quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

#1 TRUMP AVALIA AÇÃO MILITAR! PRESIDENTE ACUSA MERCENÁRIOS DOS EUA E UCRÂNIA PRESOS .


 

LULA começou uma ditadura bancária no dia 1 de janeiro. Todos nós seremos investigados .


 

União Europeia padroniza carregadores .

 Carregador USB-C

Foto:Earth.Org

União Europeia padroniza carregadores USB-C para dispositivos eletrônicos, simplificando o uso e reduzindo resíduos eletrônicos e custos.

Artigo de Vivaldo José Breternitz

Em 28 de dezembro entrou em vigor a nova norma europeia sobre padronização de carregadores para equipamentos eletrônicos.

Os principais dispositivos vendidos nos países do bloco deverão ter uma porta de carregamento padrão USB tipo C, já amplamente difundido entre os principais fabricantes de tecnologia.

A novidade também se aplica a objetos “menores”, como mouses e teclados, além de fones de ouvido, consoles de jogos e leitores de e-books, que se juntam aos smartphones, tablets, câmeras digitais, alto-falantes e GPS.

A partir de 28 de abril de 2026, a obrigatoriedade se estenderá também aos computadores portáteis. A norma se aplica aos novos dispositivos vendidos mas não àqueles que já vem sendo comercializados.

A decisão traz consigo inúmeras vantagens. Em primeiro lugar, simplifica a vida dos consumidores, eliminando a necessidade de ter vários carregadores diferentes e muitas vezes pouco usados. Além disso, contribui para reduzir o impacto ambiental, limitando a produção de resíduos eletrônicos pela diminuição do número de carregadores fabricados.

Espera-se também que sejam reduzidos os custos: atualmente, os europeus gastam cerca de 250 milhões de euros por ano em carregadores.

Para tornar os usuários mais conscientes, as empresas deverão fornecer informações claras sobre as características de carregamento dos dispositivos que vendem.

A lei permite que cada marca adote padrões proprietários para carregamento rápido, sem, no entanto, excluir a porta USB tipo C.

É mais um passo, embora pequeno, na busca da preservação do meio ambiente.

Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

2024 teve a temperatura mais alta do Holoceno e recorde de degelo no Ártico .

 Artigo de José Eustáquio Diniz Alves

O ano de 2024 foi o mais quente do Holoceno (últimos 12 mil anos) e a anomalia da temperatura ultrapassou a marca do limite mínimo no Acordo de Paris, de 1,5ºC acima do período pré-industrial (1850-1900).

O Acordo de Paris foi assinado em 2015 e estabeleceu uma série de ações para mitigar o aquecimento global. Porém, os últimos 10 anos foram os mais quentes da série histórica e existe uma tendência de aceleração das médias da temperatura planetária. Não é apenas o reconhecimento da emergência climática que preocupa, mas sua magnitude que é chocante.

O gráfico abaixo mostra a anomalia diária da temperatura global e as médias de 91 dias e de 365 dias de 2014 a 2024. Nota-se que as maiores anomalias ocorreram no segundo semestre de 2023 e no primeiro semestre de 2024, quando havia a presença do fenômeno El Niño. O segundo semestre de 2024 apresentou variações das anomalias em um nível um pouco mais baixo, mesmo assim superior a todos os semestres anteriores a 2023. As anomalias dos primeiros dias de 2025 estão batendo recordes em relação aos inícios dos meses de janeiro de 2024 e 2023.

infográfico da anomalia diária da temperatura global e as médias

O gráfico abaixo, do professor Eliot Jacobson com dados do Instituto Copernicus, mostra a anomalia da temperatura global entre 1940 e 2024, com referência ao período pré-industrial (1850-1900). Observa-se que houve um aumento muito significativo nos últimos 2 anos, com a anomalia atingindo 1,48ºC em 2023 e 1,6ºC em 2024 (os dados para 2024 ainda são preliminares, mas devem ficar entre 1,61º e 1,59º).

Para 2025 as previsões indicam uma anomalia menos acentuada do que nos últimos 2 anos, porém superior a todos os anos anteriores a 2023. Porém, novos recordes podem surgir, principalmente se houver reincidência do fenômeno El Niño em algum momento de 2025.

infográfico da anomalia da temperatura global entre 1940 e 2024

O aquecimento global tem uma ampla gama de efeitos em escala global, afetando ecossistemas, sociedades e economias. Os principais efeitos são:

  • Alterações nos Padrões Climáticos (Mudanças no ciclo das chuvas, correntes oceânicas e padrões de vento).

  • Acidificação dos Oceanos (Diminuição do pH da água, prejudicando organismos marinhos como corais, moluscos e outras espécies que dependem de carbonato de cálcio).

  • Impactos na Biodiversidade (Extinção de espécies que não conseguem se adaptar, migração de outras para novas áreas e desequilíbrios ecológicos).

  • Consequências para a Saúde Humana (Aumento de doenças respiratórias, surtos de dengue, malária e outros problemas relacionados ao clima).

  • Impactos Econômicos (Perdas agrícolas, carestia, insegurança alimentar, aumento dos custos de seguros, deslocamento de populações e pressão sobre recursos financeiros globais).

  • Crises Humanitárias e Deslocamentos (Migração climática, xenofobia, conflitos por recursos e aumento da desigualdade global).

  • Ondas letais de calor (Maior risco de incêndios florestais, estresse térmico em humanos e animais, aumento da mortalidade e diminuição da expectativa de vida).

  • Derretimento de Gelo e Elevação do Nível do Mar (Inundações em áreas costeiras, perda de habitat, e aumento da vulnerabilidade de cidades e ilhas).

Esses efeitos estão interligados e tendem a se intensificar à medida que as emissões de gases de efeito estufa continuam aumentando. Por exemplo, o Efeito Albedo diminui com a redução do gelo marinho, pois o gelo e a neve possuem altíssimo albedo, refletindo até 85% da luz solar, enquanto a água líquida tem baixíssimo albedo, absorvendo cerca de 90% da luz solar.

Quanto mais luz for absorvida, maior é o efeito do aquecimento, pois a água escura do oceano absorve mais calor. Assim, cria-se um ciclo de retroalimentação positiva, uma vez que menos gelo gera menor albedo que provoca maior absorção de calor e mais derretimento, o que coloca em risco as geleiras da Antártida e da Groenlândia.

Por conta disto há um aquecimento acelerado no Ártico já que a região tem aquecido cerca de 3 a 4 vezes mais rápido do que o resto do planeta, em um fenômeno conhecido como amplificação polar. O Ártico atua como um regulador climático global. Sua perda de gelo pode desencadear mudanças extremas no clima mundial.

O gráfico abaixo mostra que a extensão de gelo do Ártico no último trimestre de 2024 foi a menor da série histórica. No dia 31 de dezembro de 2024 o degelo ficou cerca de 300 mil km2 abaixo da média do período 1981-2010. O ano de 2025 começou com a menor formação de gelo marinho do Ártico de todo o período do Holoceno (últimos 12 mil anos).

gráfico da extensão de gelo do Ártico no último trimestre de 2024

O ciclo entre o derretimento do gelo e o efeito albedo destaca a urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa para mitigar essas mudanças. Para complicar, o degelo do Ártico ocorre concomitantemente ao degelo da Groenlândia, da Antártida e dos glaciares.

O fato é que este processo tende a se acelerar nas próximas décadas à medida em que cresce a concentração de CO2 na atmosfera e o consequente aumento da temperatura global. Muitas áreas litorâneas irão ficar debaixo d’água e os danos sociais e econômicos serão incalculáveis.

As gerações atuais e, principalmente, aquelas que ainda irão nascer vão herdar um mundo mais complicado e mais inóspito, podendo haver uma mobilidade social descendente em um mundo com muitas injustiças ambientais, apartheid climático e conflitos de diversas ordens.

José Eustáquio Diniz Alves
Doutor em demografia, link do CV Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2003298427606382

Referências:

ALVES, JED. O gelo da Antártida encolhe para mínimos históricos pelo 3º ano consecutivo, 18/03/2024

https://www.ecodebate.com.br/2024/03/18/o-gelo-da-antartida-encolhe-para-minimos-historicos-pelo-3-ano-consecutivo/

ALVES, JED. Crescimento demoeconômico no Antropoceno e negacionismo demográfico, Liinc em Revista, RJ, v. 18, n. 1, e5942, maio 2022 https://revista.ibict.br/liinc/article/view/5942/5595

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Amigos e família nos ajudam a manter a saúde .

 amizade

Amizade. Foto EBC/ABr

 

Interações com amigos e familiares podem nos manter saudáveis porque fortalecem nosso sistema imunológico e reduzem o risco de doenças como doenças cardíacas, derrames e diabetes tipo 2, sugere uma nova pesquisa.

Solidão associada a maior risco de doenças cardíacas, derrames e suscetibilidade a infecções.

Pesquisadores do Reino Unido e da China chegaram a essa conclusão após estudar proteínas em amostras de sangue coletadas de mais de 42.000 adultos recrutados para o Biobank do Reino Unido. Os resultados foram publicados na revista Nature Human Behaviour.

As relações sociais desempenham um papel importante em nosso bem-estar. Evidências demonstram cada vez mais que tanto o isolamento social quanto a solidão estão ligados a piora na saúde e a uma morte precoce. No entanto, apesar dessas evidências, os mecanismos subjacentes pelos quais as relações sociais afetam a saúde ainda não estão completamente claros.

Uma maneira de explorar os mecanismos biológicos é analisar as proteínas que circulam no sangue. As proteínas são moléculas produzidas pelos nossos genes e são essenciais para o bom funcionamento do organismo. Elas também podem ser úteis como alvos para medicamentos, permitindo que os pesquisadores desenvolvam novos tratamentos para combater doenças.

Uma equipe liderada por cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade de Fudan, na China, examinou os “proteomas” — conjunto de proteínas — em amostras de sangue doadas por mais de 42.000 adultos com idades entre 40 e 69 anos, participantes do Biobank do Reino Unido.

Isso permitiu que eles identificassem quais proteínas estavam presentes em níveis mais altos entre pessoas socialmente isoladas ou solitárias e como essas proteínas estavam relacionadas a problemas de saúde.

A equipe calculou escores de isolamento social e solidão para os indivíduos. O isolamento social é uma medida objetiva baseada, por exemplo, em se a pessoa vive sozinha, com que frequência ela tem contato social e se participa de atividades sociais. Já a solidão é uma medida subjetiva baseada em se a pessoa se sente solitária.

Ao analisarem os proteomas e ajustarem fatores como idade, sexo e contexto socioeconômico, os pesquisadores encontraram 175 proteínas associadas ao isolamento social e 26 associadas à solidão (embora houvesse uma sobreposição substancial, com cerca de 85% das proteínas associadas à solidão sendo compartilhadas com o isolamento social). Muitas dessas proteínas são produzidas em resposta à inflamação, infecção viral e como parte de nossas respostas imunológicas, além de estarem ligadas a doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, derrames e morte precoce.

A equipe então usou uma técnica estatística chamada randomização mendeliana para explorar a relação causal entre isolamento social, solidão e as proteínas identificadas. Com essa abordagem, eles identificaram cinco proteínas cuja abundância foi causada pela solidão.

Referência:

Shen, C., Zhang, R., Yu, J. et al. Plasma proteomic signatures of social isolation and loneliness associated with morbidity and mortality. Nat Hum Behav (2025). https://doi.org/10.1038/s41562-024-02078-1

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

Extremos climáticos em 2024 alteraram o ciclo global da água .

Global Water Monitor Report 2024

 

O ano de 2024 foi marcado por temperaturas recordes, que impulsionaram o ciclo global da água a novos extremos climáticos, contribuindo para enchentes devastadoras e secas severas, conforme aponta um novo relatório liderado pela Universidade Nacional Australiana (ANU).

Global Water Monitor Report 2024, revelou que o aumento das temperaturas está alterando a forma como a água circula no planeta, “causando devastação” no ciclo da água.

Em 2024, cerca de quatro bilhões de pessoas em 111 países — metade da população mundial — enfrentaram o ano mais quente já registrado.

“2024 foi um ano de extremos, mas não foi um caso isolado. É parte de uma tendência crescente de enchentes mais intensas, secas prolongadas e extremos recordes.”

Os desastres relacionados à água mais danosos em 2024 incluíram inundações repentinas, enchentes fluviais, secas, ciclones tropicais e deslizamentos de terra. Esses desastres causaram a morte de mais de 8.700 pessoas, deslocaram 40 milhões de pessoas e provocaram perdas econômicas superiores a US$ 550 bilhões.

Enquanto algumas regiões do mundo enfrentaram enchentes significativas em 2024, outras sofreram com secas severas.

“A água é nosso recurso mais crítico, e seus extremos — tanto enchentes quanto secas — estão entre as maiores ameaças que enfrentamos.”

A equipe de pesquisa utilizou dados de milhares de estações terrestres e satélites em órbita da Terra para fornecer informações quase em tempo real sobre variáveis críticas da água, como precipitação, umidade do solo, fluxo dos rios e enchentes.

O Global Water Monitor Report é uma colaboração entre instituições de todo o mundo e envolve várias organizações públicas e privadas.

O relatório de 2024 está disponível no link https://www.globalwater.online/globalwater.html

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394