou “muito, mas muito dinheiro” para um fundo que será investido na agricultura em larga escala. O representante do ABC diz igualmente que há um segundo fundo da mesma quantia sendo gerido por outros, que ele não iria nomear. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, está reforçando capacidades das estações de pesquisa de Moçambique em Nampula e Lichinga e trazendo variedades de soja, milho e algodão do Brasil para testar sua adaptabilidade às condições locais do Corredor de Nacala.
A Unac diz que o ProSavana é resultado de uma política vinda do topo para a base e não toma em consideração as demandas, sonhos e preocupações básicas dos camponeses. A Unac adverte que o projeto vai dar surgimento a comunidades sem terra, gerar convulsão social, pobreza, corrupção e destruição do meio ambiente.
Para a Unac, se é para se investir no Corredor de Nacala, ou em Moçambique em geral, esses investimentos têm que ser feitos prioritariamente para desenvolver a agricultura e a economia camponesas. Esta é a única agricultura capaz de criar empregos dignificantes e duradouros, conter o êxodo rural, produzir alimentos de qualidade e em quantidade suficiente para toda a Nação moçambicana.
Matéria do Brasil de Fato, republicada pelo EcoDebate, 13/12/2012

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

IMIGRAÇÃO NO BRASIL E OS DESAFIOS.





Política Imigratória do Brasil Enfrenta Novos Desafios
01.12.2012

Assunto há muito tempo discutido na Europa e nos EUA, a questão da imigração tem sido recentemente tratada no Brasil. Conhecido até recentemente como um país de emigrantes, essa nova realidade na qual se vê o país nos últimos anos implica uma série de novos desafios, com claros desdobramentos na sua economia, política externa e Direito, para os quais tanto a sociedade quanto o governo brasileiro devem preparar-se com urgência caso as perspectivas de ascensão do Brasil no contexto global se confirmem.
Brasil dos imigrantes e emigrantes
Como todas as ex-colônias europeias da América, o Brasil recebeu várias vagas imigratórias de muitas partes do mundo. A primeira começou com a ocupação portuguesa do território brasileiro no século XIV, logo seguida pela importação de mão de obra escrava da África e depois da abolição da escravatura em 1888, para substituir a mão de obra negra pela dos imigrantes europeus. Desde então a sociedade brasileira mudou radicalmente por causa desses afluxos imigratórios, dando a cada Estado da federação características étnicas e culturais próprias.

Quanto aos primeiros emigrantes brasileiros, estes foram inicialmente em direção aos países vizinhos, mas não tardou para que fossem para os EUA, Europa e Japão. Entre as razões para deixar o país estavam a baixa perspectiva de ascensão social, desemprego e a inflação galopante que afetava o Brasil nos anos 1980. Paralelamente, havia a existência de redes sociais já estabelecidas que facilitavam o estabelecimentos desses emigrantes em países como Japão (decasséguis) e Portugal. O fato é que o número de brasileiros que procuraram melhores condições de vida no exterior aumentou exponencialmente desde então e hoje totalizam cerca de 3 milhões, entre legais e ilegais.
O momento atual: brasileiros que retornam
Com a atual crise econômica, muitos desses brasileiros retornam ao Brasil, principalmente para os Estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. O blog Geo-Conceição apresenta números interessantes a respeito desses imigrantes:
" (…) 65% dos imigrantes são, na verdade, brasileiros que retornaram ao país. São os chamados “imigrantes internacionais de retorno”. Em 2000, os brasileiros que voltavam para casa representavam 61% do total de imigrantes.
O maior número de brasileiros retorna principalmente dos Estados Unidos, Japão, Portugal, Espanha, Paraguai e Bolívia. Alguns dados sobre a imigração de retorno chamam atenção, como o fato de 84,2% dos imigrantes dos Estados Unidos serem de brasileiros voltando ao país. No caso do Japão, esse percentual chega a 89,1% e no de Portugal, a 77%. "
Alguns setores da sociedade brasileira mostram-se atentos a esse movimento de regresso. Por exemplo, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) informa ter firmado um acordo com o MRE (Ministério das Relações Exteriores) para estabelecer uma parceria que ajude os brasileiros que retornam ao País:
" O Sebrae em Minas Gerais e o Itamaraty [MRE] firmaram nesta sexta-feira (23) uma parceria de auxílio a brasileiros que vivem no exterior e pretendam abrir e gerir um negócio próprio quando retornarem ao Brasil. Com a atual crise econômica nos Estados Unidos e em países da Europa, a expectativa é de que aproximadamente 500 mil dos cerca de 3 milhões de emigrantes retornem ao país dispostos a tocarem seus próprios empreendimentos. "
Em recente declaração, o ministro Moreira Franco, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), afirma que as leis sobre imigração seriam anacrônicas e dificultariam a absorção de mão de obra qualificada sem oportunidade em seus países de origem.
" É claro, conforme destacou Moreira Franco, que a educação é a melhor ferramenta para o País alcançar o desenvolvimento necessário. Mas esse é um caminho mais demorado. Por isso, ele salientou a importância de o Brasil aproveitar este momento de grande oferta no cenário internacional. "

A afirmação do ministro é paradoxal, pois que uma das antigas demandas das classes mais baixas da sociedade brasileira era justamente maior acesso à educação. Entre as demandas sempre estiveram a concessão de bolsas de estudo a alunos de origem pobre, a valorização da profissão de professor através de planos claros de carreira bem como salários dignos à classe e o barateamento dos livros.
A lista é bastante longa, contudo o que foi dito anteriormente mostra o quanto o Brasil desperdiçou de seu próprio povo. A este não seriam necessárias alterações em caráter urgente das leis que regem os vistos de trabalho para estrangeiros nem programas especiais de adaptação ao novo país - o que inclui a aprendizagem da língua portuguesa - caso fosse aplicado um plano que facilitasse o seu retorno ao mesmo tempo que aumentasse o investimento em educação para os jovens no Brasil.

O Brasil, ao entrar nessa corrida pelos cérebros estrangeiros, passa a competir com países como a Austrália (en) e o Canadá, sobretudo o Quebec (fr), que possuem programas arrojados para a captação de imigrantes de alto nível para cobrir o déficit causado pelo envelhecimento de suas populações. Caso bastante diferente do Brasil, que conta com uma população ainda relativamente jovem e numerosa, chegando próximo dos 200 milhões, e sem grandes vazios demográficos como aqueles países, além dos 3 milhões de emigrantes no exterior desejosos por retornar ao seu país.
O professor de Relações Internacionais, Oliver Stuenkel, da Fundação Getúlio Vargas pergunta-se qual cenário o futuro pode trazer:
" O número crescente de pessoas do exterior em busca de emprego mudará a forma como o Brasil se relaciona com estrangeiros. Visitantes do exterior são bem quistos no Brasil, pois são poucos, ricos e não costumam ficar por muito tempo. No futuro, os imigrantes virão em maiores números, serão relativamente pobres, e terão a intenção de se instalar no Brasil. […] Embora possa levar décadas para que imigração ao Brasil chegue às proporções conhecidas na Europa, resta a ver quão bem o Brasil lidaria com uma nova onda de imigração, e os desafios que a acompanham. "

Um possível cenário é o Brasil repetir as mesmas políticas equivocadas que levaram esses 3 milhões de brasileiros a emigrar: concentração de renda nas mãos de parcelas da sociedade descomprometidas com a justiça social. Um outro cenário é o país ter aprendido a lição dos “anos de chumbo” e atentar-se à divida que tem tanto com os brasileiros que emigraram como com os que continuaram no Brasil, sobretudo quanto ao acesso à educação e, por conseguinte, o direito a empregos dignos.
Global Voice, 29 de novembro de 2012
Escrito por Richard de Araújo 

RECURSOS MINERAIS NA AMAZÔNIA LEGAL


IBGE traz informações do solo e dos recursos minerais a Banco de Dados da Amazônia Legal

IBGE traz informações do solo e dos recursos minerais a Banco de Dados da Amazônia Legal

Complementando o acervo do Banco de Dados e Informações Ambientais (BDIA) sobre os recursos naturais da Amazônia Legal (AM Legal), o IBGE torna público as informações gráficas e alfanuméricas atualizadas de geologia e solos dessa região, cuja área (5.016.136,3 km2) ocupa cerca de 59% do território brasileiro. As informações, apresentadas com um nível de detalhe compatível com a escala 1:250:000, foram obtidas a partir de imagens de sensores orbitais – em especial do LANDSAT (conforme as datas mostradas no cartograma) – , de trabalhos de campo e de estudos realizados por uma equipe multidisciplinar com vasta experiência no mapeamento e sistematização de informações ambientais sobre o país. O BDIA da AM Legal até agora continha os dados de vegetação e relevo da região, disponibilizados, respectivamente, em 2008 e 2009.
As informações estão estruturadas em banco de dados visando à sua utilização em Sistemas de Informações Geográficas – SIG, que permitem a criação de novos produtos, derivados a partir do cruzamento de dados, e a possibilidade de contribuir para ações de ordenamento territorial, preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
O produto está disponível para download, contendo arquivos no formato shape file com banco de dados associado (gráfico e alfanumérico) e documentação, neste link.
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Na Amazônia Legal vivem em torno de 24 milhões de pessoas, segundo o Censo 2010, distribuídas em 775 municípios, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins (98% da área do estado), Maranhão (79%) e Goiás (0,8%). Além de conter 20% do bioma cerrado, a região abriga todo o bioma Amazônia – o mais extenso dos biomas brasileiros, que corresponde a 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta -, detém a mais elevada biodiversidade, o maior banco genético e 1/5 da disponibilidade mundial de água potável.
Rochas sedimentares predominam (2/3) e abrigam muita água doce
Os dados da geologia mostram que quase 2/3 das rochas superficiais da Amazônia são de natureza sedimentar, sendo o restante dividido em partes aproximadamente iguais de rochas ígneas (ou magmáticas, 15%), e de rochas metamórficas (16%), todas com grande potencial de uso direto (sem a necessidade de grandes transformações industriais) na construção civil.
As rochas sedimentares preenchem depressões da crosta terrestre, destacando-se as Bacias Sedimentares do Solimões, Amazonas, Parnaíba e Paraná-Parecis. Parte significativa constitui aquíferos porosos, espécie de reservatórios subterrâneos, capazes de armazenar grandes volumes de água. Estima-se que nestas bacias, em conjunto com outras de menor porte como Pantanal, Bananal, Guaporé e Rio Branco, estejam armazenados 101.920 km3 de água doce de boa qualidade. As rochas sedimentares têm ainda potencial de exploração de combustíveis fósseis, como se vê nos campos de petróleo e gás de Urucu, no Amazonas. Há boas perspectivas de acumulação dessas substâncias nas bacias costeiras do Maranhão, Pará e Amapá, além de reservas de gás natural no município de Capinzal do Norte (MA).
Nas áreas de rochas sedimentares, há também a possibilidade de serem encontradas jazidas de calcário (utilizáveis na agricultura e no fabrico de cimento); sal-gema e gipsita (fontes de gesso para a medicina e a construção civil); e anidrita (fonte de sulfato e cálcio). Elas abrigam, ainda, a maior parte do ouro, da cassiterita, do diamante e de outros minerais pesados extraídos por garimpagem na Amazônia.
AM Legal:15,1% das rochas da Amazônia Central que formam metais nobres
Já as rochas ígneas (15,1% da área da Amazônia Legal), provenientes da consolidação do magma (massa rochosa do interior da terra em estado de fusão), e as metamórficas (16,1%), resultado de alterações sofridas por outros tipos de rochas em decorrência de mudanças nas condições físicas ou químicas (temperatura e pressão, por exemplo), apresentam maior potencial mineral. As ígneas – com tendência à formação de jazidas de metais nobres, como o ouro, e de minerais industriais, como a cassiterita – estão mais concentradas na Amazônia Central, uma faixa quase contínua que se estende do sudeste do Pará ao norte de Roraima e ao noroeste do Amazonas. Percentualmente, mais da metade das rochas ígneas da Amazônia Legal (51,9%) encontram-se no Estado do Pará.
As metamórficas detêm um potencial como fonte de ouro primário. São propícias também à formação de jazidas minerais de uso industrial (notadamente ferro e manganês) e de sulfetos de cobre, chumbo e zinco. Estão presentes também em materiais da construção civil, como brita e rochas ornamentais. O Pará detém igualmente a maior parte da extensão desse tipo de rocha na Amazônia Legal (37,3%).
Estudo aponta baixa fertilidade natural sob a floresta amazônica
Os dados da Pedologia (estudo dos solos) surpreendem ao mostrar que a maioria absoluta dos solos sob a exuberante floresta amazônica apresenta baixa ou muito baixa fertilidade natural, necessitando correções químicas consideráveis para exploração comercial de atividades agropecuárias. Os solos eutróficos (de elevada fertilidade natural) são encontrados apenas nas grandes planícies de inundação dos rios que drenam a região andina ou periandina, ou seja, dos rios posicionados na direção aproximada leste-oeste (cerca de 150.000 km2), e nos altos rios Juruá e Purus, mais precisamente, na porção relativa ao estado do Acre, onde ocupam cerca de 98.500 km2.
Encontram-se disponíveis no Banco de Dados e Informações Ambientais (BDIA) – Pedologia (solos) do IBGE, para a Amazônia Legal, um total de 4.425 pontos de amostragem, sendo 2.568 pontos (ou 58%) referentes a perfis de solo completos, 1.171 pontos referentes a coletas de amostras para fins de fertilidade (em que, comumente, só se coleta o horizonte superficial) e 686 pontos extras (em que, geralmente, apenas um ou dois horizontes ou camadas do solo são amostrados).
Informe do IBGE, publicado pelo EcoDebate, 11/12/2012

domingo, 9 de dezembro de 2012

PROVA DA UFBA/2012


Questão 01 (Valor:  20  pontos)
O Brasil, por sua grandeza territorial, possui uma diversidade geográfica e climática significativa. A latitude,o relevo, as bacias hidrográficas, as características do solo, entre outros fatores, criam uma série de possibilidades, entre outras coisas, para o planejamento energético da matriz brasileira.
Sendo bem exploradas, essas características singulares podem fazer do Brasil um país independente das energias fósseis a longo prazo. Através do investimento tecnológico e em infraestrutura, é possível utilizarmos fontes renováveis como a biomassa (etanol e biodiesel), eólica, solar e hidrelétrica. [...] Finalmente, a natureza oferece as condições ou cria as dificuldades que, naverdade, podem ser oportunidades para o crescimento e desenvolvimento do país. (WALTZ, 2010, p. 31).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a matriz energética brasileira, uma das mais equilibradas entre as grandes nações,
a) justifique a recente expansão hidrelétrica da Região Norte e cite  dois exemplos do atual aproveitamento da Bacia Amazônica;
b)destaque  duas características naturais do Nordeste brasileiro, que podem ser aproveitadas para geração de energia alternativa e limpa;
c) indique duas características ambientais da Bacia Hidrográfica do Paraná.

Questão 02 (Valor:  15  pontos)

A ocorrência de um mesmo bioma em continentes distintos é determinada principalmente pelas condições de latitude, de temperatura e de precipitação. Com base no gráfico e nos conhecimentos sobre os biomas terrestres,
a) identifique os biomas indicados por
I __________________________________________________________________
II __________________________________________________________________
III __________________________________________________________________
b) relacione duas características ambientais encontradas, respectivamente, nos biomas II e  III, no território brasileiro.

Questão 03 (Valor:  15  pontos)
O HOMEM E A TERRA: UMA UNIÃO POSSÍVEL DE SER HARMONIOSA
O homem é ao mesmo tempo criatura e criador do meio ambiente, que lhe dá sustento físico e lhe oferece a oportunidade de desenvolver-se intelectual, moral, social e espiritualmente. (CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO, 1972. 2002, p. 7).
A vida sobre a Terra  e a dinâmica externa são movidas, basicamente, pela incidência da energia solar.
Considerando essas informações,
a)exemplifique e explique a ocorrência de dois processos erosivos em ambientes costeiros tropicais;
b) identifique, com base na ilustração, o impacto ambiental projetado na fisionomia do relevo e indique duas causas para a origem dessa degradação.

  MEIO AMBIENTE E ATIVIDADES AGRÍCOLAS
Questão 04 (Valor:  20  pontos)
Apesar da mecanização e do avanço tecnológico, as atividades agrícolas estão sujeitas à influência de fatores naturais, tais como: clima, relevo e solo.
A partir dessas considerações, da ilustração e dos conhecimentos sobre a relação meio ambiente e as atividades agrícolas,
a) apresente duas características fundamentais para que os solos sejam considerados de boa potencialidade agrícola, dando dois exemplos brasileiros e localizando-os;
b) indique um problema que a atividade agrícola enfrenta no solo do cerrado brasileiro e aponte uma consequência que a tecnologia imprime nesse ambiente;
c) mencione em qual compartimento, no perfil transversal dos vales, estão localizados os solos mais férteis. Justifique sua resposta.


Questão 05 (Valor:  15  pontos)
Em novembro de 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
anunciou os primeiros resultados do último Censo. A população brasileira atingiu
190.732.694 habitantes. O aumento de 12,3% da população nos últimos 10 anos
ficou bem abaixo dos 15,6% observados na década anterior. A redução no ritmo
de crescimento da população brasileira é uma tendência que vem sendo registrada
desde os anos 1950.
O Censo revelou, ainda, que continua o crescimento da população urbana, o
surgimento de novos fluxos migratórios, o envelhecimento populacional, o
predomínio da população feminina, dentre outros. (SOMOS..., 2011, p. 53).
Considerando o texto e os conhecimentos sobre os primeiros resultados extraídos do Censo
de 2010,
a) cite duas razões que contribuíram ainda mais para a redução no ritmo de crescimento
da população absoluta, no Brasil, na última década;
b) destaque dois aspectos que explicam a ocorrência de novos fluxos migratórios no Brasil.

Questão 06 (Valor:  15  pontos)

De acordo com a ilustração e com os conhecimentos sobre as economias ricas e em
expansão,
a) relacione os principais grupos de países que constituem o G-20;
b) indique o objetivo da criação do G-20, em 1999;
c) aponte uma característica econômica que sobressai em cada país do BRIC (Brasil,
Rússia, Índia e China).



Vestibular 2012 — 2a
 fase
Gabarito — Geografia

Questão 01 (Valor: 20 pontos)
a)
• A recente expansão hidrelétrica da Região Norte se deve ao avanço das fronteiras
econômicas — sobretudo do agronegócio —, ao crescimento da população total e, em
particular, da população urbana, além de investimentos públicos e privados. O seu
grande potencial hidráulico, o maior do país, no momento, está relacionado não só às
suas atividades tradicionais, mas também  como força motriz para a solução dos
grandes problemas regionais e visando suprir as deficiências energéticas do país
evitando futuros “apagões”.
• Como exemplos do aproveitamento da Bacia Amazônica, podem ser citados projetos
como Belo Monte, no rio Xingu, no Pará; Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, em
Rondônia; Teles Pires e o Complexo do Tapajós, no Pará, além do potencial de outros
afluentes do Amazonas.
b) Alto índice de insolação anual, sobretudo no Agreste e no Sertão (energia solar); excelente
regime de ventos, principalmente no litoral, em particular na faixa setentrional (energia
eólica).
c) Características ambientais da bacia do Paraná.
• Condições topográficas acidentadas.
• Rios tipicamente de planalto e caudalosos, apresentando inúmeras cachoeiras e
corredeiras.
• Domínio dos climas tropical, tropical de altitude e subtropical.
• Quatro estações do ano bem definidas em grande extensão.
• Solos de extrema fertilidade (solos de terra roxa) utilizados no cultivo do café.
• Solos de influência vulcânica (arenito-basáltico).
• Formações vegetais dos tipos latifoliada tropical, cerrados e aciculifoliada (araucárias
em grande parte da bacia hidrográfica.
• Relevo predominantemente formado por superfícies planálticas, representadas
sobretudo pelo planalto meridional com feições de cuestas.
• Relevo do tipo trapps (escalonados).
• Situa-se sobre terrenos de estrutura sedimentar compondo a bacia geológica do
Paraná.
• Presença do Aquífero Guarani no subsolo.

Questão 02 (Valor: 15 pontos)
a)
I. Taiga (coníferas).
II. Savana (Cerrado).
III.  Florestas latifoliadas equatoriais.

b)  II. Cerrado
• Ocorrência de duas estações do ano bem marcadas: a seca e a chuvosa.
• Presença de solos do tipo latossolo (solos muito arenosos, com horizontes bem
espessos).
• Presença de rios de regimes pluviais.
• Bioma com elevado grau de interferência antrópica (desmatamento, queimadas).
• Recobrem, sobretudo, no Centro-Oeste, superfícies planálticas de estrutura cristalina.
• São típicos de ambientes tropicais.


III. Florestas latifoliadas equatoriais
• Chuvas abundantes o ano todo.
• Pequenas amplitudes térmicas anuais em decorrência da posição latitudinal.
• Clima do tipo equatorial.
• Cobertura vegetal do tipo latifoliada, perenifólia.
• Rios com regime pluvial e grandes débitos anuais.
• Rios com tributários oriundos nos dois hemisférios (Norte e Sul).

Questão 03 (Valor: 15 pontos)
a) O trabalho do mar atinge as costas litorâneas produzindo intensa erosão (abrasão
marinha) atuando nas costas altas (falésias) ou deposição de sedimentos, nas costas
rebaixadas (acumulação marinha). A ação marinha, às vezes combinada com a dos rios,
gera deltas, restingas, tômbolos e lagunas. Os processos erosivos nos ambientes costeiros
tendem a tornar lineares a linha de costa; por isso, os litorais recortados revelam o caráter
geologicamente recente das suas estruturas.  Existem também em ambientes costeiros
tropicais, no Brasil, em particular, a ação dos processos eólicos nos ambientes dunares e a
ação das oscilações das marés nas áreas de manguezais. O ambiente costeiro tropical é
um dos que mais sofrem transformações, envolvendo um grande número de problemas
ambientais e socioeconômicos. A ação antrópica também exerce grande interferência
nesses ambientes provocando inúmeros impactos ambientais.

b) O impacto ambiental observado na ilustração é uma voçoroca e entre as causas que
explicam sua origem, podem-se citar:
• O processo de ravinamento nas encostas decorrente do escoamento das águas pluviais
e a erosão laminar na superfície.
• A ação antrópica através do desmatamento e do uso inadequado do solo.

Questão 04 (Valor: 20 pontos)
a)
• Os solos considerados de boa potencialidade agrícola são aqueles mais profundos,
bem drenados, com horizontes bem definidos, localizados em locais de topografia plana
ou levemente ondulada. A associação da qualidade do solo com a topografia plana
favorece a mecanização.
• Exemplos:
- solos de massapê encontrados na Zona da Mata do Nordeste brasileiro.
- solos aluviais – são marginais aos rios e excelentes para as culturas irrigadas.
- solos de terra roxa, extremamente férteis, predominantes nos estados de São Paulo e
Paraná.
b)
• Problemas enfrentados: dentre outros, a exigência de utilização maciça de corretivos e
fertilizantes porque são solos muito arenosos (latossolos) que se instalaram em terrenos
planos, deficientes em nutrientes, porém ricos em ferro e alumínio, daí os solos
determinarem a incidência de plantas com aparência seca entre os arbustos esparsos e
gramíneas.
• Consequência: uso excessivo de fertilizantes traz ameaça ao equilíbrio ambiental por
conterem substâncias tóxicas nocivas aos seres humanos: poluição dos aquíferos, dos
solos e dos cultivos.
c) Os solos mais férteis dos vales fluviais são encontrados em ambientes úmidos, nas áreas
marginais aos cursos d’água. São mais espessos e ricos em aluviões e excelentes para as
culturas irrigadas. As várzeas, portanto, são áreas onde os solos podem ser
periodicamente inundados pelas águas dos rios.

Questão 05 (Valor: 15 pontos)
a) As projeções sobre o crescimento da população brasileira em números absolutos não
foram atingidas, devido, sobretudo, ao rápido envelhecimento da população e à baixa
fecundidade, principais responsáveis por esse fenômeno.
b)  • A expansão das fronteiras agrícolas do país para as regiões Centro-Oeste (cerrado) e
Amazônica, que atraem migrantes de todo o país, principalmente do Sul e do Sudeste e
Sertão do Nordeste.
• O crescimento das cidades médias (entre 100.000 e 500.000 habitantes), atraindo a
população do campo e de pequenos centros urbanos, sobretudo em decorrência da
desconcentração industrial.

Questão 06 (Valor: 15 pontos)
a) G-8 (formado por todos os países do G-7 e mais a Federação Russa) os maiores países
emergentes e a União Europeia (formada por 27 países), representada pelo líder do país
que estiver ocupando a presidência do Conselho e pelo presidente do Banco Central
Europeu.
b) Tornou-se o principal fórum internacional de países para o debate de problemas mundiais,
em geral, com enfoque econômico, comercial e também político.
c) Os quatro grandes emergentes exercem papéis econômicos diferentes. O Brasil tem como
destaque a agricultura e a mineração. A Rússia exporta principalmente petróleo. A Índia
desenvolve bem o setor de serviços e, como a China, é manufatureira.


Obs.: Outras abordagens poderão ser aceitas, desde que sejam pertinentes.


Salvador, 19 de dezembro de 2011


Antonia Elisa Caló Oliveira Lopes
Diretora do SSOA/UFBA

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

OSCAR NIEMEYER


ig.com.br

15 importantes projetos arquitetônicos de Oscar Niemeyer

Considerado um dos maiores arquitetos do século 20, Oscar Niemeyer deixa um legado precioso para as cidades que abrigam suas obras. O brasileiro nascido no Rio de Janeiro, em 1907, morreu hoje e estava sedado devido a uma infecção respiratória.
Sua carreira começou em 1934, quando se formou em arquitetura e engenharia pela Escola Nacional de Belas Artes, que hoje integra a Universidade Federal do Rio de Janeiro. O primeiro projeto individual de impacto foi a Obra do Berço, de 1937, no Rio. Desde então, Niemeyer se tornou famoso mundialmente com suas construções curvilíneas feitas de concreto armado.
Entre as principais obras do arquiteto no Brasil estão o plano piloto de Brasília, o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, o edifício Copan e os prédios do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e o sambódromo da Avenida Marquês de Sapucaí, palco do carnaval do Rio de Janeiro.

// Notícias relacionadas
06-12-12 - Oscar Niemeyer 


No mundo, ele é responsável pelo projeto do Pestana Casino Park, em Portugal, da sede do Partido Comunista Francês e do edifício da Editora Mondadori, na Itália. Confira ao lado alguns desses importantes projetos deixados por ele.







1. O edifício do Congresso Nacional, erguido em 1960, é um dos principais componentes da Praça dos Três poderes, em Brasília









2. A Catedral de Brasília faz parte do plano piloto da cidade projetada pelo arquiteto. Sua inauguração foi feita em 1970, apesar de seu projeto ser de 1958







3. Igreja de São Francisco de Assis, também conhecida como Igrejinha da Pampulha, em Belo Horizonte, foi inaugurada em 1943 e faz parte do conjunto arquitetônico da Pampulha, projetado por Niemeyer








4. O prédio da Editora Mondadori, em Milão, foi projetado em 1968 por Oscar Niemeyer











5. Erguido em 1991, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói também é apelidado de Disco Voador









6. Pestana Casino Park, na cidade de Funchal, em Portugal, foi pensado por Niemeyer em 1966, mas foi concluído em 1976. O projeto tem três prédios: um cassino, um centro de congressos e um hotel








7. Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer ou, simplesmente, "Centro Niemeyer". Esse complexo cultural fica em Avilés, Astúrias (Espanha), e foi inaugurado em 2011








8. Inaugurada em 2010, a Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves abriga a sede do governo e as secretarias de estado de Minas Gerais










9. O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, foi criado em 2002 e, por suas formas diferentes, é também chamado de Museu do Olho ou Olho do Niemeyer










10. A Estação Cabo Branco foi inaugurada em 2008 na cidade de João Pessoa, na Paraíba









11. O Auditório Ibirapuera faz parte do conjunto de prédios criados pelo arquiteto no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. A inauguração foi feita em 2005.









12. O edifício Copan, no centro de São Paulo, foi concluído em 1966












13. Primeiro edifício inaugurado em Brasília, o Palácio da Alvorada foi concluído em 1958










14. O sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, também é um projeto de Oscar Niemeyer inaugurado em 1984









15. O desenho da sede do Partido Cuminista Francês foi uma doação de Oscar Niemeyer, em 1965. O prédio foi totalmente concluído em 1980






Fonte : Revista Grandes Construções
.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

FATOR PREVIDENCIÁRIO


Câmara adia votação do fim do fator previdenciário para 2013

04/12/2012 - 21h53
aposentadorias.net
Iolando Lourenço e Ivan Richard
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Apesar da pressão de centenas de deputados e sindicalistas, a votação do projeto de lei que acaba com o fator previdenciário foi adiada para o próximo ano. A decisão foi tomada hoje (4) em reunião do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), com os líderes partidários. A decisão se deveu à dificuldade de se construir um acordo com o governo que evite o veto à proposta.
estevesporai.blogspot.com
Apesar de contar com o apoio da maioria dos deputados, o fim do fator previdenciário esbarra na possibilidade de veto presidencial por causa da possibilidade de uma enxurrada de ações judiciais de aposentados e pensionistas que tiveram seus benefícios reduzidos pelo dispositivo criado durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Cálculos do Executivo estimam em cerca de R$ 70 bilhões o passivo que pode ser criados a partir dos questionamentos judiciais.
karaminholas.zip.net
Para tentar costurar um acordo que viabilize a aprovação do fim do fator previdenciário, Marco Maia decidiu criar uma nova comissão especial para discutir todo o sistema previdenciário do país. A comissão pode iniciar os trabalhos ainda este ano, e deve apresentar um parecer até o final do primeiro semestre do ano que vem.
fabiomozart.blogspot.com
“Eles [os líderes] acreditam que, neste momento, esse é o melhor encaminhamento para a matéria", disse Marco Maia. “O veto presidencial seria inevitável”, acrescentou o petista sobre a possibilidade de aprovação do texto ainda este ano.
consultor-online.com
deisebatista.blogspot.com
 Edição: Aécio Amado
Imagens : Geo-Conceição

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

AUMENTO DO NÍVEL DO MAR.


A taxa de aumento do nível do mar nas últimas décadas é maior do que a prevista

Publicado em novembro 30, 2012 por  
A taxa de aumento do nível do mar nas últimas décadas é maior do que a prevista

A taxa de aumento do nível do mar nas últimas décadas é maior do que a prevista pelas últimas avaliações do IPCC, enquanto que a temperatura global aumenta de forma relativamente próxima às suas estimativas.

Isto é demonstrado por um estudo [Comparing climate projections to observations up to 2011] publicado na revista Environmental Research Letters. Stefan Rahmstorf, do Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático (Potsdam Institute for Climate Impact Research – PIK) e seus colegas compararam projeções climáticas e observações reais de 1990 até 2011. Se o nível do mar está subindo mais rápido do que o esperado, isto pode significar que as projeções do IPCC estão subestimadas, o que pode resultar em impactos maiores do que os previstos.
“A temperatura global continua a crescer à taxa que foi projetada nos últimos dois relatórios do IPCC. Isso mostra mais uma vez que o aquecimento global não tem abrandado ou ficado aquém das projeções”, diz Rahmstorf.
As séries comparativas da temperatura do oceano foram calculadas e comparadas com projeções do IPCC pelos cientistas de Potsdam, do Laboratoire d’Etudes en Géophysique et Océanographie Spatiales (LEGOS), na França e os registros dos EUA.
Para permitir uma comparação mais precisa com as projeções, os cientistas levaram em conta as variações de curto prazo da temperatura devido ao El Niño, a variabilidade solar e erupções vulcânicas.
Os resultados confirmam que o aquecimento global, como previsto por cientistas nos anos 1960 e 1970, como consequência de concentrações crescentes de gases de efeito estufa, continua inabalável a uma taxa de 0,16 ° C por década e segue muito próximo das projeções do IPCC. Dados do nível do mar, no entanto, diferem do projetado, porque estão subindo a uma taxa 60% mais rápido do que as últimas estimativas do IPCC.
Os pesquisadores compararam as estimativas de dados de satélite da subida do nível do mar. “Os satélites têm uma cobertura muito melhor do planeta do que medidores de marés e são capazes de medir com mais precisão por meio de ondas de radar e sua reflexão a partir da superfície do mar”, explica Anny Cazenave, do LEGOS.
Enquanto o IPCC projetou a elevação do nível do mar para uma taxa de 2 mm por ano, dados de satélite registraram uma taxa de 3,2 mm por ano. O aumento da taxa de aumento do nível do mar é improvável que seja causado por um episódio temporário de redução das camadas de gelo na Groenlândia ou da Antártica ou outras variabilidades internas do sistema climático, de acordo com o estudo, pois se correlaciona muito bem com o aumento da temperatura global.
“Em contraste com a física do próprio aquecimento global, projetar o nível do mar é muito mais complexo”, diz Rahmstorf. ”
Rahmstorf salienta que “o destaque das novas descobertas está em indicar que o IPCC está longe de ser alarmista e, na verdade, em alguns casos, subestima os riscos possíveis.”
Artigo: Rahmstorf, S, Foster, G., Cazenave, A. (2012): Comparing climate projections to observations up to 2011. Environmental Research Letters 7 044035 (doi:10.1088/1748-9326/7/4/044035)
http://iopscience.iop.org/1748-9326/7/4/044035/article
EcoDebate, com informações do Potsdam Institute for Climate Impact Research
EcoDebate, 30/11/2012

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

IDOSOS NO BRASIL


População brasileira envelhece e pessoas com 60 anos ou mais já correspondem a 24,5% da população

Publicado em novembro 29, 2012 por 
População brasileira envelhece e pessoas com 60 anos ou mais já correspondem a 24,5% da população

O numero de idosos na população brasileira passou de 15,5 milhões, em 2001, para 23,5 milhões em 2011, segundo a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais: Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira 2012, divulgada ontem (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As pessoas com 60 anos ou mais já correspondem a 24,5% da população.
Segundo a pesquisadora do IBGE Cíntia Simões Agostinho, a maior parte dos idosos é mulher (55,7%) e está na área urbana (84,1%).
“Normalmente eles são considerados a pessoa de referência no domicílio, 32% não têm nem um ano de estudo, quase 60% são aposentados, 49% deles tinham rendimento, de todas as fontes, de até um salário mínimo, 24,5% estão inseridos em domicílios com renda de até um salário mínimo per capita, o que é um valor bastante elevado no caso do Brasil”, avalia a pesquisadora.
Os dados mostram ainda que apenas 4,6% dos idosos estão no nível mais baixo de renda. “O que indica uma melhor condição de renda, em média, principalmente se comparada ao grupo dos jovens”, analisa a pesquisadora. Além disso, tem crescido o número de pessoas com mais de 60 anos que vivem sozinhas. Dos domicílios onde vive apenas uma pessoa, 42,3% são ocupados por idosos.
Reportagem de Akemi Nitahara, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 29/11/2012

MUDANÇAS CLIMÁTICAS - EUROPA


Relatório avalia os impactos das mudanças climáticas na Europa, confirmando necessidade urgente de adaptação.

Relatório avalia os impactos das mudanças climáticas na Europa, confirmando necessidade urgente de adaptação

A mudança climática está afetando todas as regiões da Europa, causando uma série de impactos sobre a sociedade e o meio ambiente. Impactos são esperados no futuro, potencialmente causando custos elevados danos, de acordo com a última avaliação publicada pela Agência Européia do Ambiente.
O relatório “As mudanças climáticas, impactos e vulnerabilidade na Europa 2012” [Climate change, impacts and vulnerability in Europe 2012] indica que temperaturas médias mais elevadas foram observadas em toda a Europa, bem como diminuição da precipitação nas regiões no sul e aumento da precipitação no norte da Europa. A camada de gelo da Groenlândia, o gelo do mar Ártico e muitas geleiras em toda a Europa estão derretendo, a cobertura de neve diminuiu e a maioria dos solos permafrost estão descongelando.
Eventos climáticos extremos, como ondas de calor, inundações e secas causaram grandes danos, com custos crescentes, em toda a Europa nos últimos anos. Enquanto são necessárias mais provas para discernir o papel desempenhado pela mudança do clima nessa tendência crescente e avaliar a atividade humana em áreas sujeitas a risco tem sido um fator chave. Futuras alterações climáticas deverão potencializar essa vulnerabilidade, na medida em que eventos climáticos extremos devem se tornar mais intensos e freqüentes. Se as sociedades européias não se adaptarem, os custos dos danos também continuarão a crescer, de acordo com o relatório.
Algumas regiões serão menos capazes de se adaptar às mudanças climáticas do que outras, em parte devido a disparidades econômicas em toda a Europa, diz o relatório. Os efeitos da mudança climática poderiam aprofundar essas desigualdades.
Jacqueline McGlade, Diretora Executiva da AEA, disse: “A mudança climática é uma realidade em todo o mundo, e a extensão e a velocidade da mudança é cada vez mais evidente. Isto significa que todas as partes da economia, incluindo as famílias, precisam se adaptar, bem como reduzir as emissões.”
Observando a mudança do clima e projeções – as principais conclusões
A última década (2002-2011) foi a mais quente já registrada na Europa, com a temperatura do solo europeu 1,3° C mais quente do que a média no período pré-industrial. Várias projeções do modelo mostram que a Europa poderia ser de 2,5 a 4° C mais quente, ao final do século 21, em relação à média de 1961-1990.
As ondas de calor têm aumentado em freqüência e duração, causando dezenas de milhares de mortes ao longo da última década. O aumento projetado de ondas de calor pode aumentar o número de mortes nas próximas décadas, a menos que as sociedades se adaptem, diz o relatório. No entanto, mortes relacionadas ao frio devem diminuir em muitos países.
Enquanto que a precipitação está diminuindo nas regiões ao sul, ela é crescente no norte da Europa, de acordo com o relatório. As projeções indicam que estas tendências devem continuar. As projeções indicam que, em razão da mudança climática, devem aumentar as inundações, especialmente no norte da Europa, porque temperaturas mais altas devem intensificar o ciclo da água. No entanto, é difícil discernir a influência das alterações climáticas nas enchentes registradas no passado.
Por outro lado, as secas estão mais intensas e freqüentes no sul da Europa. As projeções indicam que as vazões dos rios devem diminuir significativamente durante o verão no sul da Europa, mas também em muitas outras partes da Europa em diferentes graus.
O Ártico está esquentando mais rápido do que outras regiões. O registro mais baixo do gelo no mar foi observado no Ártico em 2007, 2011 e 2012, caindo para cerca de metade da extensão mínima vista na década de 1980. O derretimento do gelo da Groenlândia dobrou desde a década de 1990, perdendo uma média de 250 bilhões de toneladas de massa a cada ano entre 2005 e 2009. As geleiras nos Alpes perderam cerca de dois terços do seu volume desde 1850 e estas tendências são projetadas para continuar.
O nível do mar está aumentando, potencializando o risco de inundações costeiras durante tempestades. O nível do mar, na média global, aumentou 1,7 milímetro por ano ao longo do século 20 e 3 milímetros por ano nas últimas décadas. As projeções futuras variam amplamente, mas é provável que, no século 21, o aumento do nível do mar será maior do que durante o século 20. No entanto, o aumento do nível do mar em costas européias varia muito, exigindo avaliações locais.
Além de impactos relacionados ao calor, outros efeitos importantes na saúde humana também são esperados, diz o relatório. A mudança climática tem um papel na transmissão de certas doenças. Por exemplo, isto permite que a espécie de carrapato Ixodes ricinus prospere mais a norte, enquanto que o aquecimento pode fazer com que parte da Europa torne-se mais adequada para vetores de doenças como os mosquitos. A temporada de pólen é maior e chega 10 dias mais cedo do que há 50 anos, também afetando a saúde humana.
Muitos estudos têm medido amplas mudanças nas características de adaptação de vegetais e animais. Por exemplo, as plantas estão florescendo mais cedo. Animais e plantas estão se movendo para o norte, na medida em que os habitats se aquecem. Uma vez que a taxa de migração de muitas espécies é insuficiente para manter o ritmo em relação à velocidade do aquecimento, muitas poderiam ser extintas por não terem tempo para adaptar-se às novas condições dos habitats.
Embora no sul da Europa possa haver menos água disponível para a agricultura, é possível que as condições de cultivo melhorem noutras zonas. Na Europa, o período de cultivo de várias culturas prolongou-se e essa tendência deverá manter-se, em paralelo com a expansão de culturas das estações quentes para latitudes mais setentrionais. Contudo, prevê-se uma redução de algumas culturas, devido às ondas de calor e a secas, no centro e no sul da Europa.
Com o aumento das temperaturas, a demanda por aquecimento caiu, economizando energia. No entanto, isso deve ser equilibrado com maiores demandas de energia para resfriamento durante os verões mais quentes.
EcoDebate, 29/11/2012, com informações da European Environment Agency (EEA)