Relatório da ONU alerta para aumento dramático das perdas econômicas provocadas por desastres
Os desastres climáticos e geofísicos, como terremotos e tsunamis, mataram 1,3 milhão de pessoas nos últimos 20 anos e deixaram mais 4,4 bilhões de feridos, desabrigados ou em necessidade de ajuda de emergência, disseram especialistas da ONU nesta quarta-feira (10).
As descobertas, publicadas pelo Escritório da ONU para Redução de Risco de Desastres (UNISDR), também mostraram que as pessoas em países de renda baixa e média têm sete vezes mais probabilidade de morrer devido a desastres naturais do que nos países desenvolvidos.
Os desastres climáticos e geofísicos, como terremotos e tsunamis, mataram 1,3 milhão de pessoas nos últimos 20 anos e deixaram mais 4,4 bilhões de feridos, desabrigados ou em necessidade de ajuda de emergência, disseram especialistas da ONU nesta quarta-feira (10).
As descobertas, publicadas pelo Escritório da ONU para Redução de Risco de Desastres (UNISDR), também mostraram que as pessoas em países de renda baixa e média têm sete vezes mais probabilidade de morrer devido a desastres naturais do que nos países desenvolvidos.
“Isso coloca uma grande ênfase na necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, disse Ricardo Mena, chefe da UNISDR, apoiando e monitorando a implementação da Estrutura de Sendai.
Deixar de fazer isso elevará o risco de danos relacionados ao clima saírem do controle, disse ele a jornalistas em Genebra, antes de pedir um maior investimento em medidas de redução de risco de desastres, “para que os países não criem novos riscos”.
Em termos do impacto de desastres na economia global entre 1998 e 2017, os países afetados relataram perdas diretas de 2,908 trilhões de dólares. Isso é mais do que o dobro do que foi perdido nas duas décadas anteriores.
Ilustrando a crescente ameaça da mudança climática, os eventos climáticos extremos agora representam 77% do total das perdas econômicas, 2,245 trilhões de dólares, observa o relatório.
Isso representa um “aumento dramático” de 151% em comparação com as perdas registradas entre 1978 e 1997, que somaram 895 bilhões de dólares.
Países pobres mais vulneráveis, mais atingidos
A crescente vulnerabilidade a desastres por parte dos países mais pobres é ilustrada pelo fato de que, nos últimos 20 anos, apenas um único território de alta renda — a ilha de Porto Rico — apareceu na lista das dez principais perdas econômicas em porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB).
Em setembro passado, a devastação provocada pelo furacão Maria contribuiu para as maiores perdas totais desde 1998, de mais de 71 bilhões de dólares; o equivalente a 12,2% do PIB de Porto Rico.
Com exceção de Cuba, classificada como um país de renda média-alta na revisão de 20 anos, as outras dez nações mais afetadas em percentual de sua produção são todas de baixa renda.
O Haiti — onde um terremoto de magnitude 5.9 atingiu o noroeste da ilha há apenas quatro dias — registrou as maiores perdas, com 17,5% do PIB.
Em termos de mortes provocadas por desastres, o relatório indica que mais de 747 mil pessoas — 56% do total — morreram nas últimas duas décadas durante grandes eventos sísmicos, um total de 563 terremotos e tsunamis relacionados.
No geral, no entanto, mais de 90% de todos os desastres nos últimos 20 anos foram inundações, tempestades, secas e outros eventos climáticos extremos.
Ondas de calor são a próxima ‘explosão’ climática
Ondas de calor são uma ameaça global crescente para a qual as soluções precisam ser encontradas nos próximos cinco a dez anos, alertou a coautora do estudo, Debarati Guha, do Instituto de Saúde e Sociedade (IRSS), parte da Universidade Católica de Louvain (UCL).
“O próximo (fenômeno) que vai nos atingir com uma explosão é onda de calor”, disse ela. “Vai ser tanto em países pobres — lembre-se que os seres humanos têm um limite, um limite de resistência térmica — como será um grande problema nos países mais ricos”.
“Enfatizamos a necessidade de reduzir o risco existente para fortalecer a resiliência de pessoas e nações. Caso contrário, o sucesso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) será muito difícil”, disse Ricardo Mena, do UNISDR.
Fonte : ONUBrasil
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